O Fouquet's não era, de todo, o meu restaurante favorito em Paris, podendo escolher, prefiro o Café de la Paix ou o Chez Julien, isto para não citar aqui o incitável Au Pied de Cochon, essa casa de desgraça que jamais admitirei ser um dos meus altares da cozinha quando tenho que fazer em Paris, mas caramba, quando os Coletes resolvem destruir um dos mais bonitos restaurantes da segunda cidade mais bonita do mundo, como poderemos continuar a apoiar a sua causa, seja lá ela qual for?
Os coletes vieram roubar parte ( grande parte) do encanto e da magia que sempre existiu na lendária cidade Luz, essa é que é a verdade.
ResponderEliminarSe Paris é, para si, a segunda cidade mais bonita do mundo, qual é a primeira? Não me diga que é Nova York, é?
:)
Lisboa, qual havia de ser?...
EliminarClaro. Qual haveria de ser?!
EliminarLisboa tem mil anos de saudade
Lisboa tem ruelas estreitinhas
Quem nela já viveu não mais a esquece,
assim, pensando nela, eu faço minhas…
…as suas, tão cantadas, sete colinas.
:)
Sacrilégio!
ResponderEliminarIsso do sacrilégio é comigo?
ResponderEliminarPaciência!
Dá muito quem dá o que pode, mas dá mais ainda quem dá o que tem. :P
uh. so self-centered, maria.
EliminarClaro que não é consigo. Sacrilégio é a destruição do restaurante. Uma palavra pode dizer muito, até a quem não é destinada.
Eliminar1º Anónimo
EliminarChame-me lá o que bem entender, mas quando escrever o meu nome faça-o com letra maiúscula, sff.
2º Anónimo.
Obrigada. Depois, também pensei nisso, mas já era tarde.
Já agora, como é boa pessoa e deve ser Pai, desejo-lhe um óptimo dia... :)
Obrigada. Sou mãe e pai.
Eliminarmaria, também anónima; maria, maria aqui desta vez: não, não me apetece.
EliminarEspero que goste tanto de ler isto como eu vou gostar de escrever...
ResponderEliminarEra uma vez, num tempo muito distante, era o tempo em que o Pierre tinha de sair para caçar a comida, lá ia o Pierre, sim, caçar búfalos, quando regressava à caverna, não se percebia logo qual tinha chegado mais morto, se o búfalo, se o Pierre.
Hoje, muitos, muitos anos depois, aconteceu ao Pierre uma coisa chamada evolução e ele vive numa coisa muito abrangente chamada civilização. Na civilização, o Pierre vive num apartamento, arrumados por cima e por baixo do apartamento do Pierre, estão muitos outros Pierres.
O Pierre fez tudo certo, arranjou a mulher "para casar", tem a sua própria hipoteca, o seu automóvel, o seu trabalho que detesta mas tem de ser para sustentar aquilo tudo, mais as coisas tecnológicas que ninguém irá ter a caridade de parar de inventar, e, também tem o casalinho que, para além dele, embevece toda a civilização, principalmente se, depois, puder assegurar as respectivas reformas de todos.
Por andar sempre exausta, o trabalho, a casa, o casalinho, a mulher do Pierre não tem tempo para ela, passam o tempo a discutir, mas todos lhes dizem que assim é que é, se discutem muito é porque se amam, mau era se não discutissem.
Hoje é sábado, a caça já vem embalada do supermercado, o casalinho tem a televisão no Canal Panda da França, o Pierre, já não pode com o Canal Panda, filho da puta do Canal Panda, a mulher está aos gritos a dizer que ele ainda não arranjou não sei quê, abre o frigorífico e, afinal, já tinha acabado a última geladinha, houvesse, naquele momento, algum jogo que ele pudesse ir ver, a fingir que era um verdadeiro adepto de futebol, e podia aproveitar para partir a tromba toda ao primeiro adepto da equipa adversária que lhe aparecesse à frente...Espera!!!...É isso!!!
O Pierre atirou-se àqueles vidros como se não houvesse amanhã, quando regressou a casa, até parecia que tinha voltado ao tempo em que tinha de correr, correr, correr, para caçar o jantar, caramba, tinha desanuviado!
A televisão, finalmente, não tinha bonecada e o Pierre ouviu falar dos estragos, ouviu que aquilo era inqualificável, aquilo assim não era lutar por causa nenhuma, era só destruição e violência gratuita, inqualificável, e, o Pierre, ainda com o colete vestido, pensava, "É verdade, nunca cheguei a saber muito bem, a ver se pergunto ao Patrick, que sabe sempre tudo, qual será a causa deles?"
Se eu fosse uma habitué, que malheureusement não sou, atrever-me-ia, quiçá, um cadinho receosa mas esperançada num indulgente perdão, a pedir-lhe o segredo de como consegue passar uma vida en vacances toujours.
ResponderEliminarAdmirei-me que lhe passasse o Sena sem uma pequenina referência que fosse porque pensei que os rios fossem para si uma paixão irresistível, figurez-vous.
Foi em palpitações de ansiedade que terminei a leitura do seu post sempre esperançada em que agora é que era, que lá ia o Pipoco dissertar sobre os seus banhos no Sena, porque os seus mergulhos no Ganges propiciavam essa minha natural expectativa, e afinal nada, nadinha.
Vai zangar-se muito, ou só um bocadinho?
:)
então e o "La Closerie des Lilás"? não merece menção?
ResponderEliminarseja qual for a razão deles que já não sei qual é, nada justifica estes actos violentos
ResponderEliminarvw
Abrimos o capítulo de Paris e não o fechamos, Mr. Pipoco?
ResponderEliminarVamos lá...há gente esperando para o ler!
e xanas a perorar aqui, não há... nem alamedas... ó.
ResponderEliminarO mal disto, Eduardo, foi teres escolhido fazer coisas obrigadas a sigilo profissional, Eduardo, e teres códigos deontológicos rigorosos para cumprir, Eduardo, que, diga-se em abono da verdade, em nada atrapalham porque não chegam aos calcanhares do teu código pessoal, que é o da decência e da sensatez, o do rigor, da honra e o da discrição, é que, em chegando o fim de semana, em vez de chegares a casa, e dizeres orgulhoso quantas unhas de gel meteste, quantos quilos de fruta vendeste, quantos quilómetros fizeste durante a semana, quantas casas vendeste, quantos contratos importantes assinaste e quantas vidas salvaste com as tuas acertadas decisões, e dares assim uma pontinha do véu de como vai a tua vida, Eduardo, é que ficas cinzento e cabisbaixo, revês tudo o que fizeste, fazes um resumo alargado do que foi este trimestre, antevês as principais prioridades para atacar segunda feira, sais às oito da noite, apagas a luz, pões o velho casaco pelos ombros, rodas a chave na porta, sais para o ar da rua, os teus passos conduzem-te onde têm que te conduzir, tens ainda algumas obrigações decisivas, e depois, chega a noite, sentas-te à frente de uma Sagres e de uma bifana e de um frasco de maionese, e guardas para ti as euribores, as histórias que escreveste, os pareceres que deste, o talento se é que o tens para fazer com que acreditem em ti, os casais de mão dada que se sentaram à tua frente e que não pararam de se beijar enquanto carregavas IRSs e recibos de vencimento, as gravidezes de gémeos que te confessaram, o brilho dos olhos quando falam no negócio que vão abrir, o outro brilho nos olhos quando falam no neto que lhes gasta tudo, os sonhos que depositaram nas tuas mãos, as interrogações que leste nos olhares, a confiança e o medo, o amor e o ódio, a calma e a raiva, a incompreensão, a gratidão e a ingratidão, tudo isso traduzido em números, e descobres que o trabalho é uma morfina que provoca uma energia em ti, que quando menos se espera, é capaz de te aguentar e de te levar mais além do que pensavas ser possível.
ResponderEliminarQue se mantenha o sigilo profissional e se cumpram os códigos deontológicos, mas... isto vai abreviar a vinda de Mr. Pipoco ao blogue ou é só para entreter a gente?
ResponderEliminarEntrando assim de supetão, em abril:
ResponderEliminarPipoco! Pipoco! Tirei-me cá dos meus cuidados e li mais nove páginas daquele flagelo! Nove páginas! (O Ulisses não conta para aquela situação de ler mais do que um livro ao mesmo tempo, pois não? Será inevitável, nunca irei acabar...)
Já que aqui estou, aproveito e digo também que gostei muito de ler aquele comentário/história que ali está e, não sei se a pessoa que o escreveu terá lido o livro, ou irá ler este meu comentário, mas, gostava que soubesse, o seu Eduardo, levou-me a uma associação de ideias cá muito minha, é uma coisa boa, tinha de partilhar, portanto, vai ficar aqui entregue ao Pipoco, qual fiel depositário: Alguma coisa no Eduardo dos números, fez-me lembrar o Raimundo de Saramago na "História do cerco de Lisboa".
Uma tarde deveras luminosa, para si, em particular, Pipoco, pronto, vá, para as outras pessoas também.