17 março 2018

Há demasiados livros semi-lidos na minha vida neste preciso momento

Pudesse eu ter um super-poder, desses que ainda não tenho, e havia de escolher a capacidade de olhar para um livro e saber imediatamente se a leitura seria uma pura perda de tempo, o super-poder faria com que o conteúdo do livro me entrasse pelo cérebro dentro e, num milésimo de segundo, integrava o meu tempo disponível no curto prazo para dedicar à leitura, a minha predisposição para a temática, a minha potencial embirração com o pouco poder de síntese do autor, a minha lendária aversão às palavras mal alinhadas, havia de descontar o efeito do título apelativo e da capa artística.

Era tanto tempo poupado, senhores.

7 comentários:

  1. "Pudesse", diz bem. Felizmente, para si, Dom Pipoco, não tem.
    Seria o mesmo que vislumbrar o futuro, sem o ter vivido. Pior...não gostando do que via, desistia de viver. Acha bem?
    E o prazer da descoberta, onde ficava?
    Deixe-se de sonhos impossíveis e leia. Gosta? Continua. Não gosta, a leitura não lhe prende a atenção, deixa ficar o livro num banco de jardim. Por essa sua ordem de ideias o Ulisses já teria ido «pró maneta», não?
    Bom fim-de-semana. :)

    ResponderEliminar
  2. ahah, enfrento dilema semelhante. Livro mal escrito, com demasiado uso da expressão da moda, que me revolve o estômago e me deixa ao ponto da náusea: aquilo que. É impressionante a quantidade de vezes que as pessoas são capazes de escrever: "aquilo que" numa frase, num parágrafo, numa página... Mas cujo tema me interessa, apesar de já o ter explorado com mais profundidade e de uma forma mais literária, não tão escancarada. Escancarado parece ser o adjetivo que define um bom pedaço de boa literatura e um livro comercialóide, para vender como quem vende pão e ostentar em escaparates de livrarias de centros comerciais. Não sei se aguento ler até ao fim, só por causa do tema, qualquer outro já me faria tê-lo posto de lado.
    Grande abraço, volte sempre.

    ResponderEliminar
  3. Claudia Filipa18.3.18

    Esse seria um superpoder muito bom, mesmo.
    E há uma coisa que poderia funcionar muito bem e ajudar a resolver uma parte da falta desse poder, ajudar logo na primeira decisão de começar ou não a ler, que é o texto de apresentação que aparece na contracapa, mas, não sei se concorda, pode, em alguns casos, produzir precisamente o efeito contrário e afastar-nos de um livro, injustamente, tendo em conta o que gostamos e apetecia ou não ler em determinada altura e fazer-nos começar a ler um, para nós, tempo perdido. Muitas vezes pensei, depois de ler um livro, que o texto de apresentação não chegava aos calcanhares do que realmente se passava no livro, que era até enganador, como se, em vez do essencial, estivesse a ser dado destaque ao acessório. Depois, lá está, também acontece o contrário, livros que saem muito favorecidos na capa e na contracapa.
    Sabe o que também me acontece, em vez de aproveitar o tempo para ler um livro novo, uma vontade irresistível de voltar a um livro já lido, estou a ler novamente e com o mesmo prazer, Capitães da Areia, agora em nova edição.

    (e a acompanhar todos os livros que já cá estão em casa, mais os que chegarão, lidos ou por ler, creio que, por este andar, estará sempre em estado de semi-lido, não precisarei de dizer qual, pois não?)

    ResponderEliminar
  4. sabe o que lhe digo? isso havia de ser coisa boa para as relações humanas, a gente farejava a capa e percebia logo se valia pena avançar na história.

    ResponderEliminar
  5. ladykina18.3.18

    "semi-lido"? Ah, a Literatura Erotica, tambem pratico muito.

    ResponderEliminar
  6. Anónimo19.3.18

    Anda a ler ALA?

    ResponderEliminar
  7. Anónimo23.3.18

    Quer parecer-me que há demasiados posts por escrever no seu blog. Então Pip, queremos ler as suas baboseiras!

    ResponderEliminar