31 outubro 2014

Eu, modo de usar

Deixa-me cozinhar. Mas só se intuíres que é isso que me apetece.
Não me perguntes como vão as coisas no trabalho. Vão bem. Vão sempre bem.
Eu escolho o vinho. E conduzo. E corto a lenha.
Não te mostres enfastiada quando te falar de livros. Nem de música.
Não me avises quando me vires beber o segundo gin. Mas pede-me a chave do carro. Eu dou.
Não sou o teu melhor amigo. Quando for o teu melhor amigo, serei só o teu melhor amigo.
Nunca me deixes ganhar se eu não o merecer realmente.
Falho. Mas aprendo depressa.
Não me fales de dinheiro. Nem de roupa.
Se a roupa não te assentar bem e me perguntares, eu direi a verdade. Não tivesses perguntado.
Às vezes demoro a responder. Se for importante, insiste.
Usa o mínimo de palavras que conseguires para explicar as coisas. E não tergiverses.
Nunca me verás chorar. Não é um problema e não temos que falar sobre isso.
Quando eu me queixar de alguma coisa, preocupa-te a sério.
Não me menosprezes. Nunca me menosprezes.
Gosto de pessoas. Muito. Mas não de todas.
Na maioria das vezes vou fazer-te rir. Na maioria das vezes.
Não gostarei de todas as tuas amigas. Mas serei gentil, mesmo com as imbecis.
Verificarei sempre a conta. Sempre.
Tenho sempre tempo. Para o que quero.

(inspirado, incluindo o título feliz, num post da Domadora de Camaleões, que é quem melhor sabe contar coisas de viagens)

30 outubro 2014

E os tipos do Correio da Manhã?

Ainda terão alguém que goste deles?

Bullshitómetro

O que devia ser obrigatório nos blogues era o bullshitómetro, volto a insistir. O bullshitómetro,  instalado no canto superior direito do écran,  havia de avisar os incautos do nível de coisas sem jeito nenhum de cada post, caixas de comentários incluídas e ninguém havia de alegar que desconhecia o nível da coisa, pois se o bullshitómetro estava no nível máximo...

Enquanto ninguém inventa o bullshitómetro, ficamos pelo número de visitas diárias, o melhor indicador de quanto mais, pior é a coisa.

29 outubro 2014

Pipoco explica por que quase nunca responde a comentários nem dá muita conversa a quem, abnegadamente, o acarinha

Desde os meus primórdios nisto dos blogues, parecendo que não já vai para mais de sessenta e dois anos que a minha vida é isto, aprendi que não posso jogar com qualquer um. Ao princípio tentei, juro que tentei, mas, que querem?, de cada vez que me aproximava para jogar, as pessoas fugiam espavoridas, eu era apenas um doce e fofinho peluche, que só queria jogar um pedacinho e depois ia para casa, mas o que as pessoas viam era um enorme e aterrorizador ogre, que tudo derrubava à sua passagem, um monstro horrível que, para onde quer que se virasse, aleijava as pessoas. Sem querer, está claro.

E lá estava eu, sozinho, no meio da estrada, perguntando-me por que ninguém jogava comigo por muito tempo, alguns havia que ate me desafiavam para jogar mas, logo nos primeiros lances, que afinal não, que estavam só ali de passagem e que já bastava. Outras havia que diziam que era uma brutalidade, que não havia necessidade de ser tão agressivo e eu ali, a só querer jogar a sério, a única maneira que conheço.

É por isso que deixei de jogar. As pessoas passam por aqui e às vezes parece-me, mas parece-me mesmo, que querem jogar. E eu, pobre de mim, a apetecer-me também jogar, mas a vir-me à memória aquilo das pessoas a debandar, sujeitas a ficar com mazelas para o resto da vida delas e eu penso de mim para comigo que não vale a pena correr o risco, que as pessoas têm lá as suas ideias, às vezes acham piada a ver-me aqui jogar sozinho, mas isto nunca se sabe, e o melhor é continuar a recrear-me, solitário, uma vez por outra lá faço de conta que jogo com as pessoas, mas nada de muito prolongado, é mesmo só fazer de conta.

Até que apareceu a Palmier. Palmier Encoberto, que eu nunca trato as pessoas só pelo nome próprio. Parece que sim, que é bem capaz de se aguentar ao jogo e ainda fazer uns floreados e, calhando, fazer meia dúzia de pontos. Estou aqui tentado, a afastar as imagens aziagas de quantos, antes de Palmier Encoberto,se melindraram, se abespinharam e me deixaram a pensar que não devia ter levado o jogo tão a peito. Espero que seja das rijas. Mas se calhar não...

(jogo? não jogo? ah, a indecisão...)

28 outubro 2014

Em verdade vos digo

Os blogues estão a ficar mais parolos. Não são só os das botas, não são só os da roupa do dia com maus cenários por trás, não são só os que nos querem vender coisas nem são só os da poesia inenarrável.

Os blogues estão a ficar mais parolos, genericamente. Vejam lá isso.

27 outubro 2014

Provavelmente

A Maria Guedes é bem capaz de ser a miúda com  melhor ar daqui dos blogues.

Ainda não decidi.

E hoje era isto

O que era mesmo de valor era que aquilo de atrasar a hora acontecesse todos os dias, um homem atrasava-se para a primeira reunião, derivado das circunstâncias adversas do tráfego, mas não havia novidade, afinal estava era adiantado dez minutos, um homem levantava-se e ainda tinha tempo para uma matinal corrida com o seu cão, afinal a hora era uma hora antes, um homem deparava-se com demasiada gente no aeroporto e a sua secretária não tinha tratado de assegurar Green Way, mas estava tudo nos conformes, era menos uma hora e havia tempo para ainda ir comprar o desportivo e confirmar que sim, que estávamos três pontos mais perto do primeiro.

E assim sucessivamente, não sei se todos perceberam a ideia, mas era isto.

26 outubro 2014

Post bastante difícil de ler

Amofinam-se as dos blogues que, não tendo coisas lá das suas vidas, vivem de se amofinar com as coisas das vidas dos outros, que não há direito, que anda tudo a vender formações para não sei quê, que as pessoas não precisam, que temos que reagir, que isto não é coisa que se faça às pessoas.

E eu, que sei destas coisas, sei que quase nada do que nos vendem tem realmente préstimo, sei que não temos precisão de quase nada daquilo que compramos, sei que precisamos tanto de uma formação que nos ensine a cozinhar esparguete como de mais um par de sapatos, sei que precisamos tanto de uma formação para deixar de ser gordo como precisamos do terceiro gin tónico, sei que precisamos tanto que as dos blogues de dizer coisas se amofinem como precisamos que o glorioso ganhe hoje em Braga.

Plácidos Domingos

Às vezes os domingos são assim, eu deitado na cadeira de lona verde, com um livro junto de mim, fechado por ser impossível ler com sol de frente, Ulisses, o cão, deitado aos meus pés, eu mando-o sentar e ele deita-se aos meus pés, os cães rafeiros têm este hábito de fazer a coisa certa pelo caminho errado, são os cães rafeiros e as pessoas, e o sol força-me a fechar os olhos e, com os olhos fechados, ouve-se perfeitamente o sino das aldeias aqui perto, cada uma à vez, é conforme o vento, e ouvem-se os pássaros e a respiração de Ulisses, o cão, e, quando abro os olhos, vejo umas pintinhas hexagonais que, quando desaparecem e o meu olhar se foca de novo, não eu, que eu estou constantemente focado, quando o olhar se foca de novo, vejo cegonhas a voar lá em cima, ou serão águias?, e volto a fechar os olhos e está tudo muito bem assim, e sim, Calvin&Hobbes.

25 outubro 2014

O Bando, Quarentena

Atafulhado de coisas cá da minha vida, é importante vir aqui dizer que o "Quarentena", d' "O Bando", é coisa que não se devia perder, embora já deva estar mais que esgotado para hoje e amanhã, mas achei que se devia saber isto, até porque fui eu a única pessoa disto dos blogues a ter visto a peça.

(sai-se dali do Cine-Teatro São João, em Palmela, e depois é deixarmo-nos ir, que as noites têm estado bem boas e aquilo mete jantar e tudo)

23 outubro 2014

Em verdade vos digo

Tipos com fios de ouro ao pescoço, com tatuagens com nomes de mulheres escritas com letras desenhadas, tipos com camisola interior à vista de quem lhes olhar para a parte cimeira da camisa, tipos que dizem "a minha esposa", que têm um penduricalho do Glorioso no espelho do carro "(a máquina", como eles lhe chamam), tipos que usam camisas com bolso, tipos que usam gravata com camisas de botão no colarinho, tipos com calças de ganga e camisa de seda preta, tipos com maus sapatos, tipos que palitam os dentes, tipos que contam piadas e perguntam se percebemos, tipos com cabelo penteado para trás com gel?

Não são estes os que devem evitar a todo o custo.

21 outubro 2014

Perdemos um jogo, não foi?

Está um homem na sua tranquilidade, diante de uma caña e uma tábua de queijos aqui no Cheese Bar, que sai da Castellana e entra na José Abascal, a temperatura que está em Madrid, senhores, e um homem está ali na sua quietude e começa a receber recados dos amigos do Benfica, a dizer que até a eles lhes custou, um homem resiste a interromper o seu momento de paz e o solomillo que lhe agitará as papilas gustativas, um homem antecipa o pior, já não está na sua quietude, as mensagens enigmáticas continuam a chegar, que deve doer, aos noventa e tal minutos, um homem desliga o telefone, há tempo para saber o que se terá passado.

20 outubro 2014

No princípio, disse ela

Hoje ela confessou-me que no princípio me achou arrogante.

Os problemas das mulheres

Não interiorizar que existiu um tempo em que as cabeças se voltavam quando elas passavam.

E que já não é esse tempo.

17 outubro 2014

Mulher de verdade? (by Ruben Patrick)

Que tenha boas mamas. Grandes. Que saiba respeitar o estado de negação que nos tolda o raciocínio quando o Sporting perde. Que saiba como servir cerveja. Que considere relevante não deixar faltar pistácios e caju. E tremoços. Que não acorde quando chegamos a casa. Que saiba que peixe escalado não é uma opção. Que cozinhe sem Bimby. Que saiba que o café se bebe sem açucar. Que use poucas palavras para explicar as coisas.

Mulher de verdade?

Que ganhe mais do que eu, que me derrote no xadrez, que me ensine vinhos novos, que saiba ir às compras sozinha, que saiba estar calada quando é caso disso, que tenha uma moral sexual igual à minha, que tenha amigos que sejam meus amigos, que tenha um carro melhor que o meu, que tenha amigas que não me achem piada nenhuma, que diga coisas que eu só perceba dois dias depois, que tome conta de mim sem eu lhe pedir, que não faça de conta que concorda comigo, que goste de cães, que jogue poker pior do que eu.

(Ruben Patrick, e para ti?)

16 outubro 2014

Entretanto Sara Sampaio, the body, também se queixa de situações

E o blogue de Jessica Ataíde (só seria Athayde se o primeiro nome fosse Benedita ou Francisca, Jessica Athayde é tão natural como Fábio de Sottomayor) que era daqueles pobrezinhos, do género desses com poemas e pensamentos positivos, onde ninguém ia, agora parece daqueles com contadores de visita aditivados...

15 outubro 2014

Há seis minutos o nome de Jessica Athayde não me produzia nenhuma memória,nem sequer das que se instalam no hipotálamo, ou lá onde se alojam as memórias que não sabemos que temos

A Jessica desfilou lá no não sei quê da moda. Convidada, parece.  Diz que de biquini. Parece que os retratos lá daquilo da Jessica em biquini não estavam assim nada de especial. Parece que as mulheres, sempre elas, deram forte e feio na Jessica, que ali havia situações que, enfim, e tal. Parece que a Jessica aproveitou a situação e transformou uma aparente fraqueza em força e agora cá temos a Jessica como porta-voz das mulheres que sofrem todos os dias a maçada da opinião alheia, que não está certo, não há direito que mulheres mais, digamos assim, inapropriadas para capa de revista, sejam julgadas como se nada mais houvesse qua não um corpo. A Jessica das revistas, da televisão, do estereotipo da mulher que parece que os homens apreciam e as mulheres querem ser iguaizinhas a ela, é agora o estandarte das oprimidas, das que sofrem das que libertam o grito de que basta, das que a Dove convidaria para um anúncio, das mulheres reais. Eu? Eu continuo a achar piada às coisas, nada a fazer.


13 outubro 2014

Eu, que...

... sei por que o Ricardo Quaresma nunca terá um blog no Sapo, que sei que a velocidade da luz não é de trezentos mil quilómetros por segundo, que sei que o melhor leitão não se come na Mealhada, que sei que o maior exportador de café do mundo não produz um grão de café, que sei que as girafas não emitem sons, não faço a menor ideia do conceito da Casa dos Segredos.

Cats no Campo Pequeno?

E eu no meio da claque do Benfica e francesinhas em Alfama e Lamborghini com motor a gasóleo e fado no Maracanã e cerveja com gelo e sardinha assada com batatas fritas e Cristiano Ronaldo a guarda-redes e Jesus Cristo Superstar em Kobani e futebol de praia na Suiça e os U2 no Teatro Virgínia.

11 outubro 2014

A evolução que se esperava

Houve um jogador da selecção que não disse" agora temos que levantar a cabeça" .

10 outubro 2014

Post em tempo real

Eram uns miúdos que ali estavam a falar-me de benchmarking, do forecast e de quando se atingiria o breakeven.

Antes de lhes fazer as perguntas certas, reparei que nem sequer tinham os sapatos engraxados e um deles tinha uma nódoa pequena na gravata. E tive menos pena.

Da paz

E se ontem todas sabiam das letras do tal francês, hoje todas são Malala.
Eu também.

09 outubro 2014

Joyce nunca ganhou o Nobel (e é bem feito...)

Claro que já todas leram Modiano, todas terão já pré-reservado Pour que tu ne te perdes pas dans le quartier, todas terão percebido logo em La Place de l'étoile que ali estava um potencial Nobel, todas falarão com desenvoltura do novo Proust, todas suspirarão com o velho hábito de Modiano não dar entrevistas, todas invocarão essa Paris ocupada que dá o ambiente a Modiano, todas elas terão lido tanto Modiano como eu li Jelinek ou Transtromer.

O Nobel da Literatura?

Os que não se querem comprometer dirão que talvez seja Roth ou Murakami, os mais excêntricos acreditarão em Thiong'o, os que não percebem nada disto do Nobel dirão que Lobo Antunes é uma possibilidade.

E no final ganha o Kadare.

08 outubro 2014

Fosse Pipoco um desses bloggers que acham que lhes sentimos a falta

Ah, e tal, tenho andado muito ocupado, não tenho podido escrever nada, ah, se soubessem o quão agitada é a minha vida, prometo que voltarei assim que tiver tempo, tenho tido muitas saudades de por aqui passar, mas, que querem?, há tanta coisa a acontecer, assim que puder contarei, é mesmo uma coisa em bom, mas agora não vos posso contar, era só para dizer que é por isso que não tenho podido cá passar, bem sei que têm sentido a minha falta (têm, não têm?), mas que querem?, a minha vida tem andado tão agitada, tão sem tempo para cá vir saber das vossas coisas, ...

06 outubro 2014

Dos bons blogues

"Queres antes aprender a voar?" é provavelmente o segundo melhor nome de blog que conheço.

Substituiu o Maradona, que desistiu de escrever. Não era qualquer um que substituía o Maradona.

Post em tempo real

A miúda do Kia cinzento (podia ser um Hyundai, eu destes carros percebo pouco), cabelo encaracolado e óculos grandes, desses rectangulares, estava mesmo à minha frente na segunda circular, braço direito a rodopiar com a mão em cima da cabeça, eu a guardar a distância de segurança que se impõe nestas situações, a miúda cada vez mais possuída, cabeça a abanar, os caracóis a ondular, a mão no volante a levar perigosamente o carro ora para a esquerda ora para a direita, que o diga o tipo da mota das encomendas expresso que a ultrapassava naquele momento, eu acabei mesmo por decidir afastar-me e passar para a esquerda da miúda, a miúda de janela aberta, os movimentos de dança que não paravam, quando estava ao lado da miúda percebi que la também cantava, afinal era qualquer coisa dos Muse, quase lhe perdoei a condução.

05 outubro 2014

Quase a maçar-me tanto quanto as dos blogues das criancinhas com lacinhos na cabecinha...

...sempre limpinhas e amiguinhas das irmãzinhas, surge,  numa escalada vertiginosa, a categoria dos blogs do querer bem para estar bem, desses que nos dizem que, se as papas de rúcula são boas para a nossa digestão, logo os nossos pulmões funcionam melhor, logo as "nossas pessoas" ficam mais bonitas e, naturalmente, a paz no mundo surge enfim, corolário das papas de rúcula comidas com regularidade.

Eu, que sei bastante de felicidade, apesar de já ter visto o Sporting perder uma final europeia em casa, sei que os momentos de felicidade aparecem sempre a seguir ao caos e nunca a seguir às cozinhas arrumadas, aparecem sempre a seguir à vida virada do avesso e nunca depois da tranquilidade de um pequeno almoço tomado tranquilamente com "as nossas pessoas", aparece sempre a seguir aos momentos em que nos entretivemos a esforçar-nos mesmo a sério em vez de olharmos à volta e pensarmos que está tudo num equilíbrio cósmico.

A verdade é que não basta uma cozinha branca, alfazema ao sair da porta, um cão cor de mel e um pequeno almoço com frutas acabadas de colher. A felicidade é outra coisa.

04 outubro 2014

Cohen e Saramago

O meu mais profundo desejo era passar por cima daquela da situação do Saramago, olvidar de vez que me venderam "um livro inédito" e afinal eram só umas poucas páginas, foi como se me tivessem vendido o último Bentley e afinal era só o volante, um bonito volante revestido a couro de bisonte abatido com chumbo de prata por um caçador diplomado, mas apenas um volante, foi como se me tivessem vendido Barca Velha do meu ano, afinal sempre havia, mas, vendo melhor, era só a rolha, uma bonita rolha de cortiça de sobreiro alentejano, pirogravada com o meu ano de nascimento, mas apenas uma rolha. Mas não, li hoje no saco do Expresso que a Fundação José Saramago e a Porto Editora continuam a falar de um "livro inédito", a dizer que "O prémio Nobel continua vivo" e que a coisa é "uma última viagem na sua permanente vocação para agitar consciências", incomodou-me tanto que virei o saco para o lado em que a TAP me diz que tem um cartão de crédito para mim, estará o  mundo do avesso?, talvez tenha um fundo de racionalidade, chama-se ter um plano B para quando os aviões estão no chão, podia ser isto ou a Montblanc ter uma linha de perfumes, o quê?, a Montblanc tem perfumes?, céus...

(por outro lado, o último Cohen está muito bem. "Slow" é uma delícia, "Almost like the Blues" também. É verdade que há ali um abuso de backvocals, mas é Cohen inteirinho, oitenta anos de Cohen justificam umas ajudas que o levem ao colo e eu, aos de quem gosto, suporto tudo)

03 outubro 2014

Em verdade te digo, Ruben Patrick

O verdadeiro poder não é aquele que sentes quando ela te diz que também foi muito bom para ela, não é aquele que sentes quando pagas a conta do restaurante com o teu cartão dourado, não é aquele que sentes quando ela te cai nos braços, feliz com o novo Versace que lhe trouxeste de Paris.

O verdadeiro poder, Ruben Patrick, é aquele que sentes quando ela te pede que lhe sugiras o próximo livro que lerá.

02 outubro 2014

Pipoqueanos rituais

O Lourenço, talvez o melhor blogger da categoria "Eu não tenho um link para o Pipoco", deixou-me aqui a pensar sobre os meus rituais:

Peço café quando chego ao escritório. Mesmo que tenha acabado de tomar um.

Escolho o 6A sempre que viajo em económica.

Substituo o som da televisão por Mahler quando há jogo do Sporting. Ou da Selecção.

Escolho sempre sentar-me de costas para a parede. Ou de frente para a porta.

A primeira coisa que faço num quarto de hotel é verificar as saídas de emergência.

Aos sábados compro o Expresso e começo sempre pelo Actual. Às vezes não leio mais nada.

Sorrio a maior parte do tempo quando falo ao telefone com os meus pais.



01 outubro 2014

Desagradável é...

...ficar fechado cinco minutos num elevador com uma mulher que tinha abusado na dose de perfume floral.