Houve um tempo, Tio Pipoco, em que líamos as mulheres dos blogs e aquilo era prosa que batia fundo, imaginávamos mulheres fatais, dessas que não queriam tomar conta de nós, que tanto nos podiam dar um nó cego quando ousávamos ir a jogo nas mais míticas caixas de comentários como podiam bater-se connosco no gin e na tequilla, sempre elegantes na forma como nos reduziam à nossa condição de rapazes que não sabiam nada de nada das coisas da vida. Era o tempo em que as mulheres dos blogs nos apareciam em sonhos irrequietos, sagazes na argumentação, não nos permitiam ir além do ponto de não retorno, eram poderosas.
Apaixonaram-se, e é sabido que as mulheres apaixonadas ficam fracas de escrita, depois partilharam com quem quis ver, e nós não quisemos (mas fomos os únicos), a forma como amamentavam, falaram-nos de choros de crianças e de roupas baratas, mostraram-nos como corriam corridas das graúdas, a nós que as imaginávamos sempre de saltos altos, falaram-nos de sementes e de papas, a nós que nunca considerámos a possibilidade de elas não jantarem sempre nos melhores restaurantes, mostraram-nos maus livros, más caras, maus glúteos.
E nós aqui, Tio Pipoco, a ver isto a acontecer e a não poder fazer nada a não ser dizer-lhes.
Estou a estranhar-te, RP... a máxima sempre foi "escolhe a que tiver melhores mamas", que interessa que não frequentem bons restaurantes? Tu também não e o que não faltam são mulheres apaixonadas por ti.
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Ruben, um dia que encontres o teu tio bem dispostinho, de preferência com um ou outro grão na asa, hás-de perguntar-lhe sobre os "factos da vida". Cheira-me que o teu tutor anda a esconder-te coisas, se calhar ele acha que é para preservar-te mas olha que não, olha que não...
ResponderEliminarTão profundo Ruben, não esperava isso de si, deixou o rugby, aquilo faz muitas concussões não é?
ResponderEliminarRuben?! "De onde se conclui que o blogger pode sempre evoluir"? Quase pareces o Tio, a escrever, a escrever Ruben, que o Tio, que nesta altura já deve ter abanado a cabeça para essa situação de teres tido sonhos irrequietos com mulheres dos blogs, também conhece o mito da mulher fatal, mito da literatura, do cinema, acho que foi a Marilyn Monroe que disse, mas não tenho a certeza, que um dos problemas dos homens era o de quererem ir para a cama com ela e depois decepcionarem-se ao acordar ao lado da Norma Jean, e não, não era por uma questão de diferença em termos de beleza, agora até estou a perguntar-me se naquela época já fosse época de blogs qual das duas o escreveria? Bem, ainda bem que as coisas foram como foram, assim preservou-se a Marilyn Monroe que o direito aos sonhos irrequietos também é um direito que merece ser preservado. Sim Ruben, a Marilyn foi só um exemplo, diz? Ah, pois, quando te apaixonas acontece-te precisamente o contrário, olhas para "a tua Norma Jean" e vês a Marilyn Monroe...Ah! Agora já é só a Cátia Vanessa, pois, não sei que te diga...ai sim?! Isso é que é pior...Então mas faz isso, tenta com todas as tuas forças que ela desista dessa ideia de ter um blog.
ResponderEliminarCircunstancias da vida Ruben, acontece isso.
ResponderEliminarAh, meu bom Ruben, essa época em que tudo é fatal e "bate fundo"...
ResponderEliminarDepois envelhecemos e lá vêm as pastilhas, as revistas, os blogs...
Ora, Ruben Patrick, o tempo das mulheres fatais, poderosas, inacessíveis, em boa verdade, nunca existiu. Foi tudo inventado...
ResponderEliminarOs homens, sempre gostaram de mulheres frágeis, que apetece proteger. Nós, mulheres, é que gostamos de homens fortes, viris, protectores, amigos e amantes...
Ora bolas! Esta mulher, deveras fatal, exalando um inesquecível odor a poder, sempre elegante na forma como vos reduz à vossa condição de rapazes (e com as raparigas acontece exatamente a mesma coisa, é impressionante) que pouco sabem das coisas da vida, encontrando-se agora, neste preciso momento, com alguma disponibilidade e cheia de vontade de sacar da sua prosa que bate fundo e dar assim três ou quatro nós cegos no esmorecido Ruben ou no seu intrépido Tio (têm de ser os nós cegos, o gin e a tequilla fariam, certamente, com que fosse encontrada mais tarde inanimada, ou seja, de facto seria uma fatalidade, mas não a pretendida) mas aqui chegada não há post novo, oh! Pronto, lá tenho de ir deixar de rastos as pessoas do mundo não virtual, bem que estava a querer poupá-las, mas assim não há condições.
ResponderEliminarUma boa tarde, Pipoco.