Estava aqui a desenvolver uma ideia que relacionava as mensagens subliminares do "Emmenez-Moi", de Aznavour, com o "L' homme qui regardait passer les trains", de Simenon, mas entretanto lembrei-me que seria adequado escrever qualquer coisa que tivesse a palavra "Lanvin", de maneiras que, em verdade vos digo, o meu cheiro desde ontem chama-se Arpège.
Acento grave, Pipoco. Acento grave. Arpège.
ResponderEliminarTeresa, corrigido.
ResponderEliminar(você era pessoa para entender o link entre o Aznavour e o Kees Popinga, não era?...)
Comboios?
ResponderEliminarCuca...
ResponderEliminar(apostava tanto em si...)
Achava que tinha mais a ver com os viajantes que com as viagens, propriamente ditas.
ResponderEliminarE que raio tem Lavin a ver com isso?
Ora Pipoco, decepcionar pessoas faz parte da verdadeira personalidade snob-chic!
ResponderEliminarEsperemos que seja melhor que os vestidos (os tais, que se começam a vender hoje e que vão causar muita batatada por esse Chiado fora). Ah, o sossego do Norte.
ResponderEliminarNão conhecia o Arpège da Lanvin. Maneiras que tive de pesquisar. A fazer confiança na net, é bem antigo o perfume.
ResponderEliminarAtravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito
E a cor das flores é transparente de as velas de grandes navios
Que largam do cais arrastando nas águas por sombra
Os vultos ao sol daquelas árvores antigas...
O porto que sonho é sombrio e pálido
E esta paisagem é cheia de sol deste lado...
Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrio
E os navios que saem do porto são estas árvores ao sol...
Liberto em duplo, abandonei-me da paisagem abaixo...
O vulto do cais é a estrada nítida e calma
Que se levanta e se ergue como um muro,
E os navios passam por dentro dos troncos das árvores
Com uma horizontalidade vertical,
E deixam cair amarras na água pelas folhas uma a uma dentro...
Não sei quem me sonho...
Súbito toda a água do mar do porto é transparente
e vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse desdobrada,
Esta paisagem toda, renque de árvore, estrada a arder em aquele porto,
E a sombra duma nau mais antiga que o porto que passa
Entre o meu sonho do porto e o meu ver esta paisagem
E chega ao pé de mim, e entra por mim dentro,
E passa para o outro lado da minha alma...
[très snob-chic socorrer-se de Aznavour ou Simenon]
Maya, muito bonita a introdução de Pessoa. Joga bem com Aznavour, toca ao de leve no Simenon. Mas a essência está lá, as grandes viagens como ponto de fuga à rotina. Muito obrigado, a sério que (quase) me tocou.
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