Por acasos que não controlei, dei por mim a ouvir "Let me down easy", uma coisa antiga dos Stranglers, recordo vagamente a capa do álbum com uma orelha gigante, acontece-me que as músicas de tempos mais atrasados me transportam para o que estava eu a fazer por aqueles tempos, e era o tempo do Green Hill e da Seagull, de máquinas de flippers nos cafés de má fama, do Tetris em casa e do Space Invader nas salas de jogos, das longas noites de bilhar, quem perdia pagava, do Damas e do Jordão, dos sítios onde se ia à noite e nunca se sabia quem aparecia, não havia maneira de ligar e perguntar onde estava quem atendia, estava em casa, ora essa, uma coisa leva à outra e eu estava com tempo livre e com um telemóvel nas mãos, de maneira que sou agora o feliz possuidor de um bilhete para o Olympia de Paris, lá para Março.
Sabe, salta dos posts, quando diz coisas sobre essa altura da sua vida, o carinho com que a guarda na memória. Eu acho. Fica mesmo a ideia de que terá sido um adolescente e um jovem adulto particularmente feliz.
ResponderEliminarClaro que poderá acontecer, nesse março, estar com a vida mais virada do avesso do que esperaria e vociferar contra si próprio, por exemplo: "Mas por que raio não me limitei a sorrir enquanto perscrutava o horizonte e deixava que "Let me down easy" apenas me fizesse recordar aqueles dias de felicidade inconsciente, senhores, mas por que raio?"
Mas, o Pipoco também sempre nos disse, consigo as coisas acabam por correr bem. Lá estará, todo emocionado, aposto. Olhe, quase, quase tão enternecido como no post anterior.
Foram tempos felizes, como são estes e como serão os próximos, assim aproveite o melhor que a vida nos dá. Não se trata de não relevar o lado ruim das coisas, que existe, que abala, que às vezes dói um bocadinho, trata-se de seguir jogo.
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