02 novembro 2013

Dos animais e outras histórias

Hoje voltei a correr. E eu, que pouco me comovo, quase me comovi quando dei conta que, vindo do bosque, se colou a mim o cão que era o melhor amigo do meu cão. Ali, sempre junto a mim, nos muitos quilómetros que me faltavam para chegar a casa. E eu, que pouco me comovo, tirei dos ouvidos o Wagner que me acompanhava há quase vinte minutos, que isto de um cão que não é nosso nos acompanhar a passada merece o meu respeito.

(entretanto a gata preta Glendfiddich e o gato preto Absinto parecem adaptados. Infelizmente, demasiado adaptados o que, parecendo que não, é capaz de ser má ideia)

18 comentários:

  1. Caro Pipoco,

    Eu comovo-me de imaginar a cena. Principalmente perante a impossibilidade de explicar ao outro cão como são as coisas.
    Mas ele deve ter ficado satisfeito de o ver de volta.
    Abraço.

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  2. Os animais são grandes amigos sempre!

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  3. Anónimo2.11.13

    tanta afeição à volta do animal doméstico em si mesmo numa semana plena de palhaçada, digo, discussão sobre a possibilidade de coexistirem 3 ou mais numa qualquer tipologia imobiliária, foi se calhar coincidência...

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  4. Os ditos irracionais têm muitas vezes um nível de compreensão que não se encontra nos humanos, que frequentemente estragam momentos de grande cumplicidade com palavras desnecessárias.
    ( certa altura pedi á minha mãe que tomasse conta do meu gato durante 2 semanas de férias. Ao princípio foi um Deus nos acuda, mas como tudo tem mais encanto na hora da despedida, passada uma semana a sentir-se abandonada, adoptou um azul bebé. Semelhanças ? )

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  5. Anónimo3.11.13

    Os cães sabem. Sabem e respeitam. Os gatos também, apesar de serem menos lamechas. E eu também sei que eles sabem porque tenho o privilégio de partilhar a casa com um cão lamechas e de um dia o ter também feito com um gato. É aquela sensibilidade que vem do instinto.

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  6. OCorvo3.11.13

    Não há orgulho, vaidade, maldade, ódio, vingança no reino animal, salvo num.
    Isso deveria fazer-nos pensar para que raio existimos nós.

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    1. Anónimo3.11.13

      Não generalize.

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    2. Generalize, generalize! É que é mesmo assim.

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  7. Os animais percebem a nossa dor.

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    1. Anónimo3.11.13

      E muitas outras coisas também.

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    2. Anónimo3.11.13

      E já dizia o outro, quanto mais conheço as pessoas...

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  8. Anónimo3.11.13

    Os caminhos de Emaús que vivemos são tanto mais intensos e fecundos quanto mais e melhor os reconhecemos e os vivemos.
    Com Wagner ou com o cão amigo do nosso cão temos oportunidade de reconhecer o que, frequentemente, não é óbvio.

    Maria Helena

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  9. Anónimo3.11.13

    Comoveu-se , e muito, e com razão. Obrigada.

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  10. Também me comovi a imaginar a cena. Os cães sabem.

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  11. às vezes é mesmo só disso que precisamos, um animal que nos acompanhe a passada ;)

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  12. às vezes é mesmo só disso que precisamos, um animal que nos acompanhe a passada ;)

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  13. Anónimo5.11.13

    O homem que passou a ser cidadão-pedinte no último ano em frente a um hipermercado e a vizinha na casa dos setenta que subiu a rua para defender uma mulher vítima de violência doméstica, aquele casal com uma intensidade e cumplicidades únicas a caminhar pelos muros na Expo 98, o olhar em forma de mundo do Gonçalo M. Tavares, a adolescente que adoptou uma menina e ensinou-a a olhar, aquele almoço na esplanada em que também chegaste com livros, aqueles portugueses que nos orientam em Genebra como que a pedir que também a eles mostres o caminho para casa, aquele inglês curioso e espontâneo e também aquele gato cinzento e branco são o que encontramos na rua e trazemos de alguma forma para dentro de casa.

    ARD

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  14. Anónimo6.11.13

    Esse cão que era o melhor amigo do seu cão e que o conseguiu comover tem dono ou é vadio? Não arranja, certamente, melhor "substituto" ... Leve-o se não tiver dono ......ele merece, sem dúvida!
    MMR

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