14 julho 2019

Esta semana...

...dormi duas noites no Porto e três em Paris, esqueci-me de uma coisa que não devia ter esquecido, comi vieiras com um vinho branco bastante razoável, disseram-me que afinal ainda tenho metade um menisco, dormi menos do que aquilo que preciso (e preciso de quatro horas e meia por noite), li o "Mau tempo no Canal" e não achei genial, encontrei um motorista da Uber que sabe mais de Aznavour do que eu, prometi fazer uma coisa que não sei se consigo mesmo fazer, precisei que tomassem conta de mim.

Já passou.

6 comentários:

  1. Haja saúde e... coza o forno.

    Boa noite :)

    ResponderEliminar
  2. Bem fica - não confundir com Benfica - o que bem acaba.

    Saúde da boa, é o que lhe desejo, Mr. Pipoco.

    Boa semana! :)

    ResponderEliminar
  3. Cláudia Filipa15.7.19

    Vou contar-lhe uma história cem por cento verídica, diálogos, pensamentos, tudo. Esse contexto, em particular, está a fazer-me ter uma enorme vontade de contá-la, e, portanto, cá vai:
    Já há alguns anos, tinha tido o meu avô necessidade de estar uns dias num hospital, numa das visitas, na cama ao lado, estava uma situação que me deixou entre o fascinada e o estarrecida, de tal forma que nunca mais me esqueci. Um senhor, sentado na cama, com ventosas no peito, ligado a máquinas que iam dando conta do que tinham de dar conta, e, a cama dele, estava cheia de papéis, de pastas, ele lia e assinava coisas, ao lado, a secretária, carregada com mais pastas, a dizer-lhe que devia pensar no total restabelecimento, que havia tempo, ele, a rir (aliás, tinha um ar de quem se dava muitíssimo bem com a vida, e, não fossem as ventosas e a maquinaria, parecia estar ali completamente fora de contexto), respondeu-lhe, "Ninguém melhor do que nós conhece a minha agenda, não é? Acontece até, algumas vezes, conhecer a minha agenda melhor do que eu, não preciso dizer-lhe mais nada, pois não? Mas agradeço a preocupação e agora vamos continuar". Entretanto, o meu avô, que estava com um ar muito mais sorridente, contou-me que o senhor tinha animado toda a gente, que era muito divertido, uma excelente companhia, e que as enfermeiras, as visitas, tentavam fazer com que estivesse mais sossegado, mas que ele não ligava nenhuma. Tinha entrado no fim do dia anterior com aquilo que vulgarmente se chama "o princípio de um ataque cardíaco". A mulher, estava entre a fúria, em relação àquele desassossego dele depois do que se tinha passado, e o carinho, estava carinhosamente furiosa, e ele, divertido, a apaziguar toda a gente, a dizer que aquilo não tinha sido nada, que não pensassem que iriam livrar-se dele assim tão facilmente, e lá continuava a fazer o que bem entendia.
    No dia seguinte, já lá não estava, já tinha tido alta, e o meu avô, contente por ele, mas também cheio de pena por já lá não estar aquela companhia, "Um tipo fantástico", disse-me.
    "Um tipo fantástico", que, visivelmente, esticava até ao limite a corda da imortalidade. "Um tipo fantástico", daqueles que deixam os outros a lamentar verdadeiramente a falta da sua companhia. "Um tipo fantástico", que, imagino, uma promessa que não conseguiria cumprir, seria a de abrandar o ritmo.
    Eu não conhecia o senhor de lado nenhum, nunca mais o vi, mas, acredite, fiquei a desejar-lhe o melhor, também por aquele sorriso mesmo feliz, e até malandro, que ele pôs no meu avô, por, durante aquelas horas, ter contribuído para melhorar-lhe a estadia, gostava que estivesse bem, que não tivesse esticado demais a corda da imortalidade e que ainda continuasse a tornar melhor a estadia, na vida, de mais gente.
    Zangue-se comigo, se for caso disso, diga-me se estiver a ser particularmente inconveniente e despropositada, quem sou eu, mas, às vezes, pelo que lhe leio, como foi agora o caso, faz-me lembrar este senhor.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Salgadinha16.7.19

      Tão bondosa que a menina é. Alberga tanta bondade sem medida nem tamanho maior do que o universo o coração da supra bondosa Cláudia Filipa.
      Até eu que sou uma insensível às desgraças deste mundo, uma alma perdida para a compreensão da pena alheia, me comovi e emocionei e quase me afoguei nas lágrimas.
      Deus e a Virgem a abençoem para toda a sua vida, porque poucas pessoas há neste mundo interesseiro a adoçarem a vida dos sofredores.

      Eliminar
  4. Que me não leve a mal a autora do terceiro comentário deste seu post que, pela primeira vez, em muito tempo, li até ao final, e, que me perdoe igualmente Mr. Pipoco, mas, não resisto à tentação de lhe dizer que, resumindo e concluindo, no fundo, o senhor, estimado PMS, é mesmo um:
    "Um tipo fantástico"...

    ResponderEliminar
  5. Anónimo17.7.19

    É mesmo um tipo fantástico. A Mãe Preocupada também ela fantástica. Lemos coisas tão boas e no entanto a maioria nem dá algum valor. Tristes esses...

    ResponderEliminar