Lê um livro de cada vez, dois ao mesmo tempo, no máximo, se continuares nesse cismar de que sete ou oito livros ao mesmo tempo é que é, depois não te queixes que misturas as histórias, que afinal fulano deste livro ainda não se finou e que sicrano do outro livro afinal não casou com a moça menos abonada do ponto de vista intelectual.
Não te fies nas avaliações do Vivino, ainda está para nascer quem saiba dos vinhos que tu gostas melhor do que tu próprio.
Vai à Índia, mas não a um desses sítios para estrangeiros que te tentam poupar àquilo que a Índia é.
Esfrega o teu nariz no focinho do teu cão, pelo menos duas vezes por dia. Uma delas que seja de manhã, de preferência uma manhã de geada.
Não vás a Paris com voo de regresso no mesmo dia.
Dá uma segunda oportunidade ao Bandersnatch, do Black Mirror, talvez não o tenhas percebido na plenitude e, quem sabe?, deixarás de te atormentar com ter sido possível estragar uma ideia tão boa.
Vai ver a exposição do Sorolla. E a do Eça.
Preocupa-te mais com o que as pessoas pensam. Ou, pelo menos, considera essa possibilidade.
Joga menos.
E, claro, aguenta-te na decisão de ser imortal este ano. Tem resultado nos outros anos, não tem?
Partilhas
ResponderEliminarNunca consegui ler mais do que um livro ao mesmo tempo, bem, para dizer a verdade, nunca quis.
Penso que perderia muito daquela magia que é mergulhar totalmente nessa espécie de mundo paralelo que alguém criou e que podemos ir acompanhando do principio ao fim de um livro e, depois, quando esse acabar e apetecer, pegar num novo mundo paralelo e assim sucessivamente.
Penso mesmo, para não dizer que tenho a certeza, que a quantidade, a dispersão, rouba a maioria do prazer que se pode retirar seja do que for.
No ano que passou, estive em Paris, digo-lhe, Paris estava demasiado quente, demasiado empoeirado, obras por todo o lado, desculpe se esta afirmação lhe parecer criminosa, mas, Paris, parecia um estaleiro, naquela altura, um dia teria sido suficiente.
Ia escrever mais, muito mais, confesso-lhe, mas, ainda estamos no oitavo dia deste novo ano e, claro, também quero aguentar-me nisso de continuar imortal mais este ano, portanto, terei, pelo menos, todo um ano para dizer mais coisas, fico, então, por aqui, hoje.
Boa noite, Pipoco.
E o espelho? Tomou nota?
ResponderEliminarAté há pouco tempo eu também só lia um livro de cada vez, mas recentemente tornei-me mais impaciente e não espero por terminar um para começar outro. No entanto, têm de ser livros de tipos diferentes. Exemplo, uma biografia, um livro pseudocientífico, um romance e um livro de contos. Assim pode ser tudo ao mesmo tempo, dá perfeitamente.
ResponderEliminarEspero que seja imortal mais este ano, amigo Pipoco, imortal e cheio de saúde!
Sejamos imortais! O resto vem por acréscimo!
ResponderEliminarUm livro de cada vez?! Mas, estamos no séc. XVIII ou quê?
ResponderEliminarNunca na minha longa vida recordo alguma vez ter lido livros à vez, e nem sequer estou a falar de livros técnicos.
Isso é o sacrilégio de qualquer bibliómano.
Quanto a isso da imortalidade, ouvi pela primeira vez há uns dias um colega de labuta alertar os juvenis:
atentai, tem morrido muita gente que nunca morrera antes...
Bem regrassado, meu caro.
Abraço!
tio, a ultima frase estragou tudo...
ResponderEliminarvw