As migas de espargos e a sopa de cação alentejanas estão muito bem, o choco frito de Setúbal e a caldeirada de Peniche também não estão mal, mas onde se come realmente em condições neste país é em Trás-os-Montes, desejo do fundo deste coração empedernido que a estrela Michelin que chegou a Bragança não contamine com más influências quem cozinha comida verdadeira, sem experimentalismos de fusão, que a alheira nunca se funda com o fundamental da cozinha vietnamita, que a posta barrosã não se transforme numa redução apalhaçada, que o butelo com cascas nunca seja servido em quantidades ridículas, que o pudim de castanhas não se transforme em variantes tenrinhas para quem tem má boca, que isto um homem regala-se com aqueles repastos em condições, isto apesar de o trasmontano sempre à espera que o cavalheiro da cidade sucumba, em sucumbindo está perdido, quem hesita quando lhe colocam a possibilidade de um javali estufado a seguir a uma feijoada à trasmontana não merece o ar que respira, e o javali é só o prato de transição para o cabrito assado no espeto, uma espécie de amuse-bouche, aguente-se o cavalheiro de Lisboa com galhardia, perguntando por um folar de Valpaços quando lhe serviram já a segunda dose de aguardente de medronho, e está aceite à condição, o bom trasmontano cofiará o bigode, dará uma palmada forte nos costados do cavalheiro de Lisboa e dará por terminada a primeira ronda, que isto de um lisboeta merecer o respeito de um homem das terras para lá do Marão é coisa para muitas rondas.
Já vi que o o meu Caro é homem para apreciar um prato de arroz de ervilhas de quebrar como deve ser, acompanhado com umas finíssimas pataniscas de bacalhau.
ResponderEliminarIsto sim! É d'Homem!!...Não é cá arroz de ervilhas-de-quebrar.
ResponderEliminarA Maria Antonieta ao menos come em todo o lado. Deve ser um bom garfo.
ResponderEliminarEheheheheheheheheh come por duas Comilona carago
Eliminar"Ruben Patrick",
ResponderEliminarAprecio a sua forma de escrever e as suas críticas certeiras e cáusticas (perdoe o pleonasmo) mas, devo dizer-lhe que gostei, particularmente, da frase: desejo do fundo deste coração empedernido que a estrela Michelin que chegou a Bragança não contamine com más influências quem cozinha comida verdadeira! Que bom haver ainda gente que pensa como eu.
Continue a escrever, é bom vir aqui lê-lo.
Cristina
e mais: não há batata para cozer como a de Trás os Montes.
ResponderEliminarDom Pipoco, espero que amanhã faça uma pausa nas comezainas e nos traga a sua opinião acerca da recente descoberta, vista, fotografada e apanhada pelos cabelos, desse tal buraco negro. Não se fala noutra coisa. Fico a aguardar com grande expectativa o que tem a dizer sobre...
ResponderEliminarAté lá.
Correio da Manha Rules!
Eliminarweeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
https://www.youtube.com/watch?v=pta-gf6JaHQ
e tinha que ser
Eliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=AR6A3dap6MI
ou vi a outra e não resisti
(acho que vou buscar o dvd... nestas alturas quero mesmo uma moradia! foda-se!)
maria, estás com o foco todo aqui, eisch.
EliminarMortinho que o gajo andava, o buraco negro, para ter uma conta no facebook. Agora já pode!
Eliminar(opá... prontus)
A Estrela Michelin não vai contaminar nada porque para lá do Marão, as portas não se mantêm abertas com paneleirices (não devia, pois não?). Não obstante, os rapazes lá da estrela são transmontanos dos de certo, criados por entre potes ao lume e profundos sabedores da tal comida verdadeira. Vá por mim que nada há a temer.
ResponderEliminaratenção. nm falou. alto lá.
Eliminar??
EliminarQuer desenvolver ou ficamo-nos por isto mesmo?
Valha-me Deus, a quantidade absurda de leitura que tinha para por em dia
ResponderEliminar(Passei aqui para ver se havia novidades e deparo-me com um lençol de posts em atraso (meu, pois está claro), de maneira que vou esperar pelo próximo post para comentar, fingindo que estive aqui o tempo todo).
ResponderEliminarPenso que nada há a temer, caro Pipoco, os estabelecimentos destinam-se a mercados diferentes: a um restaurante desses da sequência feijoada, javali e cabrito um cavalheiro de Lisboa vai para se alimentar; ao passo que aos da estrela Michelin vai o cavalheiro para observar, enquanto atenta à descrição da composição, entretanto absorver o aroma e por fim degustar uma nova forma de arte. E só não sai de lá o cavalheiro com um ratinho no estômago porque no fim da sessão experimentou uns treze exemplares ainda que em tamanho reduzido, é certo, da referida forma de arte.
ResponderEliminarAlém disso Susana, o turismo no interior é reduzido e muito pontual (o mês de agosto e um ou outro fim de semana). Os restaurantes precisam dos residentes para manterem a porta aberta e esses (poucos e envelhecidos) estão habituados a comer bem, muito e muito barato. Em Bragança, o G e mais dois: Porta e Solar Bragançano, são a exceção e lotam esse mercado.
EliminarEstou mortinha de inveja só por ler o desfrute da sua vida paradisíaca. Férias todos os dias do ano, viagens para países exóticos e paraísos tropicais, restaurantes cinco estrelas, apreciador da gastronomia gourmet e agora nem lhe falta a suculenta comidinha caseirinha de Trás-os-Montes.
ResponderEliminarVai na volta estava para aqui a pensar se o senhor Pipoco não se queria casar comigo e depois levava-me consigo para todo o lado.
Prometo que ia ser uma menina bonita e portar-me muito bem para não o enervar nem nada, ia ser muito dedicada e delicada e só ia ler os livros que o senhor Pipoco me dissesse para ler, e só ia gostar da comida que o senhor Pipoco dissesse que era um repasto dos deuses. Até ia chupar os dedinhos e tudo.
Ainda pensei que o senhor Pipoco quando fosse viajar me ia trancar em casa só com a porta da cozinha aberta, mas não fazia uma maldade dessas, pois não?
Caro Dom Pipoco, compreendo bem o seu mutismo!
ResponderEliminarCom esta afluência toda aos comes e bebes transmontanos, quem é que se pode debruçar em direcção ao buraco negro? Nem pensar!
Deixe lá, o estômago é mais importante...e o buraco pode esperar.
Levou-me a memória para coisas tão boas, tão boas, que até fiquei aqui assim...
ResponderEliminarOh, Pipoco, mas podia lá deixar de dizer que, mesmo, cada travessa de comida (deliciosa) dá para três pessoas das que não são nada dadas a alfaces, que quem não se aguenta com aquilo é fraquinho, e que, embora seja a comida o tema deste seu post, quero muito contar, a primeira vez que fui a Trás-os-Montes, levada pelos meus pais durante as férias em voltas a Portugal, o impacto maior foi, a uma dada altura, crianças ruivas, várias crianças ruivas, a andarem por ali em total liberdade, de bicicleta, e umas quantas cabras de volta delas, parecia, ao vivo, um episódio da Heidi, mas aqui em Portugal, tudo isto rodeado de uma paisagem avassaladora. A outra coisa que me causou um enorme impacto foi, num lugar com montes à vista, como se fossem nuvens, um total silêncio e uma sensação de estar, não sei se isto dá para perceber, no topo do mundo, uma sensação maravilhosa de paz, de plenitude.
Caraças, este planeta tem coisas mesmo maravilhosas e uma data delas estão aqui, como se fosse um resumo, no nosso país. Há tantos países, tantas gentes, tantas características vincadas, neste nosso país, não há?
Pipoco, escreva sobre o que escrever, até sobre o buraco negro ali para a Maria Antonieta, mas, espero também que lhe apeteça voltar a estas voltas.
Senhor Pipoco, acho que devia fazer uma pausa nos enchidos transmontanos, que são uma delícia, que são, e voltar rapidamente que as fãs estão desesperadas e pode-lhes dar uma coisinha má e depois o senhor vai ter muitos problemas de consciência por ter dado ouvidos à gula e fechá-los pelo pranto da sua ausência.
ResponderEliminarFaça uma/as menina/as feliz/es e venha encantar o planeta feminino.
Eça é que é essa!
ResponderEliminarNão querem lá ver que Dom Xilre veio desafiar Dom Pipoco e foram ambos passar as férias da Páscoa, lá longe, onde calienta el sol e os corpos semi-nus, de belas mulheres, dilatam dentro dos bikinis?
ResponderEliminarOh, ingratidão...
Pronto! Acabo de verificar que Dom Xilre não resistiu ao 'Encontro' que a Mãe Preocupada tanto desejava. (sim, porque os desejos do resto das leitoras para ele não contam).
ResponderEliminarAgora falta entrar em cena o senhor, caro Dom Pipoco. :)
L O L
EliminarÓ Toninha, já pensaste em criar um blogue chamado "A Mulher Que Ama Filmes" ???!!!!!
Ando a pensar criar um blogue, com este atraente título:
Eliminar"A Mulher Que Inventou A Nova Caixa de Pandora".
Que me diz a isto Lady Kina? Se considerar ser muito longo, poderei abreviar para a última metade.
PS- Aprendi com a "Mãe Preocupada" que não se diz «achar», diz-se «considerar», e não é que me soa muito melhor?
PS 2-Pensando melhor reconsidero a minha primeira impressão. Se Dom Xilre quisesse voltar por "ela", teria falado em livros. Ora ELE falou nas Donas. Começo a considerar que tenha voltado por mim. ;)
Dom Pipoco, Dom Pipoco... ponha-me os olhos no «Pauvre, pauvre J.», que é como quem diz: em Mr. X, e traga-nos um texto dos seus, para alegrar estes dias de Paixão, homem...
ResponderEliminarEstá a ser muito feliz com a outra atiradiça.
EliminarA Maria Antonieta não leu?
Então Dom Pipoco? Se não publicar o meu comentário anterior, ficarei para sempre sem saber quem é a 'outra atiradiça' que a Salgadinha refere.
ResponderEliminarAnde lá, não se acanhe que aqui é tudo boa gente...nada tema, porque as peixeiradas já terminaram.
Vá, Salgadinha, diga-me quem é 'a outra'. Estou a roer-me de curiosidade.
Pips, olhás moças... anda lá.
ResponderEliminarE eu que o diga. Consternação e desalento profundos.
EliminarJá me suicidei quatro vezes.
Ó Santa, apiedai-vos deste meu frágil coração dilacerado.
( reza profunda )
com a verdade... tal e tal.
EliminarEm Setúbal come-se bem salmonetes, alcorrazes, massacotes, choco do Sado, tudo no carvão.
ResponderEliminarO choco (do Índico) frito é para os forasteiros, meu caro.
os forasteiros da Luísa Todi?
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