15 setembro 2016
Jogámos como nunca, perdemos como sempre, episódio mil trezentos e vinte e quatro
Não olharás para os posts sobre o primeiro dia de aulas das crianças com um bocejo, afinal aquela criança e aquela mãe estão a viver a experiência pela primeira vez e é natural que estejam tensas, hão-de aborrecer a professora com minudências e a professora assentirá que sim, que tomará nota que a criança é muito nervosa e que tem as suas idiossincrasias, pensará "foda-se, mais um puto mal educado" mas sorrirá e dirá "mãe, não se preocupe, vai tudo correr bem", isto nos primeiros cinco minutos em que orgulhosamente exporeis aquilo que o vosso filho já é capaz de fazer sozinho, altura em que a professora, pensando "caralho, um puto com metade da idade faz o dobro disso" enquanto sorri e diz "mãe, não se importa que eu agora dê atenção a esta outra mãe?" e a mãe tomará nota mental de que não gosta desta professora, que é das que não quer saber das crianças, a cabra, e pensar que é ela quem lhe paga o ordenado..., pensarás que a vida é mesmo assim, os incêndios no Verão, as inundações com as primeiras chuvas grossas, os anúncios de dietas em Maio e a conversa sobre livros encadernados, choros de primeiro dia de escola e retratos deles com as fardas de colégios fraquinhos em meados de Setembro.
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E como seria o mundo se, em vez de pensarmos uma coisa e dizermos outra, disséssemos mesmo tudo exatamente como pensamos?
ResponderEliminarMais aborrecido ou muito mais divertido?
Muito mais divertido.
Eliminar(mas há estudos que dizem que já a raça humana não sobreviveria se não tivéssemos filtro)
Também acho. Mas só ao princípio, depois passava a ser normal e teríamos de arranjar novo divertimento.
Eliminar(talvez sobrevivamos quando formos mais fortes e aguentarmos que nos digam que somos feios, burros ou uns nabos ao volante sem nos ofendermos)
Divertido ou embaraço. Palavra de mãe de uma criança que não tem papas na língua, a quem em pequeno chamava "malcriado" e que intitulo agora " o meu doce aspie" (que me obriga a gastar horrores em terapias para lhe ensinar o tal filtro social.)
EliminarNem com a benção de Jesus.
ResponderEliminarCoño!
ResponderEliminarNo dia que entrei na sala de aula e entreguei a minha criatura à professora (já lá vão 7 anos),a professora disse-me:
- Fique aí um pouco, para ver se ele se adapta!
A criança no alto dos seus 4 anitos,virou-se e disse:
- "Mãe podes ir embora, não ficas aí a fazer nada".
Eu, de sorriso forçado, simplesmente fui.
A rir até às lágrimas!
EliminarTemi um grande resultado como nunca, acabei a rir-me como sempre - episódio 1324 :P
ResponderEliminarEstá a falar a sério?!
ResponderEliminarÉ que eu ia jurar que a minha fez cara de: "caraças, é que nem um puto com o dobro da idade faz metade disso!"
E agora o Sr. Pipoco chega e sem dó nem piedade atira-me com a verdade nua, dura e crua à cara assim desta maneira?! Sem anestesia nem nada? Está mal...
NM, o professor é um fingidor.
Eliminar(mas no caso do seu rapaz admito que seja completamente verdade isso lá da cara da professora, vejo ali um menino com grandes capacidades...)
(Eu sei. Impossível não reparar. Eu apercebi-me disso mal mo puseram ao colo na maternidade... A maneira como ele abria os olhos era de um menino muito especial, vi logo que ia ser inteligente que eu sei lá.)
Eliminar(não é só a inteligência, até se me dão os nervos se se restringe apenas à inteligência. é a capacidade cognitiva, é o domínio da linguagem, é a motricidade fina, é o controlo dos esfíncteres...)
EliminarSim... Tá bem... Mas disso só me dei conta ao fim de uma semana ou coisa que o valha, ao passo que a inteligência se evidenciou logo ali em t=0.
EliminarTal qual, Pipoco...Pipoco! O próprio mundo anda a escrever o mesmo post desde que existe, só vão mudando os intervenientes!
ResponderEliminarJá agora, declaro-me uma fã incondicional do filtro ao mesmo tempo que abomino a palavra frontalidade que passou a ser utilizada "por dá cá aquela palha" e normalmente é chamada à colação não para justificar momentos de sinceridade produtiva, mas como legitimação de pura estupidez.
tal qual Filipa, tal qual:
Eliminar"Já agora, declaro-me uma fã incondicional do filtro ao mesmo tempo que abomino a palavra frontalidade que passou a ser utilizada "por dá cá aquela palha" e normalmente é chamada à colação não para justificar momentos de sinceridade produtiva, mas como legitimação de pura estupidez." Mas não sei porque razão tende-se cada vez mais a valorizar essa "frontalidade".