09 novembro 2012

Há um tipo de pessoas que não assinarão a petição para a demissão de Isabel Jonet

Os que tiveram a infelicidade de ser ajudados pela ideia que Isabel Jonet ajudou a desenvolver.

35 comentários:

  1. Anónimo9.11.12

    E aqueles que têm medo de vir a precisar.

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  2. A querida corre o risco de ver a próxima acção do BA ser um fiasco, por culpa própria claro. Não é por mal, mas ela tem razão não posso viver acima das minhas possibilidades, e inventar de andar a dar para tudo o que é caridade. Já fui voluntária e doei, só me envergonham!

    http://alguemquemecale.blogspot.pt/

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  3. Nunca tive a infelicidade de ser ajudada pela ideia que essa senhora ajudou a desenvolver e, no entanto, não assinarei qualquer petição pela sua demissão.

    Demitida ou não, ela (e muitos outros como ela) pertence ao grupo dos que acreditam na necessidade da existência dos pobrezinhos para poder praticar a caridadezinha. Se se demitir, vai para lá outra como ela. Fica tudo na mesma.

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    1. Mas para se ser responsável pelo BA é preciso ter passado fome??? Ou passar ainda??? Se a Senhora é voluntária, "pertence ao grupo dos que acreditam na necessidade da existência dos pobrezinhos para poder praticar a caridadezinha"; se fosse paga por essa função, seria criticada porque era mais uma agarrada "ao tacho" etc, etc,etc... não há paciência para gente que critica só por criticar, para não ficar calada.

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  4. Nós sabemos que estamos e ainda vamos ficar mais pobres, teremos que reinventar novos hábitos, e que andámos num despautério, bastava entrar numa loja de bairro para ouvir contar histórias sobre as viagens às caraíbas, e aos brasis, eu conheço gente que tem um plasma em cada assoalhada, mas o que incomoda é “aquela” caridadezinha.. .

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  5. Anónimo9.11.12

    Eu começo a achar que sou a única pessoa que conhece mãezinhas que comem Nestum para que os filhos possam ter um telemóvel de última geração.
    E são estas as mesmas que ficam escandalizadas com o que ela disse. Porque isto de fazer downgrade aos hábitos de vida, tem lá muito que se lhe diga.
    AnaB

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  6. pássaro viajeiro9.11.12

    Pois é: o seu post vem muito de acordo com a nossa realidade em que o importante não é sê-lo desde que se possa parecê-lo.

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  7. Eu falo o que penso e não gosto de autos de fé

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  8. Anónimo9.11.12

    Há mais de 20 anos que foi criado o Banco Alimentar contra a Fome, em Portugal. A fome não é miséria?
    Se alguém tem duas galinhas para o almoço e outra pessoa não tem nenhuma, em média têm mais do que precisam, de facto.
    Esta crise, vem de certa forma dar-nos a possibilidade de olhar os recursos de uma forma mais adequada. Estávamos a viver numa espiral consumista, muito virada para o umbigo, e embora isso mexa com o nosso conforto, considero isso importante para a nossa formação e para a dos nossos filhos. O que custa e talvez caia mal neste discurso delicado, é sabermos que este esforço não parte de uma consciência real da necessidade de o fazermos, mas da constatação de que existem desigualdades gritantes na nossa sociedade, em que uns têm d encolher, em prol de outros morrerem de fartura. Isso sim, é revoltante, mas não creio que seja disso que esta Senhora, a meu ver com valor, quer dizer.

    Maria Helena

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  9. Anónimo9.11.12

    Ainda há outro tipo: os que, como o Pipoco e a dita cuja, têm a felicidade de poder escolher se lhes apetece beber um Bushmills e fumar um Cohiba ou ir jantar ao Pinóquio ou ainda apanhar um avião para Madrid porque lhes paetece umas tapas.
    Esses mesmos que não precisam de comer Nestum para comprar todos os Ipads que lhes paeteça. Mas que não concebem que os pobres que estendem a mão à sua caridadezinha, possam ter os mesmos direitos e deixar, lá está, de precisar de ideias engendradas por gente que tem estas opções todas, para os "ajudar". As coisas são como são, pois é.

    (não tenho blog mas não sou anónima, chamo-me Maria)

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  10. Anónimo9.11.12

    E a dona AnaB, de certeza que não é "mãezinha". Porque, se o fosse, saberia que o tipo de acção que tanto condena, se calhar, não representa mais que o imenso amor dessas mães pelo filho.

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    1. A AnaB é mãe de duas crianças maravilhosas que quando pegam num livro no supermercado me perguntam: é caro, mamã?
      De duas crianças que nunca me pediram uma Playstation Portable (ou se o fizeram e eu não me lembro, se contentaram com o "Não").
      De duas crianças que sabem que não já podem andar no ténis e na natação porque só há dinheiro para uma.
      Que sabem que não podem saltar no sofá porque ele custou o corresponde a n meses de trabalho da mamã.
      A Ana B tem muito orgulho por os seu filhos maravilhosos (de 7 e 4 anos) perceberem o valor do dinheiro.
      Isso, na minha mui modesta opinião é educação.
      ;)
      AnaB

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    2. Anónimo9.11.12

      Pois...mas o probleminha assim piqueno, piqueno, é que a Maria é mãe de dois filhos que nunca puderam andar no ténis nem na natação pois o dinheiro, ao meio do mês, já tinha acabado e ainda nem as contas da luz e do gás tinham sido pagas....o probleminha (piqueno) é que os meninos da AnaB têm a sorte de poder ter sido educados para poupar mas há outros meninos que nunca puderam saber sequer o que é poupar porque não sabem se quando chegarem a casa vindos da escola têm pão com manteiga para comer ou nesse dia não. O problem(inha) é que quem fala como a AnaB são as pessoas para quem ir ao supermercado é um acto natural e não sabem o que sentem as pessoas que têm que ir para a porta da Cáritas. O problema, minha cara, é a legitimidade para falar. E essa, só a tem quem já passou pelo outro lado. O que não é, manifestamente, o caso da menina Jonet. Maria

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    3. Anónimo9.11.12

      No entanto, a "menina Jonet", podendo, se calhar, passar o dia no supermercado a fazer compras, preferiu dedicar-se a promover a ajuda a quem lá não pode ir. Lá terá, portanto, algum valor para além dos seus defeitos, não é verdade? Enfim.
      (Desculpe, Pipoco)
      Madalena

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    4. Olhe que não, Cara Maria, olhe que não.
      Tenho várias amigas, pessoas inteligentes, bons empregos, bons carros, que fazem contas para chegar ao fim do mês. Que não pagam o condomínio do prédio na Estrela. Cujos filhos possuem Playstations, inquestionavelmente. Cujos filhos vão ao ténis E à natação, inquestionavelmente. Cujas mães (avós das criancinhas) lhes pagam a prestação da casa, inquestionavelmente. É a estas pessoas a que a Isabel se refere, que são muitas, mesmo muitas. E isto de colocar o dedo na ferida é uma maçada.
      A menina Jonet tem, como ninguém, legitimidade em falar, porque ela está lá, onde é necessária. Há 20 anos.
      Falando das crianças que não sabem se têm pão e manteiga para comer. Essas não se queixam das palavras da Isabel, essas estão gratas pelas acções da Isabel.
      (a sua reacção foi relativa ao meu primeiro comentário: se as suas crianças não sabem se vão ter pão e manteiga para comer, fico muito triste se tiverem um telemóvel de ultima geração para brincar)
      AnaB

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    5. Anónimo9.11.12

      Então, a menina Jonet que especifique que aquele discurso se destina apenas e só a essas pessoas. Que não o faça generalizando aos "portugueses" porque ao fazê-lo ofende, desrespeita e insulta os que não se inserem nessa casta e que são 90% da população. Aí é que menina se enterrou toda e noutras coisas mas não vale a pena porque, lá está, quem está nas "castas" superiores não entederá nunca.
      (sim a minha filha ainda tem pão com manteiga para comer. mas se eu tiver que comer Nestum para lhe oferecer, não um telemovel de ultima geração mas as botas Timberland que as amigas usam e a fazem sentir-se mais segura, integrada no grupo e lhe elevam a auto-estima, logo, a fazem feliz, garanto-lhe que o faria. Chama-se amor incondicional). Passar benzinho, encontramo-nos um destes dias à porta do pingo Doce, não garanto que tenha possibilidades de deixar por lá um pacotinho de arroz. Maria

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    6. AnaB, os meus cumprimentos.
      Dói quando as pessoas põem o dedo na ferida. As verdades são duras. Parabéns, subscrevo os seus comentários a 100%.

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    7. Anónimo9.11.12

      Nota posterior: não fico triste por terem telemóveis de última geração para brincar, per si. Mas como gasto alternativo ao pão e à manteiga. Fique claro.
      AB

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    8. Anónimo9.11.12

      "...essas estão gratas pelas acções da Isabel"..
      Lá está, confere, que bom que existem pessoas que fiquem gratas às zabelinhas deste mundo....:

      "...Os pobres surgiam das suas barracas, alvoraçados e gratos, e as minhas tias preveniam-me logo, enxotando-os com as costas da mão:
      - Não se chegue muito que esta gente tem piolhos."

      do Lobo Antunes, http://www.citi.pt/cultura/literatura/romance/lobo_antunes/ala92.html

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    9. Anónimo11.11.12

      Maria: pouco tenho a acrescentar à Inês ali abaixo.
      Apenas que nas minhas contas, umas botas Timberland correspondem a uma carrada meses de piscina (este mês são umas botas de marca, e no próximo mês vai ser o quê? E no outro? E no outro?).
      Pense nisto.
      Um beijinho,
      ;)
      AnaB.

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  11. Anónimo9.11.12

    Foi impressão minha ou o sentido deste post não foi bem entendido por alguns?
    Deixar de ajudar os outros através do Banco Alimentar por não gostar das declarações de quem o dirige não é um perfeito disparate?
    Nunca fiz nenhum comentário, mas sou visita assídua.
    Madalena

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    1. pássaro viajeiro9.11.12

      Não foi devidamente interpretado por alguns, e por outros assim a modos de meio enviesado. Acertou em cheio.
      Parabéns à AnaB.

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  12. Anónimo9.11.12

    'sim a minha filha ainda tem pão com manteiga para comer. mas se eu tiver que comer Nestum para lhe oferecer, não um telemovel de ultima geração mas as botas Timberland que as amigas usam e a fazem sentir-se mais segura, integrada no grupo e lhe elevam a auto-estima, logo, a fazem feliz, garanto-lhe que o faria. Chama-se amor incondicional'

    Claramente não sabe o que é o amor... Nem educação.
    Amor é explicar à sua filha que tem muito mais valor do que o calçado que usa e não lhe deturpar a mente deixando-a acreditar que objectos desnecessários e pressão social a levam a lado algum. Porque se a minha mãe algum dia me dissesse que ia passar a alimentar-se de Nestum para me pagar umas botas eu mandava as minhas amigas para a puta que as pariu porque prezo o trabalho e o dinheiro de quem me deu vida e me sustenta. Se algum dia a minha mãe tivesse de passar dificuldades para que eu pudesse viver acima das nossas possibilidades eu tinha vergonha na cara, pegava nesse dinheiro e ia para a porta do Pingo Doce (onde não encontraria a senhora a contribuir) e gastava todo esse dinheiro em pacotes de arroz para o Banco Alimentar contra a Fome. Porque quer em tempos de crise quer em tempos de bonança o que se tem de valorizar são as pessoas, o equilíbrio e a poupança. E isso sim é AMOR! E é exactamente a isso que a Isabel Jonet se refere... Às pessoas que não sabem fazer esse julgamento entre aquilo que é realmente necessário (comer pão com manteiga, ajudar quem precisa e valorizar a família) e aquilo que é supérfluo (comprar umas Timberland).
    Ah... E dou graças ao Universo por me ter dado uma mãe irrepreensível. Isso é que faz falta nos dias de hoje.


    Inês

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    1. Anónimo9.11.12

      LOL.

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    2. Anónimo9.11.12

      Claramente a menina não sabe o que é viver sem umas Timberland.

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    3. Caramba Inês, voltou a devolver-me a esperança na raça humana, palavras sábias as suas, as únicas de facto de jeito que li aqui neste painel!
      O mal está, sem sombra de dúvida, em que poucos no mundo têm isso de valorizar de facto o que é importante na vida, como a Inês tem!
      Passar mal a mãe para poder comprar coisas materiais aos filhos, para eles se sentirem seguros, confiantes, integrados e terem auto-estima... acho que é do mais patético que já li!!! Raio de valores tem esta gente!!
      Posso comprar ténis de marca ao meu filho, e consolas e faço questão de não o fazer, para além dos limites do razoável!!! E lhe garanto que ele não se sente, nem se sentirá desintegrado ou inseguro por causa disso. Surreal!!

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    4. Anónimo10.11.12

      Realmente viver sem umas Timberland deve ser desesperante.

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    5. Anónimo10.11.12

      Pois Singular Morena, mas tu tens o oasis de blog neste cena blogosférica profundamente triste e imunda e nem consciência disso tens, dás péroloas a porcos e nem sabes... se toda a gente tivesse tudo tão claro como tu... quem sabe não estaríamos neste situação tão desesperante... eu sabia, eu sabia que havias de ter lido aquilo num blog e vim investigar... eu tinha RAZÃO, descobrir!!! Caramba estou a ficar esperto...
      Duarte

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  13. Luísa Esteves9.11.12

    Eu sei que é fácil explicar a um filho, que foi o que fiz sempre e colhi frutos disso, que não se pode ter tudo na vida, que o dinheiro custa a ganhar, que se deve poupar, que só se tem prendas nos anos ou no natal e nunca por se portar bem ou ter boas notas,que se deve poupar, que se tiver 3 só deve gastar 2 e por aí fora ( só teve tlm quando necessitou, computador quando foi necessário para os estudos) Eu disse que era fácil porque tinha para lhe dar se quisesse, só achava que não devia dar, nem deixava familiares dar mas quem não dá porque realmente não pode, não tem, não será assim tão fácil.

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    1. Anónimo12.11.12

      Clap, clap, clap.
      Ufa, finalmente alguém inteligente nesta caixa de comentários, estava a ficar desesperada...
      Maria

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  14. Anónimo13.11.12

    Vocês são todos muito perfeitos e excelentes pessoas, sem mácula. Direitinhos ao céu, nem passam pelo pergatório! Abençoados!

    Eu também não teria problemas nenhuns em comer néstum para os meus filhos terem um bilhete para um concerto ou para uma playstation. Tal como a senhora Jonet não tem problemas em ter filhos que não cuidam do ambiente e da economia quando lavam os dentes com a água a correr (e fora o resto que escorre).

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    1. Anónimo14.11.12

      Somos, não somos?? Obrigada.

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  15. Este comentário foi removido pelo autor.

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  16. Pipoco, é com enorme pesar que constato ter chegado atrasada a este post magnífico.

    Ora vamos lá ver, parece-me que há aqui uma quase luta entre classes sociais: de um lado, os maus, os “riquinhos”, os que podem comprar botas Timberland para os filhos; do outro, os bonzinhos, coitadinhos e pobres.
    Vamos deixar-nos de ilusões? O problema não está unicamente no dinheiro, ou ausência dele, como alguns querem fazer parecer. O problema está na educação.
    Cresci e cheguei à idade adulta sem traumas e sem botas Timberland. Tive botas de outras marcas, ou sem marca, mas não é isso que está em questão.
    Fui educada a valorizar o dinheiro. Fui educada a saber distinguir o que podia ter daquilo que não podia ou que, pura e simplesmente, não me fazia falta.
    A minha mãe nunca comeria Nestum para que eu tivesse umas botas de marca mas, afirmo com toda a certeza, de bom grado comeria Nestum para que eu pudesse estudar.
    São as criancinhas de hoje, que acham que as botinhas Timberland caem do céu, que amanhã estarão afogados em dívidas. São estas criancinhas, habituadas a um certo “nível” que, daqui a uns anos, pedirão empréstimos avultados para comprar um topo de gama, porque andar de Fiat Punto não tem piada nenhuma; são elas que pedirão empréstimos e contrairão dívidas para pagar outras dívidas.

    A história só continuará a repetir-se.

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