A essência da viagem é mudar-nos a referência, trocar-nos as certezas e os caminhos que sabemos. Quando viajamos ficamos mais despertos, volta-nos o instinto de sobrevivência, a mente fica alerta, aprendemos cheiros novos e pessoas que não são as mesmas de sempre.
Há quem marque o seu novo ano a partir de um de Janeiro, há quem o faça com a passagem do aniversário. Para mim o novo ano começa com a viagem grande.
Sem dúvida nenhuma.
ResponderEliminarEntão desejo-lhe uma rica viagem.
ResponderEliminarÉ fundamental trocarem-nos as certezas e encetar novos caminhos. Mas é mais do que sabido que as pessoas não gostam do novo, do diferente. Não gostam de recomeços. Gostam do sofá de sempre e dos chinelos cheios de borbotos mas confortáveis, os chinelos que já lhes conhecem o pé, companheiros de noites difíceis. É fundamental trocar de chinelos, se possível de sofá e andar. É fundamental andar, não importa para onde. Ficamos mais preparados para correr em caso de perigo.
ResponderEliminarE sim, quando voltamos de uma viagem, até a casa que tão bem conhecemos nos sabe melhor. Os objectos continuam no mesmo lugar de sempre, mas a cabeça está mais vazia de coisas que não interessam a ninguém.
Além disso tudo, ainda conseguimos ganhar distância e vermo-nos de longe. Julgo que ter termos de comparação são uma mais-valia tremenda! Boa viagem!
ResponderEliminarPara mim o ano começa com os encontros em Fiesole.
ResponderEliminarSim, perceber o que nos marca o tempo, viagem, encontro, ritual é uma agenda de afectos gravada na cronologia da nossa vida. São esses calendários que nos alargam o coração.
Quando eu partir, quando eu partir de novo,
EliminarA alma e o corpo unidos,
Num último e derradeiro esforço de criação;
Quando eu partir…
Como se um outro ser nascesse
De uma crisálida prestes a morrer sobre um muro estéril,
E sem que o milagre lhe abrisse
As janelas da vida…
Então pertencer-me-ei.
Na minha solidão, as minhas lágrimas
Hão-de ter o gosto dos horizontes sonhados na adolescência,
E eu serei o senhor da minha própria liberdade.
Nada ficará no lugar que eu ocupei.
O último adeus virá daquelas mãos abertas
Que hão-de abençoar um mundo renegado
No silêncio de uma noite em que um navio
Me levar para sempre
Mas ali
Hei-de habitar no coração de certos que me amaram;
Ali hei-de ser eu como eles próprios me sonharam;
Irremediavelmente…
Para sempre.
Ruy Cinatti
(a "viagem", seja ela qual for, é "infinita"...esta coisa das aspas é irritante, também)
Portanto, ir como se se estivesse a fugir de casa?
ResponderEliminarGostei imenso da expressão que usaste: "a viagem grande", que poderia ser considerada infantil, dado o uso que se faz da palavra "grande" em algumas situações: "o pedro grande" (para distinguir o pai do filho), a casa grande (para se referirem a uma igreja, por exemplo) é expressão muito usada por crianças. Mas, pegando nisso mesmo, o que me ficou foi pores-te numa postura de menor do que a viagem, e isso é lindo e na minha modéstia opinião, a melhor forma de encarar uma viagem, esta ser maior do que tu, irmos pequenos para voltarmos um bocadinho maiores... Bjo e boa viagem.
ResponderEliminarO seu comentário foi muito bonito, Isa. Começa a ser habitual. Obrigado.
EliminarNão sei por onde andava que só hoje dei com o teu estaminé.
ResponderEliminarAinda para mais sendo sportinguista... não se percebe.
Mas, pronto, há sempre algo de bom numa tarde de preguiça.
Também eu gosto de viagens (grandes ou pequenas que não sou "isquisita"), mas fiquei curiosa sobre qual será o teu destino... e sim, viajar é das melhores coisas que podemos fazer!
Que corra bem, este teu início de ano!