23 novembro 2016

Em loop

Aquela maneira de Cohen dizer "I´m ready, my Lord" também vos desassossega?

27 comentários:

  1. A mim faz-me sentir ainda mais respeito por ele. E pensar que, um dia, também quero sentir assim.
    E eu já tive à minha frente uma pessoa a dizer-me mais ou menos isso mas em português. Morreu pouco depois e era meu avô.

    É uma excelente pergunta essa sua.

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    1. Tenho vindo a pensar no tema, sabe? Se é ou não é um privilégio pressentir o fim e dizermos que estamos prontos.

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    2. Sem dúvida que é um privilégio. Assim a vida nos dê tempo para lá chegarmos e não se retire de nós antes de estarmos prontos. (outro loop)
      É fazermos o que de facto nos preenche - como por exemplo ter um blogue e fazer bom uso dele - e depois enfim, ter cuidados ao volante, e outros, just in case. Mas de facto é belíssimo vir cá para fora com um disco e partilhar esse estado de "pronto para ir" com o mundo.
      (ai que post tão bom)

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  2. Cláudia Filipa23.11.16

    Vinha responder-lhe e agora li o comentário da Susana e, bem, é que eu vinha dizer-lhe que uma das pessoas da minha vida que morreram e que não estava "oficialmente" doente, digamos assim, um tempo antes disse-me que sabia que não iria durar muito mais, que sentia isso e gostava que fosse eu a tomar conta de uma determinada situação, três semanas depois sentiu-se mal e foi para o hospital, oito dias depois morreu, pois, e era meu avô.
    Podia continuar com mais exemplos (pressentimentos?) que testemunhei, talvez seja por isso que essa situação que descreve no post já não me desassossegue, talvez por reconhecê-la como familiar.

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    1. O meu ponto era mais o ter consciência do fim.

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  3. Não me desassossega nem um pouco. Emociona-me! O facto de alguém se saber pronto para iniciar a longa viagem é até muito inspirador e tranquilizante. Abençoados os que viveram intensamente e se sentem assim preparados para partir.

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    1. É uma benção, alguém poder partir em paz. E sim, deve ser tranquilizador. Hoje fui ao Porto e ouvi o CD em contínuo. É muito ... perturbador.

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  4. Anónimo23.11.16

    Não. É esse o espírito.
    Preferiria-o, se tiver escolha, ao longo martírio pelo qual os meus Avós passaram.

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    1. Creio que todos preferiríamos partir sem dor. O ponto que me interessou é a consciência do fim, o que se sentirá, o balanço de vida, o que ficou por fazer.

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    2. Anónimo23.11.16

      Nada fica por fazer. A nossa vida é a soma de todos os nossos pensamentos e acções. Depois termina. E nesse momento é preferível a serenidade à inquietude. O que fizemos pode perdurar ou não, mas a estimativa daquilo que poderíamos / gostaríamos de ter feito mais não é que um estímulo final do intelecto, quando ele ainda está presente.

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    3. Gostava de ter essa certeza, meu caro. A certeza de que nada ficou por fazer, poder dizer que estou pronto.

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  5. Anónimo23.11.16

    Não sei se venho a este blog pelo PMS ou se pela Cláudia Filipa. É que sempre que há um novo post, vou logo procurar os comentários dela.

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    1. Eu venho pelo PMS, mas também gosto de ler o que a Cláudia Filipa tem para dizer. É um bem.

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    2. Cláudia Filipa23.11.16

      Vem pelo PMS, sem o PMS não estaria aqui nenhuma Cláudia Filipa, é o PMS que me faz ter esta vontade de falar pelos cotovelos em forma de comentários, se gosta o mérito é todo dele que me puxa pela ponta dos dedos no teclado (se não gostasse, o martírio também seria culpa dele).
      Muito obrigada e aceite este abraço que fiquei cheia de vontade de dar-lhe e portanto vou agora deixá-lo aqui para que o leve consigo.

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    3. Anónimo24.11.16

      tem piada, eu também venho a este blog por ambos,
      vw

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  6. noutro ano sim, muito, neste, mexe, talvez apanique um pouco, mas não chega a desassossegar, perdi quem mais tinha medo de perder este ano, todas as outras mortes, apesar de me custar que não haja mais Prince e Bowie, são pesarosas, tristes, mas não como a outra...

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    1. As pessoas da nossa vida são sempre as pessoas da nossa vida. Bowie, Prince e Cohen são outro género de pessoas da nossa vida, fazem outro tipo de falta.

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    2. E sim, é preciso estar muito apaziguado para dizer uma frase dessas, e até na despedida foi um poeta, é de uma beleza poética incrível, essa frase, apesar de simples.

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  7. Denota uma paz de espírito que muito gostaria de ter.

    Bom dia, Pipoco :)

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  8. Morrer é uma merda, não faz sentido nenhum e, na mesma linha de ideias, essa coisa da consciência e da paz de espírito também não.
    A minha avó morreu, depois de muito tempo acamada, consciente (uma alegria isso da consciência de morrer) só comigo e com a minha cabeça no peito dela. Dei por mim a "verificar" se estava mesmo morta. Deu o último suspiro com o meu ouvido colado ao peito dela.
    Não se iludam, não há nada de romântico nisto. O "I´m ready, my Lord" mesmo numa pessoa muito católica e poética não tem lógica nem paixão possíveis.
    Gostava muito de alinhar-me com os vossos pensamentos, seria mais reconfortante para mim, passaria uma melhor imagem da pessoa que sou mas, nisto da morte, só lhe vejo mesmo o que é: o fim.
    (Não estou amarga, estou só a conversar como se estivéssemos todos numa mesa de café).

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  9. Não desassossega, a partir do momento em que um familiar doce e querido morre no meu braço, transmitindo-me a paz de espírito que a Maria Eu gostaria... O suspiro foi tão tranquilo, tão desapegado, que só pode vir paz... Agora reconhecer a preparação... ai, isso são outras contas!

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  10. Não é bem assim...
    Fica o link;

    http://blitz.sapo.pt/principal/update/2016-10-17-Leonard-Cohen-explica-o-que-quis-dizer-com-estou-pronto-para-morrer

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  11. Anónimo24.11.16

    e agora? uma coisa completamente diferente?
    vamos lá! no post anterior só não me apanhou porque me pareceu estranho a Bardot no Regresso do Jedi.

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  12. Sim, desassossega... Penso que só será possível ter este sentimento quando se atinge a verdadeira maturidade, de outra forma acho que o sentimento será de profunda angústia..
    E sim, fica muito por fazer..perdi uma irmã com 18 anos, não terá ficado muito por fazer e viver?
    A morte será o eterno dilema do homem.

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