30 maio 2014

Nunca marques uma reunião às dez da manhã no Porto no dia seguinte

Vai-se a um concerto de Stones porque sim, da mesma maneira que vamos a Cohen, bem sabemos que quem há-de salvar Jagger ou Cohen são os homens e as mulheres lá no fundo do palco, os das back-vocals, os mesmos que aguentam Abrunhosa, mas queremos vê-los uma e outra vez porque sim, porque nos lembramos de tudo quanto fizeram lá atrás e não é aquele Jagger que está à nossa frente que estamos a ver, é o outro, o que não precisava de ser fofinho para o público nem de encher chouriços, este, o que realmente está à nossa frente, fazemos de conta que não está lá, é por isso que, se nos perguntarem, diremos que sim, que foi um enorme concerto, que eles estão ali para as curvas, mas não estão, apenas não seremos nós que o vamos dizer, também não o dissemos a Amália nem a Zeca, porque haveríamos de o dizer aos Stones?, não, nós perpetuaremos que eles estão melhores que nunca, incríveis, que são os maiores. Só que não...

24 horas na vida de Pipoco (desenjoando de Stones)

28 maio 2014

Ao contrário do post que está ali em baixo, este não me fará ter um pico de visitas

Às vezes estamos ali sossegados e há um momento, um alinhamento de situações que nos fazem estremecer o corpo, que faz com que a nossa maneira de ver as coisas mude para sempre, é uma música que nos emociona sem que saibamos porquê, é um quadro que nos comove, é um livro que nos faz rever tudo o que sabemos sob um novo ponto de vista, lembro-me que comecei a interessar-me por poesia depois de ver "Cântico Negro" de José Régio dito por João Villaret, que o meu encantamento com a ópera aconteceu com "Nessun Dorma", que o "O Processo" ainda hoje me ajuda a relativizar coisas cá da minha vida.

(isto é sobre pessoas brilhantes)

27 maio 2014

Saudades de retratos de sapatos?

Que se inventem então novas fórmulas de escrever que as amamos

J. Rentes de Carvalho, no seu Tempo Contado, faz-nos saber que gastámos todas as palavras de amor onde não deviam ter sido gastas e desafia-nos a inventar outras, temos agora de esforçar-nos na procura da fórmula certa, o jogo de palavras que volte a fazer com que as mulheres das nossas vidas se voltem para trás, surpreendidas, e se apaixonem por nós outra vez, algo que as arrepie, que as faça sentir únicas e ter a certeza que aquelas palavras ainda não foram ditas a mais ninguém senão a elas, foram inventadas para elas e não serão ditas a mais ninguém, um a espécie de "paypal" das palavras de amor, terão que ser palavras que as façam sentir tão únicas que nós, velhos repetidores de fórmulas que funcionam, não teremos coragem de as usar com mais ninguém.

25 maio 2014

Pipoco comenta as eleições (XII)

A SIC Radical está a dar o Robbie Williams. Com luvas brancas e casa cheia.

Pipoco comenta as eleições (XI)

Os do Bloco queriam viver aqui. Também podem dizer que cumpriram o objectivo.

Pipoco comenta as eleições (X)

Marinho Pinto aborrece-me. Apesar do mérito de ter sido o único a apostar numa gravata verde.

Pipoco comenta as eleições (IX)

Estava aqui a ouvir o Tó Zé e a pensar se me apeteceria que ele fosse presidente aqui do meu condomínio.

E não.

Pipoco comenta as eleições (VIII)

Psst, Tó Zé: trinta e dois por cento dos trinta e três por cento dos que votaram quer dizer onze por cento dos eleitores.

Onze por cento, Tó Zé...

Pipoco comenta as eleições (VII)

E o José Manuel Coelho? Era tão divertido...

Pipoco comenta as eleições (VI)

Da mesma forma que eu estou sempre a escrever o mesmo post, Jerónimo de Sousa está sempre a ler o mesmo discurso.

Pipoco comenta as eleições (V)

Pedro Passos Coelho acabou de dizer que as coisas são como são.

Pipoco comenta as eleições (IV)

O PS a comemorar parece o Cristiano Ronaldo ontem, não fez nada digno de registo mas é como se tivesse salvo a Humanidade.

Pipoco comenta as eleições (III)

De todas as coisas que são sempre como são, a principal é que a CDU tem sempre um grande resultado.

Pipoco comenta as eleições (II)

À espera das italianas.

Nas eleições como na vida.

Pipoco comenta as eleições (I)

Neste momento todos mandam o partido do lado tirar ilações.

A minha ilação é que, tirando eu, toda a gente se está nas tintas para os partidos.

Microconto

Era uma vez trinta primos a ver a bola, vinte e nove queriam que ganhasse o Real e o outro era eu.

23 maio 2014

Sobre aquela situação do post ali em baixo

Pronto, pronto, já passou...

(obrigado a todos, nem foi preciso comentar eu próprio em modo anónimo, nem foi necessário dizer que já tinha rejeitado um ror de comentários, nem foi preciso convocar o Ruben Patrick para fazer vingar o meu ponto...)

Breve teoria disto dos blogs (é tão fácil ter muitos comentários)

Bom dia a todos quantos visitam este blog!

22 maio 2014

A rapariga que vende bilhetes desconhece os meus poderes

"Para o dia dos Rolling Stones?!!!" - perguntou a rapariga que vende bilhetes, com um tom de voz como se eu estivesse a pedir bilhetes para ver Frank Sinatra. "Está esgotadíssimo. É impossível arranjar bilhetes para o dia dos Rolling Stones" - disse a rapariga que vende bilhetes. "Impossível", repetiu a rapariga que vende bilhetes.

(se um homem tem um blog e não há quem o advirta que é capaz de não ser fácil comprar bilhetes para os Rolling Stones, então para que serve um homem ter um blog?)

21 maio 2014

Dupond & Dupont




O estado de espírito de um homem...

...mede-se pela quantidade de livros que está a ler ao mesmo tempo.

Porque gostam mais da Cocó na Fralda do que da Pipoca mais doce as dos blogs que vivem de falar de outros blogs

É uma espécie de efeito de loura que passa pelos andaimes das obras, se a loura responder "Então vamos lá a isso" quando os tipos das obras lhe atiram um "Comia-te toda", eles encolhem-se, voltam a assentar tijolo e pensam que afinal a loura é bem simpática e podiam muito bem ser amigos e convidá-la a jantar lá em casa com a patroa e os miúdos.

Enquanto espero que a chuva pare e me deixe chegar ao carro, aliás à carrinha, esqueço-me sempre que é uma carrinha

Não sei bem porque vou ao concerto dos Stones. Talvez seja uma espécie de efeito do pirata da história de Peter Pan, que estava sempre a fazer o seu último discurso porque receava que, quando lhe chegasse a hora de morrer, talvez não tivesse tempo para o fazer, pelo menos é isto que diz Baden-Powell na sua própria carta de despedida, talvez vá por saber que me estou a despedir dos Stones (outra vez), já vi Aznavour e Cohen com o mesmo espírito, não sei se será o melhor motivo para ir ver um concerto mas sempre será melhor motivo que ir aos Stones só para fazer uma selfie com a rapaziada e meter no facebook. Parece-me, isto nunca se sabe tudo.

20 maio 2014

Reflexões

De que me serve ir dormir ao mais bonito hotel do Porto se são oito da noite e ainda estou em Lisboa, está a chover e vou ter que deixar o hotel amanhã antes das sete da manhã?

Day after

Todas dirão  que foi muito bom, obrigada a todos os que proporcionaram um dia maravilhoso, todas dirão que têm que repetir, todas terão muita dificuldade em se separar dos headers, tão lindos que estavam, todas estarão exaustas mas felizes, todos os comentários dirão que foi uma revolução nisto dos blogs, que queremos todos mais.

(e talvez elas marquem um almocinho para se conhecerem e marcarem novas aventuras, isto com um almocinho de bloggers é que era, sempre dava mais um par de crónicas)

19 maio 2014

Das coincidências do dia

Minhas Senhoras, agora a sério, para quem está agora a principiar, confesso que me surpreenderam positivamente, aqui e ali com ideias bastante aceitáveis e os headers estavam bastante razoáveis.

Foram (quase) todas muito bem.

(embora, em verdade vos digo, calhou-me em sorte a menos inspirada, apesar de ter aqui material que, querendo, podia aproveitar para dar aquele salto qualitativo)

(talvez a Filipa, do Pasme-se quem puder, tivesse feito melhor trabalho, mas as coisas são como são e agora não há nada a fazer)

O meu lado

Se houvesse uma imagem que ilustrasse a maioria das coisas que me acontecem na vida seria aquela bola de ténis parada em cima da rede, no início do Match Point, sem se decidir para que lado marcar ponto, ligeiro impasse, e eis que a bola acaba por marcar ponto para o lado certo.

Certa vez...

... um tipo que conheço disse-me que era tão amigo de uma certa mulher, lindíssima, que ela poderia andar nua pela casa sem que ele lhe dispensasse um olhar.

E disse-me que a certeza da amizade de um homem por uma mulher se media assim.

Condensando a coisa

"Outros, quando tentam engatá-la, dizem algumas vezes coisas muito aceitáveis e, outras vezes, coisas tão irónicas ou tão maliciosas que conseguem ser encantadoras, mas depois - porque de perto ela é mais bonita do que lhes pareceu e, para uma pessoa tão pequena, um pouco mais arrogante do que porventura esperavam - sentem-se intimidados e batem em retirada. Os que estabelecem contacto ocular com ela são, regra geral, aqueles de quem não gosta. E os que estão perdidos nos seus livros, os que estão encantadoramente absortos e que são encantadoramente desejáveis, esses... bem, esses estão perdidos nos seus livros. Quem procura ela? Procura o homem que a reconheça. Procura o Grande Reconhecedor."

Philip Roth, in A Mancha Humana

E tudo vai bem

Existe um método infalível para o autocontrolo, quando estou prestes a ser desagradável para alguém imagino que aquelas poderão ser as minhas últimas palavras que aquela pessoa escutará da minha boca, imagino a pessoa a sair do meu campo de visão e um piano a cair-lhe em cima da cabeça, coisa fatal, a ideia de não poder mudar aquelas últimas palavras, não poder dizer à pessoa que afinal não era bem assim, acaba sempre por me tornar mais polido.

Xeque-mate

No xadrez, o garfo é aquela situação ingrata em que, façamos o que fizermos, perdemos uma das nossas peças.

Normalmente um garfo é um isco, um caminho para uma coisa maior.

Mulheres e blogs

Não é possível ter mais do que um de cada vez.

Enquanto aguardo que alguém tome conta de mim e da minha tendinite

Dei uma coça a um Austríaco em QuizUp.

(esta miudagem não sabe nada de filmes)

Coisas que me fazem acreditar na Humanidade

No sítio onde calhou ir almoçar estavam dois miúdos a ler, via-se que com gosto, sei bem a diferença da expressão de quem lê por obrigação da de quem lê por gosto, estavam dois miúdos a ler, um lia Eça (e não era "Os Maias"), outro lia Cardoso Pires. Não consultavam telemóveis, não deslizavam os dedos por tablets. Dois miúdos a ler. Livros.

Síndome de Estocolmo

Os que levam porrada à farta nisto dos blogs acabam sempre a fazer piruetas para agradar a quem não os larga, sem ao menos contratualizarem que, em sendo todos amigos, deixariam de levar porrada.

Tal e qual as músicas de que gosto

Houve um tempo em que tirar retratos era coisa de ciência, velocidades de obturação, aberturas de diafragma, tempo de espera e dinheiro gasto em maus retratos. Nada como neste tempo, em que os retratos que ficam são aqueles que queremos que fiquem, não há maus retratos e a vida do retratista fica tão fácil.

Curiosamente, os únicos retratos que tenho para mostrar são os de há dez anos.

And counting...

Fui jantar um destes dias com duas colegas que não via há muito tempo, um amigo a sério descobriu-as por causa do Facebook.

Fiquei contente por não ter Facebook e poder sair disto sem deixar rasto.

Pois não?

Não há nenhum problema em gostarmos que gostem de nós.

Há treze meses que não esquio

E isso está a dar moer-me por dentro.

Música de Junho

First, we take Manaus. Then, we take Berlin.

A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar

Assim falava Sun Tzu.

Com as mulheres, é diferente

Li, creio que num blog, lamento não recordar agora o nome, que se nos derem a escolher ouvir Cecilia Bartoli numa cave preparada para proporcionar uma acústica perfeita ou no La Fenice, que não tem a melhor acústica do mundo, a escolha seria sempre o La Fenice, sem hesitações, a beleza do espaço ganharia sempre à acústica perfeita, a forma ganharia sempre ao conteúdo.

O caminho que nos indica o indígena quando estamos perdidos "não tem nada que enganar, amigo"

O vinho da casa é sempre "da região de Pegões", a dose chegar para dois "isso depende do que cada um comer, amigo", o almoço que tarda a chegar "está mesmo a sair, amigo", os tipos da mesa do lado que foram servidos antes de nós apesar de termos encomendado primeiro "pediram prato do dia, amigo", juntar duas mesas porque são seis pessoas "ui amigo, vai ser difícil, altera-me a sala toda".

Os amigos, esses podemos escolher

E é por isso que os escolho.

Já agora, vale a pena pensar nisto.

Escrever com raiva não é má coisa. Já escrever com ódio...

De todas as coisas mal resolvidas que tenho na vida...

... a que mais me entristece é chegar a esta altura da minha vida e não ter tido ainda maturidade suficiente para decidir se Mr. No seria pior vilão que Raoul Silva, acontecia-me antes de Skyfall ter esta indecisão em relação a Goldfinger, fui permitindo que a indecisão perdurasse, nunca resolvi as coisas no seu devido tempo e agora é isto, o preço a pagar é acordar todas as manhãs com esta angústia, enquanto as pessoas projectam tranquilamente o seu dia e sorriem no trânsito umas para as outras eu vou nesta cisma, Silva ou Dr. No, Dr. No ou Silva, esta intranquilidade de saber que este pressão não me ajudará a decidir, e a cidade a ver-me, fazendo de conta que isto não é nada, indiferentes a este meu sofrer.

Breve teoria disto dos blogs (é tão fácil ter um dia com muitas visitas)

É publicar num só dia todos os posts com meias ideias que fomos acumulando.

18 maio 2014

Dupond & Dupont




As mulheres demoram a apaixonar-se

Há sempre um cheiro, um sinal, um desencontro, uma explicação que não as convence, uma palavra que lhes activa o efeito "deja vu" e as coloca em alerta vermelho, podem não ser muito efusivas no momento em que a coisa se dá mas o alerta fica activado lá na parte do cérebro que regista situações para descodificar mais tarde.

Talvez estejam certas.

17 maio 2014

Enquanto o circo arde...

Quanto tempo pode um livro guardar o cheiro da mulher que o ofereceu?

16 maio 2014

Breve teoria disto dos blogs (é tão fácil fazer um "hit")

Quem, como eu, anda nisto dos blogs vai para setenta e dois anos, percebe um padrão nos novatos, nos que agora aparecem um pouco por todo o lado e pretendem afirmar-se como sendo um novo valor a considerar, sem cuidar que para chegar à consagração há um longo, tortuoso e espinhoso caminho a percorrer.

A fase "Aqui, Tio Pipoco, estou aqui, aqui, AQUI, Tio Pipoco, estou aq..."

É vê-las a deixar comentários em tudo quanto é blog graúdo, todas aos saltinhos e a fazer acrobacias para que nós, os consagrados, reparemos que elas existem, excitadas que estão em mostrar ao mundo que também têm um blog, provavelmente o segundo melhor blog disto dos blogs. Nós, cofiando a barba e interrompendo a leitura do FT, murmuramos qualquer coisa sobre o desagradável que é estarem ali a aborrecer as pessoas, bocejamos discretamente enquanto nos servimos de mais vinho e, tranquilamente, apagamos os comentários geniais, quase sempre "completamente de acordo".

A fase "Sou muito irónica"

É vê-las a escrever coisas que ninguém percebe, as amiguinhas a deixar comentários "Uma pista por favor, uma pista, que eu não tive tempo de me pôr a par das situações e não percebo nada, e custa-me tanto não perceber nada" e elas, sobranceiras, que não, que aquilo é ironia, que isso de ninguém estar a perceber nada é porque a coisa é densa, tão densa que elas acabam a irritar-se por ninguém estar a perceber nada, é aqui que surge a "amiga anónima" que dá a tal pista, quase sempre "Procura em qualquer coisa mais doce, lol..." e faz-se enfim luz, descansam todas, finalmente perceberam a ironia. "Obrigado pela pista, lol...".

A fase "Ah, se soubessem os comentários que rejeitei..."

Não sabemos, nunca saberemos, mas é o equivalente a dizerem umas às outras "Não sabes o que ela disse de ti", o mistério, o acesso a informação privilegiada, tudo isto misturado com o altruísmo de não espalhar maldades por essa blogosfera fora, as outras, embasbacadas, a pensar "se ela publicou o que publicou e ainda assim rejeitou é porque a coisa estava feia", tão boa pessoa, graças a deus que há pessoas assim nisto dos blogs, com consciência.

A fase "Céus, tenho tantas visitas!"

É uma fase de deslumbramento, é como se deve ter sentido aquela senhora que era operária fabril lá na Póvoa de Lanhoso e calhou ganhar o euromilhões, elas desatam a pensar que nada lhes é impossível, confundem "tenho muitas visitas" com "gostam muito de mim", e nós a ver que não, nós a saber que cinco mil visitas qualquer um tem, não tem nada que saber, nós a saber que cinco mil pessoas é o que teve o último Moreirense-Penafiel, é a fase do deslumbramento, ninguém as atura.

A fase "Somos todas amigas de uma vida"

É uma fase mais decadente, quando a coisa já precisa de validação externa e se cria um sistema de comentários em circuito fechado, as caixas de comentários ficam esotéricas, só elas e as amigas de uma vida, uma espécie de almas gémeas, uma descobre uma curiosidade de um blog desses mais fraquinhos e é um fartote, todas têm alguma coisa a acrescentar, um novo ângulo, um pormenor de segunda derivada que escapou inicialmente, todas riem, elas e as "amigas de uma vida wannabe" que de vez em quando aparecem nas caixas de comentários a pedir que também as deixem brincar, esperançosas que notem que elas, as wannabe, também escrevem coisas com muita ironia.

A fase "Cá estamos, setenta anos depois cá estamos"

É uma fase de maturidade, uma tranquilidade que nos invade, fruto de saberes acumulados e da certeza de que o nicho "snob-chic", laboriosamente trabalhado, nos pertence por inteiro, é a fase em que de facto se manipula o mercado disto dos blogs, é a fase em que à terceira palavra do post já se percebeu que o hotel pagou a estadia, é a fase em que somos como aquele avô que pode dizer tudo e ninguém se importa, é olhar para isto dos blogs, sorrir e pensar "been there, done that, é a fase em que, parecendo que não, mais nos divertimos.

15 maio 2014

Os problemas das mulheres

Calções e meias de vidro.

Isto anda tudo ligado

Gosto dos miúdos que fazem aquilo dos malabarismos na Praça de Espanha, fecha o sinal e lá estão eles com os malabares no ar, às vezes cai um malabar ao chão e eles, sorriso aberto, apanham-no de forma elegante, sorriso aberto, fazem aquele ar de quem pede desculpa por a coisa não ter corrido como era suposto e é nessa parte, quando eles sorriem, que eu decido dobrar a minha contribuição por me fazerem sorrir também a mim, que sou só um tipo que está parado num sinal vermelho da Praça de Espanha, é por isso que eu acho que fazem o truque de deixar cair o malabar estudado, é o resultado de muita análise empírica ao comportamento dos tipos como eu, que dobram a parada quando os fazem sorrir.

13 maio 2014

Os quadros grandes, só os compreendemos na sua plenitude se não os admirarmos de perto.

As mulheres complexas também.

Neste post não há mensagens subliminares

E aqueles tipos que fazem sinais de luzes lá ao fundo, pisca da esquerda sempre ligado, pressionantes, possuídos pelo demónio e depois ficam parados na longa fila dos que têm que pagar portagem enquanto nós, tranquilos, seguimos ligeiros pela Via Verde?

12 maio 2014

Olá, bom dia, sou o Pipoco Mais Salgado e quero mudar a vossa vida

O "não desistas, tu és único, a dificuldade vai fazer-te mais forte, o caminho da felicidade és tu, escolhe ser feliz" é o novo "misturei sumo de agrião e tangerina com semente de girassol e passei a usar calças quatro números abaixo".

Jardim, eu escolheria a proposta do Record, mas tu é que sabes...

11 maio 2014

Porém estou com uma dor no tendão de Aquiles e custa-me subir as escadas do sótão para trocar de livro

O livro que comecei hoje a tentar ler está para a literatura como a chispalhada em lata marca Pingo Doce está para a cozinha gourmet.

10 maio 2014

Ruben Patrick pergunta

Mas afinal quem foi o imbecil que deixou a gorda entrar no cemitério?

09 maio 2014

À atenção de quem faz "workshops" de felicidade

É convidarem-me para o workshop, eu a debitar o que penso sobre workshops de felicidade, e garanto que ninguém sai da coisa a lamentar o que custou a inscrição.

(calhando, levo o Ruben Patrick e a felicidade das participantes será elevada a níveis que nunca ninguém ousou conceber)

(Garanto que um dia apareço num desses workshops, inscrevo-me, apareço com o meu fato às riscas, garrafa de Old Bushmills a acompanhar o Cohiba Lanceros, debitando as minhas infelicidades e como sofro por ainda não ter acabado o "Ulisses", a ver se me podem ajudar nisso)


Percebo perfeitamente

Ultimamente este blog tem tanta utilidade para mim como um Telebip daqueles da Coca-Cola ou uma disquette com o jogo do Jet-Set Willy.

Agora muito a sério

Sem ser o meu nem o vosso, qual é o melhor blog que por aí anda?

08 maio 2014

Um homem simples

Foi um prazer, senhora Doutora, que agradável surpresa, Arquitecto, sim, Engenheiro, depois eu ligo, e os croquetes não estavam maus e havia espumante gelado e a sala do Grémio é muito, mas muito bonita, e a minha cidade ao fim da tarde neste tempo é a melhor cidade que se pode imaginar e há poucas coisas melhores que um gin tónico bebido sozinho, gravata no bolso, esplanada do São Carlos e passar a ponte para o outro lado do rio com destino a lado nenhum e Beethoven baixinho e é nestas alturas que me apeteceria ter um carro descapotável, só nestas alturas, ainda não tenho idade para descapotáveis, e pensar que os fins de tarde podiam ser sempre assim e saber que afinal a felicidade é bem capaz de ser parecida com isto.

07 maio 2014

O ponto G és tu, Ruben Patrick, ...

... é o que dizes e, principalmente, o que não dizes, é saber ouvi-la quando a única coisa que ela quer de ti é que a ouças, é levá-la a Istambul e ela a pensar que saiu de casa para jantar com a tua mãe, que está tão precisada de companhia, é ela perguntar-te se aquele vestido da H&M lhe assenta bem e tu responderes que sim e levá-la onde se venda Versace e dizer-lhe que ainda lhe assenta melhor, é trocar a final da Champions, bem sei que é um Atlético-Real, por cabeça no colo dela, é abraçá-la a propósito de nada, sem medo que te vejam abraçá-la, é não te importares se ela não conhecer Ortega y Gasset, é ir, sem reclamar, ao concerto dos Divo ou do Bublé, é não ter pressa.

O Ponto G és tu e não há maior responsabilidade que ser o Ponto G.

Que vês da tua janela, Pipoco?

06 maio 2014

Os problemas das mulheres

Acreditar que o essencial é invisível aos olhos.

Se alguém te disser que nisto de correr és tu e a tua cabeça

Nisto de correr sou eu e os dois meniscos que me ficaram algures numa pista de esqui, sou eu e o Casa de Santar de ontem à noite, sou eu e o pão alentejano com queijo de Serpa, sou eu e o gin e o Old Bushmills acumulados a longo de anos, sou eu e o sol que bate de frente porque comecei a correr mais tarde do que devia, sou eu e o sal que me queima a fronte, sou eu e a dor no tornozelo que vem desde aquele jogo de futebol aziago.

03 maio 2014

Amanhã...

...Tony Soprano deverá ser o único que não nos dirá que a sua mãe é a melhor mãe do mundo.

(a Nina Sayers de "Cisne Negro" e o "Prince Charming" do Shrek, se pensarem bem, também não o dirão)

02 maio 2014

Ruben Patrick opina sobre o resultado da votação da mulher mais sensual do mundo

A FMH, uma publicação respeitável, com páginas de opinião que são referência em quase todo o mundo civilizado, elegeu como mulher mais sensual do mundo a (vou ver a notícia do site da "Bola" para não me enganar a escrever), elegeu, dizia eu, como mulher mais sensual do mundo a Jennifer Lawrence. A Jennifer Lawrence, quem quer que seja a Jennifer Lawrence, é a mulher mais sensual do mundo, eleita por um público conhecedor, atento a pormenores, capaz de saber escolher a melhor, apenas a melhor, olho clínico treinado por muitas e muitas páginas dessa bíblia.

Não saberia que dizer até ver que em segundo lugar, isto é, a segunda mulher mais sensual do mundo, é Michelle Keegan. É ir a Google.com, escrever o nome das duas mais sensuais, escolher "imagens" e abrir a boca de espanto, não é vergonha nenhuma, também me aconteceu.

Em terceiro? Rihanna. Não sei que dizer, estou incapaz de balbuciar palavra.

(é melhor nem dizer nada ao Tio Pipoco...)

Pipoco já não é o único que não mostra os livros que está a ler

Mulheres com quem Pipoco não se importava de ir almoçar hoje

Não uses o elevador se só tiveres que subir cinco andares. Ou descer dez. Lembra-te sempre de agradecer uma ajuda. Não te atrases. Nunca te atrases. Pede desculpa só quando houver razão para isso. Dorme pouco. Percorre os quilómetros que forem necessários só para jantar naquele sítio com aquela pessoa. Ajuda pessoas. Mas não te vanglories por ajudar pessoas, devias fazê-lo sempre. Convida os teus pais para jantar. Lembra-te que o sucesso é coisa passageira. Os que encontras na subida, provavelmente encontrarás na descida. Sê gentil com as mulheres. E com os homens. E com os animais. Desliga o telemóvel no cinema. E no teatro. E quando estiveres com aqueles de quem gostas. E ao jantar. Desliga-o sempre que te for possível. Escreve um blog. Que não seja sobre os teus filhos nem como a vida é maravilhosa todos os dias. A vida não é maravilhosa todos os dias. Nem mesmo a minha.

01 maio 2014

Nunca olvides, Ruben Patrick

Marca sempre antecipadamente, Ruben Patrick,. Nunca te atrases. Espera-a sempre à porta, jamais a esperes sentado à mesa. Escolhe um restaurante elegante, com empregados ensinados na arte de olhar para mulheres bonitas sem as devorar com o olhar. Demora-te na carta de vinhos, pergunta se há aquele vinho, mas daquele ano. Nunca peças "vinho da casa". Não repares no que ela come e, se te deres conta, jamais refiras que ela está a comer pouco. Não peças pratos que impliquem desossar ou retirar espinhas, não há momentos mais constrangedores que aqueles em que é necessário retirar uma espinha da boca. Evita bacalhau assado, feijoada ou costeletão de vitela, não é um almoço de bárbaros, tens uma senhora à tua frente. Paga sempre a conta, Ruben Patrick, por mais que ela insista, paga sempre a conta. Acompanha-a à porta do carro dela e diz-lhe foi tudo muito agradável.