19 novembro 2017

Das conversas de viagens

O Burnay de Meirelles ensinou-me numa ocasião, era uma dessas noites de fado vadio e degustações de whiskeys de estranhos rótulos, que não há melhor conversa que a conversa de viagens, basta que os conversadores sejam pessoas de bem, que escutem com atenção o viajante que lhes fala de terras que até podem não ser muito estranhas nem muito longe, que o escutador feche os olhos e se deleite com o que está a ouvir, interrompendo só para acrescentar um pormenor que estabeleça uma ponte para uma nova história, este novo contador falará do que viu, as histórias falarão de pessoas mais do que lugares, e esses, os lugares, que sejam de lugares que mais ninguém viu, afinal as histórias dos lugares que toda a gente conhece já todos as conhecemos, mas, resumindo, o que de mais valor me ensinou o Burnay de Meirelles foi recomendar-me que nunca, por motivo algum, qualquer que seja o pretexto, converse sobre viagens com aqueles que são apenas turistas.

(baseado numa coisa que a Palmier nos disse um destes dias)

10 comentários:

  1. Anónimo20.11.17

    O tamanho de letra agrada-me.

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  2. Cláudia Filipa20.11.17

    Embora não concorde com o Burnay de Meirelles quando ele diz que não há melhor conversa que a conversa de viagens, acontece-me uma coisa sempre que ouço um viajante, mesmo viajante, fico contagiada de vontade de viajar, e com a sensação de estar a perder muito se não o fizer.
    Costuma dizer uma amiga que adoro, que viajava muito e, agora, por circunstâncias várias, não tem podido, que é das melhores coisas que se leva desta vida, e que adora ouvir um viajante, que é a forma que agora tem de também viajar.

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  3. Anónimo21.11.17

    Fala, fala e não diz nada.

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  4. Anónimo21.11.17

    Grande Palmier. A categoria da bofetada com luva de pelica.
    RN

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  5. Anónimo25.11.17

    Cá pra mim, já ninguém se lembra do que a Palmier vos disse um destes dias, mas é. Daí, a pouca afluência ao post...não será Tio Pipoco?
    Não fique desmotivado, porque a culpa não é sua. Sequer do Burnay de Meirelles...Siga a dança e publique coisas de valor, ande lá...

    Sou eu; aquela amiga do coração, mas preguiçosa!...Detesto abrir a conta!!

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  6. Anónimo25.11.17

    Boa tarde, meu caro.

    Passei para cumprimentar a minha anónima amiga que-se-atrapalha-com-o-corrector-ortográfico. E o meu caro também, como é óbvio.

    Somos todos turistas. Somos todos pára-quedistas. Somos todos amadores vogando ventos de casualidade. Quase tão certo como sermos todos contribuintes.

    Abraço!

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    1. Anónimo25.11.17

      Oh, onónimo... até me deixa enternecida. Muito grata.
      Sim, porque só posso ser eu a tal amiga anónima que-se-atrapalha-com-o-corrector-ortográfico. :)

      Abraço.

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  7. Anónimo26.11.17

    Lamento “Oh anónima” mas sou eu, que o trato carinhosamente (tosse) por Zé Ninguém, o pseudo-intelectual, e o corrector é automático. Já tratei do seu presente de Natal, é uma coleção (piscadela de olho) que pode usar na lareira. Certa de que vai apreciar deveras, desejo-lhe um bom Domingo.

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    1. Anónimo26.11.17

      Ahhhh, essa piscadela d'olho na "coleção" só vem corroborar que sou eu a tal anónima deliciosa...:) numa ocasião até escrevi colecção com um cê e dois cês de cedilha, mas isso não foi atrapalhação com o corrector ortográfico, foi mesmo atrapalhação minha, com ou sem o dito.
      Bom Domingo. ;)

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  8. Anónimo27.11.17

    Estás pessoas têm correctores muito afinafinhos, o meu é selvagem e indomável. E escolhe a palavra como lhe dá na real gana, automático mas cheio de personalidade.

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