Deixa-me cozinhar. Mas só se intuíres que é isso que me apetece.
Não me perguntes como vão as coisas no trabalho. Vão bem. Vão sempre bem.
Eu escolho o vinho. E conduzo. E corto a lenha.
Não te mostres enfastiada quando te falar de livros. Nem de música.
Não me avises quando me vires beber o segundo gin. Mas pede-me a chave do carro. Eu dou.
Não sou o teu melhor amigo. Quando for o teu melhor amigo, serei só o teu melhor amigo.
Nunca me deixes ganhar se eu não o merecer realmente.
Falho. Mas aprendo depressa.
Não me fales de dinheiro. Nem de roupa.
Se a roupa não te assentar bem e me perguntares, eu direi a verdade. Não tivesses perguntado.
Às vezes demoro a responder. Se for importante, insiste.
Usa o mínimo de palavras que conseguires para explicar as coisas. E não tergiverses.
Nunca me verás chorar. Não é um problema e não temos que falar sobre isso.
Quando eu me queixar de alguma coisa, preocupa-te a sério.
Não me menosprezes. Nunca me menosprezes.
Gosto de pessoas. Muito. Mas não de todas.
Na maioria das vezes vou fazer-te rir. Na maioria das vezes.
Não gostarei de todas as tuas amigas. Mas serei gentil, mesmo com as imbecis.
Verificarei sempre a conta. Sempre.
Tenho sempre tempo. Para o que quero.
(inspirado, incluindo o título feliz, num post da Domadora de Camaleões, que é quem melhor sabe contar coisas de viagens)
Não conhecia, gostei. Uma lufada de ar fresco no meio de tanta parolice.
ResponderEliminarQue magnífico presente aniversário. Muito obrigada.
ResponderEliminarPS- (e sim quem escolhe o vinho,o restaurante e paga a conta sou eu).
Com todo o respeito, permita-me, minha Senhora.
EliminarNunca é romântico quando é a dama a pagar.
Os meus respeitos.
Finalmente um post que gostei de ler!
ResponderEliminarEstá pronto a publicar nos classificados do correio da manhã: senhor de meia idade, bem parecido e bem de vida, procura companheira paciente que cumpra, sempre, a seguinte check list.
ResponderEliminarA senhora pode ter gato?
Acho que pode, caro Quiescente. Também não o julguemos assim tão exigente.
EliminarO que talvez não lhe seja permitido é tempo ilimitado para a maquilhagem.
Olhando para o mercado, diria que será difícil meu caro.
ResponderEliminarDificílimo, se não mesmo impossível!
EliminarDevido à irresponsável propensão feminina para o improviso, temo que seja empreitada de monta encontrar uma que alinhe numa relação atempadamente programada definindo um objectivo concreto. Casal feliz!
E há aquele terrível critério, caro Corvo, usar o mínimo de palavras possível! Por este caminho só mesmo o Ulisses.
EliminarMuito bom. Excelente adaptação do original (a seguir).
ResponderEliminarRecados, só recados... vantagem, de cá.... vantagem de lá... a seguir vem o fadinho da anatomia, provavelmente.
ResponderEliminarBom fim de semana Sr. (Mais) Salgado
Caro Pipoco, esqueceu-se (caso a descrição tentasse parecer genuína) de referir o Sporting... qualquer coisa como: "não me interrompas enquanto o Sporting estiver a jogar, mesmo que seja o fim do mundo."
ResponderEliminarSeja como for e tirando um ou outro detalhe, eu aprovo! Pode ser que a Palmier também eh eh
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarMto bom.
ResponderEliminarUma enóloga está fora de questão, iria ferir-lhe o ego. É pena, teria ainda tanto que aprender
ResponderEliminareste upgrade é bem fantástico :)
ResponderEliminarPermita-me a ousadia de acrescentar:
ResponderEliminarCultiva a arte de não macular os meus silêncios.
Dos melhores posts de sempre.
ResponderEliminarFôssemos todos, assim, tão esclarecidos nos modos de usar (a nós próprios e aos outros), e tudo seria tão mais simples.
ResponderEliminarE como a feminilidade é sinónimo de imprevisibilidade, o caro Pipoco lamentavelmente esqueceu que há certas perguntas que nunca se fazem a uma mulher.
ResponderEliminarNo caso de, tal como o sentido descritivo indica, se se quiser poupar a um mais do que previsível ridículo.
Como dizia a Duquesa de Chevreuse ao seu amante Cardeal de Rohan:
- Senhor: nunca pergunte a uma mulher por que o ama; limite-se a perguntar-lhe se o ama.
Acho que tem de rever os seus conceitos sobre conhecimento feminino.
Bolas Tio Mais Salgado, e ainda dizem que as mulheres é que são complicadas.
ResponderEliminar:)
Bjnhs,
VW
Ainda assim, a giríssima Maria Guedes conseguiu-lhe mais comentários.
ResponderEliminarFiquei tão, mas tão surpreendida agora... mas favoravelmente, já vi que era dura demais na forma como imaginava o PMS...isto fez-me lembrar uns personagens de um clássico que eu adoro, veio-me à cabeça Mr. Rochester, que teve a sorte de encontrar uma Jane Eyre, que acho que representa a sabedoria feminina no seu expoente máximo e preencheria todos esses requisitos, uma parelha perfeita, a questão é existir tal perfeição fora das páginas de um livro, já para não falar da época em que foi escrito, mas continuam a ser perfeitos hoje.
ResponderEliminarAproveito para lhe agradecer ter ficado a conhecer uma palavra nova "tergiverses", costuma ser o seu comentador quiescente, hoje também o PMS contribuiu para o enriquecimento do meu vocabulário e depois ainda dizem que isto são só blogs.
A Cláudia deve fazer essa pergunta ao Corvo, vocês dão-se bem ambos os dois, não dão?
EliminarTergiverses vem de tergiversações, não é Corvo? -:)
Como eu andava enganada, Meus Deus! Tão enganadinha a pensar que o Tio só lia Joyce e Modiano.
...Jinhos pá todos -:)
Raquel, quer ter a bondade de me auxiliar e explicar-me o seu comentário. Se preferir deixar a coisa assim na penumbra do mistério, não levo a mal, também é giro.
EliminarNão tive intenção de fazer mistério e nem que fique intrigada, e não me custa nada explicar-lhe. Como a Cláudia falou em tergiverses que vem de tergiversações eu falei a brincar que o Pipoco calhando já leu o romance do Corvo porque foi lá que eu aprendi essa palavra que não é muito comum a gente falar, mas como o Tio é muito selecto nas leituras, foi por isso que eu disse que me admirava que não lesse só o Joyce e o Modiano.
EliminarA sério que não me estava a meter consigo. -J
Beijinho…
Não achei nada que se estava a meter comigo e se estivesse também não tinha mal nenhum, quem anda à chuva... não tinha era percebido nada, muito obrigada por ter explicado. E já agora, de que romance está a falar? (desculpe PMS, estar a invadir assim a caixa de comentários com conversas paralelas, é só mais esta pergunta)
EliminarPerfeição???
EliminarPois se aquilo foi uma pobreza de tragédia e só ficaram juntos depois do homem ficar cego e velho...
:) Jane Eyre, tal como as personagens femininas principais de Jane Austen, por exemplo, são de uma modernidade que me espanta tendo em conta a época, não de uma modernidade palerma (essas, as autoras também as descrevem muito bem e não lhes escondem os defeitos) , mas a verdadeira, a de espírito. Tinham a discrição e a elegância do saber estar, procuravam o conhecimento na fonte de saber que podem ser os livros, eram independentes e desembaraçadas, não eram umas tontas deslumbradas, sabiam pôr-se no seu lugar, mas sem qualquer subserviência ou a viscosidade de quem se dedica à lambe "botice" e tratavam toda a gente por igual, desde a então criada de quarto, ao dono da casa.
EliminarMr. Rochester, de feitio aparentemente difícil, por vezes alguma rudeza até, mas correcto e de bom carácter, com um coração pronto a derreter, não por coisa pouca, mas por quem merecesse esse derretimento...perfeitos...independentemente do percurso da história.
Um texto bem construído, quando isso acontece a leitura atenta supera qualquer comentário simples!
ResponderEliminarAinda bem que cheguei a tempo antes da menina Raquel papaguear de mais. Não é, ó Raquelzinha?
ResponderEliminarCara Cláudia, não faço publicidade dos meus livros pois se o quisesse fazer criava um blog. Mas se estiver interessada escreva-me para este mail que terei todo o prazer de lhos oferecer.
Por motivos óbvios este é um mail foleiro, mas responder-lhe-ei com o meu normal que me identifica.
A menina Raquel veio demonstrar que afinal o Pipoco está cobertinho de razão quando diz: - Querida, poupa-me à tagarelice :)
O que foi péssimo porque eu vinha aqui precisamente para lhe falar disso, e agora saio com o rabo entre as pernas tudo porque a Raquel veio afundar a piroga.
Salva-se a noite porque o Glorioso ganhou, mas imgina que perdia e aí estava um corvo mais que estragado.
custorms@sapo.pt
Muito obrigada pela atenção caro Corvo.
EliminarDom Pipoco,
ResponderEliminartão bom que vou ter de copiar!
Pipoco apaixonado? ;)
ResponderEliminarVou levar.
ResponderEliminar(este faz lembrar outros personagens, daqueles em bom...)
Hã?!
EliminarSó pode estar a habilitar-se ao lugar no Porsche, está visto.
E não está nada mal, não senhor. Para falar verdade dá-lhe muito melhor ar, (ao Porsche)
Ora, caro Corvo... A bem da verdade eu não sou grande fã de Porsches, prefiro os Aston Martin, já viu bem o tipo de homens que guiam Porsches? Céus!...
Eliminar(obrigada)
Gostei do texto.
ResponderEliminarMais uma a copiar a ideia. Já tinha um manual de instruções escrito. Foi só adaptar o título.
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