Terminada sem glória a aventura de ler o livro do Grey, houve que tomar uma decisão de fundo e escolher quem temperaria a leitura de Ulysses e a inteligente escolha recaiu no "Conde de Abranhos", lido de seguida, o que tecnicamente me deixa outra vez na condição de ter que escolher parceiro para Ulysses, para além de me ter parecido que o Conde de Abranhos é uma espécie de Grey, só que em mais gordo.
(e, em verdade vos digo, o perfil do Grey e aquilo que as mulheres vêem no Grey dava para vinte posts daqueles com comentários inflamados de simpáticas leitoras - sim leitoras, quem criou o fenómeno foram mulheres, creio mesmo que terei sido o único homem a perder o meu tempo com aquilo)
El ingenioso hidalgo Don Quixote de La Mancha.
ResponderEliminar(gargalhada maléfica)
sc
Olhe que coincidência, a minha mãe também anda a ler o Conde de Abranhos. Eu gosto mais de A Capital. (diga lá coisas para inflamar as corderosinhas, já que perdeu tempo a ler aquela coisada gigante).
ResponderEliminarPipoco, será o Grey aquilo que as mulheres procuram num homem? Um tipo refinado, culto, riquíssimo, com um corpo capa de revista, mas depois supostamente vítima de abusos e de uma forma ou outra a precisar de uma mulher que lhe salve a alma? Se a escrita não fosse tão má talvez me aventurasse aos dois seguintes, mas não creio que melhore nem sequer gostei da protagonista, uma tipa absolutamente parvinha e sem qualquer espécie de interesse! Ainda se aparecesse a tal dominadora que supostamente o iniciou nas lides BDSM...
ResponderEliminarsc, belíssima sugestão. (mas não, estou capaz de coisa mais ligeira para desenjoar...)
ResponderEliminarCreio que há a distinguir a leitura de um livro da expectativa que se tem antes de ler o mesmo.
ResponderEliminarSe o fenómeno do Grey passasse abaixo do radar, coisa que o facto de ser o livro que mais vendeu em menos tempo a par da JK Rowling e do Harry dos Potes, possivelmente a coisa era entendida com alguma bonomia, ao género "Que livro tão tontinho, é engraçado que haja quem goste disto".
Mas não, a exploração estratégica do marketing e do passa-palavra só contribui para que estes livros ainda sejam mais rentáveis, porque não só os lêem aqueles que gostam da temática, etc, como todos aqueles que a desdenham ou criticam literariamente, mas não resistem à tentação de ir verificar pelos seus próprios olhos.
E aplicar essa lógica aos blogs e ver que se verifica igualmente. Não é só a temática ou a qualidade da prosa que conta, mas sim a percepção do blog que atrai os que nele se revêem e os que odeiam/desdenham mas não resistem.
É a velha teoria do, bem ou mal é irrelevante, o que interessa é que se fale nisso.
Mas isto sou eu, que tendo cada vez mais a racionar o precioso tempo para o que realmente me interessa.
São João, cumprimentos à senhora sua mãe, transmita-lhe que a coisa não acaba nada bem para o Conde de Abranhos, aliás, ele morre antes do livro se iniciar, o que é sempre um transtorno, parecendo que não.
ResponderEliminarMiranda, sim, o Grey tem quase tudo o que a maior parte das mulheres procuram num homem. (depois algumas aborrecem-se...)
ResponderEliminarMeu caro Mak, pego no seu último parágrafo, aquele em que diz que o seu tempo é demasaido precioso para perder com o que não lhe interessa, já pensei assim e levei a gestão do tempo com o que me interessava até aos limites, racionalizando e tentando não me desviar do propósito. Concluí que ficava a perder, que ser pragmático com a gestão do tempo e não deixar lugar ao kitsch, à leitura básica e ao filme fácil me prejudicava e me tirava parte do todo, que me limitava. Passei a prever, racionalmente, algum tempo para o irrelevante, quase sempre para me certificar que era tempo perdido. No entanto, acho que o processo me faz relativizar muitas situações e, melhor, me afina o sentido de humor.
ResponderEliminar(quanto ao que diz acerca dos blogs que se detestam mas dos quais não se conseguem manter a devida distência, a quem o diz, meu caro...)
tu e o arrebitadinho...
ResponderEliminareu não percebo o que as mulheres vêem no Grey.
ResponderEliminarÉ rico, é culto como a Miranda disse... mas aquela possessividade toda assustar-me-ia se me encontra-se frente a frente com um Grey. um homem que quer controlar uma mulher não vale a pena.
Gostava de entender o que as mulheres vêem nele.
Ah, meu caro, mas aí é que a minha frase o pode ter induzido em erro, porque "tempo para o que realmente me interessa" para inclui inclui obviamente boas doses de nonsense e irrelevância suprema. Mas, será aquela que eu escolher e não a que me indicarem ou tentarem sugestionar nesse sentido.
ResponderEliminarEstou muito longe de uma perspectiva esteta e elitista. Sou a favor da parvoíce e do desvario sem sentido ou aproveitamento intelectual e acho que toda a gente devia reservar algum tempo para isso, a bem da sua saúde mental. Ao fim ao cabo, é essa uma das razões que me leva a ter um blog. Não é uma projecção, é um reflexo :)
Madrigal, eu percebo perfeitamente o que algumas (bastantes) mulheres vêem no Grey. Um dia destes volto ao tema, quer?
ResponderEliminarMak, meu caro, realmente entendi mal aquilo que o meu caro dizia no primeiro comentário (apesar de estar lá escrito). Estranhei, reconheço-lhe uma tremenda capacidade de apreciar o non-sense e de se divertir com isso. E sim, isto do Gray não foi escolha minha, até há duas semanas atrás nem sabia que o livro existia, alinhei no ruído e quis concluir se aquilo seria boa coisa ou não.
ResponderEliminarMadrigal, para além dos óbvios atributos físicos e intelectuais do Grey, é também um tipo que quer proteger a mulher, e dar-lhe muito prazer, juntamente com uma enormidade de bens materiais (generoso também portanto!) Ao contrário do que se pensaria, não é machista, e o controlo é relativo, porque ela acaba por fazer o que quer sem que ele interfira grandemente. Parece-me ser um estereótipo masculino bastante genérico e aceitável para a grande maioria das mulheres.
ResponderEliminarFalta-lhe a parte emocional mas é daí que vem o interesse por este livro, já que a autora tenta convencer-nos que a protagonista irá conseguir salvá-lo através do sentimento que tem por ele. É um enorme cliché, com muito sexo à mistura mas as mulheres hoje em dia querem (e gostam!) de falar e fazer sexo, logo diria que a autora tem alguma inteligência, apesar do parco talento literário!
Miranda,
ResponderEliminareu sei que essa ideia da heróina, o salvar através do amor faz parte do género onde o livro, vagamente se encaixa, Ficção Romantica. Essa ideia neste tipo de livros faz parte do jogo, por assim dizer. assim como ele será sempre rico, mais velho e claro muito experiente sexualmente. Ela será sempre mais jovem, pobre e invariavelmente virgem ou pouco experiente.
Eu até gosto de ler estes livros, acho-lhes piada, precisamente pela mecânica ser tão bem oleada e pela previsibilidade e happy ending.
Quando comecei a ler este livro percebi que era este o tipo de história, moça pobre com homem rico. Apesar dela ser parva e da escrita ser pobre e a cada paragrafo me irritar com tanto he is so hot, fui continuando, mas cada vez mais sem vontade de continuar. qd ele começa com a conversa de és minha e de mais ninguém comecei a ficar um pouco irritada, mas a gota de agua aconteceu
" Spoliers"
quando durante o jantar em casa dos pais, em ele a usa de forma absolutamente abominavel como ela fosse uma prostituta, aí passei-me e comecei a detestá-lo, embora já não gostasse dele.
Por isso, eu não consigo entender o fascinio por ele, pode ser rico, pode ter tudo, mas caramba e respeitar os outros??
Posso dizer-lhe que o sado-masoquismo não me afligiu muito.
Pipoco, fico á espera que volte ao tema.
viu, assim se explica como com nada alguns se fazem ricos ... avisei, alimento e cultura com pimenta: antologia sátiro/erótica da natália correia. E muitos mais.
ResponderEliminarAinda assim, interessante como a epopeia que deu nome à capital lusa pode ser acompanhada com tantas outras obras diferentes. Estou a gostar.
p.s: bom bom era se poder apenhas por gosto, principalmente a alguns comentários que por passam.
E eu que juraria que estava a sugerir-lhe algo levezinho...
ResponderEliminarsc
Venham os vinte posts. Servirão para desabafar(es)...
ResponderEliminarGrey - nos mínimos detalhes: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=MK8Lr_HL3eY
ResponderEliminar;)
Lara
Mr. Pipoco opine lá sobre o Ulisses, a opinião do Paulo Coelho já temos, falta-nos a sua ;)
ResponderEliminarhttp://www.guardian.co.uk/books/2012/aug/06/paulo-coelho-james-joyce-ulysses
Tenho um amigo, gente boa, completamente info-excluído quando o assunto é telemóveis, mas apenas nesse assunto, que diria, se tivesse lido as 50 sombras, que não leu, que ele não perde tempo com essas coisas, mas se ele tivesse lido, iria advertir todas as senhoras que o primeiro indicio que o Grey é completamente chanfrado, não é a sua necessidade de domínio absoluto, não são as palmadas nem os chicotes, o primeiro indício que o Grey é um sádico assumido é o facto de ter oferecido um Blackberry à sua “amada”.
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