Quando cheguei ao meu destino, o Hilton de Barcelona, esta parte era escusada mas as coisas são como são e a persona faz-se de deixar estes pormenores espalhados displicentemente ao longo do texto, quando cheguei ao meu destino, dizia eu, arredondei a conta do táxi par um valor que incluía uma gorjeta generosa, tão generosa que o taxista se virou para trás, tirou os óculos escuros e agradeceu, surpreendido. Foi pela música clássica, justifiquei. E então o taxista explicou-me que ajusta a escolha musical ao que lhe parece que o passageiro está mais necessitado e que eu, engravatado com quarenta graus em Barcelona e o meu ar taciturno, lhe pareci estar precisado de música que me acalmasse durante o percurso e, acrescentou, foi também por isso que não me dirigiu a palavra, até porque notou, através dos seus óculos escuros, que eu fechava os olhos para melhor apreciar a sonata.
Depois apertámos as mãos e cada um foi à sua vida, ele divertindo-se a escolher a música que os clientes estão precisados, eu a desejar que o próximo cliente seja um casal que se adeque a uma coladera.
Gostei muito :)
ResponderEliminarahahahahahh
ResponderEliminarQueria estar lá, para ver, como esse casal se descosia
Bom almoço sô Pipoco
Gostei da sugestão de uma coladera, para um casal...
ResponderEliminarSeja bem-vindo. Já sentia saudade...
Esta de termos um crítico musical sentado ao volante de um táxi em Barcelona faz-me transportar para a realidade do taxismo português. Chega-lhe Rádio Comercial para o lombo! Até ferve!! =P
ResponderEliminarOs taxistas são uma espécia de fluido que corre nas veias de uma cidade, transportando e disseminando uma cultura específica, local, que pode ser bastante interessante ou pode, em alguns casos, ser irritante. Mas esse é um taxista excecional.
ResponderEliminarOu não teria dado um post. E um tão bom.
Só mais isto: lembro-me de em Barcelona ouvir anunciar no rádio precisamente de um taxista, tinha eu uns 19 anos, o grupo de música portuguesa "Los patadas y patadas". Creio que foi a única vez que gostei de ouvir os Xutos e Pontapés.
eu cá também foi parecido. o senhor até me perguntou como se escrevia "ilha" para poder digitar corretamente o nome da rua naquela coisa à esquerda que o colega lhe pôs ali.
ResponderEliminarMesmo merecedor da gorjeta generosa, que ainda possibilitou ficar (e ficarmos, ainda bem) a saber essa particularidade deliciosa.
ResponderEliminarPara a troca, não tão bonita, mas deixo-lhe a minha última conversa com um taxista: - Por favor, com toda a segurança, preciso que transforme este táxi num avião.
- Então, está a ir de táxi, qualquer coisa culpe o taxista, diga que antes de chegar ao destino pretendido, primeiro, levei-a a dar a volta ao mundo;
- Pois é, tem razão, e depois ainda acrescento: "Taxistas, sabem como é". Depois rimos e pronto.
Se fosse "o seu taxista", que música teria escolhido para mim? Talvez também música clássica, na tentativa de apaziguar a aflição/enervação de quem está atrasada.
Excelente meu caro.
ResponderEliminarQuem me dera ter tido psiquiatras com metade da perspicácia desse genial taxista.
taxista querido e profissional. parabéns!
ResponderEliminarvw