Mas estive no Festival ao Largo, é clicar aqui e ver o que é a coisa, o coro na varanda do São Carlos, a orquestra cá em baixo, a maestrina que começou com uma direcção hirta e acabou a dirigir o público nos encores finais, a noite fantástica, o Largo de São Carlos repleto, o público sabedor, em silêncio absoluto durante a execução das peças, a escolha sábia de peças que toda a gente conhece, nem que seja de anúncios a detergente, bem sei que houve um tempo em que eu achava que as obras deviam ser escutadas integralmente, mas são estes trechos que o mundo se recusa a não esquecer, passem sobre eles os séculos que passarem, o programa foi uma espécie de rewind da minha vida, começou pela suite nº 1 de Carmen e lá estava eu em Milão na abertura da temporada no La Scala, nevava e tudo, e eu a deslumbrar-me com a direcção de Daniel Barenboim, acabou com Bolero, e lá estava eu, há mais de vinte anos, à boleia na traseira de uma carrinha Peugeot 204, mochila às costas, serra do Gerês acima, o Bolero de Ravel a tocar numa cassete, o Bolero demorou o exacto tempo que uma carrinha Peugeot 204, quase sempre em primeira e segunda velocidade, leva a fazer o percurso desde as Caldas do Gerês à Portela do Homem, depois Edward Elgar, o Pomp and Circumstance, Shakespeare a dar tema à noite, Sonhos de uma Noite de Verão, Shakespeare a piscar-nos o olho, Pride, Pomp and Circumstance of glorious war, em Othello e lá estava eu, em Londres, numa outra noite memorável, quase me esquecia de Gershwin, a primeira vez que entrei no Pavilhão Atlântico foi para ver Porgy And Bess, nesse dia percebi imediatamente que a aclamada condição acústica do Pavilhão Atlântico era um fabuloso embuste.
(Por hoje é isto, amanhã já cá esta de novo o Tabasco, ficai descansados)
Ler cabeças, ouvidos e escritas arejadas dá uma bizarra sensação de alento.
ResponderEliminar(amanhã voltarei ao registo "wtf", asseguro)
Deixa lá que eu também não fui.
ResponderEliminarAh, que alívio! Encontrei um dono de blog que não foi ao Alive!
ResponderEliminarBem eu também não fui ontem... Não dá para ir a tudo... E também não fui ao Festival ao Largo, pela segunda vez (já no ano passado quis ir e não fui). É por estas e por outras que até perco o medo de tirar a carta...
ResponderEliminarTambém lá estive! 6ª em vez de Sábado. Fantástico. E voltarei para Verdi e para 5 Tangos.
ResponderEliminarÉ bom ver que Lisboa se está a tornar uma cidade realmente interessante.. aproveitando infra-estruturas e condições climatéricas e oferecendo "banhos de cultura". Só não se molha quem não quer. :-)
Estive lá no ano passado. A atmosfera que se vive é grandiosa.
ResponderEliminarOntem estive a alimentar e admirar o meu pequeno tirano de 2 meses e meio... igualmente delicioso!
M.
não pipoco não foste o único... eu tb não fui... fiquei a ver uns dvd que tinha em atraso e a tentar não derreter!!!
ResponderEliminarPipoco..eu também não fui ao alive e em vez disso, como tu, fui até ao largo do s.carlos derreter-me com o concerto. foi genial. mais palavras para quê? :)
ResponderEliminarShame on me , eu fui!
ResponderEliminarSabado não! Gosto de PJ mas não sou fã, ia lá perder os FNM !
Mas apartir de agora frequentarei apenas locais com cadeiras, bancadas e casas de banho decentes. :)
Ysse
Lamento desiludi-lo, mas efectivamente não era o único.
ResponderEliminarSenão observe:
http://nopaleio.blogspot.com/2010/07/sonho-de-um-noite-de-verao.html