Depois da Índia quis tomar café, sei de um lugar onde o processo é perfeito, os grãos foram cuidadosamente escolhidos por mãos sábias, a torra foi feita com a tranquilidade dos que sabem esperar, a água tem a mineralização perfeita e a pressão da máquina foi regulada por quem sabe do assunto. A chávena era das que não tira perfeição ao momento e o silêncio do homem que tira o café estava alinhado com o momento sagrado que é aquele em que as primeiras gotas começam a cair, primeiro um pequeno fio da poção mágica, libertando os primeiros odores, depois uma porção mais generosa que só se interrompe com o último toque de arte, quando o homem que comanda a máquina interrompe o fluxo, de forma a que a chávena contenha a quantidade exacta, nem uma gota a mais nem a uma gota a menos. Finalmente o homem da máquina estende-me a chávena, uma espécie de ritual sagrado, ambos respeitamos a solenidade do momento, o homem sabendo que me entrega uma preciosidade, eu em silêncio, agradecendo com um ligeiro aceno, finalmente o momento de aspirar o aroma, em atenção plena, antes de chegar a chávena aos lábios, sentindo o aveludado da espuma cimeira, a temperatura certa, só eu e o meu café, reencontrados depois de um mês de espera, um momento de prazer absoluto e magnífico, tudo isto por sessenta e cinco cêntimos de euro.
um post perfeito para as fans de Pipoco.
ResponderEliminaraguardemos.
Sessenta e cinco euros fossem, e seriam poucos para este momento mágico! Obrigada, Mr. Pipoco!!
ResponderEliminarai que rica que nós estamos.
EliminarE onde é que uma pessoa tem de ir gastar os seus sessenta e cinco cêntimos de euro para provar tal preciosidade?
ResponderEliminare o Xilre a babar enquanto lê o texto...
ResponderEliminar(credo...)
mas só até à última vírgula, claro, após o que engolirá em seco, que o Xilre não precisa de ir à India para separar o deleite das finanças.
EliminarDepois faz-se um fade-out e entra o logo da Delta... :D
ResponderEliminarÉ assim, não há como voltar a casa.
ResponderEliminar~CC~