31 dezembro 2010

E ontem...

...lá estava eu a caminho do Haagen-Dazs com os meus filhos, acontece que me apeteceu mostrar-lhes a Bertrand, que ficava em caminho, vai daí eles negociaram comigo eu oferecer-lhes livros no valor do crepe de que prescindiriam, maneiras que eu achei que se calhar não estou a falhar muito na educação.



(mas que me doeu a alma de vê-los ali fora, ao frio , eu cá dentro a comer o meu crepe e eles com as caras espalmadas contra o vidro da montra, a saborear um crepe imaginário, isso doeu...)

30 dezembro 2010

Que estás a fazer neste momento, Pipoco?


(A enseñar a minha cidade)

Foda-se, Francis...

Foda-se, pá. Tu não.

Coisas que Pipoco não aprecia nas mulheres (I)

Se eu tivesse que dizer que tipo de mulheres eu gosto de ver lá na pontinha da mesa, bem longe de mim, havia de escolher as mulheres que tropeçam nelas próprias, assim mesmo, sem ninguém as empurrar, num minuto estão altivas e quase seguras e no segundo seguinte lá estão elas estateladas ao comprido, sem ninguém lhes tocar, elas mesmo se encarregam de patrocinar a queda aparatosa, aquilo tem uma complexidade básica, apenas tropeçam em si próprias e já está, lá ficam a espernear e a queixar-se do coração transformado em carpaccio.

A seguir: As mulheres que acreditam em coisas

29 dezembro 2010

Pipoco comenta Cavaco vs Alegre (final)

Acabou. Já estou no resumo da RTPN. Há um tipo que diz que Cavaco foi uma vítima activa. Isto é um conceito quase tão bom como snob-chic.

(desisto)

Pipoco comenta Cavaco vs Alegre (V)

Fixo-me na senhora dos gestos. Está mais gorda, não está?

Pipoco comenta Cavaco vs Alegre (IV)

Alegre inspira-me o mesmo sentimento de piedade que o treinador do Sporting, aquele cujo nome nós sabemos, alguém que o tire dali, por piedade, de cada vez que a Judite de Sousa lhe pergunta alguma coisa, Alegre tenta ganhar tempo repetindo a pergunta, nem eu quando comecei a minha meteórica carreira de presidente de associação de estudantes falava assim.

Pipoco comenta Cavaco vs Alegre (III)

O cameraman está a fazer uma maldade a Cavaco, o tipo percebeu que o casaco de Cavaco tem daquelas coisas brilhantes que as mulheres têm nas maquilhagens de ir ao BBC. E aquilo brilha quando há close-up de Cavaco.

(ou então são purpurinas da netinha)

(ou então o casaco é da Zara e aquilo é do terylene)

Pipoco comenta Cavaco vs Alegre (II)

Não podia faltar o caso BPN. Alegre fala em quinhentos milhões de contos quando queria falar em quinhentos milhões de euros. Estamos entendidos quanto ao rigor da coisa.

Pipoco comenta Cavaco vs Alegre

Começou.

Cavaco ousa na gravata, é o primeiro debate em que alguém usa gravata dourada.

Alegre tem um fato mais elegante e de melhor corte, provavelmente um Labrador. Cavaco tem um fato da Giovanni Gallo.

Judite de Sousa era a única que sabia a cor de fundo do cenário.

Este ano...

...nadei na água quente do Índico, esquiei com neve a bater-me na cara, não joguei poker, tive mais uma filha, perdi um décimo do que pesava, arrisquei outra vez um novo desafio profissional, deixei de gostar de vodka, tive pena de uma pessoa, inventei um blog com um nome estúpido, aliás, inventei um blog todo ele estúpido, passei demasiadas noites em hotéis, ganhei um amigo dos que são para a vida, bati fundo no meu consurso de "pior filme de todos os tempos", perdi um jogo de xadrez, herdei livros e discos de vinil, li autores que não conhecia, ouvi menos Antena 2 e mais Radar, confirmei que tenho que ter cuidado com o que desejo porque acaba sempre por se realizar.

Mais um post para aborrecer as pessoas, não é, Pipoco?

Eu sei pouco de empresas que vendem telemóveis, aliás, só sei que é altura de trocar de telemóvel quando o rapaz lá disso das comunicações liga para a minha secretária e ela, meio a medo, me informa que "Senhor Engenheiro, é outra vez altura de trocar de telemóvel", maneiras que é por isso que não sei bem o que é isso da Ensitel nem de telemóveis, acho que agora é um não sei quê setenta e dois, isto porque o Blackberry do mês passado me aborrecia de tal maneira que mandei perguntar ao tal rapaz das comunicações se ele achava que aquilo era telemóvel que se me apresentasse.

(acho que esta primeira parte está boa, se isto não fizer o respeitável público verbalizar na caixa de comentários que sou um tipo que não tem solidariedade nenhuma para com as pessoas, que primeiro levaram os amarelos e eu não me importei porque não era amarelo, que temos que ser uns para os outros, isto para além da tribo do pessoal dos Blackberry's, evidentemente...)

Agora o que eu sei, e há coisas que eu sei mesmo, é que diz que houve uma decisão judicial e tudo, por acaso favorável a uma empresa que até é capaz de empregar pessoas e pagar impostos e coisas dessas, mas, mesmo assim, toca a aderir a isto da causa, isto é fácil, é carregar na tecla do facebook e está aderido, que importa quem tem razão, tantas pessoas não podem estar erradas, se o facebook até já tem um grupo e tudo é porque essa malandragem da Ensitel merece ser boicotada, nada pode parar a dinâmica das redes sociais.

(esta parte também saiu bem, aqui entrarão os revoltados pela justiça que temos e os que aderem a causas, temos que lutar por causas, Pipoco...)

Resumindo, aos da tal Ensitel faltou-lhes "mano izquierda", há alturas em que ir até ao fim na defesa da sua razão pode ser mal entendido pelas massas, as mesmas massas que aplaudem o lutar até ao fim pela defesa da sua razão quando é um dos nossos, dos das redes sociais, o problema é que as massas agora compram telemóveis no Senhor Ensitel que os ligam às tais redes, à Ensitel faltou-lhe saber quem lhe estava a comprar o tal telemóvel, "você sabe com quem está a falar, Senhor Ensitel?...", aos da Ensitel faltou-lhes saber que qualquer um, desde que saiba dizer "batata" duas vezes seguidas sem se enganar, pode criar um caso Ensitel, porque o que a rapaziada gosta é de aderir a coisas, isto deste que não seja preciso mais nada que carregar em "like", lá está.

Eu também estou com a causa, não vou comprar nada na Ensitel...

(a não ser que tenham telemóveis mais baratos que a concorrência, evidentemente...)

28 dezembro 2010

Bolas, Jorge...

Jorge, eu sou o tipo que estava no concerto em Benavente, lembras-te?, aquele em que o Zé Silva disse alto "quem te viu e que te vê, Jorge!" quando tu pegaste numa lata de Coca-Cola e bebeste daquilo, eu estava mesmo ao lado do Zé Silva, depois estive em Oeiras, fazia tanto frio, Jorge, e eu ali, a aguentar o frio e o vento, sabes lá o que é o vento de Dezembro puxadinho a mar, Jorge, eu estive no Johnny Guitar, naquilo do Palma's Gang, depois fui beber absinto com a cambada do Miguel Sarmento, Jorge, eu perdoei-te aquilo do "Encosta-te a mim", Jorge, tu foste a banda sonora de uma certa viagem aos Picos de Europa, eu, a mulher da minha vida, cordas de escalada, um barco Zebro e tu numa cassette, tudo dentro de um Peugeot cento e seis a gasóleo, Jorge, tu foste o primeiro a entrar no meu iPod, tu a cantar-me o "Frágil" ao ouvido e eu a lembrar-me da Guida Gorda, isto é uma associação de ideias, Jorge, a minha vida é associar ideias, Jorge, podias poupar-nos a isto, a ti e a mim.

27 dezembro 2010

(Entre o Natal e o Ano Novo)

Um tipo snob-chic deveria gostar pouco disto das festas, das crianças com olhos a brilhar e das tias Henriquetas desta vida a dizer que para o ano já cá não estão, ora acontece que eu gosto, gosto mesmo muito, se calhar é por me lembrar que é Natal muitas vezes por ano, por não esperar por Dezembro para juntar os amigos, por não esperar que fique frio para redistribuir o que a vida me vai dando de bom sem que eu mereça muito ou me esforce demasiado, o truque é ser assim como um passador (a minha avó dizia "coador"), deixar chegar aos outros o que há de bom na vida, quando mais dou, mais me chega, é tão fácil, se calhar gosto disto do Natal porque acontece tudo ao mesmo tempo, isto dos amigos e dos vinhos que guardo para este tempo e do dar, e aqui falo do meu tempo, quando se aprende alguma coisa da vida sabemos que não há nada de mais precioso do que o nosso tempo e dá-lo aos outros é o teste do algodão, será nisto que eu pensarei, penso todos os anos e gosto, enquanto estiver entre duas fumaças do meu Cohiba Lanceros, demoradamente, na primeira hora de dois mil e onze, quer chova quer faça frio, os meus amigos e a família que me atura os bons e os maus humores lá dentro, eu cá fora, se calhar com uma aguardente velha, a pensar que sim, que foi mais um ano bom e que o mereci.

Isto é só coisas que eu não percebo

Se ela me envia mensagens que terminam com "enviado do meu Blackberry", porque é que ficou aborrecida por eu ter terminado a minha com "enviado do meu Audi A6"?

(uma amiga dizia-me que eu sou pouco interactivo com os leitores, vai daí...)

Daqui a vinte anos, se alguém vos perguntar qual foi a coisa mais importante que vos aconteceu em dois mil e dez, o que respondereis?

(para fazer um post em condições lá nos vossos blogues, ou, em não vos apetecendo, pensar só para vós no que, depois de decantado pelo tempo, ficará como "a coisa" de dois mil e dez)

25 dezembro 2010

24 dezembro 2010

Estava aqui...

...a ouvir a Rádio Comercial e apareceu uma senhora a desejar as boas festas e a mensagem acabou com "e agora toca a meter duas horas de música para animar a minha sessão de quimioterapia no IPO". Desfiz-me, que isto há alturas em que um homem tem que encostar à berma e desfazer-se com o que realmente conta.

23 dezembro 2010

Aqui também há posts de Natal

Se eu gosto de escrever à mão os postais, se me dá gosto procurar o presente certo, se não me lembro de alguma vez ter enviado por sms os votos de boas festas, se sorrio quando penso nos que vou abraçar e que só se juntam nesta época, se me delicio com os longos almoços que duram a tarde toda, se é por estas alturas que mais me apetece dar do meu tempo, porque é que eu não havia de gostar do Natal?

(é carregar no "isto"...)

Agora o que eu sei é que isto é uma boa ideia.

Optimista céptico

Depois daquilo da música que o Besugo pôs no prato a tocar para mim, fiquei aqui a pensar que sei exactamente quando me tornei optimista, já aqui contei aquilo de o meu pai me atirar ao ar e eu saber que ele me agarrava sempre, agora o que não sei precisar exactamente é qual foi o momento determinante em que me tornei céptico, sei que primeiro me tornei optimista e só depois céptico, mas a verdade é que não sei quando me tornei céptico e eu não gosto nada de não saber as coisas, perguntem a quem quiserem.

22 dezembro 2010

Era só para dizer que eu não gostava assim muito do Pôncio Monteiro

Pronto, está dito.


(mas paz à sua alma, e assim).

Deste que vos escreve e que não é o Pipoco, sou eu

Que sim senhores, até concordo, um post como este é coisa para me destruir isto de ser um arrogante, um arrogantezinho, vá, tanto trabalhinho a construir a persona e agora, em menos de nada, lá se vai a imagem, mas a verdade é que não posso deixar de dizer que isto da série "Espírito do Natal", mai-la ideia de oferecer livros a quem escreve coisas que eu gosto de ler, me está a dar um gozo muito para além do que eu tinha previsto, e, se há alguém que sabe prever coisas, esse sou eu, isto vai-se estender até aos Reis e mais além, as coisas são como são e eu quero que seja assim, um por um, tranquilo, os prazeres precisam de tempo para ser saboreados e eu estou assim que deliciado com a escrita destes posts e, já agora, com a gentileza dos que me dizem que vão mesmo ler ou que vão comprar só para ver se sim, se a coisa é como eu digo, isto para não falar do grande Besugo, que me dedicou esta música (caramba, isto é certeiro) e do enorme José Bandeira, lá nas Franças, tão longe, e ainda assim foi rapaz para tirar um retrato dos bonitos, prantá-lo lá no Bandeira ao Vento e dizer, toma, Pipoco, é para ti.

21 dezembro 2010

De como Pipoco utiliza o futebol para entender o intrincado processo do pensamento feminino

Estava aqui a ver a segunda parte do Sporting (durante a primeira parte tive um compromisso, uma coisa que tinha que tinha que ser eu a fazer) e a pensar que o Sporting é como uma mulher que eu conheci, só reagia quando estava à beira do abismo.

(o problema é que depois voltava a desistir à primeira facilidade).

20 dezembro 2010

Espírito da Natal - Capítulo 12

A Sofia sabe tirar fotografias bonitas a pessoas. E acompanha as tais fotografas de pessoas bonitas com textos quase tão bonitos como as fotografias e quase com tanta luz como as pessoas que a Sofia fotografa.

À Sofia ofereço Hugo Pratt, com o fantástico Corto Maltese na "Casa Dourada de Samarcanda". Não sei se a Sofia gosta de Corto Maltese, mas a mim apetece-me oferecer à Sofia um livro que eu gosto muito. Só porque sim.

Que estás a fazer neste momento, Pipoco?

(a sério, nâo me perguntem isso agora, são quase duzentas criancinhas que estão ali em êxtase...)

Maturidade é...

...ter aqui um post agendado sobre aquela situação de o tipo da águia do Benfica ter levado uns calduços, mas esperar pelo resultado do jogo do Bonfim para decidir se publico ou não.

Palavras natalícias

Verde, Código, Verde.

19 dezembro 2010

Espírito do Natal - Capítulo 11

A Filipa escreve bem (ah, Pipoco, mas escreve com muitos palavrões), e, melhor, escreve quase sempre bem, sem perder ritmo, quer esteja com aquilo das borboletas na barriga, e toda a gente sabe que as mulheres em estando com borboletas na barriga espalham-se logo ao comprido nisso das artes do escrever (ah, Pipoco, mas escreve com muitos palavrões), quer esteja cinzentona, e toda a gente sabe também que as mulheres se transfiguram quando estão doridas e escrevem melhor, tão melhor (ah, Pipoco, mas escreve com muitos palavrões) e, melhor ainda, escreve com piada, aliás, escreve com muita piada (ah, Pipoco, mas escreve com muitos palavrões) e, como se fosse pouco, ainda tem das caixas de comentários mais hilariantes que pode haver, isto há três meses, que era quando eu seguia caixas de comentários.

Ah, Pipoco, mas escreve com muitos palavrões. (foda-se, já ouvi...).

O livro? "Vivir para contarla", assim mesmo, no original. Do grande Gabriel Garcia Marquez.

Lá no jantar de Natal da minha empresa...

... não há a Ritinha das fotocópias que bebe de mais e se engalfinha com o Rui dos computadores, não há o tipo que manda naquilo a dançar semi-nu em cima da mesa (se bem que levo sempre uns boxers Calvin Klein que aumentariam a minha cotação, isto no caso de alguma coisa se descontrolar), não há presentinhos de cinco euros, não há vinho barato, ninguém bebe (muito) mais que a conta.

Mas há um discurso que acaba com "Ave nous" e a seguir vamos para o Casino, só para ver se a nossa maré de sorte é só uma lenda.

18 dezembro 2010

Palavra de Pipoco

Se o Puttanesca não é o melhor restaurante de Leiria, então não sei nada disto.

(e ontem o Nuno Santos decidiu que era dia de se jantar feijoada de galo pica-no-chão)

17 dezembro 2010

E nisto ninguém repara, não é?

O que é verdadeiramente inqualificável, parece que só eu é que me preocupo com estas coisas e levanto a voz, caramba, eu não posso estar em todo lado, tenho as minhas causas, o que é verdadeiramente inqualificável, dizia eu, é que o noticiário da TSF se inicie com quase três minutos a falar de não sei quem que ganhou o Prémio Pessoa este ano, isto antes de dizer qual foi a equipa que calhou ao Sporting na Liga Europa.

Espírito do Natal - Capítulo 10

Agora snob-chic-snob-chic é a Maria Fonseca, isto se não olharmos para o "header" do Vida(s) Urbana(s), que é o sítio onde escreve a Maria Fonseca, mas isso é fácil, basta abrir o blog de olhos fechados e fazer scroll down muito depressa e depois, já com os olhos abertos, é fazer scroll up devagarinho até chegar ao título do primeiro post, depois é ler, a Maria Fonseca escreve bem, aliás, é por isso que eu leio, tirando os blogs que estão ali e que é o Pipoco que lê, por razões de documentação para escrever posts ligeirinhos, tirando esses, só lá estão grandes escritas e é aqui que entra a Maria Fonseca, vê-se logo que é pessoa de ler livros grossos e compreender a maioria das coisas que lá estão escritas, até a maioria das músicas que a Maria Fonseca lá pranta são músicas que eu ouviria, se me desse vontade.

Maria Fonseca, aposto que estava a pensar que eu lhe ofereceria um livro de poesia russa, mas não, escolhi um livro fácil, uma coisa levezinha, "A insustentável leveza do ser", Kundera, quem mais?

Pipoco diz-te como

Carrega em "Terminar Sessão", isso, ali no canto superior direito, pronto, já está, confirma se fizeste mesmo "logout", tens a certeza? Agora comenta.

Ficas tão mais corajosa, não ficas?

16 dezembro 2010

Espírito do Natal - Capítulo 9

E depois há o Maradona, na minha lista de blogs a sério esteve sempre o Maradona, às vezes até se me dá os nervos, caramba, o Maradona merece muito mais do que as mil e tal visitas diárias, até eu, chegadinho da província há nove meses, tenho mais do que isso, a sério que sim, se há alguém que merece a glória é o Maradona, um clássico, uma ode à escrita criativa, se há blogger da minha lista da direita a quem me dá gosto ofertar um livro é ao Maradona e o livro que o Maradona merece, e por aqui se vê como eu sou um seguidor da sua Palavra, é o livro de cozinha da Mafalda Pinto Leite, agora não se me ocorre o nome do livro, mas lembro-me do retrato da capa, é assim uma espécie de Nigella, mas com bom ar.

(A programação segue dentro de momentos)

E depois existem estes dias, em que acordas com os mercados do outro lado do mundo e te focas totalmente num objectivo, fazes de conta que és um velho jogador de poker mas aqules músculos na base do pescoço teimam em lembrar-te as horas seguidas de tensão, podes acabar o jogo agora, mas, e se aguentares mais um pouco? e se o dólar descer? aguentas, eles vão acabar por carregar primeiro no botão que faz acabar o jogo, estás há quinze horas nisto, se calhar devias almoçar, que importa? ontem almoçaste tão bem, revueltos de setas, Rioja Reserva, pimientos de Padrón e queijo manchego, pão de centeio e jámon serrano, pedes mais café, reformulas, sempre foste bom em cenários alternativos, é por isso que estás aqui, é para isso que estás aqui, passa das sete da noite e dizem-te que ainda não ganhaste, o jogo acabou mas só por hoje, ligas o motor do carro e abres a janela, cinco graus lá fora, que se foda, precisas de ar fresco, o rádio diz-te que o Sporting está a perder ao intervalo, mudas de estação, está a dar o Ave Maria do Aznavour, nem de propósito, passou mais um dia em que não ganhaste nem perdeste, há dias assim, se calhar devias ter escrito qualquer coisa sobre cupcakes ou sobretudos Prada, mas não, hoje não.

15 dezembro 2010

Que estás a fazer neste momento, Pipoco?

(desmarcaram a reunião da tarde...)

Agora a sério...

...tomavas conta de mim, não tomavas?

Podes...

...servir-me vinho tinto de pacote, podes ler Paulo Coelho à minha frente, podes ter ambientador no carro, podes ouvir alto as músicas da RFM, podes escrever "bjos", podes conduzir um Seat Ibiza, podes ir de férias para Albufeira, podes gostar de cerveja sem álcool.

Mas, por quem és, não metas coloques os cotovelos em cima da mesa.

Adenda: De facto, "meter os cotovelos" soa mal, um muito obrigado às minhas comentadoras por me ajudarem a manter a pose snob-chic e darem o alerta de cada vez que me foge o pé para o chinelo e deixo um vislumbre do meu verdadeiro self

14 dezembro 2010

Balanço da coisa

Pegar-me com outro blogger e excluirmo-nos mutuamente da lista de links - Não

Anunciar que fecho o blog e recomeçar a seguir - Não

Moderar comentários - Sim

Rejeitar mais de metade dos comentários - Sim

Ter um hate-blog exclusivamente dedicado a mim - Sim

Ter um hate-blog em condições - Não

Escrever sobre inutilidades - Sim

Receber um selinho de amizade - Não

Participar em coisas em que tenho que dizer o que está escrito na página 27 do livro - Não

Ter amigos(as) da blogosfera que conheci com este blog - Não


Escrever "LOL" - Não

13 dezembro 2010

Espírito do Natal - Capítulo 8

A Cuca, essa eterna reivindicadora do estatuto de blogger snob-chic feminina, como se isso fosse possível, toda a gente sabe que isso do snob-chic é coisa máscula, a Cuca, dizia eu, tem margem de progressão, isto se continuar a seguir a minha obra publicada, claro está, já se viu que a Cuca sabe ler as entrelinhas e não se satisfaz com pouca coisa, é exigente e não tolera desvios às linhas editoriais, mas a Cuca, com o apoio espiritual certo, é bem capaz de ser a next big thing do nicho snobchiqueano.

Se eu tivesse que apostar, que não tenho, aliás, não aposto nada há nove meses, apostaria que a Cuca era capaz de gostar de Voltaire. "Cândido". No original, bem entendido.

Do gato e parece que também da Maria

Isto dos blogs é engraçado por várias e determinadas razões e também porque aqui quase nunca há caras, lembro-me bem dos tempos idos em que me apetecia conhecer pessoas dos blogs e, em as conhecendo, percebia que não se pareciam com o que escreviam, se calhar elas ficavam a pensar o mesmo de mim, mas depois eu pedia um cognac em balão aquecido e citava Voltaire com Rachmaninoff em fundo e as pessoas realizavam imediatamente que era eu, só podia ser eu, e era isto que eu pensava enquanto via ontem o gato da Maria no noticiário da CNN, caramba, sempre quis conhecer o gato da Maria, eu idealizava um gato da Maria preto, viçoso, um olhar ao mesmo tempo penetrante e inquisitivo, isto dos blogs é assim mesmo, afinal o gato da Maria é diferente do que eu imaginava, é um bom gato, sim senhores, mas é diferente daquilo que eu pensava que era, e, lá está, as coisas são como são.

Da noite de ontem

O que me parece é que o tal tipo do Wikileaks não se aguenta ao embate, é da natureza dos indivíduos que remexem na privacidade de terceiros não terem estrutura para aguentar a retaliação, este género de exemplares da raça humana são maus jogadores de xadrez, fazem a sua jogada e cuidam que a coisa acaba ali, ficam a olhar para o umbigo, o mundo é deles, não sabem prever a jogada do adversário e, estando eles neste exercício de auto-admiração, o adversário, toda a gente sabe isto, tende a fazer também a sua jogada e, na maioria dos casos, a dar xeque-mate.

É certo que o tipo do Wikileaks está preso por motivos risíveis, o que também é um clássico, que o diga o Al Capone, mas o que me impressiona é que no jantar de ontem quase todos o acharem um paladino da liberdade, eu de um lado e dez outro, gosto sempre quando os jantares de amigos começam assim, claro que isto de um tipo ser o guru da liberdade é fácil quando são os computadores dos outros que são acedidos, quando é a correspondência dos outros que é devassada, quando coloca a questão "e se fosse a tua caixa de e-mail, se fosse o que tu pensas dos outros que fosse publicado?" a coisa muda de figura, "isso é diferente, pá", claro, assim já não parece tão sexy nem tão "liberdade de imprensa", vai daí e falámos do vinho, sim senhores, o CARM está feito um vinhaço, e concordámos todos e ninguém se aborreceu.

12 dezembro 2010

Da queda dos mitos

O meu vizinho joga golf, bebe café sem açucar, sabe quais são os anos de Barca Velha, ouve antes de falar, segura a porta para deixar as senhoras entrar, come com a boca fechada, sabe usar o copo certo, sabe a diferença entre um whisky e um whiskey.


O meu vizinho pendurou um Pai Natal dos grandes na fachada principal da casa.

Espírito da natal - Capítulo 7

O Tolan, unanimemente reconhecido como o segundo maior representante da condição de macho alfa da blogosfera, é a prova viva que o género masculino escreve bastante melhor que o género feminino, é certo que somos uma minoria, mas também é certo que o Tolan, sem se esforçar demasiado, é o farol da boa escrita, para além de dominar a arte de "sou um desajeitado, precisava mesmo que tu, sim, tu aí, a da copa D, tomasses conta de mim".


Meu caro Tolan, reservei para si Luis Sepúlveda. "Diário de um killer sentimental".

11 dezembro 2010

Déjà vu

Temos que levantar a cabeça, o futebol é assim, temos que nos unir, não correu bem hoje, contamos com os adeptos, é muito triste para todos nós, foram duas vezes à nossa baliza e fizeram dois golos, tentámos explorar os corredores, mais uma bola na trave, faz parte do jogo, às vezes ganha-se, outras perde-se.

Espírito do Natal - Capítulo 6

À Maria é fácil oferecer livros, ela agora tem poucos, difícil é evitar o cliché de lhe oferecer as obras completas do Garfield ou o Guia do American Express, edição de Bruges, a Maria também é das que eu gosto de ler, por isso é que está ali na lista do lado direito, eu leio a Maria e há lá raça e vontade de mudar e iniciativa e essas coisas, para além de escrever bem, sem erros de sintaxe e de não escrever quase nada sobre malas e sapatos o que é sempre um ponto extra num blog de mulher.

Maria, é com enorme gosto que lhe ofereço Enid Blyton, "O Colégio das Quatro Torres".

Pipoco pensava que já não havia lojas capazes de o impressionar

Eu tinha um sobretudo igual ao do Georges Moustaki, apesar de as pessoas me dizerem que era um sobretudo parecido com um que tinha o Leonard Cohen, para mim sempre foi um sobretudo igual ao do Georges Moustaki, acontece que esse sobretudo acabou os seus dias esquecido no Cafe de la Paix, se eu fosse um sobretudo, ainda para mais parecido com o sobretudo do Georges Moustaki, gostaria de terminar os meus dias no Cafe de la Paix, mas o que eu queria realmente dizer é que entrei ontem pela primeira vez numa loja chamada "Desigual" e comprei lá um sobretudo para substituir o meu sobretudo parecido com o do Georges Moustaki e acontece que agora tenho uma sobretudo parecido com o do Chris Martin e posso assegurar-vos que é a peça mais abichanada excêntrica do meu closet guarda-fatos.

10 dezembro 2010

Dos saberes empíricos

Gosto sempre quando elas dizem de si próprias "tenho muito mau feitio, cuidado comigo que tenho um mau feitio lixado, oh se tenho...".

Normalmente, são uns doces.

Espírito de Natal - Capítulo 5

José Bandeira, um dos primeiros que leio, desde sempre. Grande escrita, cheia de mensagens dentro de mensagens, erudito, discreto, um humor fino, um gosto de se l(v)er.

Para José Bandeira, um dos poucos bloggers que me faz pensar no que leio, ler duas vezes, ir buscar informação que me permita acompanhar o que quer dizer quando fala de música ou dos Clássicos, tenho o gosto de oferecer o catálogo da exposição temporária do Louvre, "L'Antiquité rêvée", com a sugestão que o meu caro não a perca.

09 dezembro 2010

Breve história dos comentários bizarros

Perspectiva da anónima:

Pipoco com níveis extremos de taquicardia lê o comentário anónimo, revolta-se com o conteúdo, ensaia três respostas que acaba por não enviar, mete dois comprimidos debaxo da língua, pega no telefone e liga para o seu psiquiatra, "ela está a dar comigo em doido!", Pipoco sai de casa ainda a pensar no conteúdo do tal comentário anónimo, fica destruído o seu dia, volta a casa e sabe que terá uma longa noite de insónia e pesadelos.

O que realmente acontece:

Pipoco, sentado na sua poltrona preferida, por entre uma fumaça de Cohiba Lanceros e um gole de Hennessys, consulta as suas posições na bolsa de Nova Iorque enquanto um seu fiel colaborador lhe transmite quase num sussuro "chegou mais um comentário da tal anónima, Professor Pipoco, deseja que lhe transmita o conteúdo?", Pipoco faz um gesto vago com a mão, significa que o colaborador deverá eliminar o tal comentário, puxa mais uma baforada, recosta-se na poltrona e escreve mais um post, pensando que isto de ter um blog é bem divertido.

Do estado da arte

As pessoas habituaram-se, mea culpa, mea culpa, a assumir que a vida pipoqueana é qualquer coisa, pois se ele é fotografias de pés em jogos de bola, mai-los jantares com garrafas de vinho à mostra, tudo isto cuidadosamente entremeado com coisas de livros e de filmes, e, cereja no topo do bolo, com sentido de humor (ah, um homem com sentido de humor...) e com a dose certa, aliás, mais que a dose, de arrogância (o tipo é seguríssimo, caramba...).

O problema é que, no intervalo dos posts, acontece o que aqui não vem escrito, as problemáticas densas, o lado lunar, e, só hoje, foram as notícias de que o Maniche vai renovar mais um ano e que os Da Weasel vão acabar. Só chatices, só chatices.

08 dezembro 2010

Que estás a fazer neste momento, Pipoco?

(Sim, tive uma recaída...)

Espírito de Natal - Capítulo 4

Ah, a Pólo Norte dos desafios mirabolantes, imprevisível, a Pólo Norte com quem eu troquei de blog por um dia e ambos ficámos com a ideia de que o outro podia dar mais, tão mais, e ainda assim foi bom, quer dizer, foi razoável, isto é, foi razoavelzinho, a Pólo Norte com quem tenho apalavrado um ginger-ale e um café para um destes meses mais próximos, a Pólo Norte das psicologias, a Pólo Norte do ambos sabemos que sabemos o que o outro sabe que sabemos, ah, o gosto que me dá oferecer Lobo Antunes à Pólo Norte. "Não entres tão depressa nessa noite escura", obviamente...

De ontem à noite

Observar mulheres a lidar com homens com inteligência emocional alta é quase tão divertido como observar homens a lidar com mulheres muito bonitas.

07 dezembro 2010

Espírito de Natal - Capítulo 3

O terceiro livro vai para a Luna, porque eu tenho verdadeira admiração por pessoas como me parece que será a pessoa que faz de Luna, mulheres com mundo, ao mesmo tempo combativas e capazes de se emocionar com pequenas coisas, isto para além de que a Luna é a blogger mais facilmente provocável da blogosfera.

O livro que eu ofereço à Luna é "Lolita" de Nabokov, uma admirável coincidência, se atendermos a que este post foi escrito a 27 de Novembro. Quase ponderei oferecer outro livro à Luna, mas as coisas são como são e o post que a Luna escreveu hoje só me faz pensar que estas coisas que escrevemos têm sempre alguma aderência ao que realmentente somos e isto, parecendo que não, aborrece-me.

Post snob-chic

O El Pais diz que tem quarenta jornalistas a trabalhar o material do Wikileaks, nas últimas semanas passo directamente para a página vinte, que é quando eles deixam de tratar a coisa wikilikeana, com a excepção daquilo dos controladores aéreos que, além de me foderem a ida à joga do Real Madrid, conseguiram que o El Pais abrisse uma excepção e falasse de outra coisa que não fosse a coisa wikilikeana, ainda para mais eles fazem aquilo bem feito, a primeira página trata dos mexericos, do que a Clinton diz do embaixador do Peru e só depois é que tratam do que realmente interessa, que é onde estão os pontos vulneráveis das situações no mundo.

(fim da parte snob do post, a mensagem subliminar que todos reterão é "Pipoco prefere o El Pais ao Correio da Manhã". Iniciemos agora a parte chic)

Ora eu não acho boa ideia isto do wikileaks, acho que os filtros fazem bem à sociedade, não me parece boa ideia um mundo onde todos digam rigorosamente o que pensam, primeiro porque muitas pessoas pensam mal e depois porque não acresenta valor dizer à Maria Josefina que ela tem mamas pequenas e que o tal soutien acolchoado resulta ridículo, que se vêem as raízes brancas do cabelo pintado, que cheira mal dentro do carro dela, quando, na verdade, nada disso é relevante na nossa vidinha com a Maria Josefina, na verdade o que desejamos da Maria Josefina é que ela continue a tirar fotocópias e que marque a sala de reuniões para a hora certa.

(fim da parte chic, onde Pipoco, numa postura fora da manada, assume que a incontinência verbal atrasa o desenvolvimento saudável em sociedade e que uma boa gestão do que se quer dizer garante ganhos a prazo)

06 dezembro 2010

Das listas do que se deseja

Eu sei que fazer planos é uma maçada, tem que se correr atrás do que se quer, tem que se ter estratégia e ir corrigindo, fazer planos não é cool, o que é verdadeiramente cool é fazer uma lista do que se deseja e depois aquilo fica ali a marinar, a coisa está mais ou menos orientada, afinal já deste o passo e fizeste a lista, agora é esperar que a lista dos desejos ganhe vida própria, ou se calhar até é melhor que não, sempre podes utilizá-la outra vez para o ano, afinal a lista dos desejos deu tanto trabalhinho a fazer, não foi?

Mas estou bem, não se preocupem comigo

Eu não tenho Nespresso, não passo férias de Agosto no Algarve, não tenho vinte pares de sapatos, nunca comprei telemóveis nem carros nem relógios, não tenho Bimby nem daqueles aspiradores caros, não compro mais do que preciso, só tenho uma televisão em casa, não compro comida feita, não curo os males de amor em centros comerciais, só compro a roupa que sei que usarei e não tenho canais codificados.

05 dezembro 2010

Das regras da arte

Nunca escrever de alguém o que não se teria (teve) coragem de lhe dizer na cara.

04 dezembro 2010

Espírito de Natal - Capítulo 2

O segundo livro que eu ofereço aos que escrevem os blogs ali do lado esquerdo vai para o Capitão Microondas, une-nos o carinho com que tratamos as nossas anónimas de estimação, isto para além de o Capitão, o meu caro Capitão, ter o blog que eu gostaria de ter se eu tivesse um blog capaz de agradar ao género feminino.

Meu caro Capitão, Milo Manara. "Kama sutra", evidentemente.

Este blog...

... é um blog livre de whishlist de Natal.

Apelo à cidadania

Eu sei que não há nada que proíba as mulheres com morfologia desadequada, digamos assim, de usar botas altas por cima das calças.


Mas, ainda assim, gostaria que me satisfizessem este pedido.

Agradecido.

03 dezembro 2010

Problemas, só problemas...

Espero bem que se resolva a tal situação dos controladores em Espanha que eu amanhã por esta hora quero meter aqui uma coisa intitulada "Que estás a fazer neste momento, Pipoco?" e lá estarão os meus sapatos com a joga do Real Madrid em fundo.

Para memória futura

Hoje foi o dia em que deixei de gostar de vodka Absolut.

(Ponto de situação: vezes que deixei de gostar de gin 3 - vezes que deixei de gostar de vodka 1)

02 dezembro 2010

Que estás a fazer neste momento, Pipoco?

(calma, estava só a brincar...)

Ainda dos quadros

Este blog, para o perceberes, tens que não perder de vista que isto é só um blog, nada mais que um blog. Depois, tens que o tratar como se fosse um quadro, tens que te afastar para o perceber no seu todo, aproxima-te só para perceber algum pormenor, mas não te esqueças de que é à distância que entenderás o todo, isto se houver algum todo para entender, porque, afinal, isto não passa de um blog.

Back to basics

Planeias, sei que sim, se há um autocarro com cem passageiros lá dentro, uma porta atrás e outra à frente, sabes que sairão exactamente cinquenta passageiros por cada uma das portas e depois é fácil, basta-te saber se o passageiro que tens em mira está mais próximo da porta da frente e está resolvida a coisa, ele há-de sair por aquela porta, foi assim que planeaste, basta-te ficar junto da porta da frente e depois fazer um ar casual, "que coincidência, não esperava encontrar-te por estes lados".

O que não sabes é que havia uma senhora idosa a sair pela porta da frente, devagar, tão devagar que a porta de trás passou a ser opção para as pessoas que estavam junto da porta da frente, ou então o tipo do bigode, que estava junto da porta de trás, foi atrás da loura que estava a sair pela porta da frente, é da natureza dos tipos de bigode ir atrás de louras, e acabou por pôr o pau na roda do sistema todo, de tal forma que o tipo a quem tinhas traçado o destino de sair pela porta da frente, acabou por sair pela porta de trás e lá se foi o teu planeamento, mais o tal encontro casual.