28 outubro 2018

Ainda estamos aqui

Se alguma coisa aprendi nestes vai para cima de oitenta e quatro anos de blogs, Ruben Patrick, é que, a não ser aqui, as coisas nunca são como parece que são, as pessoas tendem a escolher mostrar só o que lhes parece ser o melhor do seu mundo, os comeres para cima de quinze euros por cabeça, as viagens a sítios de tudo incluído, os filhos sempre vestidos de limpo, apostaria dinheiro meu em como as pessoas dos blogs que parecem perfeitas têm uma pontinha de inveja das pessoas que inventaram para os blogs delas, e afinal, Ruben Patrick, o que o venerável público que segue a nossa obra realmente aprecia são as nossas pequenas imperfeições, os dias que nos dão mais que fazer, os pequenos nadas iguais aos de toda a gente que polvilham as nossas existências e isso, Ruben Patrick, são pormenores tão fáceis de inventar.

5 comentários:

  1. Verdade, Rúben. Soubesses tu o que eu apreciei o dia de hoje de castigo no Dolcevita Tejo, enquanto a Mironinho se divertia na Kidzania com o melhor amigo. Dias como estes não passam para os blogs e eu, Rubinho, percebo tão bem porquê.

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  2. Cá para mim, Sô Pioco, o senhor escolheu muito mal os blogues que segue. Eu, tive muito mais sorte, quase não vejo diferença entre o aqui e o ali. Verdade que, com o meu feitio, se assim não fosse, ia dar pró torto :-)

    Boa tarde, restinho de bom domingo

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  3. Há uns dias dei por mim, ao ler «Los diarios de Emilio Renzi», de Ricardo Piglia (de seu nome Ricardo Emilio Renzi Piglia), uma espécie de blog de toda uma vida, a saltar páginas em catadupa, a tentar encontrar algumas onde «algo» acontecesse, que me prendessem os olhos irrequietos. Não foi fácil. E os diários já aparecem depurados -- faria se se apresentassem no estado nativo. Percebi que há um claro limite para a paciência para ler as queixas sobre quanto um autor ganha por página a publicar numa revista obscura ou quantas vezes os seus namoros foram interrompidos por visitas inoportunas.

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  4. Anónimo29.10.18

    Que soneira...

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  5. Cláudia Filipa29.10.18

    E, sabes Ruben, este pequeno grão de "venerável público", está agora assim de sorriso rasgado, daqueles que quase faz chegar as bochechas às sobrancelhas (reparaste, Ruben, reparaste nesta oportunidade não desperdiçada para informar da existência de sobrancelhas?), sorriso este "derivado" das últimas quatro frases do post, e, continuarei a dizer, todas as vezes que me apetecer, que se tu e Tio não existissem teriam de ser inventados, e, um dia, quando já não estiverem aqui, irei ter saudades vossas. Um muito bom dia para os três.

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