07 outubro 2013

Coisas que não faço há muito tempo

Acender a lareira, ler um livro de cada vez, ouvir o Barbeiro de Sevilha, colar selo numa carta, ir a Alvalade, mergulhar nos Açores, levantar-me depois das sete, ler russos, beber champanhe à refeição, correr dez quilómertos em menos de cinquenta minutos, demorar a adormecer, aborrecer-me com resultados da bola, decorar um número de telefone.

17 comentários:

  1. (Sorriso condescendente de quem entende porque há pequenas coisas que fazem toda a diferença, e até pensa " colar um selo numa carta !?")

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  2. Nunca temos tempo, há sempre muito para fazer, coisas inadiáveis. Mas se pudermos, nem que seja raramente, criar tempo para esses momentos, ganhamos tempo de vida. Provavelmente os meus gostos literários são muito mais simples ou populares mas, de qualquer modo, deixo uma sugestão de um livro da Ilse Losa: o "Mundo em que vivi". Está cheio de pequenos momentos.

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  3. Imagine o meu caro que, tal como no Scrabble, colocava essas memórias num saco e as misturava. Será que de repente, ao ver-se perante a tarefa de:

    Acender Alvalade, ler um número de telefone, ouvir os Açores, colar resultados da bola, ir ao barbeiro em Sevilha, mergulhar em champanhe, levantar-se depois de adormecer, ler um livro em menos de cinquenta minutos, beber um livro de cada vez, correr dez quilómetros à lareira, demorar-se com russos, aborrecer-se depois das sete e decorar um selo numa carta.

    Seria preciso um Pipoco paralelo ou conseguiria levar também essa odisseia a cabo?

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    1. Meu caro Mak, serviço seria correr dez quilómetros em menos de sete minutos.

      (quanto a mergulhar em Alvalade há quem o faça, normalmente dá penalty contra nós...)

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    2. Não decorar um número de telemóvel há muito tempo, parecendo que não, é coisa para ter o seu significado.

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    3. É todo um mundo em potencial caro Pipoco, beber com russos ou correr com um barbeiro em Sevilha, também poderiam constituir tarefas hercúleas...

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    4. Confesso que nem o meu próprio número de telefone sei de cor ! Vergonhoso, concordo, mas é o que o a tecnologia nos propõe...

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    5. só agora é que percebi que alvalade neste post é alvalade estádio, li alvalade bairro. será a chamada interpretação selectiva.

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    6. Anónimo9.10.13

      Tranquilo.
      Levantar-me após ler os resultados do jogo da bola que seguem em carta com selos russos para sevilha.
      Beber champanhe a correr 50min.
      Ouvir Alvalade mergulhar a 10km dos Açores.
      Decorar o n.o de telefone do barbeiro que vem acender a lareira para a refeição com um livro de cada vez.
      Adormecer aborrecido por demorar (tanto)!

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  4. OCorvo7.10.13

    Eu só faço uma tarefa de cada vez, mas faço bem...quando calha. Bolsa não conta porque isso é cada palpite cada merlo.
    Leio muito, tanto porque gosto como por o tempo mo permitir, mas sempre um livro de cada vez.
    Ultimamente tenho lido menos do que desejaria porque a casa dos segredos merece-me muita atenção.

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    1. Anónimo8.10.13

      A Casa dos Segredos... Até mudei para a MEO para poder ver sempre. É mesmo bom, não é? Alterno entre a Casa dos Segredos e o CM TV. É que gosto mesmo! (Isso faz de mim alternadeira, né?)

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  5. Coisas que não faço há muito tempo: dormir oito horas seguidas.

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  6. Então faça, se são coisas que realmente quer fazer... parecem-me tarefas simples e nada difíceis de alcançar (excepto correr dez kilómetros em menos de cinquenta minutos, que exige treino gradual), é uma questão de se propor realizá-las, agora que o mais difícil está feito, listá-las. Tratando-se de mera constatação, e é para aí que me inclino, que não imagino um snob chique a lamuriar-se, percebo que temos muitas coisas em comum.

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  7. Anónimo8.10.13

    Ilustre PMS, quem bebe champanhe às refeições, imagino que de óptima qualidade, bebe o quê ao pequeno-almoço?
    Satisfaça lá a curiosidade ;)

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  8. Anónimo8.10.13

    É terrível, terrível. Esta coisa da internet e dos blogues tira-nos o tempo para tudo. A culpa é do governo! As saudades que eu tenho de acender a lareira que não tenho... Até o cheiro da terra molhada no Outono nos foi retirado repentinamente com este ataque de bom tempo. E os números de telefone... Ah... Os números de telefone. Desde a invenção dos telemóveis e dos telefones fixos com memória que não tenho o prazer de atafulhar a mente com a beleza dos algarismos. Retiram-nos tudo. Agora em vez do Barbeiro de Sevilha temos a Manicura das Unhas de Gel. Enfim, é a evolução dos tempos. Não podemos fazer nada, não é verdade? A não ser suspirar de saudades!

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