O que é surpreendente, meu caro Ruben Patrick, é que o custo do sublime é residual. Fazer bem, com elegância, com um toque pessoal, custa tão pouco que não se percebe porque não o fazes sempre.
Podes servir um vinho apenas razoável aos teus convidados, mas que custo tem abrir o vinho antes meia hora antes de o servir, usar um decantador em vez de o verter da garrafa, servi-lo em copos de vinho em vez de o servir em copos de água?
Podes sempre apresentar salada de atum para um jantar de amigos mas, caramba, podes sempre trabalhar o prato, preparar uma maionese com ervas aromáticas, pensar que aquele é um prato de salada de atum, isso é certo, mas é uma salada de atum que servirás aos teus amigos, terás que ser sublime, fazer daquela salada de atum a mais vistosa salada de atum que eles jamais degustaram.
É a mesma coisa com a forma como tratas uma mulher, é certo que ela está ali porque não deseja outra coisa senão estar contigo, mas, Ruben Patrick, escolhe a tua melhor roupa, deixa as pulseiras étnicas em casa, desfaz a barba, desliga o telemóvel, olha-a nos olhos, senta-te em condições, a mulher que está diante de ti merece o sublime e, em verdade te digo, Ruben Patrick, o custo do sublime é residual.
gostei!!!
ResponderEliminarhttp://ocarteiravazia.blogspot.pt /
As vezes preocupamo-nos mais com as pessoas que tentamos impressionar do que com os nossos amigos, do que com quem amamos. Foi isto que este post me fez pensar...
ResponderEliminarCom mil milhões de coriscos caro Sally, se segue por esse caminho de ególatra bajulação, misoginia, a mulher sempre como coisa logo ali sentada no divã, em silenciosa solicitude, perdoe-me aliterar quando apenas procuro palíndromos, e cultivavado langor típico classe-média, não me será permitido, por força deontológica, aqui plasmar apologias à sua caríssima cosmética.
ResponderEliminarConfiando que decerto compreenderá as limitações dos meus préstimos, deixo-me aqui, lúbrico.
Deste sempre seu,
Bat'uma
(o cruzado capado)
considera-te avisado, piroco :D
ResponderEliminarΔ
Correndo o risco deste comentário levar o mesmo caminho do anterior, quero deixar um pensamento : o Senhor sabe que é muito mais do que estas parábolas secas, não sabe? A sério ? Depois de nos dar a provar as ambrósias de Agosto?
ResponderEliminarEstas suas Pipoquetes são danadas, pobres/ricas e mal-agradecidas. Exigem do meu amigo aquilo que não dão de si, Originalidade.
ResponderEliminarNão lhe espero outra coisa senão uma despreocupação sincera a esta classe média do comentário.
Um abraço rijo de alguém que o estima, seja em Agosto, seja noutro mês qualquer. Se é que me entende.
Os cães ladram, a caravana passa e o homem escreve. E escreve bem. Aliás, escreve muitíssimo bem. Basta querer. Todos os dias.
ResponderEliminarRuben, talvez seja a primeira vez que eu e o Tio Pipoco não concordemos a 100%, repara que isso não é mau de todo, ouves duas perspetivas diferentes, e depois fazes como todos, acabas por fazer algo intermédio, julgando que no meio é que está a virtude porque é isso que lês nos blogues, mas não Ruben, retém o facto de as mulheres apreciarem homens que não se ficam pelo mediano. Isto para te dizer que compreendo o que o Tio Pipoco quer dizer com isso do ser residual o custo do sublime. É verdade, comparando com o prazer que proporcionas ao outro, efetivamente é residual. Mas o que o Tio Pipoco não te está a dizer é que é residual mas não e fácil, ou seria atingível a todos, e não é, caro, muitos almejam, poucos atingem e precisas de estar predisposto a dar mais do que o essencial, a queres fazer o outro feliz e a estar atento a todos os pormenores.
ResponderEliminarDe que te serve fazeres a maionese temperada com ervas aromáticas que o Tio Pipoco falou, se fazes duas ou três referências a jantares absolutamente fantásticos, maravilhosos e inesquecíveis em que a tua companhia não esteve presente? De que te serve ires ao Ikea comprares uns copos de vinho para seguires o conselho do Tio Pipoco ,se antes do jantar entregas aos teus convidados garrafas de Sagres acabadas de sair do frigorífico? E de que te serve fazeres o esforço de não adoçares o café porque o Tio Pipoco te disse que assim é que é, se consegues servir o dito de uma máquina comercial diretamente para um copo de plástico?
Por isso, Ruben, ouve este outro conselho, é residual mas não é fácil. E não está acessível a todos. Mas se conseguires ser diferente, fazer sublime, estarás apto para construir relações num outro campeonato. Até lá, estás e andas. Não constróis.
Ricardo Reis ? Alvaro de Campos ? ... Alberto Caeiro não, porque era o " Mestre"...
Eliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=J4TCHr2Wv8c
Os meus mais sinceros respeitos
Anónima de primeira vez
As minhas desculpas ao amigo que partilha a minha progénie, mas o caro amigo Salgado não compre copos de cerimónia no IKEA se quiser uma madrugada aprazível com uma Dama sofisticada.
EliminarQue enjoo, Pipoco! Estes seus homens e mulheres ideais são todos cópias uns dos outros. Falta-lhes a personalidade e as imperfeições que tornam as pessoas mais interessantes.
ResponderEliminarCaro amigo Salgado,
ResponderEliminarFelicito-o desde a primeira letra do seu formalmente aprazível, benévolo e delicado poema. E igualmente congratulo o meu caro amigo pela memorável iniciativa pedagógica que perpassa esta obra. Se há povo necessitado de bons costumes é certamente este nosso.
Perturba-me no entanto a sua linha argumentativa, naquele pequeno simbolismo que outorga valor à beleza da palavra.
É cousa de pouca monta, mais próximo de uma pequena dermatite cortical, difícil de aliviar portanto, que de uma dolorosa equimose, áspera e túrgida. E apenas lhe trago o assunto à consideração por ser mal que com tanta frequência me aflige.
Perturba-me de facto o seguinte: o meu amigo, bravo maratonista da linguística e manifesto paladino da etiqueta, nao deve argumentar adónis pela via do corcunda. É demasiado notório se o seu público, nós pretendo eu, se encontrar acordado.
Repare o meu amigo que utilizou o 'comportamento pouco civilizado' como norma e a norma como 'sublime'.
Bem sei que prima pela ironia das pequenas diferenças, e daí interrogar-me se será possível que o meu amigo alguma vez tenha sequer contemplado a possibilidade de servir um vinho elegante ou uma delicada Mulher em condições que não aquelas que denomina 'sublimes'.
Na sincera crença que o meu caro amigo apela à nossa sensibilidade por via desta interpretação, e na esperanca do meu próprio esclarecimento caso tal se venha a infirmar, congratulo-me.
Deste, que o acompanha,
(ainda que com vaga dificuldade)
anonimo