Enquanto investigador do fenómeno disto dos blogs, investido de uma senioridade inquestionável no estudo de problemáticas variadas, o fenómeno que mais me espanta é o dos fracos números de Agosto onde, nos piores dias, nem quatro mil pessoas se dignam visitar esta vossa casa, uma miséria, comparando com os números de uma segunda-feira de Outubro em que o post das oito seja sobre os problemas das mulheres e o das duas da tarde sobre aconselhamento do livro adequado para a ocasião não sei quê.
(Nas férias está o escriba mais predisposto para escrever em condições e estão as pessoas em geral mais disponíveis para ler, uns e outros com tempo de sobra, é nas férias que os dias são mais diferentes dos dias normais, é nas férias que nos cruzamos com o que não pode esperar para ser contado, que nos deslumbramos, ainda assim preferimos isto dos blogs quando estamos lá no escritório numa sub-cave em Queluz de Baixo ou em Ermesinde, entre uma fotocópia e uma ida ao registo notarial para reconhecer as assinaturas do senhor doutor, alguém, de entre as quatro mil pobres almas que, calhando, só irão de férias em Novembro, me explique este fenómeno)
Talvez constituam os blogues, alguns, aquele escapezinho do ser que vem à tona exalar-se uma beca, antes de voltar para "a sub-cave em Queluz de Baixo ou em Ermesinde, entre uma fotocópia e uma ida ao registo notarial para reconhecer as assinaturas do senhor doutor". São uma espécie de "foda-se!", portanto, oásis para os oprimidos, enfim, coisa de gente pobre. Contudo, podendo essa gente libertar-se realmente do jugo de toda uma existência inútil, esticados que são uma vez por ano os grilhões elásticos até ao Algarve, é natural que esqueçam os blogues. Estão a viver, Pipoco, a sentir o sol sobre a pele, a respirar o ar puro e a sorver a maresia, a saborear o Corneto e a reencontrar os parentes mais próximos, aqueles que moram lá em casa mas que raramente se cruzam. Assim, em conversa uns com os outros, já nem precisam de vir para os blogues contar tudo e mais alguma coisa que lhes acontece, aliás, é como se as coisas fossem suspensas e os acontecimentos se transformassem num contínuo fluir inenarrável.
ResponderEliminarDepois em Setembro regressam às cavernas.
Ia só dizer que a malta larga os seus aparatos tecnológicos, voltando em setembro à blogosfera, mas Lady Kina descreve muito melhor do que eu.
ResponderEliminarEu diria que a Lady Kina é daquelas que vai de férias em Novembro, bolas, que grande verborreia!
ResponderEliminarO pessoal acede à net com os recursos que tem no emprego, já toda a gente sabe disso, qual é a novidade?
Bom... pelo menos tens 4 mil visualizações... eu cá fico-me pelos 300 nos melhores dias! :D
ResponderEliminarNas férias aspessoas têm mais q fazer, é como nos fins-de-semana. Os blogs têm audiência no horário de trabalho q é quando as pessoas estão msis folgadinhas. De nada, disponha :)
ResponderEliminarNem todas as esplanadas tem wifi? :) Areia no pc estraga? Beijos Pipoco
ResponderEliminarPipoco, por exemplo, há pessoas que ligam a televisão para fazer barulho e há pessoas que ligam a televisão para ver os programas x e y dos quais gostam mesmo e naquele momento que não as incomodem que é mesmo aquilo que querem estar a fazer, há pessoas que leem livros por puro prazer e há pessoas que leem livros "por não ter mais nada para fazer", da mesma forma, existirão pessoas que leem blogs pelos motivos indicados pela Lady Kina e pela Isa e existem pessoas que leem os blogs que leem por constituírem mais uma daquelas coisas que gostam mesmo de fazer e quando se faz por gosto, já se sabe, arranja-se sempre tempo e oportunidade. Há pessoas que levam a vida a fazer coisas "há falta de melhor" e há pessoas que aquilo que fazem é mesmo o que lhes apetece estar a fazer naquele momento.
ResponderEliminarEmenda: Não é "há falta de melhor" é "à falta de melhor".
EliminarExistirão programas de televisão só "para fazer barulho", pessoas que escrevem livros só "por não ter mais nada para fazer", e outras que editam blogues "à falta de melhor"? Pergunta minha, respondo eu - é possível. De resto, não fora o acaso a ditar-me, no comentário inicial, "alguns".
Eliminar(e tu Kina, sempre com esse parlapié sobranceiro de quem tudo lhe fede e nada lhe cheira, a quem todos devem e ninguém paga, lês blogues porquê? )
- Eu leio blogues porque é o que me apetece fazer, evidentemente.