31 julho 2010

Os problemas das mulheres

Não perceberem que não precisam de camuflagem quando não estão a caçar.

Do camandro

30 julho 2010

Tal como eu digo sempre, ser bonzinho compensa.

Ajudei-a a preparar a tese de doutoramento, corrigi-lhe a sintaxe e os erros de ortografia, dei-lhe novas pistas de investigação.

Hoje ela convidou-me para almoçar no Eleven e apresentou-se com um decote generoso,apropriado às circunstâncias.

Os problemas dos homens

Camisas de manga curta com gravata.

Post vagamente relacionado com várias situações em geral e uma em concreto, nomeadamente a problemática dos pares de sapatos das mulheres

As duas lâminas eu entendia, uma delas puxava o pêlo, a outra cortava-o, havia uma sequência de imagens que explicava o processo e tudo.

Agora há cinco lâminas, não faço ideia do que fazem as outras três.

29 julho 2010

Dúvidas, by Pipoco Tabasco

Mais Salgado, também terei que me rebaptizar The Artist Formely Known As Pipoco Tabasco para continuar a escrever aqui?

Dos pormenores

Sempre apreciei a companhia de mulheres que não esperam que o empregado lhes pergunte para dizerem exactamente em que ponto querem o bife.

Um santo dia, é o que vos desejo a todos

Olvidem os cupcakes, o vagamente cor de rosa, o politicamente correcto, porque este blog foi ontem promovido à condição de "o meu blog".

Ide em paz, os que puderdes.

28 julho 2010

Com as mulheres...

...já me revoltei, já amei, já condicionei, já me apaixonei, já fui feliz e infeliz, já chorei, já ri, já me surpreendi e fui surpreendido, já dominei e fui dominado, já me calei, já transgredi.

Só nunca tinha tido pena. Até hoje.

Os Problemas dos Homens (XXVII)

Confundir "conhecer muita gente" com "ter muitos amigos".

(Show must go on...)

Como certamente sabereis, todo o meu processo de crescimento se dá num contexto extremamente adverso, um contexto "Sporting não campeão", atentai, se em 1982 eu ainda frequentava o velhinho Estádio de Alvalade levado pela mão do meu pai, já em 2000 eu era pai de filhos, assim mesmo, no plural, enquanto os outros meninos adeptos de clubes com histórias menores conviviam alegremente no recreio às segundas feira e tinham fins-de-semana sadios e plenos de alegrias, como sejam o seu clube ganhar, já eu, pobre de mim, desde cedo me habituei ao facto de os meus fins-de-semana mais regulares no que concerne à alegria serem os que coincidiam com a época de defeso, sendo que me acometiam dores agudas ao nível muscular nos dias posteriores aos domingos, as segundas feiras, portanto, e nos dias posteriores às quartas-feiras europeias, as quintas-feiras, bem entendido.

É esta conjuntura adversa, toda a janela temporal que medeia entre o tempo em que ainda jogava o Manuel Fernandes e o Keita e aquele outro em que já se vislumbravam em campo o Peter Schmeichel e o Mário Jardel, reparai, se isto se pudesse contar como uma sequência de períodos da minha vida, assistiríamos ao episódio em que eu deixo de pagar meio bilhete no metropolitano, depois a sequência vertiginosa de amores de verão, sendo que nesse tempo os verões se estendiam por três longos meses, o tempo em que decido estudar elaboradíssimas matérias, que consistiam, entre outras coisas, na análise matemática, probabilidades e estatística ou mesmo termodinâmica, passando pelos episódios em que dominino toda a conjuntura de bares e discotecas na faixa delimitada a sul pela Seagull e a norte pelo Green Hill, a entrada no mercado do trabalho, os pés a pisar os solos de mais de uma trintena de países, distribuídos por sete consecutivos anos de mochila às costas e domínio perfeito das rotas dos comboios europeus, amigos que vão e outros que chegam, o tempo em que falava para casa utilizando credifone, depois bip, depois pesados telefones que careciam de uma mochila para os transportar, os números a iniciar-se por zero zero três seis, depois estes aparelhos de onde vos escrevo estas singelas linhas, todo este tempo num contexto "Sporting não-campeão", não percais de vista este contexto aziago, todo o tempo que separa a imperial dividida por três bocas e a garrafa de gin com o meu nome, nas principais casas da especialidade.

É neste cenário de dificuldades, quase vinte anos de carências várias ao nível da pertença, que se processa a minha maturação enquanto cidadão, todo um contexto de luta extrema contra as adversidades, carregando a cruz de ouvir as vozes do mundo a dizer "certo, ele é bastante capaz no que se refere às artes do amor, mas a verdade é que a equipa dele não é campeã vai para um ror de anos", a desvantagem arrasadora de "sim, ele é brilhante, mas tem aquela questão de a equipa dele não ser campeã" ou o mais demolidor "há qualquer coisa de errado nele, parecendo que não já nem me lembro qual foi a última vez que a equipa dele foi campeã".

(agora calhava bem um epílogo, uma conclusão, uma mensagem a retirar de tudo o que escrevi)

27 julho 2010

Comentário extremamente inteligente da semana # 9346

"Vejo as anónimas do Pipoco." (referindo-se a um rorschach cheio de cocó e sendo também anónimo o emissor deste comentário)


Palavras para quê? Foi só para escrever este post que me meti à bruta nesta permuta.

Encontramo-nos aqui.

E a ti, Pipoco (não és homem, não és nada!), encontramo-nos aqui. Caso contrário: és o elo mais fraco. Adeus.


P.S.1. O resto do agradecimento vai por mail.
P.S.2- O P.S. 1 é capaz de deixar anónimas com raivinha dos dentes não achas? Olha, merda! :D

O problema das mulheres (JIRGT)

Acharem graça ao Pipoco Mais Salgado. O original.

[E agora não resisto, um post rorschachesco à Pólo Norte]




[O que vêem aqui? A psicóloga de serviço promete que interpreta.]

Intervalo by Polo Norte lá do tasco

Se eu estivesse no meu blog, hoje escrevia um post assim:


"Foda-se, mas a fotografia do meu decote ainda só vale 40€?!!!"

Ao fim de 138 dias...

...noto que não consegui comer nenhuma blogger ou leitora deste blog.

(E, parecendo que não, isso é deveras aborrecido.)

Post com elevada dose de mensagem subliminar

Selecção dos meus posts preferidos:

O melhor post de sempre deste boteco
O segundo melhor post de sempre deste boteco
O terceiro melhor post de sempre deste boteco
O quarto melhor post de sempre deste boteco
O quinto melhor post de sempre deste boteco
O sexto melhor post de sempre deste boteco

(Alguém com uma inteligência tão transcendente como a minha descobre o denominador comum dos melhores posts de sempre deste boteco?)

Matava por estes sapatinhos

Pipoco sabe exactamente quantos comentários vale um post - (Exemplo- Post que vale para cima de 50 comentários)

Quer ver o seu link no blog do "Pipoco Mais Salgado"?

Deixe o seu link nesta caixa de comentários.

Cenas da vida do Pipoco

Ontem,




hoje






... e amanhã.


Pipoco em lowness mode

Este blog está a modos que a ter piada.



(não me posso esquecer da pseudo-aposta)

Pipoco goza um curto e merecido final de tarde

O vosso Pipoco tem que ir ali à Costa, dar umas braçadas agora ao fim "assim que largar ao serviço", o trânsito está favorável e a esta hora na Ponte está tudo a voltar é para Lisboa. A Caparica tem rede péssima e o vosso Pipoco está em condições de garantir que não vai interromper o aprés-soneca na roulotte com avançado no parque de Campismo para passar por aqui e contar-vos tudo, tudinho acerca dos meninos mal comportados e que fazem chichi na areia da praia, até porque o Pipoco não se mistura com o povo e tem um toldo alugado vai p'ra mais de 30 anos e não convive com crianças nas areias douradas extremamente propícias a actos masturbatórios face às vistas de espécimes femininas em topless, não havendo disponibilidade do ponto de vista psicológico e físico para o Pipoco relatar as aventuras pelas quais passará neste fimde dia.




Não fiqueis tristes, o vosso Pipoco preparou uns posts lindos, prontinhos para ser publicados ao longo do dia. Avé moi, pois.

Wishlist Pipoco # 17353



O senhor quer! Doze caixas por ano, comprimidinhos de potentíssimo interesse, um ror de poder essencial. O senhor quer um P1 (credencial) para ir à médica da Caixa de Previdência pedir que lhe passem o receituário. Mas quer mesmo!

Flashes da vida do velho Pipoco # GHIJD

Era uma rapariga bonita, não mais de 30 anos ( a melhor idade das mulheres), e tinha o decote generoso, dos melhores que já vi e já ando há alguns anos nisto. E via-se os mamilos erectos, sem soutien, uns belíssimos mamilos.

E estava a cambada a dirigir-se, à vez, ao balcão da tabacaria onde a moça trabalha, a cambada sorria enquanto ia comprar os charutos que eu farto de cobiçar, as cigarrilhas que eu estou há que tempos para provar, a cambada gulosa sorria, se continuam a fumar assim os dentes ficarão mais amarelecidos que os meus, é certo que nunca darão uma trincadela num mamilo igual ao que provavelmente, tem a rapariga do decote generoso.



E eu, discretamente, aproximei-me da rapariga, pedi tabaco de enrolar e justifiquei-me com a crise, e aproveitei e disse-lhe que tinha um bonito decote. E a rapariga, depois de se ajeitar, chamou-me de velho tarado e largou-me uma bofetada.

E não esbofeteou a cambada.

Eu não quero acreditar que a tua mãe te disse TUDO sobre mim

E agora estou cheio de medo que divulgues tudo o que a tua mãe te disse sobre mim, eu não sou só o que sabe que uma amêndoa amarga pela manhã apazigua a azia das iscas com cebolada do petisco da noite passada, o que tem na ponta dos dedos os calos da masturbação por ver tanta pornografia da net, o que não sabe vestir outra coisa que não sejam as calças de fato da Maconde com blazer com botões dourados à marinheiro, corte de cabelo da barbearia do bairro e a pele a saber sempre a Old Spice, também sou o que te deixa à seca depois de saíres do supermercado, te leva a jantar ao restaurante Chinês, regressamos pela estrada nacional para não pagarmos portagem, dirás que adormeceste porque andas a tomar remédios para dormir, Vallium, ou assim, sou o que sabe que nem sempre deves usar a malagueta, sou o que te sabe dizer que Carreira estás a ouvir, se o pai Tony ou o filho Mickael, sou o que te sabe servir um vinho arrancando com vigor a rolha do garrafão de 5 litros, sou o que sabe cozinhar para ti o melhor prato de ovos mexidos com "salchichas", sou o que te sei explicar as piscadelas de olho do senhor do café que tem um olho de vidro e está sempre a meter soro no olho são.

A aposta (análise de conteúdo do primeiro texto do blog pela psicóloga de serviço)

Temos então que eu, o vosso Pipoco, quero que vocês acreditem que perdi uma aposta.

Aliás, os efeitos colaterais de um vinho carrascão são assim mesmo, mas sou um homem que acredita nos seus delírios e, se meti na ideia de que vocês irão acreditar que perdi uma aposta é porque, efectivamente, até eu vou acreditar que perdi a aposta.


Agora não têm mesmo desculpa para ler o blog e posso esquecer que nunca tive sucesso nos blogs pseudo-intelectuais onde fui escrevendo. Dou um nome engraçado a este blog, atraio leitores à espera que eu corte na casaca da senhora blogger que me inspirou- apenas no título do blog, atenção!-, que isto dos blogs sem falar dos fatos Purificación Garcia que eu gostava que vocês acreditassem que visto, não é coisa para mim.



Perder audiência num blog onde escrevo com o meu ortónimo dá nisto, não há volta a dar e lá terei que aguentar este blog por um ano, garanto-vos que se vocês pedirem muito (atendendo aos milhares de pedidos de uma só fã! Obrigada mãezinha!) escrevo até vocês se fartarem.E eu sei que vocês são resilientes!



Mas, se vou ter que escrever num blog (um ano, senhorAs...), ao menos que tenha audiência feminina.



Afinal quero que vocês acreditem que eu não queria escrever num blog com um título fraco como este mas que fui obrigado. Quero que acreditem que sou um homem de palavra e que só criei este blog porque perdi uma aposta, essa é que é essa...

Sobre a numeração, Romana!

Querida Romana,



Encontro-me temporariamente a escrever no blog dum ser cultíssimo e intelectualmente estimulante, de seu nome Pipoco Mais Salgado. Estou nervosa porque sou uma catraia, não tenho arcaboiço para esta tarefa, mas armei-me em pingarelha e lá vim armada em boa. Ele sabe disso por isso "continua-me chamando assim bebé, bebé, bebé".

Ele escreve posts que tentam ser fúteis e a imitar outra estrela da blogosfera mas em versão masculina mas depois a cagança não o deixa seguir a linha editorial e vai de se cagar às postas que tem de ir viajar em negócios, e que a seguir vai com a sua vuvuzela de oiro para a África do Sul, que tem uma vivenda com sotão e cães e sobrinhos e filhos.

Mas, o mais grave, Romana da minha vida, é que ele escreve posts numa numeração que ao que me consta, é a tua. Este plagiador implacável, vê lá tu!

E eu, Romana minha grande querida, aqui te rogo, pela alminha dos falecidos cabelos loiros naturais da tua tia Ágata, pela sofrimento que me infligiu a possibilidade do parto do teu primo Francisquinho ser transmitido em directo pela TVI, que me digas como se faz. Mete-se letras ao acaso? Tu finges que tocas piano no teclado do pc com o caps lock ligado e aparecem aquelas letrinhas?

Ajuda-me, por favor. Preciso de espetar um post com a numeração, Romana. Para depois poder cantar alto e a bom som, a este pseudo Pipoco, o "Não és homem para miiiim, eu mereço muito maaaais".
Sempre tua (e de quem mais alto licitar o meu decote aqui),

Pólo Norte

Ah, e apenas num post

... desmistifiquei que o Pipoco não é velho nem careca.

Atrevo-me a avançar com o resto do jogo do "Quem é Quem". Então:

Tem pila grande? Não.


(Pipoco, há mais evidências fotográficas que queira partilhar? Perdoo-lhe já o seu francês!)

Isto é mesmo assim: sem vaselina

Minhas bombocas,


Já sei que o Pipoco é velho.
Já sei que o Pipoco é pai de família.
Já sei que o Pipoco é um lobo mau que come as capuchinhos vermelhos desta blogosfera e arredores.
Já sei que tem 1, 50 m.
Já sei que é gordo.
Já sei que é suburbano.
Já sei que não perdeu aposta coisa nenhuma e o que o que ele quer é protagonismo.
Já sei que masturba-se com o sucesso que este blog tem.


Também já sei que sou uma oferecida. Como, aliás, se pode comprovar aqui.
Já sei que sou uma vaca.
Já sei que sou loira falsa.
Já sei que sou uma puta.
Já sei que sou gorda.
Já sei que sou uma convencida.
Já sei que não tenho amigos.
Já sei que quero comer toda a blogosfera.

Posto isto, não precisam de comentar anonimamente, ok?

È que hoje é terça-feira e eu queria comentar o comentário não anónimo mais estúpido de todos. Tudo ás claras, portanto...

26 julho 2010

E foi assim que tudo se passou (os leitores de Pipoco, habituados à alta tecnologia não necessitam que Pipoco lhes diga como proceder para visualizar)


<a href="http://www.grapheine.com" title="conception">design graphique web</a>

Daqui a uma hora este blog não é meu

Temos então que eu, um pobre rapaz acabado de chegar da aldeia e que perdeu uma aposta e teve que fazer um blog, tenho o privilégio de ter a casa dela (os bloggers dizem "a minha casa" ou "o meu cantinho"...) por minha conta, um dia inteirinho, em troca desse quase-nada que é a ela poder aceder aos meus rascunhos e gerir a tensão de não partilhar todo aquele manancial de informação e sentimentos intímos que por lá estão.

Eu, o mais improvável dos bloggers para estas trocas, mereci a confiança dela. Nem sei que vos diga...

Os problemas das Mulheres (LVII)

Usar decotes arrojados sem ter estrutura mental para aguentar a tensão.

(passar todo o dia a puxar o tecido para cima e a colocar as mãos em posição de corte de ângulo de visão não deve ser fácil)

Boletim do Pipoco MCVI

Elas dizem que sabem, é aquilo do sexto sentido, provavelmente um equívoco só comparável áquele outro que crê poder um Bucellas acompanhar condignamente uma posta mirandesa, elas sabem tudo, têm o tal sexto sentido, mas eu, que adormeço com o Luís Freitas Lobo e o Rui Santos a debitar teorias sobre triangulações e rigidez nas transições e defender em linha, eles com livros lidos e eu, que nunca li livros de bola, a saber que não é bem assim, eu a ter a percepção de que vamos perder e não é pelas triangulações nem pela troca de defesa esquerdo por extremo direito, sei porque sei, não se explica nem vem nos livros e não é um sexto sentido, é saber como acabam as histórias, não tenho sexto sentido, elas é que têm, lembram-se?, mas estou aqui sentadinho, sem incomodar as pessoas, o filme a passar à minha frente, e eu, como nos jogos da bola que sei que vamos perder, também sei o fim deste filme.

Os que me vão dar alegrias neste campeonato (e agora chega de bonecada, isto volta a ser um blog com muitas letras)



24 julho 2010

Isso é lá pergunta, se estou melhor que há um ano?...






Ainda do Shrek

Sempre que vejo mais um Shrek, pergunto-me quem terá inventado o mito urbano que aquilo é animação para crianças.

De como Pipoco influi decisivamente na baixa de preço do "Pêra Manca", colheita de 2003

Não vale a pena esperar pelo final dos créditos do último Shrek. Não há nada, nem mais um diálogo.

(Pipoco acaba de poupar três minutos das vossas vidas, poupando-vos aos créditos finais, sendo que esses três minutos potencialmente desperdiçáveis na visualização dos créditos finais poderão ser utilizados de forma útil, de onde se pode influir que Pipoco acaba de contribuir para o aumento de produtividade no país, mais riqueza produzida, portanto, o que resulta que o imposto sobre o álcool pode baixar decisivamente).

23 julho 2010

Este ano?

Barca Velha de sessenta e seis, um bilhete (dois, vá...) para Turandot no La Scala, Breitling Navitimer, Integral Corto Maltese, Sporting campeão, Chamonix no inverno, último do Coetzee, Cohiba Lanceros, mergulhar na Costa Rica, Real Madrid-Barcelona no camarote, Fantasma da Ópera na Broadway .

E paz no mundo, claro.

22 julho 2010

Boletim do Pipoco V

Gosto de abrir o "Pensei que o meu Pai era Deus" à sorte, o livro reune uma quantidade de histórias verdadeiras contadas por ouvintes de um programa de rádio, que Paul Auster seleccionou, histórias curtas, divertidas umas, bizarras outras.

Há histórias que já li mais que uma vez e tenho a certeza que há histórias no livro que ainda não li, continua a fascinar-me este conceito de aleatoriedade. Podia, em me apetecendo, fazer aqui um bonito paralelismo com coisas cá minhas. Mas não.

21 julho 2010

Hoje fui assim

É lamentável que eu não tenha comigo uma máquina de tirar retratos, havia de deixar aqui umas imagens dos meus sapatos Armando Silva, do meu blaser Burberry, padrão olho de perdiz, preto e branco, das minhas calças cinzentas e da camisa branca com os dois botões cimeiros desapertados, cabelo comprido, demasiado comprido, óculos de sol, a gravata italiana no banco de trás, para o que der e vier, nunca sei quando estou demasiado informal nestes trinta graus que fazem neste preciso momento em Faro.

Boletim do Pipco XCIII

É impressão minha ou anda meia blogosfera em estado sofredor?

(antes ainda se percebia, o tempo estava frio, e tal, mas agora já há sol)

(e isto dos amores que eram para sempre mas afinal não é bem assim não é coisa que fica melhor nos posts de Setembro? Hum? Vamos lá a ver isso...)

20 julho 2010

Se esta miúda não merece ficar sozinha ali na lista da direita, então já não percebo nada disto...

Querido Pipoco sou assídua no teu blog.

(começa bem, que venha o primeiro que diga que não gosta que sigam a sua obra)

Ler os teus posts pode dizer-se que acrescenta umas quantas gargalhadas aos meus dias.


(continua em crescendo, que venha o primeiro que afirme não gostar do poder que nos dá provocar uma gargalhada, seja a quem for)

No entanto nunca comentei (há sempre uma primeira vez para tudo). Não o fiz porque pensei, ah e tal este gajo não está nem aí para o que eu possa dizer e se o fizer ainda passo a ser mais uma das vítimas das críticas impiedosas do Tabasco, eh pah que seja.

(sabe-a toda, a timidez, o recato, o temor de afrontar os humores do todo-poderoso autor)

A verdade é que ando numa de divulgar o meu blog, que era para ser uma coisa mais anónima mas que já não tem piada, e como já percebi que mais de metade da graça da blogosfera reside nos leitores, comentadores e anónimos sabe-se lá de onde, acho que não há nada melhor que recorrer à tua pessoa.

(a mensagem, onde ela diz ao que vem, sem receios, perdido por um perdido por mil, a tentação do abismo)

És a espécie de rei e RP da blogosfera.

(a constatação do óbvio, não se entende "espécie de", retira parte do temor reverencial, ficaria mais explícito "És o verdadeiro rei e RP da Blogosfera". Pontos negativos, portanto.)

Por isso nem que seja para dizer “vejam lá este blog deprimente da miúda “drama queen” das histórias dos amores e desamores que não tem mais que fazer à vida, deve ser feia e tudo…” faz aí uma referência no teu “espacinho” (olha uma que tu detestas) para ver se a coisa anima.

(coloca-se na mãos do todo-poderoso Pipoco, disse ao que vinha e aceita todos os cenários, dependentes dos bons humores do autor)

Se não o fizeres, fica a ameaça, desejo que fiques colado no fundo de uma panela enferrujada enquanto os outros pipocos saltitam de alegria e que o Criador te bafeje com Fairy “o milagre anti-gorduras” até que descoles e os teus restos vão parar ao fundo da pia mais próxima … (e agora acabava a minha piada com um enorme “looooool” só para te irritar mais um bocadinho).
Saudações salgadinhas.


(tenta ganhar espaço, encostar o autor às cordas, estabelece cenários alternativos, provoca o confronto, arrisca, faz com que o todo poderoso autor considere um desenlace pouco feliz no caso de recusa do pedido)

p.s- a tradução do "Knight and day" está um must. não haja dúvida.


(de caminho, comenta o post)

Boletim do Pipoco VII

Tiro o meu chapéu aos tipos das traduções que pegaram no "Knight and Day" e traduziram para "Noite e Dia".

(Foi uma sorte não terem traduzido para "Que Noite e Dia")

Daquela situação dos sobrinhos (epílogo)

Chego a casa e comunicam-me que estiveram a ver "fotografias antigas", preparo-me para o pior, sou do tempo em que se imprimiam fotografias, sim, lá estou eu, dezasseis anos, na Pousada da Juventude da Areia Branca, boxers, a fingir que cantava uma música da moda, talvez o Take my breath away, sim, eram tempos difíceis, a verdade é que os boxers, de tão colados ao corpo, favorecem-me bastante, parece que, junto das fotografias, havia outras recordações, eu e o meu vício de guardar tudo, há medalhas de kart e de futebol e de corridas, eles acabam por se focar no troféu que reza "Rally das Tascas, 1º Classificado", tenho que explicar tudo, os mais velhos ouvem-me com uma atenção a meio caminho entre o divertido e o reverencial, a bem dizer eu nem me lembro de grande parte do que se passou nesse dia, depois vem uma foto minha, camisola cor de laranja, eu com o número dez nas costas, a jogar futebol, o estilo, a raça, quando tento contar as minhas façanhas de jogador da bola eles cortam-me a palavra, os meus filhos já lhes contaram a história dessa equipa, conseguimos jogar durante dois anos sem ganhar um único jogo, o melhor resultado que fizémos foi perder um jogo por três a zero, por falta de comparência, retiro-me, acabrunhado, anada um homem a alimentar estes gabirús a picanha na grelha e a iogurtes dos que eles escolheram, muito mais caros que os do LIDL, para depois se rirem alto do seu velho tio, felizmente chegam os pais para os vir buscar, que boas cores eles têm, e que bem alimentadinhos, e que abraços tão fortes que eles dão uns aos outros, temos que repetir, dizem eles, não eu.

19 julho 2010

Post excessivamente longo, quase ninguém irá ler

Da lista infindável de vantagens competitivas e de melhoramentos genéticos com o Criador nos bafejou a nós, machos alfa, aquela que me parece significar o maior avanço civilizacional foi ter-nos dotado com a sabedoria que nos faz perceber, desde os seis anos de idade (que é a idade em que nós, os machos alfa ,vimemos o nosso primeiro desgosto de amor, no meu caso chamava-se Elsa Cristina, o que certamente justificará muita coisa...), que a seguir a um grande amor, daqueles que se nos afigura perfeito, pleno, irrepetível e inultrapassável, a seguir a um amor assim, vem outro ainda melhor.

O Criador, na sua infinita sabedoria, não dotou as mulheres com este capacidade, preferindo bafejá-las com o domínio de elaboradas técnicas de expressão dramática que permitiram desenvolver o conceito de "drama-queen", uma maçada para nós, os machos alfa, que as vemos desperdiçar energias desnecessárias em alianças com as suas iguais, em sofisticadas técnicas voodoo que trabalham especificamente a implementação de agulhas na genitália de bonecas velhas e, finalmente, no método com que destroem todas as pontes, transformando pontes de betão armado em pontes que nem o próprio Indiana Jones se atreve a pisar.

Tivesse o Criador cuidado de fornecer esta informação essencial às mulheres, este saber ancestral que o fim de um grande amor é o primeiro passo para outro ainda melhor, e elas dominariam o mundo.

Boletim do Pipoco XXXVIII

Entro na livraria e logo os seguranças se agitam, encostam a boca ao walkie-talkie e murmuram coisas em código, "Alfa, transmita, sim entendido, estarei atento, terminado", será da minha barba de três dias, será do cabelo com sal, vou entrando, noto que os discos de Beto estão em promoção, compram-se quatro e pagam-se três, também os livros de Saramago estão em promoção, não sei se estão a acompanhar a sofisticada linha de pensamento de quem gere estas coisas, reeditaram a colecção das Gémeas, compro os dois primeiros para oferecer a quem vai passar duas semanas a Oxford, eu também tenho alguma sofisticação de pensamento, passo pela zona infantil, é incrível como está sempre cheia de mulheres bonitas, por outro lado a zona de literatura esotérica está sempre pejada de mulheres que eu não convidaria para tomar café, há um novo disco do Paulo Gonzo, pensei que já só deixavam cantar o Paulo Gonzo no estádio da Luz e nos concertos da EDP, mais uma linha de sofisticação, EDP e Luz, acabo por comprar a Intégrale 1 do Bernard Prince, o que se revela desastroso, no preciso momento em que vou arrumar o Bernard Prince, a Intégrale 1, verifico que já sou o feliz possuidor desta obra o que, não parecendo, é desagradável.

Já nem é pela Maria...

Vão lá ao blog da Maria. Agora imaginem a Maria numa esplanada com os amigos, de que falará a Maria? Pois. E agora imaginem a Maria lá no seu emprego, na máquina do café, dois minutos de conversa com os colegas, de que falará a Maria? Lá está. Estendam a coisa aos posts da Maria, de que nos falará a Maria? Exactamente.

Agora imaginem se, por redução ao absurdo, a Maria não vai depressa para Bruges, como é? Aguentamos a Maria mais um ano? Inteirinho? Lá está, o melhor é despacharmos isto, para bem de todos. Ide, ide lá e trazei um livro. Ou dois.


(se alguém conseguir ficar com um livro que eu próprio tenha licitado, ganha uma referência aqui no "Pipoco", o que significa para cima de duas mil duzentas mil visitas no vosso blog no dia da referência, duzentas vinte mil visitas que se manterão fiéis ao longo dos tempos, isto se o vosso blog tiver duas linhas que acertem com a sintaxe, não tiver muita bonecada sacada da net, poemas bisonhos ou músicas do You Tube)

18 julho 2010

Tradução, by Pipoco Tabasco

O que o Mais Salgado vai dizer no post de amanhã da uma da tarde é que foi à FNAC e comprou um livro que já tinha.

(foda-se, nunca vou perceber porque é que este gajo escreve tantas letras para não dizer nada...)

É só um blog, pá. Só um blog...

A minha amiga não gosta que eu diga que isto é só um blog, a minha amiga gosta de acreditar que mais tarde ou mais cedo acabamos por mostrar o que realmente somos, no que acreditamos, a minha amiga, e a partir daqui a minha amiga representa genericamante as mulheres, que
acreditam que conseguem vislumbrar por entre as entrelinhas, apreender as mensagens subliminares, fazer terceiras leituras, ora agora ele está a piscar o olho a Keynes, e eu a escrever sobre ovos moles de Aveiro, ora agora ele está a escrever para mim, e eu a escrever sobre a terrível escolha que terei que fazer nas próximas horas, ou ver a apresentação do Sporting com o Lyon ou ir jantar com velhos amigos, isto é mesmo só um blog, não é um diário, não é uma terapia, quando muito será um desafio, uma aposta feita depois de um jantar com velhos amigos, pensando nisto, acabei de decidir que vou a Alvalade, isto é mesmo só um blog, se fosse mais do que isso eu teria uma vida aborrecida, sempre em festa, ainda um destes dias me perguntavam por mail se eu não tinha dias maus, tristezas, dúvidas existenciais, sim, tenho, claro que tenho, mas isso é a minha vida, não é um blog, porque isto, o blog, é só um blog.

17 julho 2010

Boletim do Pipoco XXI

Acabam de me informar por mail que o Google Reader diz que este blog é "semelhante a" Pipoca Mais Doce, Amor é um lugar estranho, Lady oh my dog, Quadripolaridades, Pipoca dos Saltos Altos, Às nove no meu blog, Crónica das Horas Perdidas e Não compreendo as mulheres.

Não sei que dizer.

(calma, pode acontecer-vos pior, imaginem que o vosso é "semelhante a" Pipoco Mais Salgado...)

16 julho 2010

Novos Blogs ali na barra do lado (III)

Mulher Certa - Engraçadíssimo, eu diria mesmo que a raiar a genialidade da escrita. Sigo verdadeiramente interessado a história do Zé, chego mesmo a ter pena do Zé, um exemplo de tenacidade que deveria servir de exemplo a todos nós. E depois, a capacidade de síntese, quase sinto uma pontinha de inveja pelo facto de a Mulher Certa conseguir resumir numa frase pensamentos complexos, tudo isto aliado a um sentido de humor absolutamente único.

O Amor é um Lugar Estranho - Ou o blog da Kitty Fane, uma referência incontornável. Prometi à Kitty Fane que fazia um link, para a animar nestes dias menos bons que ela, com a generosidade que lhe reconhecemos, tem partilhado connosco. Bem sei que é um pequeno gesto, mas a verdade é que este link era há muito merecido.

Gata em Telhado de Zinco Quente - A Ginger, comentadora do post das oito da manhã desde os primeiros dias do Pipoco, sempre pronta à crítica construtiva, sempre atenta ao pormenor, um blog que é uma subtil homenagem a esse monstro sagrado da literatura que foi Tennessee Williams, uma escrita escorreita com um suave perfume a rebeldia sadia.

Das minhas anónimas

O que me escapa mesmo à compreensão, entre várias problemáticas, é aquela situação das anónimas, sim, eu sei, todos somos anónimos, "ah, e tal, não sou mais anónima do que alguém que se chama Pipoco", poupem-me que eu hoje estou a passar um mau bocado, um dia miserável, parece que tudo me corre mal (certo, não é bem assim, mas um tom pessimista dá logo outro fulgor a um post), não falo das anónimas que não conseguem controlar o pulsão de dizer ao mundo o quanto mudou a sua vida o que acabaram de ler, nem dá tempo para se registar, é uma urgência dizer que as minhas palavras sábias lhes mostraram o caminho certo, isso é positivo, estou cá para isso, o que me escapa ao entendimento são as outras anónimas, as que fazem de conta que são más peças, notem, eu gosto de anónimas más peças, poderia mesmo confidenciar-vos, mas teria que vos matar a seguir, é por isso que não vos confidencio, mas poderia confidenciar-vos, dizia eu, que há anónimas que são a luz dos meus olhos, não fosse eu saber que elas, apesar de tudo, me continuam a ler e eu já me teria aborrecido do Pipoco e teria vendido isto pela melhor oferta, o que me escapa, recuperando o raciocínio, é o prazer que retiram as minhas anónimas más peças do acto de comentar, fico sempre a pensar que elas, lá do outro lado, as minhas anónimas más peças estão sempre do outro lado, me imaginam a ficar abespinhado, "ah, este Pipoco vai ver quem eu sou, vou fazer-lhe mal, muito mal, vou comentar anonimamente", isto enquanto se se riem como aquele tipo que se ri no final do "Thriller", soubessem elas que o efeito é como quando a canalha me toca à campaínha e foge a seguir, eu interrompo a minha audição de Haendel, dobro o Le Monde, pouso o Old Bushmills sem gelo, desloco-me até à porta e sorrio, já sei que é a canalha, adivinho-lhes a brincadeira, embeveço-me com os risos abafados do outro lado das moitas, a respiração ofegante por terem fugido a correr depois de tocar à campaínha, sorrio, magnânimo, fecho a porta e volto para a minha vida, ficamos todos felizes, a canalha porque teve dez segundos da minha atenção, eu porque sei que a canalha ganhou o dia porque eu lhes dei dez segundos da minha atenção

Daquela situação dos sobrinhos (tomo III)

15 julho 2010

Da idiossincrasia da escrita Pipoquiana

Lá fui, ao tal sítio que, em introduzindo um post nosso, aquilo nos diz que nós escrevemos como um determinado autor, lá introduzi o meu último post, exactamente o que está abaixo deste e a coisa deu que eu escrevo como Nabokov, tentei outra vez com o post a seguir, o dos sobrinhos, e voltou a dar Nabokov, esse, o da Lolita, a coisa até tem um certo nexo, o post é sobre crianças, não sei se estão a visualisar a linha de pensamento, a seguir fui mais longe e introduzi o outro post dos sobrinhos e a coisa já me deu que escrevo como Shakespeare, sendo a métrica da escrita a mesma e sabendo eu a distância que vai de Shakespeare a Nabokov, fiquei com dúvidas sobre a coisa, mais um post, daqueles a aconselhar o Ruben Patrick, e resulta que escrevo como Kurt Vonnegut, quem quer que seja Kurt Vonnegut, podia googlar e fazer de conta que sei quem é Kurt Vonnegut, mas, como sabeis, eu sou um homem simples, sem sofisticações, pão pão queijo queijo, resolvi investigar com quem se parece a escrita do Pipoco Tabasco e resultou em James Joyce num caso e David Foster Wallace no outro, resumindo, desse a coisa que escrevo como a Margarida Rebelo Pinto e merecia os meus respeitos, agora assim...

Boletim do Pipoco XXI

O que me aborrece deveras é não poder fazer um post daqueles clássicos, que responda com a graça que me caracteriza aos que aqui chegam com pesquisas excêntricas no Google, por exemplo, "trigémeas enfermeiras procuram rapaz com capacidades acima da média" ou "tipo brilhante com blog claramante abaixo das suas capacidades intelectuais". Eu responderia "Pá, miúdas, se estão à procura de rapaz com capacidades acima da média, estão no sítio certo", tudo isto com um sorriso daqueles que é um parêntesis e dois pontos, isto à primeira pesquisa, e com um "Lol, mas eu tenho outro blog muito melhor que este, onde estabeleço paralelismos entre Nietzsche e Kant".

Mas não, as pessoas chegam aqui digitando"Pipoco mais Salgado Blog". Uma maçada.

Daquela situação dos sobrinhos (tomo II)

Temos então que quase salvaram um pássaro que caiu do ninho, algodão e migalhas de pão e água, mas afinal o pássaro quinou mesmo, maneiras que amanhã vão dissecá-lo, "tranquilo, tio, já fizemos isso na aula de ciências, na boa...", esqueçam dissecar o bicho com o meu canivete suiço, havia duas caixas de cerejas, três quilos de cerejas em cada caixa, seis quilos de cerejas, portanto, reparem no "havia", isso foi há doze horas atrás, os doze mamíferos despacharam seis quilos de cerejas e fizeram um piquenique e a vizinha finlandesa olhou para mim de um modo estranho, uma mistura de piedade e admiração, que terão eles dito à minha vizinha finlandesa? afinal o mais velho tem quase vinte anos, não, ele não faria isso ao seu velho tio, fizeram um bolo mármore, as quantidades "foram mais ou menos, tio", de facto percebo porque é que chamaram a isto bolo "mármore", faço de conta que gosto, não quero que um dia mais tarde fiquem psicologicamente marcados porque eu não comi a merda do bolo de mármore, afinal são eles que anunciam "pff, isto não se consegue comer!", supero com êxito a prova do bolo de mármore, as duas mais novas queixam-se de dores de barriga, penso nas putas das cerejas, seis quilos, decidimos em conjunto o programa da noite, sugiro que vejamos o "Scream", felizmente há alguém nesta casa que tem algum controlo na situação e me diz que se calhar é melhor que miúdos com dez anos não vejam o "Scream" antes de dormir, eu penso que seria bem feito terem pesadelos, ainda não me esqueci daquilo das cerejas, vemos três episódios do Verão Azul, rimo-nos dos calções do Piranha, fico a pensar que a Bea deve estar gorda e com mais de sessenta anos, isso sim, é um pesadelo, podemos dizer que sobrevivi, portanto.

14 julho 2010

Ruben Patrick, a saga continua

Ruben Patrick, bem podes dizer-lhes que é uma pulseira étnica, que os líderes espirituais da tribo do Mucatanhata tinham uma igualzinha, que a ancestral religião dos Katingalélé desenvolveu o modelo, uma elegante simbiose entre pedras finamente polidas e couro em bruto, que a compraste num mercado em Istambul, definitivamente, Ruben Patrick, as pulseiras, ainda que étnicas, não te valorizam.

(agora se experimentares uma aliança em ouro no anelar da mão esquerda, isso é outra conversa...)

Estão dez sobrinhos e dois filhos a dormir no meu sótão, encostadinhos aos meus livros. E tudo vai bem...

Dez sobrinhos, durante dez dias, catorze almas ao jantar, histórias que se cruzam, vozes altas, o frigorífico a precisar de ser reabastecido todos os dias, eu a chegar a casa e o vinil das Bodas de Fígaro a tocar alto, "granda som, tio!", dez sobrinhos, não sei se estão a ver a situação, eu a chegar a casa e eles a jogar futebol com a rega ligada, "moche ao tio", eu a não em importar que a minha camisa branca fique molhada, a gravata amarrotada, eu a ler-lhes "As Aventuras de João Sem Medo" para eles adormecerem, troco as páginas, passo da página catorze para a duzentos, voltamos à quarenta e sete, lemos o quarto capítulo antes do segundo, eu a sair de manhã cedo e eles a cruzarem-se comigo, ensonados, "bom trabalho, tio", eles a ligar-me só para me dizerem que estão a levar a canoa para a barragem e que é uma pena eu ter que trabalhar, eu a ouvir os risos em fundo e a fazer de conta que estou zangado com eles, eu a subir ao sótão às duas da manhã, caramba, rapaziada, tenho que acordar às seis e meia!, eles a interromper as conversas, a fechar os livros e eu a descer e a decidir que se foda Londres e Madrid, esta semana não quero sair daqui.

13 julho 2010

Daquilo da fotografia da miúda do penico

Eu simpatizei com a miúda, a sério que sim, acho que aquilo é um sentido de humor em bom, acho mesmo que a miúda se está a divertir tanto a fazer de conta que está a concorrer àquilo como eu me estou a divertir a fazer de conta que tenho um blog fútil, o "non-sense" sempre me fascinou, é divertido perceber que as vozes que se espantam com o kitsch que é a miúda a concorrer a capa de revista são as mesmas que comentam apreciativamente outras miúdas que se vestem na Zara e depois fazem de conta que são as novas protegidas da Anna Wintour, não sei o que é pior, a sério que tenho dúvidas, e quando eu, que sou eu, tenho dúvidas, a coisa é séria.

Fórmula alternativa a "Gostei do teu cantinho, visita também o meu"


<a href="http://www.grapheine.com/blog" title="blog">creer e commerce</a>

12 julho 2010

Pipoco, em estado meditativo

Às vezes penso que o que me ficava mesmo bem era um blog daqueles com críticas a livros e a teatro independente, suavemente polvilhado com uma análise profunda à problemática dos mercados financeiros, talvez um toque de comentário político, uns posts com link para outros blogs igualmente influentes, que eu atacaria ferozmente, numa demonstração argumentativa que faria as pessoas bocejar enquanto pensariam "Brilhante, meu caro Mais Salgado".

(mas depois penso que isso é a minha vida real, era capaz de ser uma maçada não ter um blog que me divirta).

ADENDA: Pipoco, num irrepetível momento, interagirá com os seus leitores, respondendo a todos os comentários a este interessantíssimo post

ADENDA 2: Game over...

Daquilo do beijo do Casillas

Onde todos viram um momento de grande exaltação ao amor, eu vi uma tremenda falta de respeito profissional.

11 julho 2010

Pipoco, provavelmente o único da blogosfera que não esteve ontem no Optimus Alive

Mas estive no Festival ao Largo, é clicar aqui e ver o que é a coisa, o coro na varanda do São Carlos, a orquestra cá em baixo, a maestrina que começou com uma direcção hirta e acabou a dirigir o público nos encores finais, a noite fantástica, o Largo de São Carlos repleto, o público sabedor, em silêncio absoluto durante a execução das peças, a escolha sábia de peças que toda a gente conhece, nem que seja de anúncios a detergente, bem sei que houve um tempo em que eu achava que as obras deviam ser escutadas integralmente, mas são estes trechos que o mundo se recusa a não esquecer, passem sobre eles os séculos que passarem, o programa foi uma espécie de rewind da minha vida, começou pela suite nº 1 de Carmen e lá estava eu em Milão na abertura da temporada no La Scala, nevava e tudo, e eu a deslumbrar-me com a direcção de Daniel Barenboim, acabou com Bolero, e lá estava eu, há mais de vinte anos, à boleia na traseira de uma carrinha Peugeot 204, mochila às costas, serra do Gerês acima, o Bolero de Ravel a tocar numa cassete, o Bolero demorou o exacto tempo que uma carrinha Peugeot 204, quase sempre em primeira e segunda velocidade, leva a fazer o percurso desde as Caldas do Gerês à Portela do Homem, depois Edward Elgar, o Pomp and Circumstance, Shakespeare a dar tema à noite, Sonhos de uma Noite de Verão, Shakespeare a piscar-nos o olho, Pride, Pomp and Circumstance of glorious war, em Othello e lá estava eu, em Londres, numa outra noite memorável, quase me esquecia de Gershwin, a primeira vez que entrei no Pavilhão Atlântico foi para ver Porgy And Bess, nesse dia percebi imediatamente que a aclamada condição acústica do Pavilhão Atlântico era um fabuloso embuste.

(Por hoje é isto, amanhã já cá esta de novo o Tabasco, ficai descansados)

10 julho 2010

Se eu tivesse um blog daqueles que colocam fotos das compras,...

...hoje colocava aqui sete camisas brancas.

(e uma garrafa de Cartuxa tinto).

09 julho 2010

Coisas que aprendi nestes pouco mais de cem dias de blogosfera, by Pipoco Tabasco (II)

Os que mais me impressionam são os blogs amargurados, de ajustes de contas com amores passados, cada um mais sofrido que o outro, uma quase-competição pelo nirvana do sofrimento, parecem as conversas de doenças de velhinhas no centro de saúde da Reboleira, se uma diz que teve um amor bandido, que lhe destruiu a razão de viver e lhe partiu o coração em mil pedaços, logo vem outra que diz que aquele amor falhado terá efeitos até à quinta geração e que o tipo se encarregou de fazer carpaccio de coração destroçado.

Ninguém me tira da ideia que que é nestes blogs que o Tony Carreira se inspira para fazer as letras das suas canções, ou lá o que é aquilo que ele mete nos discos.

Post-tipo

"Ruben Patrick, destruistes tudo akilo que sou, sabes bem que depois de ti mais nada, nem sol nem madrugada, fostes tudo para mim e eu, pobre de mim, acreditei-me nas tuas falinhas manças, sofro, vejeto, só durmo porque me receitaram estes antestamínicos, Ruben Patrick, és um fassínora do pior, se te encontra-se rebentaria em lágrimas, tanto mal que me fizestes, volta Ruben Patrick, os meus braços estarão sempre abertos para ti, para te resseber"

Pipoco explica

Sabes, Ruben Patrick, não te vale de nada aparecer de calças rasgadas, sempre com esse ar de quem não dorme há três dias, essas histórias de rapaz mau, essa agitação de quem quer viver tudo hoje. Porque, sabes?, elas acabam sempre por escolher o Diogo Vasconcellos, o do blaser azul, que lhes segura a porta para elas passarem, que as escuta com atenção, que coloca o guardanapo de pano em cima das pernas. O que paga a conta.

08 julho 2010

Boletim do Pipoco #19

Pergunto a mim próprio que ínvios caminhos percorri na minha vida para, chegando a esta idade em que ainda não me preocupo com planos de poupança reforma mas também já não espero ser convocado para jogar no meio campo do Sporting, só ontem ter visionado "O Fabuloso Destino de Amélie".

07 julho 2010

Coisas que aprendi nestes pouco mais de cem dias de blogosfera (I), by Pipoco Tabasco

Ao princípio elas terminavam os posts com um "Temos pena...", que intercalavam com o "Ah, pois é...".

Depois, passaram a introduzir o "e tudo e tudo e tudo", cuidadosamente alternado com o "yada, yada, yada".

Agora estamos na fase "Cá beijinho...".


(e "Priceless", e "Hoje acordei assim" e "Estado em que se encontra este blog" e "Quero Muito" - referindo-se a sandálias da Zara, fabricadas no Paquistão, puro poliéster)

Grandes questões existenciais que se atravessam nos dias de Pipoco

Hoje dei passagem no trânsito a uma mulher extremamente feia e ainda lhe sorri.

Não sei se será maturidade ou abichanamento.

(Ah, Pipoco, mas só as bonitas é que têm direito à tua simpatia? Ah Pipoco, aposto que tu também és extremamente feio e gordo, se fossem todas como tu nunca te deixavam passar no trânisto. Ah Pipoco, que feio, privilegiar as pessoas pelo seu aspecto físico, shame on you. LOL Pipoco, também já me senti assim. Gostei muito do seu blog, visite também meu, um espaço de divulgação da problemática da relação entre a produção de batata no Azerbeijão e o aquecimento global)

Da terça

Levanto-me tarde, só tenho que estar no Porto às onze e meia da manhã, cada vez gosto mais do Porto, inauguração de uma fábrica, ouço os discursos das entidades relevantes, aplaudo vigorosamente, consigo escapar-me aos ilustres representantes do povo e aos presidentes de coisa nenhuma, escolho a mesa com a melhor companhia, conheço-os bem, continuam a considerar-me um deles, fazemos brindes ao Moutinho e ao calor e à vida, testam-me, esticam a corda, fazem com que os olhares se concentrem na nossa mesa, celebro com eles, a única fronteira que não ultrapasso é tirar o casaco, velhos hábitos, terminamos o almoço, há ainda tempo para dois dedos de conversa, quero saber dos pormenores das vidas deles, sempre os pormenores, há abraços fortes, Muse no regresso a casa, jantar com amigos nas Tasquinhas, cerveja fresca e vinho da Companhia das Lezírias, torricado e ensopado de javali, porco preto e bife de boi, ligamos a um amigo comum, holandês, afinal está na China, nem sabia que a Holanda já estava na final, café forte, duas da manhã, a vida não podia ser melhor.

Da segunda

Chego atrasado à primeira reunião, quem manda marcar reuniões às oito e meia?, "foi o senhor, senhor engenheiro", certo, estava a ser irónico, ela estende-me o memorando com o resumo da reunião, vejo as cotações em passo de corrida, peço um café, logo eu que nunca peço para me trazerem café, despacho a primeira reunião, depois a segunda, "é aquele assunto com os recursos humanos, senhor engenheiro", sei muito bem, alguma coisa para o almoço?, "nada, senhor engenheiro, mas tem reunião de equipa às duas, faltam quinze minutos", sei muito bem, tiro um sumo da máquina, troco de gravata, o sumo adora as minhas gravatas, a tarde passa num instante, assino documentos que me obrigo a ler, ninguém percebe porque é que eu sou o único que lê antes de assinar, talvez fosse melhor não ler, "não se esqueça que é o jantar de despedida do Doutor X", certamemente, eu iria lá esquecer-me do jantar de despedida do Doutor X, salamaleques, restaurante da moda, cozinha de autor, que é o sinónimo de pouca comida, o discurso, certamente, a parte do discurso calha-me sempre a mim, champanhe Mumm, são duas da manhã, Haydn muito alto no carro, finalmente durmo.

06 julho 2010

Boletim do Pipoco #18

A minha "música que levaria para uma ilha deserta, e só pode ser uma" mantém-se estável há vários anos.

Aznavour. Emmenez-Moi.

05 julho 2010

Foto de indivíduo extremamente parecido com o Zé Povinho, mas em mais novo



Este é, provavelmente...

...o único blog onde não se falará do filho do Cristiano Ronaldo.



(não sabiam?, pois, diz que é um rapaz, nasceu a dezassete de Junho, diz que a Dona Dolores já o tem à sua beira, brinca muito com o priminho, esse, o filho da Cátia, a das roupas, não, a Dona Dolores é a mãe, aquela do chapéu e do fato de treino cor-de-rosa, coitadinha da Irina, a dizer que o Cristiano estava com vontade de ser pai, mal ela sabia, coitadinha, aquilo diz que foi uma americana, ele esteve nas Américas, não foi? quando estava com o pé partido, ou lá o que era, graças a deus que não o afectou, imagino as revistas à procura da mãe incógnita, aquilo é que deve ser uma história, se o rapaz, o Cristiano, não lhe der a pensão justa ela é bem capaz de não se fazer rogada e contar a história no programa daquela apresentadora famosa, a Ópera, calhando ficávamos a saber se ele sempre veste lingerie ou se aquilo sempre se parece com uma pizza familiar, ou assim, eu não sei nada, nem gosto de falar nestas coisas, que o rapaz merece toda a privacidade.)

04 julho 2010

Da vida

E depois fico a pensar na noite de sábado, o jantar com amigos espanhóis, olhos no jogo com o Paraguai, boca nas cañas bem tiradas, os abraços forte no final, eu a recusar delicadamente o cachecol com as cores de Espanha à volta do meu pescoço, a noite deles ainda no princípio, eu a despedir-me e a dizer que não se importassem, que eu chegava bem a casa, é sempre a direito o caminho para minha casa, a casa vazia, são só uns dias, o colocar um disco de Bach no gira-discos, sim, um disco, o servir a mim próprio um Jameson sem gelo, o abrir as portas da sala para o jardim, a noite fresca, fechar os olhos, pensar nos meus amigos espanhóis numa discoteca da moda e pensar que sim, se calhar estou a ficar velho.

E Bruges, caramba, como eu já fui feliz em Bruges...

A Maria vai para Bruges, sei que sim, e pediu-me que divulgasse aqui a causa, a minha primeira reacção foi a pragmática, foi responder à Maria que, para as coisas acontecerem, tem que haver quem faça ofertas pelos livros, isso de divulgar é só um meio caminho, o problema é que eu, não conhecendo a Maria, gosto da Maria, as pessoas que escrevem bem fazem o que querem de mim, é só pedir, e, além de escrever bem, a Maria parece-me ser daquelas mulheres que sabem o que querem e, sabendo e querendo, não ficam com as nádegas alapadas no sofá a queixar-se da problemática da situação.

(Vou avisando que é melhor não licitarem os livros que me interessam mesmo, é tempo perdido, no fim o livro será meu, é o destino, o universo tem as suas regras.)

Com um bocadinho de azar mandam-nos o Mariano Gonzalez no pacote

Para quê ter Moutinho se podemos ter Evaldo?

(foda-se, quem é o Evaldo?)

02 julho 2010

Silly season

E agora, por uns dias, vou ser comentador de blogs.

01 julho 2010

Sei o que fiz no Verão passado (e neste Verão vou fazer outra vez...)



Boletim do Pipoco #17

Eu até estava com pressa, ando sempre com pressa, às vezes penso que gostava de ter de volta o tempo em que tinha tempo, depois penso que não, que já não me habituaria ao ritmo "andante, andante", gosto de ter que discutir com quem realmente manda no meu tempo, nos quartos de hora potencialmente disponíveis na minha agenda, mas, dizia eu, estava com pressa e sei que a luz verde daquele semáforo não dura mais de vinte segundos, mas aquela visão do casal dentro do "Smart" a beijar-se apaixonadamente, começaram a beijar-se ainda o sinal estava vermelho, demoraram-se até ao verde, e eu com pressa, passou o amarelo, voltou ao vermelho e eu fiquei contente por ainda saber quais são as prioridades e não ter interrompido aquele beijo por causa dessa coisa menor que era eu estar com pressa.