E lá estava ela, sugerindo-me que nestes tempos parece mal não substituir Glenfiddich 30 anos por Vat 69, Adega Velha por Macieira, assinatura na Gulbenkian por sintonia na Antena 2, assento central em Alvalade por relato na TSF, Porto de Santa Maria por Pizza Hut.
E lá estava eu, tentando explicar-lhe que não é por mim que prefiro o que prefiro, que é por quem vive daquilo, pelos operários da Marinha Grande que esculpem com arte a garrafa de Adega Velha, pelos trabalhadores honrados que vivem da importação do Glenfiddich, pelos rendimentos mínimos garantidos que saem do imposto sobre o álcool, pelos afinadores de pianos da Orquestra da Gulbenkian, pelos tratadores de relva de Alvalade, pelos ajudantes de cozinha, por todos aqueles que ninguém nota e que eu sei que lá estão.
Ah, o altruísmo, um valor cada vez mais escasso na sociedade que nos rodeia. Qualquer dia, só vamos conseguir ver espécimes assim em museus e em séries tipo BBC Vida Selvagem.
ResponderEliminarÉ um argumento válido como outro argumento qualquer.
ResponderEliminarParece-me a mim que o "pipoco" percebe das coisas boas da vida e ainda bem.
Tenho cá para mim que o estimado Mak acabou de sugerir que o Eng Pipoco poderia ficar bem inserido num desses documentários da vida selvagem. É de mim, ou isso foi uma maneira carinhosa de lhe chamar selvagem?
ResponderEliminarStiletto, Mak, o Mau, tem créditos praticamente ilimitados para me chamar o que lhe aprouver, nunca ficaremos quites pela quantidade de bons momentos que já me proporcionou nestas caixas de comentários.
ResponderEliminar(e foque-se no altruísta, que foi o valor que Mak ressalvou, consciente que a minha missão no mundo é espalhar o bem)
mil perdões, tantos anos a dizer que não há verdadeiramente maus profissionais, que a questão se resume em retirar o melhor de cada um, que afinal todos sabem fazer qualquer coisa bem... não resisto à ironia distorcida, é superior a mim.
ResponderEliminar(você sabe lá os trainees e estagiários que me passaram pelas mãos)
A minha existência básica não me permite discutir em moldes muito abrangentes. Talvez por isso o meu saber se revele apenas no espaço confinado das caixas de comentários.
ResponderEliminarE o vetusto Pipoco sabe bem que em termos das coisas boas da vida eu só aproveito o que vem nas entrelinhas ou no linear de grandes superfícies.
Mak, eu de grandes superfícies não gosto muito, aliás não gosto mesmo nada, são uma necessidade, sempre preferi o comércio tradicional. E o Pipoquinho, poderá ser um animal selvagem, que poderá, mas não me parece nada bem chamar-lhe antiguidade, o homem não deverá estar assim tão mal.
ResponderEliminar(vê como eu gosto de si Pipoco?)
Chamar vetusto a alguém proporciona-me uma espécie de avanço de 40 anos e imagino-me a fumar charuto num qualquer clube forrado com poltronas de cabedal.
ResponderEliminarÉ o que dá ter lido muito Sherlock Holmes em pequenito.
Sendo uma mulher que acredita que "nada é para a vida", estou aqui pela primeira (e muito provavelmente última) a comentar no seu "espaço".
ResponderEliminarBasicamente, o título do post diz tudo e a partir daí, li o que escreveu com um enorme sorriso. Por favor, não perca este seu estilo nunca nem mude para as "Pizza Hut" deste mundo! Que desperdício!
Quanto ao seu single malt Scotch whisky, recomendo-lhe Edradour, o meu favorito :)
Até um dia,
TQ
Poderia fazer todas as trocas pelo menos uma vez na vida, mesmo não gostando, mas Vat 69 nunca me apanhariam a beber, com certeza!!
ResponderEliminarHá um clube mui selecto, acho que para os lados do Chiado, não me lembra agora o nome, os novos sócios entram por recomendação, a anuidade é qualquer coisa como 5K, sala de fumo, sala de jogo, poltronas de cabedal, aposto que meistre Pipoco, a ser sócio, seria de um clube desses (tenho um amigo encantador, que tem por sonho entrar para lá, ainda não conseguiu, isto é motivo de chacota em todos os jantares).
ResponderEliminarMak, aconselho um clube destes. Só o melhor.