Poderemos pensar que a Pipoca Mais Arrumadinha, do alto da generosidade e paciência que todos lhe reconhecemos, apenas pretende presentear cada um de nós com singelas palavras, numa espécie de tributo sentido a esta grande casa que é a blogosfera. De facto assim não é, seria um transtorno para a humanidade em geral e para os blogs em particular que nos ficássemos por uma análise superficial, olvidando o essencial da mensagem Arrumadinhiana, as suas particularidades, as suas múltiplas propostas de abordagem.
É neste contexto que descodificarei o poema "De seu nome Pipoco", uma ode inspirada e que representa de forma sublime o período de pujança máxima da corrente Arrumadinhiana, um poema iconográfico e que condensa em poucas palavras toda a minha própria obra, num exercício notável de clarividência e coragem.
Sem mais delongas, debrucemo-nos sobre o essencial:
É neste contexto que descodificarei o poema "De seu nome Pipoco", uma ode inspirada e que representa de forma sublime o período de pujança máxima da corrente Arrumadinhiana, um poema iconográfico e que condensa em poucas palavras toda a minha própria obra, num exercício notável de clarividência e coragem.
Sem mais delongas, debrucemo-nos sobre o essencial:
Nesta Blogosfera gigante,
Cheia de gente engraçada,
Eis que alguém inteligente,
Surge no meio do nada.
De seu nome Pipoco,
Com apelido Salgado,
O que disser ainda é pouco,
Tamanho é o seu legado.
Muitas tentam a sua atenção,
Na esperança de lá chegar,
Mas ficam pela intenção,
E continuam a tentar.
Se dúvidas persistissem do estudo aturado que a minha vasta obra mereceu a Mais Arrumadinha, estas seriam certamente dissipadas pela leitura deste trecho. Efectivamente, é longo e de difícil localização na lonjura dos tempos o número das que, com tenacidade e persistência, tentam captar a minha atenção, jamais dissuadidas pela triste realidade dos resultados. Há neste trecho uma mensagem de esperança, um convite à insistência, focadas no júbilo de finalmente ser alcançado esse desiderato, nunca desistindo, um esforço e tão bem resumido no "E continuam a tentar" final, que aqui nos surge como uma piscadela de olho a Sísifo, outro filisteu dos maiores.
Até Tio lhe vão chamando,
Os anónimos e alguns nem tanto,
E assim lá vão passando,
Mas ninguém lhe causa espanto.
Este poema lhe ofereço,
Cheio de boa intenção,
O seu blog não tem preço.
E merece esta distinção.
Tudo o que possa dizer sobre a parte final desta ode é acessório. As palavras falam por si e qualquer tentativa de clarificar o pensamento Arrumadinhiano seria obscenamente redundante.
(Obrigado, Arrumadinha, é desta capacidade de não nos levarmos demasiado a sério e deste seu poder de encaixe que, em certos dias, mais precisamos. Um grande bem-haja pelo seu carinho, que, cada vez mais, merece o meu respeito.)
"...as neere is Fancie to Beautie, as the pricke to the Rose, as the stalke to the rynde, as the earth to the roote."
ResponderEliminarJohn Lyly, Euphues and his England, 1588
Depois disto, voto em Pipoco para analisar o acervo literário de Pessoa.
ResponderEliminarOlhe nem sei que lhe diga, acho que foi a minha primeira análise completa a um poema, magnífico!
ResponderEliminarO poema da Mais Arrumadinha já é per se fenomenal, mas está explico- dissecção deixou-me siderada. Nem sei se me curvo , se desato a fugir (reticências) Uau!!
ResponderEliminarEstá feito o post, no meu blog, ao movimento «Faz um poema ao meu blog», obrigado pela sua generosidade e simpatia caro Pipoco Mais Salgado, ficou muito engraçado!
ResponderEliminar(desculpe a intromissão, Senhor...)
EliminarPipoca Arrumadinha, eu que gosto tanto de quadras (estrofes é mais complicado, confesso), dizia eu que gosto tanto disso das quadras que já lhe deixei uma no seu estaminé. Espero que aprecie :) , e isso!
E ficou muito engraçada!
EliminarPois que me apetece aqui citar Carlos Nogueira, na sua análise a "Festa Redonda", de Vitorino Nemésio:
ResponderEliminar"A força simultaneamente centrípeta e centrífuga dos poemas coligidos nesta obra provém da literatura de transmissão oral, metamorfoseada em poesia individual e original pelo punho de um poeta que, na singeleza aristocrática do seu espírito criador, demanda ou constrói a sua própria (uni)diversidade idiossincrática."
Debruçando-me perante a obra e a análise decorrente, identifico forças centrífugas e centrípetas, consigo descortinar alguma singeleza, vislumbrar um toque aristocrático. Mas, sobretudo, o que me esmaga é a (uni)diversidade idiossincrática.
Em resumo, direi mesmo mais: acho que ficou muito engraçado!
Ó Xilre, ri-me!
EliminarFaz mal? :D
Falta explicar, queridíssimo X, se a sua citação se aplica ao poema ou à dissecção explicativa, ou - e porque não, a ambos (reticências)
EliminarPipoco (MS) e Pipoca (MA) são um e o mesmo o outro, e aquele, ambos os dois? As vírgulas denunciam, ou, então, é coisa que se pega o que será sempre uma coisa bonita e especial!
ResponderEliminarEstá uma análise muito bonita sim!
ResponderEliminarAnálise absolutamente extraordinária! :)
ResponderEliminarGrande crítica!
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