O Melchior de Mello, por exemplo, é um bom exemplo do que quero dizer, Ruben Patrick, o Melchior de Mello conheceu mundo mas não se notava, ficava sempre nos mesmos hotéis e fazia o que podia fazer ficando em Cascais, regressava e gastava dinheiro em livros raros que não lia e em projectos que nunca terminava, enfadava-se a meio, ligava-me a desoras para me perguntar opinião sobre a nova ideia que lhe tinha surgido, eu murmurava banalidades que o Melchior de Mello tomava com coisa de valor, ninguém tem ideias de valor a meio da noite, e mais dia menos dia, o Melchior de Mello informava-me, a meio de um almoço no Avillez ou no Sá Pessoa, que afinal não, que se tinha aborrecido com a coisa, com as mulheres era o mesmo, um dia eram as tais, as que haviam de envelhecer ao lado do Melchior de Mello, aconchegando-o com imaginárias mantas de lã de merino enquanto madeiros de azinho ardiam na lareira que o Melchior de Mello não sabia acender, no dia seguinte contava-me uma menoridade qualquer que o tinha enfastiado de morte, preocupava-se em despachá-la com a dignidade possível, tirando Carlos da Maia nunca conheci ninguém que desbaratasse tantos recursos como o Melchior de Mello.
As mulheres adoravam-no, evidentemente.
Ruben, as mulheres não adoram homens como o Melchior de Mello. Têm é pena deles, coitadinhos, e fazem de conta.
ResponderEliminarCristóvão Azevedo de Lencastre era conhecido pela sua inconstância, inconsequência, por não se interessar verdadeiramente por nada e também por ser mulherengo. Diziam que a vida para ele era um enorme bocejo. Kika Bettencourt ainda hoje recorda aquele jantar onde Cristóvão apareceu de braço dado com Caetana Cunha e Sá, conta-nos que Caetana Cunha e Sá olhava triunfante para todas as outras mulheres e eram bastantes, todas mulheres que Cristóvão Azevedo de Lencastre havia despachado por menoridades, Caetana não era uma dessas mulheres que, em vez de um homem a ser homem, gostasse de um homem a ser filho, mas era uma dessas mulheres que gastava grande parte das suas energias a competir com as outras, a combatê-las, Caetana tinha o olhar de quem tinha acabado de vencer um combate e Cristóvão era um troféu, troféu esse que, por ela, iria mudar, evidentemente, afinal ela era melhor do que todas as outras.
ResponderEliminarConta ainda Kika Bettencourt que, quando cada um seguiu a sua vida, nenhum ficou de coração partido e acrescenta que tinham uma peculiar característica em comum, eram exímios a desbaratar recursos.
Então meu caro Pipoco? Com essas estórias o Ruben vai acabar amancebado. Antes pilates...
ResponderEliminar...mas que raio de gente é essa?? Lá os Bettencourt ainda vou ouvindo falar, agora os demais, aqui mencionados, não quero saber e tenho raiva a quem o saiba!Tirando o Carlos da Maia, claro. Conheci bem a peça...
ResponderEliminarEu não digo que isto já parece uma reunião do género das que acontecem lá pelo "Murcom"?. Pelo amor de Deus. Nos blogues fala-se de bloggers, disserta-se sobre temas que interessem aos bloggers. Contam-se anedotas, fala-se de viagens, poesia, pintura, literatura, coisas que nos sirvam para nos enriquecer enquanto 'pessoas', senão, não vale a pena gastar a ponta dos dedos a teclar.
Outra coisa, querido PMS, estes textos de um só parágrafo, sem um único ponto final que nos possa permitir uma pausa para respirar, tiram-me o fôlego. Deixam-me exausta, tiram-me a vontade de 'aprender'...Lamento.
Afinal, quem é o Ruben Patrick, alguém me diz?
J.M.
pelo menos tem virgulas, o outro (José Saramago) nem isso, dá para pequenas pausas, em relação à pergunta é o sobrinho do PMS.
Eliminarespero ter ajudado.
Ah... Muitíssimo grata pela informação, Caro Urso Misha.
EliminarParece impossível que o anfitrião deste espaço nem se digne responder a uma pergunta feita por quem o visita.
Vale a gentileza dos leitores. Renovo os meus agradecimentos.
Quanto ao outro que escrevia sem vírgulas, apesar de Nobel, o único livro que comecei a ler de sua autoria, há muitos muitos anos, o "Levantado do Chão", foi também o único que deixei a meio e nunca mais o li. A ele, o escritor, claro.
Já sou fã da sua poesia, está ver? Paradoxos da vida real...
PS- E o sobrinho nunca vem visitar o tio? É que nunca cá o vi!!
J.M.
De nada J.M.
EliminarIsso do sobrinho tem dias, normalmente percebe-se pela escrita ou então:
Publicada por Pipoco Mais Salgado à(s) 8.10.16 deveria aparecer Publicada por Ruben Patrick à(s) 8.10.16 qualquer coisa dentro do género, ou então foi gralha do escritor, não sei, quanto ao JS, li Caim e gostei, já ao autor e à sua "devota" :) manifestação com a igreja acho exagerada.
PS: se reparar no fundo tem
AUTORES
Pipoco Mais Salgado
Ruben Patrick
Em suma. Vivendo do e para o ar. Para o vazio.
ResponderEliminaresse seu amigo lembra-me o jacinto da "cidade e as serras"...ate encontrar o seu caminho,
ResponderEliminarvw