A responsabilidade está do lado de quem quer comunicar, ou seja do emissor. É verdade que o receptor não deve levantar barreiras à comunicação (fazer juízos prévios, saltar para a conclusão, etc) mas deve ser responsabilidade do emissor assegurar-se de que está a transmitir a mensagem que quer fazer passar, com a devida clareza.
Se eu escrever no meu facebook a seguinte frase "acabei de assistir a um óptimo documentário sobre a vida de Hitler", a Idade, que não me conhece, pode interpretar isto como a revelação de que nutro uma grande admiração pelo visado (knock on wood), ao passo que alguém que me conheça razoavelmente saberá ver nisto apenas uma prova do meu interesse pela história europeia. Já quem me conhece de ginjeira, saberá que eu estou a referir-me às questões técnicas (fotografia, etc), visto que estudo cinema.
Se o S. escrever que acabou de assistir a um óptimo documentário sobre a vida de Hitler, eu antes de formar qualquer juízo/opinião pediria mais informação; quereria saber o que foi que lhe agradou particularmente e assim, de pergunta em pergunta (se a informação não me chegar de bandeja) vou poder compreender ao que se refere quando diz ter achado óptimo o documentário. Isto é o que qualquer receptor deveria fazer, mas não o fazendo, o S. fica sujeito a que o receptor pense o que quiser; se o receptor for alguém que o conheça compreenderá de imediato ao que se refere, mas no caso de não o ser, para ser bem compreendido deveria o S. ter feito a adequação (juntar informação complementar). A responsabilidade de bem se fazer entender está do lado de quem comunica.
Ó S. peço desculpa pela confusão no género mas, como terá de admitir, melhor não poderia ser para provar a razão do que digo; até a S. diz assumir total responsabilidade pelo facto! Da mesma forma que não querendo ser mal entendida no seu comentário/resposta acima faz questão de acrescentar informação complementar "knock on wood". I rest my case. P.S. - Pipoco queira desculpar esta troca (salutar) de galhardetes. S. obrigada. Gostei muito.
Idade, eu nunca disse que o receptor era totalmente responsável pelo que lê, eu apenas defendo que ambos (emissor e receptor) detêm uma porção do sentido daquilo que é comunicado. Neste caso, ao usar a abreviatura "S", estou a excluir qualquer definição de género ao nome, e a coisa era propositada até eu perceber que ser tratada como um mancebo é altamente perturbador! Daí a correcção! [a partir de agora, serei sempre susana. ou sónia. ou sulionce vanessa. :D]
P.s.: eu acho que o sr. Pipoco não se importa nada. Sempre ouvi dizer que na óptica masculina as brigas de mulheres são muito interessantes (semanticamente falando, obviamente).
O Sexo e a Idade, permita-me respeitosamente discordar. :)
É impossível a quem escreva para além do meramente factual ou trivial ter qualquer género de segurança sobre a forma como a sua mensagem vai ser lida. Veja-se a poesia, veja-se a literatura, vejam-se coisas mais simples como dizer "gosto de ti" e o outro ter milhares de interpretações cheias de "se" e de "mas" para uma frase que aparentemente não tem forma mais simples de ser dita.
O emissor escreve filtrado por todas as coisas que o compõem. O receptor também o lê filtrado por todas essas coisas. Não se pode tentar impôr a um o ónus que é do outro. É perverso e imoral. E se alguma vez acontecesse, destruiria a criação artística e a maior parte das formas de expressão.
Mais haveria para dizer mas não me alongo muito mais. Mas há uns textos úteis sobre "Semiótica para Principiantes" no site da universidade de Aberystwyth, aqui:
Menino de Sua Mae, tem toda a razão no que diz. Todos nós temos filtros, tanto os emissores como os receptores, mas num mundo ideal deveriamos tentar alhearmo-nos, ao menos de vez em quando, do nosso background (tudo o que nos compoe) e tentar escolher as melhores palavras, as melhores formas de dizer exactamente aquilo que queremos dizer para que nao houvesse mal entendidos; claro está que o receptor deveria agir da mesma forma, sem juízos prévios ou preconceitos. Quando escrevi o comentário acima não pensava em qualquer criação artistica porque essas naturalmente não devem ter fechamento e logo não as devo incluir no que disse.
É bem verdade ! Um tipo poderia dizer-me " eu amo-te", eu ficaria para aqui aos saltos, toda empolgada e ele aludia inocentemente à minha mestria em executar um esplêndido trifle de frutos silvestres...
Como em tudo na vida, existem 3 verdades; a real, a de quem a conta e a de quem a recebe. Na escrita e na leitura existem no minimo 2 interpretações de uma mesma ideia, coincidentes ou não, dependente das vivencias de cada um, e do contexto, entre outros factores.Mas como alguem disse: da discussão nasce a luz...:-)
A responsabilidade está do lado de quem quer comunicar, ou seja do emissor.
ResponderEliminarÉ verdade que o receptor não deve levantar barreiras à comunicação (fazer juízos prévios, saltar para a conclusão, etc) mas deve ser responsabilidade do emissor assegurar-se de que está a transmitir a mensagem que quer fazer passar, com a devida clareza.
Se eu escrever no meu facebook a seguinte frase "acabei de assistir a um óptimo documentário sobre a vida de Hitler", a Idade, que não me conhece, pode interpretar isto como a revelação de que nutro uma grande admiração pelo visado (knock on wood), ao passo que alguém que me conheça razoavelmente saberá ver nisto apenas uma prova do meu interesse pela história europeia. Já quem me conhece de ginjeira, saberá que eu estou a referir-me às questões técnicas (fotografia, etc), visto que estudo cinema.
EliminarE agora?
P.s.: nada disto é verdade.
Se o S. escrever que acabou de assistir a um óptimo documentário sobre a vida de Hitler, eu antes de formar qualquer juízo/opinião pediria mais informação; quereria saber o que foi que lhe agradou particularmente e assim, de pergunta em pergunta (se a informação não me chegar de bandeja) vou poder compreender ao que se refere quando diz ter achado óptimo o documentário.
EliminarIsto é o que qualquer receptor deveria fazer, mas não o fazendo, o S. fica sujeito a que o receptor pense o que quiser; se o receptor for alguém que o conheça compreenderá de imediato ao que se refere, mas no caso de não o ser, para ser bem compreendido deveria o S. ter feito a adequação (juntar informação complementar).
A responsabilidade de bem se fazer entender está do lado de quem comunica.
Oh idade, não seja tão matemática na sua forma de pensar. Com um bocadinho de poesia, ainda me vai dar razão.
EliminarP.s.: sou "uma" S., não "um" S. (e assumo total responsabilidade pelo seu engano).
Ó S. peço desculpa pela confusão no género mas, como terá de admitir, melhor não poderia ser para provar a razão do que digo; até a S. diz assumir total responsabilidade pelo facto!
EliminarDa mesma forma que não querendo ser mal entendida no seu comentário/resposta acima faz questão de acrescentar informação complementar "knock on wood".
I rest my case.
P.S. - Pipoco queira desculpar esta troca (salutar) de galhardetes.
S. obrigada. Gostei muito.
Idade, eu nunca disse que o receptor era totalmente responsável pelo que lê, eu apenas defendo que ambos (emissor e receptor) detêm uma porção do sentido daquilo que é comunicado. Neste caso, ao usar a abreviatura "S", estou a excluir qualquer definição de género ao nome, e a coisa era propositada até eu perceber que ser tratada como um mancebo é altamente perturbador! Daí a correcção! [a partir de agora, serei sempre susana. ou sónia. ou sulionce vanessa. :D]
EliminarP.s.: eu acho que o sr. Pipoco não se importa nada. Sempre ouvi dizer que na óptica masculina as brigas de mulheres são muito interessantes (semanticamente falando, obviamente).
O Sexo e a Idade, permita-me respeitosamente discordar. :)
ResponderEliminarÉ impossível a quem escreva para além do meramente factual ou trivial ter qualquer género de segurança sobre a forma como a sua mensagem vai ser lida. Veja-se a poesia, veja-se a literatura, vejam-se coisas mais simples como dizer "gosto de ti" e o outro ter milhares de interpretações cheias de "se" e de "mas" para uma frase que aparentemente não tem forma mais simples de ser dita.
O emissor escreve filtrado por todas as coisas que o compõem. O receptor também o lê filtrado por todas essas coisas. Não se pode tentar impôr a um o ónus que é do outro. É perverso e imoral. E se alguma vez acontecesse, destruiria a criação artística e a maior parte das formas de expressão.
Mais haveria para dizer mas não me alongo muito mais.
Mas há uns textos úteis sobre "Semiótica para Principiantes" no site da universidade de Aberystwyth, aqui:
http://users.aber.ac.uk/dgc/Documents/S4B/sem02.html
Menino de Sua Mae, tem toda a razão no que diz.
EliminarTodos nós temos filtros, tanto os emissores como os receptores, mas num mundo ideal deveriamos tentar alhearmo-nos, ao menos de vez em quando, do nosso background (tudo o que nos compoe) e tentar escolher as melhores palavras, as melhores formas de dizer exactamente aquilo que queremos dizer para que nao houvesse mal entendidos; claro está que o receptor deveria agir da mesma forma, sem juízos prévios ou preconceitos.
Quando escrevi o comentário acima não pensava em qualquer criação artistica porque essas naturalmente não devem ter fechamento e logo não as devo incluir no que disse.
"... you become responsible, forever, for what you have tamed."
ResponderEliminarE há gente que adora complicar.
ResponderEliminarÉ bem verdade ! Um tipo poderia dizer-me " eu amo-te", eu ficaria para aqui aos saltos, toda empolgada e ele aludia inocentemente à minha mestria em executar um esplêndido trifle de frutos silvestres...
ResponderEliminarAhhhh gostei.
ResponderEliminarComo em tudo na vida, existem 3 verdades; a real, a de quem a conta e a de quem a recebe. Na escrita e na leitura existem no minimo 2 interpretações de uma mesma ideia, coincidentes ou não, dependente das vivencias de cada um, e do contexto, entre outros factores.Mas como alguem disse: da discussão nasce a luz...:-)
ResponderEliminarPrefiro ser apenas um irresponsável que escreve. Facilita imenso a tarefa a quem lê...
ResponderEliminarTirou do site do arrumadinho? É que é o que ele está sempre a defender... Não que eu visite sites daquele nível, só de Viscondes para cima.
ResponderEliminarE o meu comentário Tio Pipoco? Ora, dizia eu, que é por estas e por outras que o outro lá tem de andar sempre a explicar posts.
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