12 agosto 2013

Pipoco também foi ver a Gaiola Dourada

Se calhar somos mesmo aquilo, mansos, sempre prontos a dizer que sim senhores, que estamos cá para isso, sorrimos enquanto se nos revolta o estômago, se calhar só ganhamos coragem para dizer que basta, que merecemos respeito quando ganhamos a taluda e, forrados com o poder que achamos que o dinheiro nos dá, falamos então grosso, como vimos fazer aos outros, aos que tinham dinheiro antes de nós. Se calhar somos mesmo assim, levamos a marmita para hotéis de luxo e compramos atrelados para os Cayennes, escolhemos mal as roupas, temos vergonha de ser quem somos, gostamos de bola na televisão e de coisas penduradas no espelho retrovisor.

Talvez sejamos tudo isso, mas, por Deus, não somos gente de beber Ricoré...

20 comentários:

  1. Respostas
    1. Uma mistela horrível, instantânea, a que alguns franceses chamam café.

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    2. Cuca, o Ruben Patrick diz-me que é um pó que vem num frasco e que as senhoras velhinhas bebem ao pequeno-almoço misturado com leite.

      Eu, ao pequeno almoço, só bebo absinto, por isso peço escusa a escarecê-la em condições.

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    3. Anónimo12.8.13

      Quer-me parecer que absinto ao pequeno almoço e o visionamento da Gaiola Dourada não combinam entre si. Veja lá isso. Não queremos aqui incongruências grosseiras.
      sc

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    4. sc, fui para me integrar socialmente.

      Agora vou à exposição da Joana Vasconcelos no Palácio da Ajuda...

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  2. Não sei o que seja Ricoré.
    ( cara de ignorante envergonhada)

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  3. Lamento eu não vi "aquilo assim" talvez porque eu também estive em Paris, em Londres, em Madrid... dói mais na alma.

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  4. Ricoré é uma bebida solúvel da Nestlé, faz parte de um portfolio que mistura bebidas de cereais com ou sem café.

    Já há algum tempo que tentava perceber as diferenças entre essas várias bebidas, algumas pareciam iguais mas a preços diferentes, e encontrei um blogue que já tinha feito essa investigação.

    Resumindo: Têm o Mokambo (chicória, cevada e café) e a Tofina (também chicória, cevada e café), a Brasa (cevada, chicória e centeio) e o Bolero (também cevada, chicória e centeio), a Pensal (cevada) e a Ricoré (café e chicória, sem cevada ou centeio).

    Fabuloso, não? O marketing às vezes fascina-me.

    Informação retirada de http://apeste.blogspot.pt/2004/02/s-compras-com-minha-me-descobri-o.html

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  5. Mas ensinamos as asneiras aos putos!

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  6. Os antigos emigrantes comeram o pão que o diabo amassou, para vencer numa vida madrasta e colherem frutos para o porvir. Os novos emigrantes, os que partem agora para as terras da oportunidade, empurrados pelos dirigentes dum País que não lhes pode oferecer nada, esses sim vão para uma gaiola dourada. Dou como exemplo o meu próprio irmão, imigrante em Angola há 3 anos... quem conhece a realidade de Angola, não necessita que eu diga mais nada, senão gaiola ... dourada...

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  7. Anónimo12.8.13

    Na verdade, as tias da minha mãe que eram emigrantes em França bebiam ambas Ricoré e traziam latas daquilo no Verão porque 'era o melhor café' e 'disto não há em Portugal'. Não sei se eram caso único ou se, de facto, os emigrantes portugueses em França bebem Ricoré...

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  8. Admito que me apetecia ir ver a Gaiola Dourada, mas ultimamente só se ouve falar na Gaiola Dourada, que acho que já não me apetece assim tanto. Publicidade em excesso também pode prejudicar. Penso eu de que...

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  9. Anónimo12.8.13

    Também fui ver e não reparei em nada dessas coisas do riconãoseiquantos, reparei sim em coisas que a Senhora minha Avó dizia e que, dada a pequenez em tamanho e a fraca compreensão do que se passava no mundo eu não alcançava em entendimento, que em verdade se diga, era do Douro para baixo, o mundo, e, como dizia, a Senhora minha Avó que adorava o Sr. Dr. Adolfo Rocha, hoje, dia 12, ela fazia pão-de-ló para o lanche com as amigas, que dizia sempre ao jantar serem umas velhas e bebiam vinho fino. Isto se a memória não me falha porque já cá não está a minha Mãe. Como ia dizendo o que recordei na Gaiola Dourada foi a minha sábia Avó que dizia e repetia, sem eu alcançar o que ouvia, e aqui também me repito, dizia « da culpabilidade dos ricos e do ressentimento dos pobres pode surgir o pior».
    A coincidência feliz da sua conversa com o Sr. Prof. Rentes de Carvalho ajudou-me no trocadilho conhecido « o inferno são os outros», acho que foi Sartre, ao que a minha mui querida Avó sempre respondia « e o céu também».

    Maria Helena

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  10. Anónimo12.8.13

    Bem, os meus emigrantes todos os anos trazem ricoré na bagageira... e eu gosto!
    E sim, também reparei nesse pormenor e não consegui deixar de sorrir :) sim, somos exactamente aquilo que o filme retrata.

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  11. Anónimo13.8.13

    Ricoré sim...saudades de outros tempos.

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  12. Ricoré vende-se no Continente. E o Milo entretanto voltou, vamos ver por quanto tempo.

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  13. Eu bebo Ricoré. E Chicoré, que é a imitação do Lidl e bem melhor. :P

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  14. Anónimo13.8.13

    Não caro Pipoco, não somos todos assim! O excelente retrato que o filme faz é de um grupo muito particular de emigrantes. Os portugueses que emigram hoje em dia já não são nada daquilo! (Já trabalhei em vários países). Graças a Deus que não somos assim! É apenas uma minoria...

    Mariana

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    1. Anónimo20.8.13

      E tentar tapar o sol com a peneira geralmente dá asneira.

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