02 novembro 2020

Ceci n'est pas un blog de auto-ajuda

 Pega então num pedaço de bom chocolate, não carece ser Valrohna, e fecha os olhos, pressiona ao de leve o chocolate com a língua e sente o derreter suave, pensa agora nos frutos ainda no cacaueiro, amadurecendo ao sol, imagina agora a mulher que extrai os grãos da polpa, que revolve os grão enquanto eles fermentam, imagina agora os homens que carregam os sacos de serapilheira, que embarcarão em navios que enfrentarão tempestades, imagina agora o processo da escolha dos melhores grãos e a mistura com o leite extraído por mãos sábias, as vacas pastando a meia altura dos Alpes, sempre com um pedaço de boa erva saíndo-lhe dos beiços, sente-te então conectado a todos quantos foram necessários para que o pequeno pedaço de chocolate que se derrete na tua boca chegasse até ti, agradece-lhes em silêncio e nunca mais te atrevas a pensar que chocolate é apenas chocolate 

5 comentários:

  1. ...de lágrima ao canto do olho, cá estou eu a desfazer-me em ternura.

    Não, efectivamente, não é! Mas, para mim, é como se fosse....não imagina o quanto me tem ajudado, Caro Pipoco. :)

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  2. Gostava era de ouvir o sr engenheiro a comentar em directo a entrevista daquele outro sr que preside a uma república qualquer... por minha parte, olhe, que os portugueses não percebem não sei o quê, devem ser burros. Se eu sabia, com o meu jeitinho para advogada em geral e dos diabos em particular... ou então não, que é preciso lata. E gostar de aparecer. Afinal não dava para mim.

    Entregues à bicharada, é o que é.

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  3. Muito bem. Fez-me lembrar Thich Nhat Hanh.

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  4. Cláudia Filipa3.11.20

    Pois não. É um privilégio.

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  5. Anónimo22.11.20

    Assim como com todos os alimentos, não são só comida. Enterneceu-me. Grata

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