Por mim, a única chatice é não me terem convidado. Mas fico sempre espantada por estas decisões passarem por tanta gente e não haver uma única alma a quem ocorra que a ideia é capaz de não ser brilhante.
Está a ir demasiado depressa, capitã. Essa era a minha conclusão final.
(fez-me lembrar o então presidente Cavaco a hastear a nacional bandeira virada para baixo, num desses dias de que nos orgulhamos e toda a gente a ver e ninguém a ter uma epifania e parar com aquela trapalhada)
Tio, e sabe o Tio dizer-nos, sem consultar o Google, a importância e dimensão dessa ocasião tão especial onde o Tio Cavaco cometeu essa gaffe da bandeira?
Parece-me apropriado na perfeição - a vanguarda da ciência e tecnologia a contrariar o senso comum: "restos não são uma alimentação saudável"? Ai ninas.
Já agora, só assim naquela, os senhores e senhoras estão indignados com o quê? com o facto de o Panteão estar à venda para realização de eventos ou só acham que Este Jantar não é dignificante lá dos objectivos daquilo? Tipo se fosse para fazer a antestreia do novo espectáculo do La Feria em homenagem àquele gajo da bola já estava bem? Ou para o lançamento de um inédito do Prémio Nobel já era de bom gosto?
"Não é de agora que se realizam ali eventos. Há 14 anos, a 24 de outubro de 2003, o livro Harry Potter e a Ordem de Fénix foi lançado por entre os cenotáfios do Infante D. Henrique, Pedro Álvares Cabral, Luís Vaz de Camões e os túmulos de Almeida Garrett, Humberto Delgado, Teófilo Braga, Guerra Junqueiro ou Amália Rodrigues. Não consta que uma eventual indignação tenha levado as mais altas figuras do Estado a dizer coisas. Já a 16 de outubro, a NAV Portugal, empresa pública do Estado, realizou um "jantar de gala" para homenagear trabalhadores, incluindo um "welcome drink no terraço do Panteão" e "música ambiente". Também não foi notícia, a não ser pela denúncia do site Má Despesa Pública, que publicou o contrato de aquisição do jantar pelo "valor total de 17 600 euros, acrescido do IVA, à taxa legal em vigor, a que corresponde o valor de 38 euros por pessoa". DN
LadyKina, está então a sugerir que o nosso PM é obtuso por ter feito declarações onde manifestou que tais festanças são indignas de tão simbólico monumento?
No sentido figurado e pejorativo do termo, sim, sugiro. E aguardo com alguma impaciência o momento em que veremos o nosso PR muito abraçado à Amália, na tentativa de confortá-la por este tão bravo avilte.
A senhora directora lá do Panteão esclareceu que no sitio onde se realizou o jantar, não há sepulturas, ou seja, não há corpos e isso, misturados com vinho vintage de primeira qualidade, lagosta suada e gelado de ouro branco. Pronto, assim a malta já pode deixar de se indignar, achar que jantar num local onde descansam os entes queridos de alguém, não é coisa de um tremendo mau gosto, tal como não é pouco ético - se calhar a ética não dá dinheiro.
Já agora, e porque parece que ninguém quer esclarecer cá a malta, se realmente se cobra pelos ditos jantares, aquilo serve para manutenção do espaço em questão, ou é mais um dinheirinho que vai parar a parte incerta? Cansada de partes incertas por tudo quanto é lado.
(a pergunta que acho que se deveria colocar, era se todos aqueles que já perderam a sua mãe, pai, filhos, pessoas que amaram, gostariam de ver invadido um espaço de silêncio, com jantares à luz de velas ali mesmo ao lado? Ah, pronto, existiam velas... afinal sempre foi um momento solene... pffff)
(são meras opiniões e, sim, chateia-me que nos dias que correm tudo o que se diga/escreva, que não vá ao encontro de outras opiniões, seja classificado de disparatado, imbecil e coisa que não merece um segundo de atenção porque saiu das redes sociais. Lá no tempo da ditadura - felizmente não foi o meu - nada se podia dizer, agora que se vive, supostamente, num estado democrático, se a nossa opinião causar desconforto, pá, não se liga, são os disparates das redes sociais, as habituais indignações das redes sociais. façam o favor de se entender, sim, ou querem as opiniões das pessoas, ou não finjam que querem as opiniões das pessoas, quando só querem que a malta seja submissa e dada "bués" ao servilismo, ah, e que saiba pôr cruzinhas em boletins de voto)
Desculpem vir contrariar a opinião, ao que parece, generalizada, mas eu não estou a ver a razão de tanto alarido para além daquele velho hábito de criticar tudo porque sim e porque não. Pelo país inteiro são usados espaços classificados, entre monumentos nacionais e alguns até com o selo da UNESCO, para realizar eventos da mais variada natureza. Haverá chavascal maior que festas académicas ou até casamentos? Pois eu já fui a uns quantos em monumentos ou edifícios classificados. Quero acreditar que neste caso se portaram todos muito bem e ninguém limpou a boca aos reposteiros. Não percebo, honestamente, o escândalo para além do facto deste evento ter tido maior visibilidade para o público e, como tal, ter-se tornado um assunto fácil. Quanto à sua pergunta: fui ao Google certificar-me que não compreendo como é que lá foram parar metade dos nomes.
Resumindo e concluindo: As comesainas no átrio do Panteão, que afinal, não foi invadido, à socapa, nem nada, atrai muito mais audiências do que o assédio sexual que acontece/u um pouco por todo o mundo, especialmente, no mundo Hollywoodesco. A prova provada e recomprovada está à vista nesta simples abertura e fecho d'assunto. Pese, embora, a chave seja de oiro cravejada de diamantes...os assuntos são de latão. ahahahaha
Não sabendo o nome de todos, considero "pecado" não saber aí uma meia dúzia de nomes dos que lá descansam... alguns são realmente ilustres e eternos...
Vou tentar explicar o quanto acho ridículo, para começar vou dizer ridículo, o país autorizar este tipo de eventos no Panteão, e não é de agora que acho isto... Pipoco, independentemente de ter de ir ou não ao Google para saber quem são os ilustres cujos restos repousam no Panteão, independentemente do local, no Panteão, onde acontecem os tais eventos, para mim, o que tem relevância, é o simbolismo atribuído ao Panteão. Estar no Panteão é o acto simbólico que o país tem de homenagear aqueles que considera terem-se destacado de alguma maneira e que, com/por isso, contribuíram também para o engrandecimento do país, portanto, exactamente o contrário da banalização, ora, qualquer evento que não tenha nada que ver com isto (com os tais grandes feitos e com gente que se considere ter contribuído em muito para isso) realizado naquele sítio, é estar a banalizar o que foi criado, precisamente, para enaltecer o contrário da banalidade. Chegados aqui, neste contexto, como é que é possível que achem isto normal, permitir-se, ali, jantares e eventos de entretenimento em modo parque de diversões? Mas não acham isto particularmente estúpido? Absurdo até dizer chega? Precisamente pelo simbolismo atribuído àquele monumento específico. Se acham mal que exista um Panteão, se acham mal que o Panteão sirva de mausoléu/homenagem aos tais ilustres, se não concordam com os ilustres que lá estão, queriam outros, se acham que ninguém deveria ser considerado ilustre, isso são outras questões, agora, a partir do momento em que existe o Panteão, que por sua vez tem aquela finalidade específica e aquele significado, não deveria, acho eu, estar no mesmo saco que uma data de outras situações, deveria estar fora do roteiro de rentabilização do património, mesmo que seja, e espero que sim, também para poder manter em condições esse mesmo património. Eu gostava que os responsáveis por estas coisas do meu país tivessem este tipo de discernimento, mesmo que as pessoas que querem lá realizar os eventos não o tenham, tivessem o cuidado, a sensibilidade, de saber separar trigo de joio e que, pelo menos, aparentassem ser um pouco mais do que uma cambada que, desde que lhe acenem com notas, tudo é vendável. Ponham as jóias de família todas no prego, mas, eh pá, se calhar, lembram-se do valor simbólico que decidiram atribuir àquela jóia que a bisavó nunca tirava? Então, eh pá, vejam se, pelo menos essa, pelo menos essa, escapa, percebem?
Uma vez que o assunto, embora fechado, se mantém em aberto, e ainda que já quase tudo tenha sido dito a propósito e, mais, a despropósito, e enquanto não irrompem novos temas para engalfinhamentos futuros,- para exercitarmos as neuroses e gozarmos da frustrante ontologia -, e sendo que eu continuo me divertindo às custas deste, deixo mais esta achega:
"Gostava de jantar no Panteão, esse monumento completamente desprezado na cultura e sociedade do rectângulo peninsular até há dias. Ou almoçar. Lanchar. Qualquer coisa menos tomar o pequeno-almoço, por causa do horário antipático. Fascinam-me espaços com um pé-direito de arrebimbomalho. Há nesse efeito arquitectónico uma estética do sagrado, ou uma consagração da estética, que provoca uma alteração de consciência, uma expansão da sensibilidade e da intuição." (Aspirina B)
Ora, ora, Lady Kina, a mescalina tem o mesmo efeito por muito menor estipêndio.
Eu, por exemplo, gostaria de renovar votos matrimoniais em Serralves. Como apreciamos festividades ciganas, a ideia seria encerrar o museu e o jardim durante uma semana.
Francamente, Ó, que péssima ideia a sua. Pior do que misturar cadáveres ilustres com lúdicos repastos, só mesmo isso de supor compatível essa espécie de povo, vigários andrajosos avessos ao progresso e civilidade partilhada, com Instituições Culturais. Vá, mais reverência, menos bandalheira, haja mínimos.
(já estou a ver que o Ó, e de acordo com essa sua lógica despudorada da miscigenação, também achou muito bem que lá metessem o preto e a trovadora boémia)
Sempre. Como no inferno, há sempre lugar para mais um. Desde que aqueles que cheguem com livros do JRS e afins os tragam por bem, para alimentar a pira das festividades. Ah, durante a alvorada dançaremos todos no despudor da nudez ébria, em torno da fogueira. Fica toda a gente convidada, até a deliciosa anónima que se atrapalha com o corrector ortográfico.
Não me digam que, "os nossos pensadores", depois de tanta dança no despudor de misturarem alhos com bugalhos, ou do cuidado cirúrgico em filtrar o que podem, ou não, considerar admissível ou inadmissível de acordo com as respectivas cores partidárias, num espectáculo em que ficaram mesmo nus e, realmente, pareciam em estado ébrio, tendo em conta a incompetência dos argumentos que foram arranjar, ainda vão ter forças para danças durante a alvorada em torno de uma fogueira. São uns bravos! (não resisti e, desta vez, nem consigo achar divertido, acho mesmo que o que ficou a nu, depois, é demasiado revelador. Nem me consegui divertir com o momento Nelito (estou a contar que percebam e não levem a mal a alusão) da Lady Kina e do onónimo quiescente, eu é que, desta vez, não estou a conseguir sair do modo xô dona Palmira)
Caro Pipoco, esta é sem dúvida a questão mais pertinente a ser levantada. Até à semana passada ninguém sabia que os restos mortais de Almeida Garrett habitam o Panteão Nacional. Aliás, muitos já se tinham esquecido que esse monumento existe.
Ah... outra vez o Zé-ninguém e trouxe as manias pois claro. Chegará a altura em que verá mal ao perto e depois quero ver se se arma em esperto. Ou já anda de óculos na ponta do nariz? Cheio de pelos, suponho. Que aqui pode supor-se tudo. Um tio tão chique e nem tem um porteiro. Ts ts.
vamos tentar não seguir uma ordem cronológica, para variar?
Querida Lady Kina, estamos sempre em sintonia. Só espero que não padeça também das maleitas que a cara, e deliciosa, anónima me atribui. As festividades estão agendadas para a segunda quinta feira do mês após a realização do jantar do Pipoco.
Cara anónima que se atrapalha com o corrector "automatique", zé ninguém sou eu sim, acertou com estrépito. Só cá venho quando o auxiliar da ala "gériatrique" vai à merenda.
Cara Cláudia, está cada vez mais enigmática. Não convidei políticos para as festividades, se é isso que a preocupa.
Não percebo se está zangada ou simplesmente a ser irónica. Imagino que seja algo relacionado com a sua anterior homilia, que não tive o prazer de ler.
Recordo-me de criticar políticos na primeira tragédia em Pedrogão, e o engano e a mentira despudorada que associaram às patéticas explicações que apresentaram para esconder o seu desinteresse e a sua incompetência.
Recordo-me de ter sido por si admoestado como sujeito que muito critica mas não levanta o respeitável traseiro do sofá, um estereótipo, digamos. A dada ocasião cheguei a pensar que me conhecia de algum lado.
Ora aqui estamos, alguns meses mais tarde, com o dobro das vítimas e outro gravíssimo surto de legionela, preocupados com o panteão, não vão os nossos ilustres "avós" acordar com o canto gregoriano dos jantares.
Caro onónimo, não percebeu o que escrevi, pelo que, confirma-se, fui enigmática.
Aquilo do Nelito, pretendeu ser uma coisa simpática, e, sim, até fiz uma adaptação de um comentário seu para escrever o meu que, pensava eu, teria sido claro. Não, não o visava de forma nenhuma, muito menos da forma como interpretou.
Reparo que não consegue ultrapassar aquela "admoestação", terá ficado traumatizado? Já eu, nem me lembro disso. Ah, mentira, lembro-me de uma frase, que gosto de aprender com quem sabe e, portanto, fixei, uma frase com que fez questão de terminar o desenrolar dessa minha tal "admoestação", acho que era exactamente assim: "Mostramos a nossa verdadeira natureza quando somos contrariados", será que poderemos fazer uma adaptação e dizer também "...ou quando pensamos que estamos a ser?".
Não pude deixar de reparar na sua elegância, quer em mencionar que não leu o meu comentário anterior, quer em ter deixado claro que, esse, foi um prazer a que se privou, o que denota, para além da elegância, uma grande capacidade de resistência aos prazeres desta vida.
Como se isto não bastasse, sem ter lido, ainda demonstra clarividência ao presumir tratar-se de homilia aquilo que escrevi e não simples partilha de ideias, às vezes, demasiado entusiasmada. Cada vez mais impressionada, caro onónimo.
Só estou a escrever isto por estar a divertir-me. Olha! já estou a conseguir divertir-me outra vez a escrever! Muito obrigada, onónimo! E também por estar certa de que não há o menor risco de voltar a sentir-se incomodado por qualquer outra eventual "admoestação" minha, uma vez que, certamente, voltará a resistir ao prazer de mais esta "homilia".
Raios, por que motivo haveria de sentir-me incomodado? Por ficar com a ominosa sensação de que pensa conhecer-me de algum lado?
Mas, logo assoma a beleza alva da inocência: - "pretendeu ser simpática", como é óbvio; - "fiquei traumatizado com o sofá", eu, um asceta que lhe parece não ter acorrido à necessidade dos seus parentes e concidadãos, preferindo o ambiente cálido da lareira de julho; - ficou "impressionada com 'homilia' e até se divertiu imenso". Parece uma tarde no parque aquático.
Está quase lá. Só mais um jeitinho para dizer que está "farta de se ler" (logo a mim, que sempre tive por certo que em dialéctica atentamos ao discurso do outro - lógico seria estar farta de ler o meu reflexo especular das suas homilias).
Curiosidade fugaz, tento imaginar qual o motivo para ter ficado "farta' de Se ler", há uns três meses, em plena tragédia nacional. Imagine os outros, minha cara.
"...em dialéctica atentamos ao discurso do outro...". Ora pois é exactamente isso, não retiramos do discurso do outro, em vez das suas exactas palavras devidamente contextualizadas, as interpretações que fizemos, conforme nos dá jeito, baralhamos aquilo tudo e voltamos a dar, sem já ter nada que ver com aquilo que o outro disse;
Exemplo, para a parte que está sempre a repetir e resumindo, lembro-me perfeitamente que me perguntou, mais ou menos desta maneira, entre outras coisas, se era o seu pessimismo que me desagradava, ao que eu respondi qualquer coisa como, talvez o meu lado pior viesse à tona com os pessimistas, possivelmente, teria tido azar com aqueles que tinha conhecido, que eram os primeiros a criticar e os últimos a levantar o cu para ajudar ou fazer alguma coisa. Como vê, e sabe perfeitamente, limitei-me a responder a uma pergunta sua, obviamente, não estava a referir-me a si que não conheço de lado nenhum, agora leia todo o espalhafato, desculpe, não posso chamar-lhe outra coisa, que o onónimo para aí faz de uma coisa que foi tão simples como isto, basta ler.
Eu, pelas cores completamente ao lado com que os seus discursos, a responder-me, tentam pintar-me, aliás, acho as suas respostas de uma total desproporção agressiva, não tenho a menor dúvida de que não me conhece de lado nenhum, nem sequer tal coisa alguma vez me passou pela cabeça, exactamente por aquilo que diz, não que eu não esteja carregada de defeitos, estou carregadinha deles, não são é desse tipo.
E sim, quando escrevo muito, como está a acontecer agora, farto-me de ler-me. E, essa coisa de vir buscar a tragédia nacional, mais uma vez, para, lá está, uma espécie de "pintar-me de insensível ao sofrimento alheio", a sério, onónimo?
Para terminar, quero que saiba que, mesmo de verdade, fico contente de voltar a lê-lo sempre que regressa, gosto sempre de "ver" as pessoas que já cá estavam quando aqui cheguei e as que me habituei a ver/ler depois, e, enquanto por aqui andarmos, eu sei que irei ler o que escreve, mesmo quando não concordo nada consigo, e acontece muitas vezes, nem no conteúdo, nem na forma, mas, dizem que a diversidade enriquece, não é?
(Um abraço para si, Pipoco. Se existir paraíso, já lá há-de estar um lugar supimpa guardado para si, por tudo o que o faço ter de ler relativamente às temáticas mais estas conversas paralelas e, desta vez, também ao sábado. Pronto, já vou calar-me)
É a minha cara, com a memória selectiva dessa intervenção - na qual associa univocamente um pessimista a um sujeito que não se levanta do sofá em hora de tragédia -, para recorrermos ao eufemismo, que aborda o tema da insensibilidade de alguém que-nunca-viu-mais-magro.
Situação ainda mais desagradável quando se está a dirigir a uma pessoa com familiares desolados pela tragédia. Sabe, há motivos para as nossas ausências, e se alguém extrapolou o que quer que fosse, dificilmente terei sido eu.
Aliás, se tem acompanhado o estado deste país, o número inimaginável de vítimas directas e indirectas de sucessivas tragédias com causas muito bem determinadas, o eterno flagelo dos sem-abrigo (adiado para 2023), o "novo modelo" de transvase baseado em camiões cisterna, os relatórios técnicos que saltam entre ministérios há anos, dificilmente voltará a irritar-se com o meu pessimismo.
Isto é assunto de um surrealismo quase redentor, mas próprio de jardim de escola.
Pela minha parte, tomo nota da sua preocupação com a dignidade do panteão de um estado ao qual já nenhuma resta, e agradecia-lhe o favor de não me incluir nessas lucubrações que envolvam termos como "nelito" e julgamentos de carácter que mencionem "glúteos".
Pode e deve sempre manifestar toda a sua discordância, mas através do "mérito" da sua argumentação, preferencialmente sem mencionar a minha pessoa. Sempre apreciei relações recíprocas. Obrigado.
Quando chegar a primavera podemos organizar um picnic num cemitério ...
ResponderEliminarEntramos então na discussão alternativa que é o mau gosto de fazer um jantar no Panteão, Capitã?
EliminarMau gosto? Homessa. Até à mesa esta gente quer discutir os gostos, porra.
EliminarViva o Folclore e a Palhaçada
EliminarViva o Dantas
PUM
Mas aquilo não é um mausoléu? Será relevante a zona do mausoléu onde se janta?
EliminarPor mim, a única chatice é não me terem convidado. Mas fico sempre espantada por estas decisões passarem por tanta gente e não haver uma única alma a quem ocorra que a ideia é capaz de não ser brilhante.
EliminarÉ uma excelente pergunta. Depreendo então que a área confinada às paredes exteriores é aquela em que um jantar é um problema
Eliminar(tecnicamente podia fazer-se no estacionamento, claro...)
Está a ir demasiado depressa, capitã. Essa era a minha conclusão final.
Eliminar(fez-me lembrar o então presidente Cavaco a hastear a nacional bandeira virada para baixo, num desses dias de que nos orgulhamos e toda a gente a ver e ninguém a ter uma epifania e parar com aquela trapalhada)
O que eu não entendo é a relevância do mausoléu. Quando vi a foto até pensei que tinham aproveitado as tumbas para fazer de mesas.
EliminarMas aquilo não é um espaço que se aluga, tipo salão de festas, como aliás muito outro "património"?
EliminarMas o Panteão tem estacionamento?
EliminarTem. E é eterno.
Eliminar(Pipoco, em achando demais, já sabe, não publica. Como diria a Gina, eu gosto de si na mesma.)
Tio, e sabe o Tio dizer-nos, sem consultar o Google, a importância e dimensão dessa ocasião tão especial onde o Tio Cavaco cometeu essa gaffe da bandeira?
EliminarParece-me apropriado na perfeição - a vanguarda da ciência e tecnologia a contrariar o senso comum: "restos não são uma alimentação saudável"? Ai ninas.
ResponderEliminarE então, Lady, ficamos assim, com esta análise tão pouco profunda?
EliminarOh. Era só uma piada. Já sabe que mais não deve esperar de mim.
EliminarNenhuns ilustres. No átrio central não está ninguém.
ResponderEliminarIsso.
EliminarEu tenho já uma ideia para o ano que vem. Fica um pouco fora de mão mas será fora de série!!!
ResponderEliminarhttps://peripeciasdeumsolteiro.blogspot.com.es/2017/11/web-summit-e-o-panteao.html?showComment=1510517179108#c8703602063572330946
Já agora, só assim naquela, os senhores e senhoras estão indignados com o quê? com o facto de o Panteão estar à venda para realização de eventos ou só acham que Este Jantar não é dignificante lá dos objectivos daquilo? Tipo se fosse para fazer a antestreia do novo espectáculo do La Feria em homenagem àquele gajo da bola já estava bem? Ou para o lançamento de um inédito do Prémio Nobel já era de bom gosto?
ResponderEliminar"Não é de agora que se realizam ali eventos. Há 14 anos, a 24 de outubro de 2003, o livro Harry Potter e a Ordem de Fénix foi lançado por entre os cenotáfios do Infante D. Henrique, Pedro Álvares Cabral, Luís Vaz de Camões e os túmulos de Almeida Garrett, Humberto Delgado, Teófilo Braga, Guerra Junqueiro ou Amália Rodrigues. Não consta que uma eventual indignação tenha levado as mais altas figuras do Estado a dizer coisas. Já a 16 de outubro, a NAV Portugal, empresa pública do Estado, realizou um "jantar de gala" para homenagear trabalhadores, incluindo um "welcome drink no terraço do Panteão" e "música ambiente". Também não foi notícia, a não ser pela denúncia do site Má Despesa Pública, que publicou o contrato de aquisição do jantar pelo "valor total de 17 600 euros, acrescido do IVA, à taxa legal em vigor, a que corresponde o valor de 38 euros por pessoa". DN
ResponderEliminar(jantar a trinta e oito euros por pessoa é o mesmo que dizer que os vinhos eram de qualidade média-baixa)
Eliminarahahahahaha gotta love u :D
Eliminar(lá está,- "vinhos (...) de qualidade média-baixa", -nada digno, nada digno)
EliminarLadyKina, está então a sugerir que o nosso PM é obtuso por ter feito declarações onde manifestou que tais festanças são indignas de tão simbólico monumento?
EliminarNo sentido figurado e pejorativo do termo, sim, sugiro. E aguardo com alguma impaciência o momento em que veremos o nosso PR muito abraçado à Amália, na tentativa de confortá-la por este tão bravo avilte.
EliminarA senhora directora lá do Panteão esclareceu que no sitio onde se realizou o jantar, não há sepulturas, ou seja, não há corpos e isso, misturados com vinho vintage de primeira qualidade, lagosta suada e gelado de ouro branco. Pronto, assim a malta já pode deixar de se indignar, achar que jantar num local onde descansam os entes queridos de alguém, não é coisa de um tremendo mau gosto, tal como não é pouco ético - se calhar a ética não dá dinheiro.
ResponderEliminarJá agora, e porque parece que ninguém quer esclarecer cá a malta, se realmente se cobra pelos ditos jantares, aquilo serve para manutenção do espaço em questão, ou é mais um dinheirinho que vai parar a parte incerta? Cansada de partes incertas por tudo quanto é lado.
(a pergunta que acho que se deveria colocar, era se todos aqueles que já perderam a sua mãe, pai, filhos, pessoas que amaram, gostariam de ver invadido um espaço de silêncio, com jantares à luz de velas ali mesmo ao lado? Ah, pronto, existiam velas... afinal sempre foi um momento solene... pffff)
Olha quem voltou. Que saudades das suas doutas opiniões, bela Maria!
EliminarMaria Madeira, este chinfrim todo é, afinal, por solidariedade para com a Flora e o Miguel Sousa Tavares?
Eliminar(para com o charmoso Miguel Sousa Tavares, claro. E qual era a dúvida?! e eu lá era pessoa para fazer chinfrim por outra coisa qualquer?)
Eliminar(são meras opiniões e, sim, chateia-me que nos dias que correm tudo o que se diga/escreva, que não vá ao encontro de outras opiniões, seja classificado de disparatado, imbecil e coisa que não merece um segundo de atenção porque saiu das redes sociais. Lá no tempo da ditadura - felizmente não foi o meu - nada se podia dizer, agora que se vive, supostamente, num estado democrático, se a nossa opinião causar desconforto, pá, não se liga, são os disparates das redes sociais, as habituais indignações das redes sociais. façam o favor de se entender, sim, ou querem as opiniões das pessoas, ou não finjam que querem as opiniões das pessoas, quando só querem que a malta seja submissa e dada "bués" ao servilismo, ah, e que saiba pôr cruzinhas em boletins de voto)
EliminarSe não andares em carneirada e a dar palmadinhas nas costas minha boa amiga és tratada abaixo de lixo e difamada. É assim que funciona.
EliminarDesculpem vir contrariar a opinião, ao que parece, generalizada, mas eu não estou a ver a razão de tanto alarido para além daquele velho hábito de criticar tudo porque sim e porque não.
ResponderEliminarPelo país inteiro são usados espaços classificados, entre monumentos nacionais e alguns até com o selo da UNESCO, para realizar eventos da mais variada natureza. Haverá chavascal maior que festas académicas ou até casamentos? Pois eu já fui a uns quantos em monumentos ou edifícios classificados. Quero acreditar que neste caso se portaram todos muito bem e ninguém limpou a boca aos reposteiros. Não percebo, honestamente, o escândalo para além do facto deste evento ter tido maior visibilidade para o público e, como tal, ter-se tornado um assunto fácil.
Quanto à sua pergunta: fui ao Google certificar-me que não compreendo como é que lá foram parar metade dos nomes.
Mau! eu contrariei primeiro.
EliminarTem razão Lady Kina. Nem me apercebi porque eu cego logo aos dois segundos quando vejo disparates :)
EliminarResumindo e concluindo: As comesainas no átrio do Panteão, que afinal, não foi invadido, à socapa, nem nada, atrai muito mais audiências do que o assédio sexual que acontece/u um pouco por todo o mundo, especialmente, no mundo Hollywoodesco. A prova provada e recomprovada está à vista nesta simples abertura e fecho d'assunto. Pese, embora, a chave seja de oiro cravejada de diamantes...os assuntos são de latão. ahahahaha
ResponderEliminarLolololol...porque será que, quando quero, me faz a vontade e não publica o que comento??
ResponderEliminarAssina: A amiga predilecta de Don Pipoco.
Não sabendo o nome de todos, considero "pecado" não saber aí uma meia dúzia de nomes dos que lá descansam... alguns são realmente ilustres e eternos...
ResponderEliminarO único escândalo é o preçário de país pobre.
ResponderEliminarNão, não, há outro, a comunicação social a cavalgar as redes sociais.
Vou tentar explicar o quanto acho ridículo, para começar vou dizer ridículo, o país autorizar este tipo de eventos no Panteão, e não é de agora que acho isto...
ResponderEliminarPipoco, independentemente de ter de ir ou não ao Google para saber quem são os ilustres cujos restos repousam no Panteão, independentemente do local, no Panteão, onde acontecem os tais eventos, para mim, o que tem relevância, é o simbolismo atribuído ao Panteão.
Estar no Panteão é o acto simbólico que o país tem de homenagear aqueles que considera terem-se destacado de alguma maneira e que, com/por isso, contribuíram também para o engrandecimento do país, portanto, exactamente o contrário da banalização, ora, qualquer evento que não tenha nada que ver com isto (com os tais grandes feitos e com gente que se considere ter contribuído em muito para isso) realizado naquele sítio, é estar a banalizar o que foi criado, precisamente, para enaltecer o contrário da banalidade. Chegados aqui, neste contexto, como é que é possível que achem isto normal, permitir-se, ali, jantares e eventos de entretenimento em modo parque de diversões? Mas não acham isto particularmente estúpido? Absurdo até dizer chega? Precisamente pelo simbolismo atribuído àquele monumento específico.
Se acham mal que exista um Panteão, se acham mal que o Panteão sirva de mausoléu/homenagem aos tais ilustres, se não concordam com os ilustres que lá estão, queriam outros, se acham que ninguém deveria ser considerado ilustre, isso são outras questões, agora, a partir do momento em que existe o Panteão, que por sua vez tem aquela finalidade específica e aquele significado, não deveria, acho eu, estar no mesmo saco que uma data de outras situações, deveria estar fora do roteiro de rentabilização do património, mesmo que seja, e espero que sim, também para poder manter em condições esse mesmo património.
Eu gostava que os responsáveis por estas coisas do meu país tivessem este tipo de discernimento, mesmo que as pessoas que querem lá realizar os eventos não o tenham, tivessem o cuidado, a sensibilidade, de saber separar trigo de joio e que, pelo menos, aparentassem ser um pouco mais do que uma cambada que, desde que lhe acenem com notas, tudo é vendável.
Ponham as jóias de família todas no prego, mas, eh pá, se calhar, lembram-se do valor simbólico que decidiram atribuir àquela jóia que a bisavó nunca tirava? Então, eh pá, vejam se, pelo menos essa, pelo menos essa, escapa, percebem?
Uma vez que o assunto, embora fechado, se mantém em aberto, e ainda que já quase tudo tenha sido dito a propósito e, mais, a despropósito, e enquanto não irrompem novos temas para engalfinhamentos futuros,- para exercitarmos as neuroses e gozarmos da frustrante ontologia -, e sendo que eu continuo me divertindo às custas deste, deixo mais esta achega:
ResponderEliminar"Gostava de jantar no Panteão, esse monumento completamente desprezado na cultura e sociedade do rectângulo peninsular até há dias. Ou almoçar. Lanchar. Qualquer coisa menos tomar o pequeno-almoço, por causa do horário antipático. Fascinam-me espaços com um pé-direito de arrebimbomalho. Há nesse efeito arquitectónico uma estética do sagrado, ou uma consagração da estética, que provoca uma alteração de consciência, uma expansão da sensibilidade e da intuição."
(Aspirina B)
Ora, ora, Lady Kina, a mescalina tem o mesmo efeito por muito menor estipêndio.
EliminarEu, por exemplo, gostaria de renovar votos matrimoniais em Serralves. Como apreciamos festividades ciganas, a ideia seria encerrar o museu e o jardim durante uma semana.
Francamente, Ó, que péssima ideia a sua. Pior do que misturar cadáveres ilustres com lúdicos repastos, só mesmo isso de supor compatível essa espécie de povo, vigários andrajosos avessos ao progresso e civilidade partilhada, com Instituições Culturais. Vá, mais reverência, menos bandalheira, haja mínimos.
Eliminar(já estou a ver que o Ó, e de acordo com essa sua lógica despudorada da miscigenação, também achou muito bem que lá metessem o preto e a trovadora boémia)
EliminarSempre. Como no inferno, há sempre lugar para mais um.
EliminarDesde que aqueles que cheguem com livros do JRS e afins os tragam por bem, para alimentar a pira das festividades.
Ah, durante a alvorada dançaremos todos no despudor da nudez ébria, em torno da fogueira.
Fica toda a gente convidada, até a deliciosa anónima que se atrapalha com o corrector ortográfico.
Quem?...eu????
Eliminarahahahahahahahahahahahah
Eliminaré anónima? é deliciosa? atrapalha-se com o corrector ortográfico?
então siga!
NEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEXT
( eu vou, claro, Oh Ó, palavra que disseste: "ébria"!
;DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD
Não me digam que, "os nossos pensadores", depois de tanta dança no despudor de misturarem alhos com bugalhos, ou do cuidado cirúrgico em filtrar o que podem, ou não, considerar admissível ou inadmissível de acordo com as respectivas cores partidárias, num espectáculo em que ficaram mesmo nus e, realmente, pareciam em estado ébrio, tendo em conta a incompetência dos argumentos que foram arranjar, ainda vão ter forças para danças durante a alvorada em torno de uma fogueira. São uns bravos!
Eliminar(não resisti e, desta vez, nem consigo achar divertido, acho mesmo que o que ficou a nu, depois, é demasiado revelador. Nem me consegui divertir com o momento Nelito (estou a contar que percebam e não levem a mal a alusão) da Lady Kina e do onónimo quiescente, eu é que, desta vez, não estou a conseguir sair do modo xô dona Palmira)
Caro Pipoco, esta é sem dúvida a questão mais pertinente a ser levantada. Até à semana passada ninguém sabia que os restos mortais de Almeida Garrett habitam o Panteão Nacional. Aliás, muitos já se tinham esquecido que esse monumento existe.
ResponderEliminarAh... outra vez o Zé-ninguém e trouxe as manias pois claro. Chegará a altura em que verá mal ao perto e depois quero ver se se arma em esperto. Ou já anda de óculos na ponta do nariz? Cheio de pelos, suponho. Que aqui pode supor-se tudo. Um tio tão chique e nem tem um porteiro. Ts ts.
ResponderEliminarvamos tentar não seguir uma ordem cronológica, para variar?
ResponderEliminarQuerida Lady Kina, estamos sempre em sintonia. Só espero que não padeça também das maleitas que a cara, e deliciosa, anónima me atribui. As festividades estão agendadas para a segunda quinta feira do mês após a realização do jantar do Pipoco.
Cara anónima que se atrapalha com o corrector "automatique", zé ninguém sou eu sim, acertou com estrépito. Só cá venho quando o auxiliar da ala "gériatrique" vai à merenda.
Cara Cláudia, está cada vez mais enigmática. Não convidei políticos para as festividades, se é isso que a preocupa.
Não percebo se está zangada ou simplesmente a ser irónica. Imagino que seja algo relacionado com a sua anterior homilia, que não tive o prazer de ler.
Recordo-me de criticar políticos na primeira tragédia em Pedrogão, e o engano e a mentira despudorada que associaram às patéticas explicações que apresentaram para esconder o seu desinteresse e a sua incompetência.
Recordo-me de ter sido por si admoestado como sujeito que muito critica mas não levanta o respeitável traseiro do sofá, um estereótipo, digamos. A dada ocasião cheguei a pensar que me conhecia de algum lado.
Ora aqui estamos, alguns meses mais tarde, com o dobro das vítimas e outro gravíssimo surto de legionela, preocupados com o panteão, não vão os nossos ilustres "avós" acordar com o canto gregoriano dos jantares.
Minhas senhoras...
Caro onónimo, não percebeu o que escrevi, pelo que, confirma-se, fui enigmática.
ResponderEliminarAquilo do Nelito, pretendeu ser uma coisa simpática, e, sim, até fiz uma adaptação de um comentário seu para escrever o meu que, pensava eu, teria sido claro. Não, não o visava de forma nenhuma, muito menos da forma como interpretou.
Reparo que não consegue ultrapassar aquela "admoestação", terá ficado traumatizado? Já eu, nem me lembro disso. Ah, mentira, lembro-me de uma frase, que gosto de aprender com quem sabe e, portanto, fixei, uma frase com que fez questão de terminar o desenrolar dessa minha tal "admoestação", acho que era exactamente assim: "Mostramos a nossa verdadeira natureza quando somos contrariados", será que poderemos fazer uma adaptação e dizer também "...ou quando pensamos que estamos a ser?".
Não pude deixar de reparar na sua elegância, quer em mencionar que não leu o meu comentário anterior, quer em ter deixado claro que, esse, foi um prazer a que se privou, o que denota, para além da elegância, uma grande capacidade de resistência aos prazeres desta vida.
Como se isto não bastasse, sem ter lido, ainda demonstra clarividência ao presumir tratar-se de homilia aquilo que escrevi e não simples partilha de ideias, às vezes, demasiado entusiasmada. Cada vez mais impressionada, caro onónimo.
Só estou a escrever isto por estar a divertir-me. Olha! já estou a conseguir divertir-me outra vez a escrever! Muito obrigada, onónimo! E também por estar certa de que não há o menor risco de voltar a sentir-se incomodado por qualquer outra eventual "admoestação" minha, uma vez que, certamente, voltará a resistir ao prazer de mais esta "homilia".
Raios, por que motivo haveria de sentir-me incomodado? Por ficar com a ominosa sensação de que pensa conhecer-me de algum lado?
EliminarMas, logo assoma a beleza alva da inocência:
- "pretendeu ser simpática", como é óbvio;
- "fiquei traumatizado com o sofá", eu, um asceta que lhe parece não ter acorrido à necessidade dos seus parentes e concidadãos, preferindo o ambiente cálido da lareira de julho;
- ficou "impressionada com 'homilia' e até se divertiu imenso". Parece uma tarde no parque aquático.
Está quase lá.
Só mais um jeitinho para dizer que está "farta de se ler"
(logo a mim, que sempre tive por certo que em dialéctica atentamos ao discurso do outro - lógico seria estar farta de ler o meu reflexo especular das suas homilias).
Curiosidade fugaz, tento imaginar qual o motivo para ter ficado "farta' de Se ler", há uns três meses, em plena tragédia nacional. Imagine os outros, minha cara.
"...em dialéctica atentamos ao discurso do outro...". Ora pois é exactamente isso, não retiramos do discurso do outro, em vez das suas exactas palavras devidamente contextualizadas, as interpretações que fizemos, conforme nos dá jeito, baralhamos aquilo tudo e voltamos a dar, sem já ter nada que ver com aquilo que o outro disse;
ResponderEliminarExemplo, para a parte que está sempre a repetir e resumindo, lembro-me perfeitamente que me perguntou, mais ou menos desta maneira, entre outras coisas, se era o seu pessimismo que me desagradava, ao que eu respondi qualquer coisa como, talvez o meu lado pior viesse à tona com os pessimistas, possivelmente, teria tido azar com aqueles que tinha conhecido, que eram os primeiros a criticar e os últimos a levantar o cu para ajudar ou fazer alguma coisa. Como vê, e sabe perfeitamente, limitei-me a responder a uma pergunta sua, obviamente, não estava a referir-me a si que não conheço de lado nenhum, agora leia todo o espalhafato, desculpe, não posso chamar-lhe outra coisa, que o onónimo para aí faz de uma coisa que foi tão simples como isto, basta ler.
Eu, pelas cores completamente ao lado com que os seus discursos, a responder-me, tentam pintar-me, aliás, acho as suas respostas de uma total desproporção agressiva, não tenho a menor dúvida de que não me conhece de lado nenhum, nem sequer tal coisa alguma vez me passou pela cabeça, exactamente por aquilo que diz, não que eu não esteja carregada de defeitos, estou carregadinha deles, não são é desse tipo.
E sim, quando escrevo muito, como está a acontecer agora, farto-me de ler-me. E, essa coisa de vir buscar a tragédia nacional, mais uma vez, para, lá está, uma espécie de "pintar-me de insensível ao sofrimento alheio", a sério, onónimo?
Para terminar, quero que saiba que, mesmo de verdade, fico contente de voltar a lê-lo sempre que regressa, gosto sempre de "ver" as pessoas que já cá estavam quando aqui cheguei e as que me habituei a ver/ler depois, e, enquanto por aqui andarmos, eu sei que irei ler o que escreve, mesmo quando não concordo nada consigo, e acontece muitas vezes, nem no conteúdo, nem na forma, mas, dizem que a diversidade enriquece, não é?
(Um abraço para si, Pipoco. Se existir paraíso, já lá há-de estar um lugar supimpa guardado para si, por tudo o que o faço ter de ler relativamente às temáticas mais estas conversas paralelas e, desta vez, também ao sábado. Pronto, já vou calar-me)
Engana-se.
EliminarÉ a minha cara, com a memória selectiva dessa intervenção - na qual associa univocamente um pessimista a um sujeito que não se levanta do sofá em hora de tragédia -, para recorrermos ao eufemismo, que aborda o tema da insensibilidade de alguém que-nunca-viu-mais-magro.
Situação ainda mais desagradável quando se está a dirigir a uma pessoa com familiares desolados pela tragédia. Sabe, há motivos para as nossas ausências, e se alguém extrapolou o que quer que fosse, dificilmente terei sido eu.
Aliás, se tem acompanhado o estado deste país, o número inimaginável de vítimas directas e indirectas de sucessivas tragédias com causas muito bem determinadas, o eterno flagelo dos sem-abrigo (adiado para 2023), o "novo modelo" de transvase baseado em camiões cisterna, os relatórios técnicos que saltam entre ministérios há anos, dificilmente voltará a irritar-se com o meu pessimismo.
Isto é assunto de um surrealismo quase redentor, mas próprio de jardim de escola.
Pela minha parte, tomo nota da sua preocupação com a dignidade do panteão de um estado ao qual já nenhuma resta, e agradecia-lhe o favor de não me incluir nessas lucubrações que envolvam termos como "nelito" e julgamentos de carácter que mencionem "glúteos".
Pode e deve sempre manifestar toda a sua discordância, mas através do "mérito" da sua argumentação, preferencialmente sem mencionar a minha pessoa.
Sempre apreciei relações recíprocas.
Obrigado.
epá, g'anda fecho d'assunto. isto assim sim.
ResponderEliminar