E lá seguia eu a bom ritmo, não naquele ritmo a que corremos à beira mar quando estamos certos de que os mulheres que contam nos observam a passada nem naquele ritmo a que corremos quando almoçámos iscas à portuguesa precedido de morcela de sangue frita, tudo acompanhado por um Callabriga de 2016, enfim, um ritmo adequado às circunstâncias da chuva de frente, do chão de lama, cantando alto uma dessas canções que se cantam quando queremos chegar mais depressa a casa, tomar um duche quente e fazer meia hora de meditação, quando, precisamente depois de ver a família de javalis atravessar o caminho, fazendo de conta que eu não estava ali, dei pelo cão a rebolar-se no caminho, esfregando o focinho na terra molhada, sufocando, lá lhe abri a boca, retirei o pedaço de madeira que, perfeitamente encaixado na dentadura cimeira o atormentava, lá seguimos caminho, o cão feliz, com a bocarra aberta, sorrindo por ter escapado a mais esta, eu pensando que às vezes o universo se encarrega de estarmos no sítio certo à hora certa e que isso, mesmo que nos prejudique ritmo da corrida, não é uma má coisa.
Pipoco, a salvar vidas desde sempre. As de duas e as de quatro patas
ResponderEliminarPipoooooooooocoooooooooooo!!!!!! (isto sou eu a manifestar alegria, para o caso de não se notar)
ResponderEliminarE que coisa mais bonita de post!
E o comentário, que já cá está, de Lápis Roído, também estou a achar tão bonito!
Já chega, eu sei, mas, também, não tenho culpa de estar a achar toda esta situação muito bonita! Pronto, está bem, vou já sair e assim
E eu a pensar que me ia contar da interrupção do ritmo do post por dia, que seguiu a tão bom ritmo, durante cerca de dez dias, eis senão que nem houve justificação...apenas a narrativa de um acto (quase) heróico.
ResponderEliminarMas, ok, antes isso do que alguma coisa má...
Se querem coisas heróicas com cães eu dou-vos actos de heroísmo com cães e com frequência diária:
Eliminara minha cadela tem ibd, em resumo, um trato gastrointestinal muito sensível que requer cuidados e vigilância apertados ao nível da alimentação. Qualquer coisa que ingira fora da ração pode desencadear reacções inflamatórias graves, como já aconteceram, que podem culminar com internamentos hospitalares complicados...
Ora bem, face a isto, e uma vez que a bixa tudo fareja e quer abocanhar, todos os dias me dedico à excisão de toda a sorte de artigos, comestíveis e não só, daquela bocarra. E vos garanto que muitas vezes é merda*!
Mais heroísmo que isto?! Pfffff
* mesmo cocó, cagalhoes de verdade e nem sempre de origem canina...
Importa esclarecer que, ainda por cima, nada disto a faz feliz no imediato, muito pelo contrário, em se tratando de algo mais apetecível, ainda me habilito a que me crave nas mãos os fdp daqueles dentes! Ah pois.
Eliminar...e para que quer alguém ser dono de uma «bixa» dessas?
EliminarQue nojo!
Tem razão, Janita, vou é espetar-lhe uma astrazeneca a ver se lhe acabo com a raça.
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