06 agosto 2015
Dois posts ao mesmo tempo. Dois bons posts, admito.
Acordei com insónia, uma espécie de treino para me levantar às cinco da manhã quando estiver a percorrer El Camiño, e recuperei um Saint-Exupery a que recorro muitas vezes, "Terre des Hommes", gosto de reler como Henri Guillaumet, um bravo da Aeropostale, despenha o seu Potez 25, usavam-se naquele tempo os motores Lorraine de 12 cilindros, e Guillaumet, em pleno inverno austral, durante cinco dias e quatro noites, casaco de cabedal de piloto de aviões daquele tempo, percorre os Andes, gelo e neve, sem uma corda dinâmica ou um mosquetão ou um arnês que lhe atenue o esforço, acaba por salvar-se, havia de ser Saint-Exupery, o próprio, a ir buscá-lo à aldeia andina onde, ao fim de quatro noites e cinco dias, Guillaumet conseguiu chegar, não porque fosse experiente na escalada, não porque tivesse uma mentalidade que o fizesse aguentar o esforço extremo, mas porque, durante a caminhada pensava numa mulher, na sua mulher, à sua espera, crendo no impossível, não deixando de acreditar que ele, Guillaumet, havia de chegar, cinco dias e quatro noites, um blusão de cabedal, o inverno nos Andes, não sei se já tinha referido isto.
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Não sei qual dos pipocos são reais, se este se o outro, se ambos. Mas este seu lado é sublime, o outro... Pois, o outro devia ser fechado a 7chaves e colocado na cave.
ResponderEliminarE agora lembrei-me de, O Náufrago, com Tom Hanks. Sei que muita gente achou o filme uma xaropada, eu adorei. Ele também arranjou uma motivação para se manter vivo, um retrato da mulher com quem se teria casado se não lhe tivesse acontecido o que aconteceu. (sou um caso perdido, chorei baba e ranho, porém, contida e disfarçadamente, quando o Wilson, a bola, se desprendeu).
ResponderEliminar(de certeza, que também não lhe faltarão motivações para sobreviver a El Camiño)
Até parece que Pipoco partilha, com Xilre, a berma da estrada...
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