Se eu me posicionar na relva fresca com o corpo deitado numa
hipotenusa entre as linhas imaginárias da figueira ao sobreiro e da figueira à
macieira, às onze da noite terei a ursa maior exactamente
por cima de mim, se me apetecer encontrar o norte, que não apetece, é contar seis distâncias das guardas e lá
está, onde sempre esteve, a estrela polar, o som de fundo é dessas noites de
estio sem nortada, cortado por uma ou outra coruja, cheira a uma mistura de
resina e lavanda, à distância da minha mão direita tenho um copo de Jameson, ao
alcance da mão esquerda a cabeça do meu cão grande, se isto não é o momento
perfeito, então não sei nada de momentos perfeitos.
16 julho 2021
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Um momento perfeito, antecipado a régua e esquadro, onde até o pobre do cão tem lugar e distância pré-definidos. Não me parece ser tão perfeito assim.
ResponderEliminar:)
De todas essas delícias, saboreadas por antecipação, o que mais gostei foi do pio da coruja e do cheiro a resina e lavanda. O cão grande também dá jeito para fazer de almofada...
ResponderEliminarEste, faz parte da colecção posts bonitos.
ResponderEliminarQue lindo. Amei!
ResponderEliminarVw
E todos os momentos que passamos com os nossos cães não são perfeitos, Pipoco?
ResponderEliminarMesmo sem Jameson. Essa companhia parece-me mais apropriada para as noites de Inverno. A relva fresca pede algo mais fresco.
Gostei muito deste post.
Um abraço do Algarve e umas festinhas no cão grande ( pode saber-se o nome dele?)!
Sandra Martins