29 novembro 2010

Curtas

Estão cinco graus negativos em Paris. O Real Madrid levou cinco em Barcelona. Isto, parecendo que não, anda tudo ligado...

Dos saberes empíricos

Isto de falar para as pessoas é sempre igual, as pessoas tomam atenção a tudo o que dissermos nos primeiros dois minutos, depois reterão apenas as ideias que lhes repetirmos nos dez minutos seguintes e, finalmente, reterão a ideia final, isto se tiverdes a gentileza de avisar que a coisa se encaminha para o fim, "para terminar, gostaria de vos dizer...".

É aplicar isto à vida dos blogs.

28 novembro 2010

De as coisas serem como são

Temos então que o Eleven perdeu a estrela Michelin.

(Provavelmente começou a correr a notícia que eu lá jantava de vez em quando).

27 novembro 2010

Espírito do Natal - Capítulo 1

O primeiro livro é para o Besugo, porque o Besugo é do Sporting, porque não há nada que o Besugo escreva que não me apeteça ter sido eu a escrever, porque a arte do Besugo trata de arranjar as pessoas, fico sempre a pensar que um dia em que eu entre num hospital, quase de certeza porque um tipo com um camião TIR chocou comigo na nacional cento e dezanove ou então porque fodi uns ossos a esquiar, fico a pensar, dizia eu, que era capaz de ser engraçado o Besugo entrar porta dentro e dizer-me "Pipoco, isto não está famoso..." e eu ria-me, era só o que faltava a coisa não estar famosa, o Besugo ria-se também e ficávamos ali um pedaço a falar do Djaló, eu a recordar o Besugo que uma vez o Djaló marcou um golo ou dois ao Braga, o Besugo a abespinhar-se, acabávamos por marcar um almoço para um dia destes, pagava o Besugo porque tínhamos apostado que eu não me safava e eu, além de me safar sempre, nunca perco apostas.


O livro que eu ofereceria ao Besugo podia ser o "100 histórias do Sporting", do Fernando Correia, mas não é, aposto que o Besugo já tem o livro, autografado e tudo, temos então que o livro que eu ofereço ao Besugo é coisa para ser um clássico, russo, cheira-me que o Besugo é capaz de apreciar os escritores russos, e assim sendo, neste natal ofereço ao Besugo o Doutor Jivago, de Boris Pasternak.

A PSP informa que não vai deixar entrar maçãs no estádio

Estava aqui a beber um café na esplanada cá da minha aldeia, sou o único da esplanada, que isto está um frio que não se aguenta, mas eu gosto disto assim, eu e o meu jornal e o café e também o jornal "da casa" que é o Record, eu leio sempre de trás para a frente os jornais e os documentos, estes últimos porque a maioria das vezes não preciso de passar da última página, vá lá, das duas últimas páginas, para saber se vale a pena ler o resto e isso, parecendo que não, poupa-me tempo, os jornais porque sempre foi assim, lidos de trás para a frente, e não será agora que já não caminho para novo, que a coisa mudará, a minha única excepção é nos livros, esses leio sempre do início para o fim, mas o Record diz que o Moutinho vai festejar sem provocar, isto se marcar, e é aqui que está o pormenor, isto é uma não-notícia porque, em havendo equilíbrio no universo, nem marca o Moutinho nem marca ninguém deles, havemos de marcar nós e é capaz de ser dar o caso de marcarmos nós na baliza deles, que é assim que as coisas têm que ser e eu acredito em coisas que têm que ser.

26 novembro 2010

Se isto não é o espírito natalício a tomar conta de mim, então não percebo nada de espíritos natalícios...

Estava aqui a pensar que era bonito eu celebrar o verdadeiro espírito do Natal e escarrapachar também aqui uma wish-list do que quero que me ofereçam, mas a verdade é que a mim ninguém me oferece nada e por isso nunca terei a mesma sorte das meninas das wish-list, a elas basta-lhes colocar uns retratos de malas e de sapatos e carros desportivos e vestidos e a coisa materializa-se, comigo não acontece , como não sou um bom menino tenho que me esforçar mais e meter-me no avião para ir a Paris ou a Milão, entrar nas lojas e, finalmente, só depois deste moroso e parcimonioso processo, ser enfim o feliz proprietário do que me agrada.

Mas isto é o Pipoco, um blog snob-chic, não tenho que estar aqui a maçar as pessoas com o intrincado processo que me leva a adquirir os bens materiais, até porque eu sou do tipo espiritual, toda a gente sabe isso, assim sendo decidi que este Natal vou oferecer aos bloggers da lista ali do lado o livro que me parece ser a cara de cada um deles, será uma forma de lhes agradecer estarem ali sossegadinhos e deixarem-se ler sempre que me apetece, quando eu digo "oferecer", terão que ler "oferecer virtualmente", que isto para vos oferecer a coisa de forma mais palpável teríamos que ir tomar um café e isso é coisa que está fora de qualquer questão.

De como Pipoco afinal não mostra o decote

Em verdade vos digo que estive a um bocadinho assim (aqui entra o esforço do respeitável público, olhos semicerrados a visualizar a minha mão esquerda em posição horizontal, dedo indicador a uma distância de meio centímetro do polegar), de publicar aqui uma pequena contribuição para aquilo dos decotes, basicamente era uma camisa Arrow, à qual lhe foi retirada a gravata Prada e desabotoados os três primeiros botões, resultando num vislumbre de uma caixa torácica que não envergonha, uma coisa digna, mas entretanto aconteceu mais um episódio na minha senda em ultrapassar os limites no que concerne ao concurso "pior filme que vi na vida" e fui ver o RED, uma coisa em que o Bruce Willis, e aqui é que se vê em como, não parecendo, o tempo passa por mim, o Bruce Willis que ainda outro dia andava a fazer de Butch, um tipo que foi comprado para perder e afinal não perdeu, e assim de repente já está reformado e já faz papéis em que é da mesma geração do Morgan Freeman, um tipo que, ainda o Bruce Willis andava a subir e descer arranha-céus, já ele era um senhor de idade que conduzia vagarosamente a Miss Daisy, de modo que fiquei tão traumatizado por ter descido mais um degrau nessa espiral de pior filme da minha vida, se vos contasse a cena em que o John Malkovich dispara uma bala de revólver que acerta mesmo na ponta de um míssil terra-ar, fazendo-o explodir, notem como aqui há um piscar de olho à história de David e Golias, a pequena bala de revólver faz recuar o enorme míssil terra-ar, não importa aqui a física nem a balística, isto é a magia do cinema na sua plenitude, se vos contasse esta cena todos vós concordaríeis que, de facto, isto foi coisa para me perturbar a tal ponto que não me senti em paz interior para partilhar aquilo do decote.

25 novembro 2010

De como Pipoco pondera interagir com as massas blogosferianas

Pipoco saúda (já tinha saudades de falar na terceira pessoa) esse movimento cívico que nasceu na blogosfera, que consiste na exibição de argumentos das bloggers da sua condição de elegibilidade para a obtenção de um Emmy, numa clara demonstração de competências aos seus pares (para os mais incautos, realço o feliz jogo de palavras).


Pipoco informa que está a ponderar a melhor forma de se associar a esse salutar movimento, de forma a dar-lhe a visibilidade que merece.

Os problemas das mulheres

Não saber distinguir as ocasiões em que a melhor forma de (me) ajudar é não tentar ajudar.

Da tal piada fácil

O que eu queria dizer ontem, mas não disse para não influenciar a história, era que sempre que Jesus pisa a terra prometida acaba sempre por se entalar, toda a gente sabe isto, inclusivamente está nas Escrituras.

24 novembro 2010

Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos (by Pipoco Tabasco)


(também podia fazer a piada fácil sobre o que aconteceu a Jesus em terras de Israel)

Estou aqui indeciso entre escrever sobre o prémio de melhor livro estrangeiro em França que o Gonçalo M. Tavares arrecadou, era uma abordagem que não olvidaria o facto de o Lobo Antunes já ter ganho este prémio e o Saramago não, tocaria ao de leve na mágoa que tenho em eu próprio não ter colocado uma aura de mistério em torno do meu nome e não ter escolhido ser Pipoco M. Salgado, sou um fácil, desvendo logo tudo à primeira e assim se perde uma magnífica oportunidade de se debater se o "M." seria de "Mascarenhas", resultaria magnificamente ser Pipoco Mascarenhas Salgado, parece nome de banqueiro, isto se excluírmos a parte do nome próprio, lá está, mas, dizia eu, estou aqui indeciso entre escrever sobre o Gonçalo M. Tavares e de como seria magnífico que o jornalismo de investigação nos descodificasse aquele "M." e nos tirasse deste limbo em que o "M." tanto pode ser de "Manuel" ou de "Mendes", ninguém atenta nestes pormenores e eu, quando li o "Jerusalém" pensei logo nesta problemática, e então, dizia eu, que estou aqui indeciso entre escrever sobre o prémio que ganhou o Gonçalo M. Tavares ou sobre o prémio que ganhou a Rita Pereira, uma coisa sobre telenovelas, ou assim, não sei nada sobre essa temática mas sei que a Rita Pereira ao menos não é como o Gonçalo M. Tavares que esconde o essencial.

Este blog não faz greve

Nós, os do género masculino, fazemos as coisas simples, quando elas têm aquele travozinho a azedo emprateleiramo-las na secção "indivíduas com coeficiente de malfodibilidade alto" e a coisa fica por ali, não se pensa mais no assunto.

Elas complicam, colocam as mãos na nossa cabeça e interpretam os sinais conforme lhes é mais conveniente para as suas arrumações mentais, ora fomos mal-amados toda a vida, ora escolhemos um mau caminho na infância, ora acham que ainda vamos a tempo da redenção e, claro, serão elas a mostrar-nos os caminhos das pedras, a luz que nos guiará.

23 novembro 2010

Do sofrimento atroz que me assombra os dias, oh desfaleço...

A verdade é que tenho que ver isto da voz, pode ser coisa ruim, e para ruim já me bastam estes dias em que praticamente me arrasto para sítios onde não quero ir, ligo o piloto automático e digo que sim, que as coisas serão como têm que ser, depois é esta chuva miudinha que se entranha e me gela, esta descrença no que está para vir, isto de tocá-la e de já não haver matching, esta revolta interior em surdina que me desgasta, esta falta de química com o mundo.


(desculpem lá, é que o cenário está a preparar-se para mais uma série de "Que estás a fazer agora, Pipoco?" e lá estarei eu sorridente, em sítios bonitos, se calhar é capaz de ser desagradável um tipo andar de bem com a vida, maneiras que resolvi introduzir aqui uma coisa sofredora, em bom, para restituir algum equilíbrio ao mundo e mostrar que a paz cósmica está assegurada e que o equilíbrio no universo não é coisa só dos livros e, bem espremidinho, ainda ganho a simpatia do target do leitor calimero, sempre pronta para me transmitir força e para me dizer que sabem exactamente como sinto, e tal...)

Das compensações

Talvez eu não devesse ter ido correr ontem à noite, com chuva, eu, os meus calções e a minha t-shirt de gramagem fina.

Por outro lado, esta voz grave, a meio caminho entre Cohen e Corleone, tem o seu je ne sais quoi.

Do espírito natalício

Talvez um dia eu queira ter notícias tuas, saber de ti, coisas assim, nada de transcendente.
Nessa altura, crio um perfil no facebook, acho que é para isso que serve, para saber das pessoas que ficaram lá atrás.

22 novembro 2010

Isto anda tudo ligado

Estava aqui a desenvolver uma ideia que relacionava as mensagens subliminares do "Emmenez-Moi", de Aznavour, com o "L' homme qui regardait passer les trains", de Simenon, mas entretanto lembrei-me que seria adequado escrever qualquer coisa que tivesse a palavra "Lanvin", de maneiras que, em verdade vos digo, o meu cheiro desde ontem chama-se Arpège.

Os problemas das mulheres

Acreditar que "não é nada do que estás a pensar, querida".

21 novembro 2010

Que estás a fazer neste momento, Pipoco?

(à espera que acabe o bendito concerto da Shakira)

Isto anda tudo ligado

"Sim, estou a ensinar-te. Mas agora não olhes para mim como se eu servisse para qualquer outra coisa para além disto. Para alguma coisa mais que isto. Não faças isso. Fica aqui comigo. Não te vás embora. Concentra-se nisto. Não penses em mais nada. Fica aqui comigo. Farei o que quiseres. Quantas vezes tiveste uma mulher que te dissesse isto e falasse a sério? Farei tudo o que quiseres. Não o percas. Não procures noutro lugar, Coleman. É para isto, só para isto que estamos aqui. Não penses em amanhã. Fecha todas as portas, antes e depois. Ignora todas as maneiras sociais de pensar. O que a maravilhosa sociedade pode pensar? A nossa posição social? "Eu devia, eu devia, eu devia"? Que se lixe tudo isso. Como deves ser, como deves proceder, essa merda só serve para matar tudo. Posso continuar a dançar se é isso que interessa. O pequeno momento secreto ... se é só isso que conta. Essa fatia que nos cabe. Essa fatia do tempo. Não é mais que isso, e espero que o saibas"


Philip Roth, na soberba parte em que Faunia dançava para ele, em que nada mais senão eles, naquele momento, contava, in "A Mancha Humana"

20 novembro 2010

Enquanto dormias...

Isto de ser arrogante não é fácil, temos que estar melhor preparados que os outros, são os livros lidos em vez de alimentar as facebookeanas páginas, são as viagem feitas em vez do torrar ao sol no reino dos Algarves, são as experiências vividas em vez das manhãs dormidas até tarde que nos dão as bases para sermos arrogantes, que, todos o sabemos, é ter opinião clara sobre os assuntos, é dizer nos olhos que se gosta em vez de clicar no dedinho para cima, é assumir o que se faz em vez do refúgio fácil no boato e na velhacaria, é não falar de quem não conhecemos, é não fazer alianças de conveniência.

Ser arrogante é saber que não vamos fazer parte dos mais populares, esse estatuto pertencerá sempre aos que se queixam, que, coitadinhos, não têm sorte nenhuma, aos dignos de compaixão, aos que precisam do ombro amigo, aos que preenchem as nossas necessidades de termos um desgraçadinho de estimação para tomarmos conta.

Ser arrogante é uma canseira, dá trabalho, implica fazer opções claras, pedir desculpa quando tem que ser. Ser arrogante não é para todos. É por isso que somos poucos e cada vez seremos menos.

(mas é tremendamente afrodisíaco, nao é?...)

19 novembro 2010

(Ah Pipoco, há quanto tempo não te debruçavas sobre a temática da análise comportamental...)

Por uma vez enganei-me (gosto de começar os posts assim, põe logo as pessoas em sentido, "caramba, o tipo é mesmo arrogante"), apostaria que hoje o tema do dia na blogosfera fosse o caos que está Lisboa, todos os bloggers a reviver aquele momento do vulcão islandês em que, subitamente, todos estavam algures num aeroporto europeu, perdendo a ligação, retidos, só eles e o portátil a dizer ao mundo que estavam ali, hoje seria a blogosfera dentro do automóvel parado, Lisboa está um caos, blasfemando contra a cimeira.

Afinal não, o tema do dia continuam a ser as compras na Zara, ou lá como se chama a tal loja onde compram a roupa.

(a segunda circular estava como nem aos domingos costuma estar)

E saíste para a rua vestida de branco, era por Timor e estavam todos a ver, depois colocaste a bandeira na janela, era para que todos vissem, depois recolheste ajuda para o Banco Alimentar e todos te viram, colocaste no blog a referência à causa internacional da moda, podia ser a nigeriana apedrejada ou o derrame no golfo do México, e todos viram.

Mas, sabes?, gostava de te ver apanhar o papel do chão e colocá-lo na papeleira quando ninguém estivesse a ver.

Post das oito

Em verdade te digo, Ruben Patrick, não te leves muito a sério, inventa um ar cuidadosamente decuidado, treina o teu melhor ar de cachorrinho abandonado, faz de conta que precisas desesperadamente que tomem conta de ti, lê Milan Kundera e Paul Auster, ouve Cecilia Bartoli e Chopin, escuta-as com atenção, pergunta-lhes a que sabe a língua delas e, no fim, agradece-me ter-te ensinado estes saberes.

18 novembro 2010

Isto anda tudo ligado

A última vez que não me apeteceu escrever, lembro-me bem, foi por causa de uma mulher.

Desta vez, também.

(mas não será por isso que vou perder a aposta, rapazes...)

Das vantagens da corrente snobchiqueana

Se isto fosse verdadeiramente um blog cor de rosa, eu sentiria necessidade de vir aqui dizer-vos que "estou muito atarefado, a vida sempre a correr, agora com isto do MBA no INSEAD ainda se complicou mais, mas, em tendo tempo, já cá volto, nem que seja para dizer que "Hoje este blog acordou assim"".

Mas, sendo isto um blog snob-chic, não há necessidade de dar justificações, e isso, parecendo que não, faz toda a diferença.

17 novembro 2010

Dos saberes empíricos

A rapariguinha estava ali na minha visão periférica, era bonita, normalmente as mulheres bonitas estão sempre na minha visão periférica, e ela sorria para o tipo que lhe tentava explicar umas coisas, e o tipo esforçava-se a sério para lhe explicar tudo em detalhe, e a rapariga bonita sorria ainda mais e fazia aquela cara que as raparigas bonitas sabem fazer quando fazem de conta que não sabem resolver problemas e o tipo lá explicava e ia resolvendo o problema na justa medida em que o sorriso da rapariga bonita se tornava mais luminoso, depois o tipo lá acabou por resolver a coisa de vez e a rapariga bonita agradeceu-lhe e foi-se embora, já sem o tal sorriso, o tipo acabou por ficar por ali, já sem a rapariga bonita, e eu acabei por ir também à minha vida, a pensar que o tipo que resolvia problemas a raparigas bonitas ainda era capaz de precisar de aprender muito disso das coisas serem como são.

16 novembro 2010

Dos pormenores

O Zé Luís Peixoto apanhou o mesmo voo que eu, o Joaquim (Pina Moura) e aquele rapaz dos bancos, o João Talone também vieram, mas esses são habituais, o Zé Luís é que não, e vinha o Zé Luís a ler um livro em inglês e o marcador com que marcava as páginas era o marcador que vem com o "Livro", o último do Zé Luís, e eu achei que podia aqui dissertar sobre o Zé Luís Peixoto ler livros em inglês e usar como marcador o que vem com um livro seu, podia aqui fazer uma belíssima análise psicológica da densidade deste quadro, mas depois aconteceu que o Zé Luís guadou o queque que vinha com a ração de combate que as meninas da tap distribuíram, reparem, o Zé Luís aparentemente atribuiu valor nutricional relevante ao queque, de tal forma que, tudo indica, o ingerirá mais tarde, talvez durante esta madrugada, enquanto escreverá o seu novo livro e toda a dramaticidade da cena se esvaiu e eu decidi que estou capaz de não comprar o próximo livro do Zé Luís Peixoto, aquele que ele escreveu enquanto comia o queque da comida de avião.

Que estás a fazer neste momento Pipoco?

(De volta ao trabalho...)

14 novembro 2010

12 novembro 2010

Dos dias que passam a correr

Às nove e meia no tribunal de Loures, é esperar que não se atrase a coisa e tentar ser a primeira testemunha a depor porque ao meio dia tenho que estar em Coimbra, pode ser que não chova, porque às três tenho que estar na Cidade Universitária, Lisboa de novo, e às cinco estarei em Sines, o que só por milagre me deixará chegar a tempo de estar no aeroporto às oito para embarcar.

Gosto mesmo de quem me prepara a agenda.

11 novembro 2010

Agora a sério, by Pipoco Tabasco

Pá, Mais Salgado, deve ser coisa cá minha, mas não percebi nada do teu post do Graal e não sei quê.

(a sério, somos sócios, podes contar-me tudo, aquilo foi para encher chouriços, não foi?)

Ceci n'est pas une pipe

Daqui a um ano já não existirá Pipoco, por isso tenho que jogar em antecipação e dizer-vos que nesse dia onze do mês onze do ano onze não se falará de outra coisa na blogosfera que não seja o portal triplice do 11:11:11.

(Numa, como sempre, genial manobra de antecipação dos factos, digo-vos que deverá ser suficiente potenciar os Códigos do Graal de Luz que irão activar o potencial dentro de vosso ser físico para transportar a Chama Dourada da Consciência Crística.)

Um Homem bom

Boa noite, amigo João.

E obrigado.

Este post não tem nada a ver com quem diz que vai acabar com o blog , mas afinal não

Depois de dizer que acabaram, os Delfins ainda fizeram um concerto de despedida e, depois do concerto de despedida, realizo agora que os Delfins, depois de se terem despedido e depois de se terem mesmo despedido com um concerto de despedida, despedem-se agora com um cêdê de despedida que regista o concerto de despedida, na verdade o que eu queria mesmo dizer é que isto me lembra a Glenn Close no "Atracção Fatal", alías, no "Fatal Attraction", às vezes esqueço-me que isto é um blog snob-chic, que parecia que já estava morta por afogamento, aquela cena da banheira, não sei se estão a visualizar, mas afinal não, ainda foi preciso vir a Anne Archer espetar-lhe um balázio nos cornos para ela ir de vez.

10 novembro 2010

Epílogo

Foram todos muito bons para mim, sim senhores, fiquei mais sábio, mas o Tolan, um tipo muito à frente para o seu tempo, explicou como é que eu posso controlar isso do TPM em meu benefício.

De como é bonita a blogosfera

Sempre imaginei a blogosfera assim, os bloggers todos à volta de uma fogueira, um pau de loureiro na mão, com uma salsicha toscana espetada que vai sendo passada pelo brasido, alguns bloggers tocam viola e cantam o "Menina estás à janela", a temperatura ambiente é de vinte e dois graus Celsius, o céu está estrelado, distingue-se perfeitamente a Ursa Maior e, consequentemente, sabemos localizar a Estrela Polar, trocam-se saberes, eu pergunto o que é a TPM e quem é o Albano Jerónimo e logo solícitos bloggers me instruem e me dizem tudo quanto preciso saber sobre a temática, não esquecendo as lendas que pairam sobre as explicações racionais, fazem-no com paciência e sabedoria, não me humilham com a minha ignorância sobre estes assuntos da vida, são pedagógicos, dão-me exemplos ilustrativos, eu fico a saber e, todos abraçados, cantamos em uníssono uma música do Bob Marley, talvez o "No woman no cry" acompanhada por djambés afinados, depois eu retribuo e partilho também os meus saberes, peço para se juntarem mais a mim, que vou contar-lhes um segredo, e digo-lhes que o melhor leitão não se come na Mealhada, é preciso continuar-se pela antiga nacional um e desviar para Aguada de Cima, é virar à direita, em chegando a uma capelinha está-se lá, todos batem palmas, agradecendo eu ter confiado e partilhado este segredo que só pode passar de boca em boca e cantamos todos a música dos três porquinhos, imaginando que nos nossos paus de loureiro estão agora suculentos nacos de leitão com pele crocante e barrados com molho de ervas silvestres.

Da longa aventura

Eu tenho-me esforçado por apreender as temáticas, a sério que tenho, antes deste blog eu não fazia ideia do que fosse a H&M e as Melissa e os cupcake e os Ídolos e tudo e tudo e tudo.

De todos os meus trabalhos de casa necessários para ter aqui uma linha editorial snob-chic que se pode lamber, só me falta saber duas coisas:

Quem raio é o Albano Jerónimo e o que é isso da TPM?

09 novembro 2010

Dos posts sem comentários

Eu sei das coisas, não vos fieis na temática do blog e na densidade das problemáticas que aqui partilho, eu sei das coisas, nem necessito que as pessoas tenham que me explicar tudo muito bem explicadinho, e é por saber das coisas que nunca serei dos da tribo "eu sou como sou, sigo o meu caminho, é estranho que estes malucos venham todos em contramão na autoestrada, mas eu cá sigo o meu caminho, se me espalhar ao comprido, que nunca me espalho, perdoo-me a mim próprio e está o caso resolvido", eu posso fazer de conta que a vida me é fácil, uma sucessão de golpes de sorte, mas, em verdade vos digo, não vos fieis, isto é só um blog e na verdade a sorte encontra-me sempre a trabalhar, a vida, a minha vida, nem sempre me apetece, mas "hay que tener mano izquierda", isto que aqui vos escrevo, que é a verdade e nada menos que a verdade, é só uma parte da vida, a outra parte não cabe num blog, pelo menos num blog escrito por mim, o que vos queria dizer é que os tempos não estão para os que dormem muito nem para os que são a última coca-cola no deserto nem para os preguiçosos que deixam tudo para amanhã, digo-vos eu, que sei das coisas.

Tabasco is back

O Mais Salgado manda dizer que está com quarenta graus de febre, por isso que se foda o post das oito.

(não, não tem nada a ver com futebol)

08 novembro 2010

Que estás a fazer neste momento, Pipoco?


(se dissesse, era o fim da lenda...)

(que as houve, sim...)

Ouço falar de um tal programa "The Biggest Loser" e tenho medo que o conceito seja entrevistar as mulheres que foram decidindo sair da minha vida.

07 novembro 2010

Da joga da bola

Então o Olhanense lá empatou com a Naval, não foi?

Da maturidade

Por exemplo, jamais me ocorreria ir à Multiópticas, gosto sempre de ir lá, as colaboradoras andam vestidas como enfermeiras, dizia eu que jamais me ocorreria ir à Multiópticas e fazer a piada fácil com aquilo de a Diana Chaves me dizer que o segundo par é grátis.

06 novembro 2010

Recadinho(s)

Em verdade vos digo, não sou o único a quem acontece escrever pior no blog que se segue ao blog que tinha.

(com uma única excepção, é certo)

(e como, escrevendo aquilo ali no parêntesis atrás, me escapo a muitas explicações)

Isto anda tudo ligado, é o que vos digo

"As grandes paixões são assim, quando as descobrimos correm já à desfilada, chegamos sempre tarde à cerimómia do seu nascimento.

...

Da mesma maneira que é difícil determinar quando desabrocham as paixões, o seu ocaso também nunca acontece, dá-se por ele quando já aconteceu."


João Paulo Borges Coelho, in "O olho de Hertzog"

(lembrei-me disto quando li o excelente post que a Luna escreveu hoje)

(embora saiba que o que a Luna escreve não tem nada a ver com isto)

05 novembro 2010

Sardinhas assadas com molho de caramelo

Lanvin na H&M é como Veuve Clicquot no Lidl.

Post das oito

O povo não quer cá coisas compridas, vais ver o filme do Raúl Ruiz, os Mistérios de Lisboa, e os senhores do cinema percebem perfeitamente que tu não aguentes quatro horas e meia de filme, podes sair ao intervalo e voltar mais tarde, quando te der jeito, se te der jeito, o povo não gosta de posts compridos, mais de três linhas e o povo boceja, tens que resumir, arranjar um soundbite, qualquer coisa que fique na cabeça das pessoas, tens que as habituar a rubricas certas à hora certa, senão as pessoas baralham-se, falta-lhes a paciência, é a história do elevador, tu conheces bem a história do elevador, encontras o presidente da companhia no piso -1, o das garagens, e tens que responder à sacrossanta pergunta de "como vão as coisas?" em vinte segundos, o exacto tempo que o elevador demora a chegar ao teu piso, nada de grandes números, soundbite, lembra-te do soundbite, é isso que te vai fazer ser recordado, já não há músicas com mais de três minutos, as versões maxi são coisa do teu tempo, já sabes que não podes tomar mais de doze minutos de atenção às pessoas, e mesmo assim tens que andar de um lado para o outro da sala, a voz bem colocada, meter umas buchas sobre bola e umas piadas tailormade, mesmo assim há quem mexa no telemóvel enquanto tu debitas o que sabes sobre o futuro, a partir dos doze minutos podes dizer o que quiseres, é como depois da terceira linha do post, ninguém te lê, ninguém te ouve, a vida é mesmo assim.

04 novembro 2010

Pipoco mostra o caminho da luz

A única formação que os centros de emprego deviam proporcionar, a temática mais importante que as faculdades e aquilo das novas oportunidades (recadinho...) deviam proporcionar aos seus utentes era ensiná-los a redigir um Curriculum Vitae em condições.

(as pessoas continuam a insistir em informar-me do número da sua carta de condução, é extraordinário...)

(imagino-me na entrevista, o candidato diante de mim, eu a olhar para o número de carta de condução , eu a tamborilar com os dedos na mesa de madeira, ambiente de tensão na sala, eu a dizer "pois, mas há um problema com o número da sua carta de condução, acaba em oito, ora toda a gente sabe que eu prefiro o seis", o candidato a suar, a ver gorar-se a oportunidade dessa expereriência transcendental que é trabalhar comigo, eu a dizer "tenho pena, gostei do seu perfil, mas efectivamente temos outra pessoa com um número de carta de condução mais adequado, depois damos-lhe conta de eventuais evoluções no seu processo, obrigado").

Tendências Novembro-Dezembro

Passada a fase Bublesística (aquilo do concerto já foi, não foi?...), temos agora um mês dedicado à temática "O que eu quero que me traga o Pai Natal".

Por mim só desejo um nome suficientemente bom para o blog novo. E paz no mundo, lá está...

03 novembro 2010

Dos recadinhos nos blogs

A verdade é que os blogs não servem para mandar recados, falta-lhes olhos nos olhos, principalmente quando os autores não sabem nada disso dos LOL e dos parêntesis com pontos que afinal são sorrisos, a mensagem acaba por se perder, eu posso escrever aqui que nem gostei muito do Cats, preferi de longe o Fantasma da Ópera e logo haverá quem pense que o recadinho é para a Maria, afinal a Maria tem um gato, isto de eu não gostar do Cats é recadinho para a Maria, a do gato, isto anda tudo ligado, calhando não gosto de Bruges, ora se não gosto de Bruges, a cidade mais bonita da Bélgica, é porque se calhar não aprecio os Belgas, basta ler as entrelinhas e há sempre quem seja mestre na nobre arte de ler as entrelinhas, ora se não gosto dos belgas é porque detesto chocolate e um homem que não gosta de chocolate é porque tem falta de amor próprio, lá está, os homens são todos iguais, pfff..., todos iguaizinhos pá.

(claro que se eu dissesse que gostava mais do Cats é por causa daquilo do RumTumTum Tiger, logo haveria quem lesse que eu me revejo no exibicionista por quem as gatas se derretem, os homens são todos iguais, pfff..., todos iguaizinhos pá).

Vidas

A verdade é que a vida sempre me foi fácil, bastou-me saber que o meu pai me segurava sempre quando me atirava ao ar e que a minha mãe aparecia sempre quando eu me inquietava, com essas duas certezas a vida tornou-se fácil, quando sabemos que há smepre quem nos agarre quando estamos no ar, aprendemos a sair da zona de conforto, aliás, acabamos por eliminar isso da zona que não é de conforto, depois as pessoas têm tendência a facilitar a vida aos que têm uma vida fácil, as pessoas tendem a facilitar a sua própria vida e é muito mais confortável facilitar pouco e sabe-se que os que precisam apenas de uma pequena ajuda, os da vida fácil como eu, dão menos trabalho, depois é só andar por aí, as coisas acabam por se dar, basta que me apeteça que elas de facto aconteçam, o problema é que nós, os da vida fácil, não escrevemos coisas elaboradas, daquelas com muitas mensagens subliminares, que as pessoas lêem e dizem que sim senhores, aqui temos uma alma sofrida e esse sofrimento é que dá densidade à escrita, nós, os da vida fácil temos aqui a vida complicada, escrevemos pior, mas, em verdade vos digo, se me dessem a escolher, eu acabava sempre por escolher isto de ter uma vida fácil.

02 novembro 2010

Que estás a fazer agora, Pipoco?

(a sacrificar-me...)

Coisa (não muito) surreais que já fui

"Comendador" e "Visconde" na blogosfera,
"Expulso" na Turquia,
"Último a sair" na Seagull,
"Presidente da Associação de Estudantes" na faculdade,
"Melhor da turma" até me perder,
"Único assistente" num concerto de música clássica,
"Único português" numa cidade francesa em que vivi,
"Sapateiro" no Auto da Barca do Inferno,
"Representante da Juventude" numa coisa em Bruxelas,
"Responsável pelo Deartamento de Cultura" numa associação,
"Senhor Engenheiro" quando comecei a trabalhar
"A testemunha" num caso de amores terminados,
"Tio Favorito" quando aqueles sacanas queriam que lhes emprestasse o carro
"Especialista em Energia" quando falava em conferências
"Big Ben" quando tinha a fama de ser sempre o primeiro a acordar

(inspirado num post da Pólo Norte)

01 novembro 2010

Isto é só um blog...

Servirá um blog para mandar recados?

Que estás a fazer agora, Pipoco?

(a decidir se me apetece jogar golf ou não)