04 setembro 2010

Don't like

Estimados cidadãos que me têm proposto amizade nesse fantástico instrumento que transforma o mundo num melhor local, onde os filhos são amigos dos pais, e vice-versa, as mulheres são amigas dos maridos, o que é sempre o esteio da harmonia familiar, onde os próprios amigos propõem amizade aos seus amigos, numa celebração contínua da amizade, a verdade é que me vejo impossibilitado de aceitar a vossa amizade, o que, creiam, me é extremamente penoso e me causa inimaginável mágoa, uma vez que não faço a menor ideia de como funciona o sistema nem vislumbro qualquer vantagem em dedicar-me a tal desiderato. A criação de uma versão facebookeana do Pipoco foi apenas uma experiência, aceitasse eu a vossa amizade e, consequentemente, abrisse as facebookeanas portas, verificariam os meus caros que nada encontrariam, nem fotos, nem escritos, um absoluto vazio, como de resto já acontece aqui em ambiente blogeriano, embora o processo criativo aqui seja diverso.

Mais informo que a situação assim se manterá, uma vez que não reconheço valor acrescentado ao reencontro de velhos amigos do ciclo preparatório, uma vez que, em desejando eu desencantar pessoas que, de facto me apeteça desencantar, que as há, utilizo o processo clássico de mover a fantástica teia de relações de que disponho e, em menos de vinte e quatro horas, obtenho o almejado contacto, tudo isto sem ter que disponibilizar fotos em que eu me estou a divertir, outras em que estou na praia a divertir-me, obviamente e outras ainda em que estou de copo ao alto, com rosados amigos, imaginem, a divertir-me.

Não domino os intrincados meandros do facebook, não disponho de tempo útil para me dedicar à pertença de grupos sociais, utilizei durante um pequano lapso temporal as virtudes do google talk, não descortino quaisquer vantagens competitivas em partilhar total ou parcialmente os meus divertidos momentos, até porque, toda a gente sabe isto, o ambiente bloggeriano coloca-me ao dispor tudo aquilo que procuro na interação de ideais e, como se fosse pouco, proporciona-me toda a panóplia de experiências de conhecimento da raça humana que este meu corpo cansado consegue abarcar.

Pelo exposto, gostaria que não considerassem como um desaforo pessoal a inexistência de resposta da minha parte aos vossos amáveis convites. Vós estais no meu coração, aqui, acreditem em mim.

4 comentários:

  1. Anónimo4.9.10

    Coração de pedra, dirão as/os proponentes.

    Um fim de semana cheio de bons encontros.

    Maria Helena

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  2. Faz muito bem em não cair nisso, Mr. Popcorn. Quando menos se espera há alguém que se lembra de lá enfiar uma fotografia de grupo, tirada nos anos noventa, em que o nosso ar de idiota é de tal forma vincado que até parece que escolheram a foto só para nos chatear.

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