Há uma espécie de blog, o The Burning House, uma ideia genial de tão simples que é. Imagine-se a nossa casa a arder, temos poucos minutos para salvar o que consideramos essencial, aquilo de que nos custaria separar. Considerando que as pessoas e animais já estariam a salvo, do lado de fora da casa, seríamos mais pragmáticos e salvaríamos o dinheiro, os documentos e o computador portátil ou cederíamos aos sentimentos e optaríamos por salvar o urso de peluche que tem o nosso cheiro, o livro favorito ou o disco de vinil que herdámos do nosso pai?
(vou ali pensar nisto, estou capaz de prantar aqui um retrato com aquilo que me faria falta, esforçando-me para fugir ao cliché portátil-iPod-máquina fotográfica de rolo-livro do Eça-relógio que me ofereceram os meus amigos-botas de montanha-pés de gato de escalada-vinil dos Pink Floyd-passaporte)
(e não, não publicarei no Burning House, que eles pedem o nome e a idade e mais não sei quanta informação que não acrescenta nada à ideia)
A ideia é magnífica. Dei por lá uma vista de olhos e é fantástico como há pessoas com as quais nos identificamos e outras que... nem por isso. Os objectos escolhidos e a forma como são fotografados diz-nos tanto sobre quem fez aquele post.
ResponderEliminarRepito, a ideia é realmente magnífica!
Blackberry, "a" pulseira, portátil da empresa e chave do carro. Por esta ordem.
ResponderEliminarJá conhecia e gosto muito da ideia.
ResponderEliminarFez-me olhar para aquilo que tenho com outros olhos.
A verdade é que de cabeça fria, queria levar tanta coisa e parece tudo importante. Mas acho que se tivesse mesmo a casa a arder, só pegava em duas ou três coisas...
Se eu tivesse a minha casa a arder pegava na minha apólice de seguro e não me preocupava com mais nada.
ResponderEliminarJá pensei nisso várias vezes e sempre que o faço fico bastante nervosa.
ResponderEliminarA ideia de ter de escolher angustia-me.
Não sei bem, gostaria de salvar tudo. Coloco valor sentimental em praticamente tudo.
Provavelmente, numa situação real, nenhuma das pessoas salvaria os objectos que indicou mas antes aqueles que poderão dar jeito (dinheiro, casaco, tudo o que possa ajudar na recuperação e/ou sobrevivência). Provavelmente, seria o que faria.
A ideia está gira mas é algo que nem gosto de pensar. Além do mais, parece-me que muitos objectos ali indicados são apenas para a fotografia ficar gira e interessante. Digo eu.
Dei uma vista de olhos no blog e gostei bastante.
ResponderEliminarMas algo me deixou atormentada, por não saber a resposta ao - porque raio é que, pelo menos os que vi e li, sendo mulheres salvavam sempre um par de sapatos e sendo homens uns ténis ou havaianas. É que tenho para mim, que no meio de tanto fogo, correr de saltos altos não dá jeito nenhum e havaianas...aquilo é capaz de queimar o pézito de qualquer homem, digo eu, que não percebo nada disso.
Por mim, a única coisa que realmente salvava, eram as fotos a p/b de toda a história da família. Não que as pessoas que realmente interessam, não fiquem na nossa memória e não exista necessidade de fotos para as lembrar, mas porque existem outras pessoas, que já não estão ao nosso lado e que para além de permanecerem na nossa memória, continuamos a precisar de as "olhar nos olhos" e isso só se consegue, com aquele clique disparado por uma qualquer máquina, num tempo qualquer, que não volta mais.
Ninguém sabe o que salvaria se a casa estivesse a arder se não viver a experiência da casa estar a arder.
ResponderEliminar1ª experiência : quando tinha cerca de 8 anos a minha casa começou mesmo a arder, a minha avó tirou- me o bibe, que naquela altura se usava por cima do vestido, para brincar sem sujar o vestido, penteou- me e pôs -me o laço e mandou- me aos bombeiros, perto de casa, com o seguinte recado: " a casa do Sr. X está a arder,têm que lá ir mas não podem tocar a sirene para não fazer alarde"
Lá fui eu, sem levar nada, aos saltinhos.
2ª experiência : já adulta, a minha casa começou a arder, saí, levei a minha filha no colo, e toquei às campainhas do prédio para dizer às pessoas que saíssem .
3ª experiência : mais tarde, o edifício onde trabalhava, já estou reformada, começou a arder,havia um plano de salvamento, e de acordo com as instruções descemos todos calmamente as escadas e fomos colocados a uma distancia de segurança. Desta vez também não levei nada, mas pasme-se, quando dei por mim sem nada, subi num repente as escadas até ao terceiro andar, par trazer o maço de cigarros e o isqueiro, dos quais me tinha esquecido. Apenas isto!!!
Como é que alguém pode saber o que traz, se não estiver a viver a experiência ? ,