02 junho 2017

Voltando ao normal

Há em J. Silver Kengington e no seu último livro "Baker Street and the future of economics", edição da Morse Books, de Londres, todo um tratado que disseca as razões do Brexit, naquilo que de mais profundo alimenta os medos dos ingleses, J. Silver Kengington leva-nos até ao tempo dos Normandos, evidenciando o bom e o mau que fizeram ao longo de toda a costa da Grã-Bretanha virada para o Canal e de toda a sua influência nos primeiros tempos da industrialização e, sem quase nos deixar respirar, traça um paralelo com a vida monástica na Índia imperial, convidando-nos, numa miríade de sabores e cheiros típicos das zonas tropicais, ao mais profundo do nosso ser, ao relaxamento e à contemplação que os velhos monges budistas nos trazem, a nós que sempre preferimos a medicina ocidental, essa máquina que nos cria tantas ansiedades em vez de nos remeter para o porto seguro dos grandes filósofos e das suas verdades a um tempo complexas mas satisfatórias, sumarizadas mas a abarrotar de conteúdo, aliás, já na anterior obra de J. Silver Kengington , o mais que aclamado "We are all toghether now", o autor nos remetia para o imaginário dos antigos povos, no caso os Sarracenos, e nos pincelava a aparente complexidade dos nossos dias com as técnicas de gestão emocional que usavam com saber e parcimónia, propondo-nos paralelismos que, embora nos pareçam rudimentares, têm o condão de nos projectar para o neo-realismo e para o natural-surrealismo de que Garcia Marquez e a sua Barranquilla natal foram os expoentes máximos, bem gostava eu de saber quem leu esta porcaria até aqui, mas, já que aqui estão sempre aproveito para dizer que o chocolate preto salgado está a bom preço no Fauchon da Rue de La Concorde e que já há perfume Boss Legend em embalagens de duzentos mililitros no free-shop do aeroporto de Madrid, mas só no do Terminal quatro, que é de onde saem os voos da Iberia.

11 comentários:

  1. ora bolas. agora que eu começava a raciocinar...

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  2. Esqueça lá isso das promoções nas duty free shops, e continue com isso da sabedoria emocional dos sarracenos.

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  3. Um dia gostava de experimentar uma ação dessas de técnicas de gestão emocional, devem aprender-se coisas boas e úteis.

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    1. Anónimo2.6.17

      (o Pipoco é o Gustavo Santos??!)

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  4. Anónimo2.6.17

    Temos o Pipoco onde queremos!

    Agora que, para evitar O Jantar, foi visitar um primo a Madrid, cara Cláudia Filipa, é placar o Homem pela frente com o Ulysses que eu próprio lhe espeto com o algoritmo de Shor por ó detrás.

    eh eh eh eh eh

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    1. Cláudia Filipa3.6.17

      Bem vê, caro onónimo, Pipoco está convencido de que as pessoas dos blogs não recordam nada do que aqui se disse passadas quarenta e oito horas, depois pode contar com o facto de gostarmos dele a ponto de fingirmos que sim senhores acontece-nos uma total amnésia e assim. Mas concordo inteiramente consigo, não deverá ficar sistematicamente impune, em vez da placagem com o Ulisses, pensei no comentário extremamente maçador que se seguirá a este, se conseguir ler até ao fim, poderá constatar a dimensão do castigo, ora sem mais demoras...

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  5. Também estava a gostar, as melhores coisas que escrevi foram em fluxo de consciência, é um dos meus recursos preferidos. E gosto muito quando o faz aqui, o que é raríssimo. Siga, dez minutos a escrever sem parar, mesmo que doa o braço.

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  6. Cláudia Filipa3.6.17

    Os medos dos Ingleses do Brexit, (Les pauvres, pauvres Ingleses, que Xilre me perdoe), por exemplo, tão parecidos com os medos dos Húngaros, sim, o seu post recordou-me uma conversa em Budapeste, uma pessoa a explicar-me o papão que são os estrangeiros para os Húngaros, o orgulho nacionalista exacerbado de mão dada com a xenofobia, a desconfiança e as caras fechadas de povo castigado, embora, a seu tempo, também tenha castigado, mas lá que sofreram, sofreram, e lá que também foram império, também, os Ingleses do Brexit com o papão dos Normandos, sem nunca ter abandonado a sua libra, iguais aos Húngaros com o papão, por exemplo, dos Turcos, sem nunca ter abandonado o seu florim, tão mas tão parecidos, afinal. A Europa composta por uma data de antigos impérios, vários grupos de povos antigos donos disto tudo, à vez. Pois, "os medos" e talvez também arrogâncias várias de antigos impérios, não? O que é certo é que tem sido bem difícil isto do "toghether" (União Europeia) ou do "we are all the same", a sabedoria budista é coisa muitíssimo difícil de alcançar, mais depressa nos salta um sarraceno das vísceras, embora, agora, tenha ficado baralhada com esse "saber e parcimónia" uma vez que estava habituada à versão "sarraceno façanhudo", e os antigos povos um desassossego antes de pararem de disputar bocados do planeta. Já o Aeroporto, aí está um sítio onde nos encontramos todos de todas as nacionalidades, "We are all toghether now", e quando vamos a voar, quando os saltinhos são maiores e olhamos de lado uns para os outros num "ai, ai, ai isto será normal, não estará um bocado exagerado?!" Estamos mesmo naquele ponto “ we are all the same” e é muito mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa e tudo, quase, quase budistas, mas depois aterramos e vamos às nossas vidas, bem gostava eu de saber se leu esta porcaria até aqui ou se aprovou o comentário ao fim da quarta linha à confiança, se chegou até aqui Pipoco, um excelente fim de semana, extensível a todo o seu ilustre e corajoso auditório, que também teve a bravura de chegar a esta linha.

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  7. Anónimo5.6.17

    caraças Cláudia, o castigado fui eu! D. Pipoco toma xarope de astúcia três vezes ao dia.

    quando vier outro calhau do espaço vamos sentir-nos todos unidos. por pouco tempo, mas tempo que será certamente de qualidade.

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  8. Cláudia Filipa5.6.17

    Vou dizer-lhe a rir o que tive vontade de dizer na altura e não disse: Também acho que o castigado foi o meu caro, não sei se atentou naquele pormenor do jantar para mim ser "a seu tempo" e depois, logo a seguir, para si, que se pôs com gritarias, passar a putativo, bem, seja como for, para encerrar o assunto e antes que Pipoco venha puxar-me as orelhas, sempre lhe digo que me pareceu que, eu, o onónimo e, para sermos justos, o próprio Pipoco (e fiquei na dúvida em relação à Lady Kina), fomos os únicos a encher-nos de coragem relativamente a essa problemática do jantar, os outros, reparou? foi vê-los esquivarem-se (na verdade, deixe lá, devem ser todos uns trombudos antipáticos)

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    1. Anónimo6.6.17

      Caraças, cara Cláudia, toda a gente bate em quem é pequenino...
      ... e gordinho...
      ... e com pouco cabelo.

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