31 dezembro 2014

Continuo a achar que os balanços se fazem antes da viagem grande

Adoptei um cão. E depois outro. E um gato preto. E quase outro cão
Fui ao médico
Passei a acreditar que a fisioterapia funciona
Comi lapas
Vi o Casablanca. E o Clube dos Poetas Mortos. E O Pianista. E o Há Lodo no Cais. E o Pulp Fiction
Troquei El Camiño pelo Pico
Mantive um blogue vivo. Um pequeno milagre
Não perdi ninguém
Talvez tenha perdido uma pessoa. Mas, se perdi pela razão que imagino, ainda bem que perdi
Não troquei de carro. Nem de casa
Não comprei relógios nem sapatos nem óculos de sol
Comprei quatro fatos. Nenhum deles tem riscas
Tive a certeza de ser um bom filho
Caí a esquiar. Desta vez não me magoei
Cumpri um sonho de infância que não sabia que tinha
A selecção perdeu todos os jogos que eu fui ver. Incluindo os quatro a zero da Alemanha
As melhores coisas que me aconteceram este ano não estão no blogue. Nem as piores
Terminei muitos livros. Nenhum deles se chamava Ulisses
Não deixei por responder nenhum mail que chegou a Pipoco Mais Salgado. Acho eu
Foi mais um ano em que não chorei
Percebi que sou melhor servido se for bruto a pedir as coisas do que se for educado e doce
Se a situaçãose mantiver por mais nove horas, cumprirei o único objectivo que tracei para este ano: ser imortal

30 dezembro 2014

Está a Tocar Demis Roussos e lembrei-me de tarte de mirtilos

Ao reler a célebre tirada "Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo…" que fecha de forma sublime o Livro de Soror Saudade, de Herberto Hélder, lembrei-me do não menos tocante "Goood Morning Vietname!" que o saudoso Bruce Willis nos gritava, libertador, do cimo dos arranha-céus de Nairobi, um e outro tão icónicos, a fazer-me regressar a esse tempo em que fui feliz, tão feliz, na Ligúria Francesa, esse prado verdejante que inspirou Van Gogh, antes de me inspirar decisivamente a mim e moldar-me naquilo que eu sou, também é para estas pequenas coisas que servem os blogues, para partilhar saberes e coisas cá nossas.

29 dezembro 2014

Talvez isto do blackout esteja a ir longe demais

Hoje não jogam o William Carvalho nem o Carlos Mané nem o João Mário.

Pipoco também tem uma "palavra do ano"

"Não". Pelo segundo ano consecutivo...

(em segundo lugar: "cão". Ex: "Podemos ficar com o cão? Por favor!...)
(em terceiro lugar "foda-se". Ex: "foda-se, outro auto-golo / bola no poste / erro do Maurício / golo mal anulado")

28 dezembro 2014

A melhor prenda de Natal

Ter encontrado o meu velho porta-chaves

26 dezembro 2014

Vantagem de cá

Trocar Rodrigues dos Santos por Modiano e Mozart e ainda sobrarem trinta e cinco cêntimos.

E esse Natal?

De certeza que viste em família o "Música no Coração" (a mim espanta-me sempre que a Baronesa não tenha saído de cena com mais elegância, era evidente que a Maria, mais nova e mais bonita, estava definitivamente à frente da corrida, é notável a incapacidade que algumas mulheres têm de lidar com a realidade), de certeza que já tomaste a primeira decisão de ano novo e vais inscrever-te num ginásio, de certeza que aquele travozinho a cabrito e ao azedo das couves do bacalhau ainda te incomoda o palato, apesar do litro de águas das Pedras que já bebeste, de certeza que te indignaste pela quantidade exorbitante de comida que sobrou e pensaste nos pobrezinhos, de certeza que decidiste que para o ano as crianças não receberão tantos presentes, de certeza que disseste "Andava há tanto tempo à procura deste livro, obrigado, era mesmo o que desejava" quando a Tia Benilde te ofereceu o último Rodrigues dos Santos (espero encontrar-te na secção das trocas da FNAC do Colombo hoje ao almoço...), de certeza que para o ano será igual.

24 dezembro 2014

De onde se fala de coisas estranhas

Esta é uma boa altura, só estamos aqui eu e tu (sim, tu), os únicos que não estão nas compras ou a preparar o jantar de logo à noite. Eu estou no aeroporto à espera que me levem de volta a casa e tu estás a fazer o que estás a fazer.

Rentes de Carvalho dizia, há um par de dias, que isto dos blogues é como enviar uma mensagem numa garrafa e esperar que alguém, num qualquer lugar e num qualquer tempo, a leia. E é exactamente assim, talvez seja por isso que aqui estamos, eu e tu, entretidos com a magia das garrafas que têm mensagens lá dentro.

Nem todos os Natais são felizes, por mais que nos digam que sim. Neste Natal faltarão pessoas à mesa e em alguns casos, demasiados, nem sequer haverá mesa. A todos nos assiste o direito de estar tristes, mesmo no Natal.

Apesar de nem sempre termos feito a coisa certa, de nem sempre termos dado a mão que nos pediam, apesar de nem sempre termos estado à altura de quem nos quer bem, o Natal é sempre um tempo de boa-vontade. E, se mais nada tivermos, que tenhamos boa-vontade. Que nos apeteça recomeçar, reconciliar, melhorar, fazer mais vezes a coisa certa, talvez seja isso o Natal.

Por uma vez, não te digo o que vejo da minha janela, nem o que aprendi nos blogues, nem te contarei histórias de velhinhas em aeroportos nem te direi em que página de Ulisses parei.

A ti, que me alimentas a magia de abrir a garrafa e ler o que está lá dentro, ainda que tenhas dias em que devolves a garrafa ao mar, desiludido por não haver mensagem nenhuma, a ti, a que comentas sem esperar que te responda, a ti, que fazes parte desta pequena  loucura disto dos blogues, desejo um Natal que seja tempo de boa-vontade.

Ainda não é este o post de Natal

Gosto de aviões. E de montanhas. E de pessoas. E de vinho tinto. E de cães. E de livros.

Não necessariamente por esta ordem.

22 dezembro 2014

Pipoco fala da estátua de Cristiano Ronaldo

Também serve para pendurar casacos.

Pipoco fala do Blogómetro

Cinco mil visitas diárias garantem um lugar no TOP10 do Blogómetro.

Cinco mil, o número médio de espectadores no estádio do Boavista.

(isto dos blogues já deu o que tinha a dar, não já?...)

21 dezembro 2014

Que vês da tua janela, Pipoco?

Houve um tempo em que procurei Deus onde me diziam que era certo encontrar Deus

E afinal estamos perto de Deus quando voamos velozes numa pista deserta, sendo nossas as primeiras marcas na neve que caiu durante a noite, com a Missa Solemnis a tranquilizar-nos a descida.

18 dezembro 2014

Crónicas do Norte (epílogo, só mesmo pelo gosto do "buzz")

Mas o que eu queria mesmo dizer é que o terceiro dia é o sempre o mais perigoso. Os que, ainda há uma semana, não faziam ideia de como se trava numa pista verde, tornam-se atrevidos. E perigosos, No segundo dia já fazem pistas azuis, descidas em cunha, olhos arregalados e, em lhes correndo bem a coisa, arriscam uma pista encarnada no terceiro dia à tarde. E são um perigo, bem lhes tentamos evitar a trajectória, mas eles agora são invencíveis, podem tudo, ninguém lhes explicou que há uma curva de aprendizagem, que ninguém domina a arte ao fim de três dias. E espalham-se.

Igualzinho à malta dos blogues, que ainda agora cá chegou. E esta era a parte do "buzz".

Crónicas do Norte (II)

Deu-se então o raro caso de eu ter ignorado os sinais da montanha. A visibilidade nula, a neve batida pelo vento, as pistas vazias. Se não fecham as pistas, então não é grave, isto pensava eu, mas sempre deixando o meu programa de percurso aos que ficavam a testar a qualidade dos chás e do chocolate quente e que sabem que não vale muito a pena dizer-me coisas com muitas palavras.

No Pic não sei quê, o ponto mais alto cá do sítio, estavam os russos. E os russos acharam piada a eu e o meu casaco cor de laranja estarmos ali. E ofereceram-me do que estavam a beber e eu aceitei, nunca se deve recusar o que os russos nos oferecem, disso sei eu. Disso e dos sinais das mulheres e das montanhas, embora hoje tenha ignorado os sinais da montanha, creio que já tinha falado nisso. E os russos riram muito quando eu bebi do que me davam a beber, pareceu-me que já esperavam o esgar. Eu aguentei sem me queixar, nunca me queixo, e os russos riram ainda mais, não tanto quanto eu havia de me rir de mim para comigo quando tentava ajudar um dos russos a levantar-se e os amigos do russo iam bebendo daquilo lá deles, enquanto se divertiam a ver o russo a escorergar por ali abaixo e eu e o meu casaco cor de laranja a dar-lhe a mão. Mas disso não sabia eu na altura, Nem o russo, por isso é que ele se ria.

Crónicas do Norte (I)

Habituei-me desde cedo a respeitar os avisos de mulheres e montanhas e nunca me dei mal. As montanhas e as mulheres têm humores próprios e convém saber que nunca as conquistamos, antes se deixam conquistar. Mas, montanhas e mulheres, são generosas, facilitam-nos a vida, avisam-nos quando não é o dia certo, quando não é o caminho certo. E, quando finalmente nos fazem crer que as conquistámos, palpita-nos o coração, ficamos nos píncaros, embasbacados, a pensar que valeu bem a pena o esforço.

Hoje abri uma excepção e dei por mim a ignorar o aviso da montanha.

(Ignorar o aviso de uma mulher, isso nunca. Não me atreveria)

16 dezembro 2014

Os melhores pastéis de nata são os da Aloma

Hoje ajudei duas jovens mulheres nas pistas (tempestade de neve, fraca visibilidade, enfim, sabem do que estou a falar..). E nem sequer eram muito bonitas.

Então? Onde estão todos?

14 dezembro 2014

Pipoco também diz coisas sobre o Hotspot

Paga-se uma ninharia a quem escreve nos blogues, para escrever sobre a coisa. As do costume fazem buzz, de graça. As pessoas passam a saber que a coisa existe, que é o primeiro passo para comprar a coisa. Aposto (e toda a gente sabe que eu não perco apostas) que o Hotspot vendeu mais em duas semanas que nos dois últimos invernos.

Tão fácil que até assombra.

13 dezembro 2014

12 dezembro 2014

Estava aqui a pensar...

...que, depois de andar tudo aos pulos com os calendários dos bombeiros de Setúbal e das miúdas da Cruz Vermelha, quem é que eu escolheria se me apetecesse fazer uma produção do calendário das dos blogues.

11 dezembro 2014

Um dia Pipoco havia de falar sobre o tempo...

Chamonix, France
quinta-feira, 22:00
Nuvens dispersas
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Precipitação: 6%
Humidade: 81%
Vento: 5 km/h
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Parcialmente nublado
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Parcialmente nublado
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Parcialmente nublado
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Parcialmente nublado
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seg
Aguaceiros de neve
1°
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ter
Limpo
1°
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qua
Neve
1°
-2°
qui
Neve
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-3°

Dificuldade em lidar maravilhosamente com a verdade

Só pelo facto de passarmos a ter esta expressão disponível para uso corrente, deliciando-nos quando a proferimos em substituição do agora certamente caído em desuso "mentiroso de merda", só pelo facto de podermos saborear esta deliciosa conjugação de palavras, tranquilamente, enquanto degustamos um cognac e, entre duas baforadas de Partagas nº1, manifestamos desagrado por alguém que temos à  nossa frente nos querer ludibriar, só por isto, vale bem a pena o que nos vai custar o caso BES.