29 outubro 2014

Pipoco explica por que quase nunca responde a comentários nem dá muita conversa a quem, abnegadamente, o acarinha

Desde os meus primórdios nisto dos blogues, parecendo que não já vai para mais de sessenta e dois anos que a minha vida é isto, aprendi que não posso jogar com qualquer um. Ao princípio tentei, juro que tentei, mas, que querem?, de cada vez que me aproximava para jogar, as pessoas fugiam espavoridas, eu era apenas um doce e fofinho peluche, que só queria jogar um pedacinho e depois ia para casa, mas o que as pessoas viam era um enorme e aterrorizador ogre, que tudo derrubava à sua passagem, um monstro horrível que, para onde quer que se virasse, aleijava as pessoas. Sem querer, está claro.

E lá estava eu, sozinho, no meio da estrada, perguntando-me por que ninguém jogava comigo por muito tempo, alguns havia que ate me desafiavam para jogar mas, logo nos primeiros lances, que afinal não, que estavam só ali de passagem e que já bastava. Outras havia que diziam que era uma brutalidade, que não havia necessidade de ser tão agressivo e eu ali, a só querer jogar a sério, a única maneira que conheço.

É por isso que deixei de jogar. As pessoas passam por aqui e às vezes parece-me, mas parece-me mesmo, que querem jogar. E eu, pobre de mim, a apetecer-me também jogar, mas a vir-me à memória aquilo das pessoas a debandar, sujeitas a ficar com mazelas para o resto da vida delas e eu penso de mim para comigo que não vale a pena correr o risco, que as pessoas têm lá as suas ideias, às vezes acham piada a ver-me aqui jogar sozinho, mas isto nunca se sabe, e o melhor é continuar a recrear-me, solitário, uma vez por outra lá faço de conta que jogo com as pessoas, mas nada de muito prolongado, é mesmo só fazer de conta.

Até que apareceu a Palmier. Palmier Encoberto, que eu nunca trato as pessoas só pelo nome próprio. Parece que sim, que é bem capaz de se aguentar ao jogo e ainda fazer uns floreados e, calhando, fazer meia dúzia de pontos. Estou aqui tentado, a afastar as imagens aziagas de quantos, antes de Palmier Encoberto,se melindraram, se abespinharam e me deixaram a pensar que não devia ter levado o jogo tão a peito. Espero que seja das rijas. Mas se calhar não...

(jogo? não jogo? ah, a indecisão...)

18 comentários:

  1. Anónimo29.10.14

    Caro Pipoco, a Palmy é top, juntos (mesmo que a guerrearem-se), será cinco estrelas ;)

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  2. Dois consortes da Blogosfera dos grandes!

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  3. Avance, Pipoco. Ela é das rijas. Não vergou com aquilo do cabelo, ainda foi para a rua fazer uma reportagem arriscada e eu fiquei mesmo admirada porque se fosse comigo era capaz de ficar a chorar um minuto ou dois.

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  4. O Pipoco e a Palmier deviam criar um blogomatch (leia-se blogue a duas mãos). Um servia, o outro respondia. Em calhando era sempre ás. E assim me poupava "o deixa ver o da P, agora olha o do P".

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  5. Jogue.
    E que se resolva a partida com um amorti. Com a classe que ambos os jogadores merecem. E sem vidros partidos.

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  6. Profunda29.10.14

    Et bien voilà! O humor rabugento explicado. Sessenta e tal primaveras....

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  7. Eu se fosse a si não me metia nisso PMS... Adivinho-lhe mau perder e a partir de certa idade há que ter cuidado com os nervos.

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  8. Hoje, en passant, recordei umas linhas de António José da Silva:

    Dona Clóris: Pois, senhor, como estais satisfeito, desejarei estimásseis esse ramo, não tanto como prenda minha, mas por ser de Alecrim.
    Dona Nize: O mesmo vos recomendo da Manjerona.
    Dona Clóris: Advertindo que aquele que mais extremos fizer a nosso respeito, coroará de triunfos a Manjerona, ou Alecrim, para que se veja qual destas duas plantas tem mais poderosos influxos para vencer impossíveis.
    Dona Nize: Desejara que triunfasse a Manjerona. (vai-se)
    Dona Clóris: E eu o Alecrim. (Vai-se).
    Sevadilha - Cuidado no mal-me-quer (Vai-se)
    Simicúpio: Cuidado no bem-me-quer.

    (Com a maior estima por ambos; mas é pleonasmo sublinhá-lo).

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  9. Dêmos todos as mãos cantarolando à volta da fogueira.
    Vem clima aziago a caminho e necessitamos retemperar as forças.
    Afinal somos todos camaradas de psicodrama.

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  10. PMS unter Zugzwang ... Adoro! E depois dos 72 invernos não há lugar para arrependimentos ou ressentimentos.

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  11. Anónimo29.10.14

    Não querendo "desfazer" a sua pessoa, não compreendo porque o consideram o "príncipe da blogoesfera. Está tão cheio de si, não se aborrece? Mas lá está pode ser somente uma personagem criada ou então não, de qualquer forma sempre demonstramos um pouco do que somos, mas adiante... Não jogue, vai perder a Palmier tem uma humildade que lhe falta, ou não tendo pelo menos é isso que demonstra. A Palmier é a Raínha da Blogoesfera e você é somente um princípe. Mas (existe sempre um mas na vida) caso decida jogar, certamente vai ser um bom jogo. São mais as vezes que me aborrece do que entretém, o que vale é que estas poucas vezes às vezes valem pelas outras vezes que não me entreteve. Aguardo bons momentos.

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  12. Não vai a jogo. Mesmo tendo em mãos um royal flush.

    ( é a velha questão: estará o outro preparado para perder?)

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  13. Ui temos namoro?
    E depois como vai fazer, caro Pipoco, quando as suas fãs começarem com a ciumeira? Vá que ainda se organizam e fazem uma manifestação... na blogosfera... é capaz de ser complicado...
    No entanto, sendo com a Palmier, creio que a grande maioria irá apoiar-vos!

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  14. A sério, Pipoco? Escreveu este post? Tem a certeza? Não foi o Ruben que lhe apanhou o computador com a sua conta aberta?

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  15. Conselho de uma Uva Passa para um Pipoco: não menosprezar o inimigo.

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  16. Cláudia30.10.14

    Gosto mais quando tenta satisfazer as suas necessidades bélicas mantendo a bola no ar, para que é que quer direccionar a bola? torna-se redutor, quem quiser que apanhe a bola no ar e dê seguimento ao jogo, assim nunca se sabe muito bem quem o irá fazer e acrescenta-se alguma expectativa.
    (Quanto a não responder aos comentários, no meu caso por exemplo, tendo eu algumas características vincadas do meu género, desde que me oiça com atenção não me importo que não me responda)

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  17. estás com medo de arriscar é o que é!
    Não pode ser, segue o teu coração, força!
    Voa borboleta, voa.

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  18. e eu que espreito aqui de quando em vez fiquei curiosa para saber da Palmier... :)

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