02 novembro 2016

Ruben Patrick quer falar-vos, minhas senhoras

Houve um tempo, Tio Pipoco, em que líamos as mulheres dos blogs e aquilo era prosa que batia fundo, imaginávamos mulheres fatais, dessas que não queriam tomar conta de nós, que tanto nos podiam dar um nó cego quando ousávamos ir a jogo nas mais míticas caixas de comentários como podiam bater-se connosco no gin e na tequilla, sempre elegantes na forma como nos reduziam à nossa condição de rapazes que não sabiam nada de nada das coisas da vida. Era o tempo em que as mulheres dos blogs nos apareciam em sonhos irrequietos, sagazes na argumentação, não nos permitiam ir além do ponto de não retorno, eram poderosas.

Apaixonaram-se, e é sabido que as mulheres apaixonadas ficam fracas de escrita, depois partilharam com quem quis ver, e nós não quisemos (mas fomos os únicos), a forma como amamentavam, falaram-nos de choros de crianças e de roupas baratas, mostraram-nos como corriam corridas das graúdas, a nós que as imaginávamos sempre de saltos altos, falaram-nos de sementes e de papas, a nós que nunca considerámos a possibilidade de elas não jantarem sempre nos melhores restaurantes, mostraram-nos maus livros, más caras, maus glúteos.

E nós aqui, Tio Pipoco, a ver isto a acontecer e a não poder fazer nada a não ser dizer-lhes.

8 comentários:

  1. Estou a estranhar-te, RP... a máxima sempre foi "escolhe a que tiver melhores mamas", que interessa que não frequentem bons restaurantes? Tu também não e o que não faltam são mulheres apaixonadas por ti.
    ;)

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  2. Lady Kina2.11.16

    Ruben, um dia que encontres o teu tio bem dispostinho, de preferência com um ou outro grão na asa, hás-de perguntar-lhe sobre os "factos da vida". Cheira-me que o teu tutor anda a esconder-te coisas, se calhar ele acha que é para preservar-te mas olha que não, olha que não...

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  3. Tão profundo Ruben, não esperava isso de si, deixou o rugby, aquilo faz muitas concussões não é?

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  4. Cláudia Filipa2.11.16

    Ruben?! "De onde se conclui que o blogger pode sempre evoluir"? Quase pareces o Tio, a escrever, a escrever Ruben, que o Tio, que nesta altura já deve ter abanado a cabeça para essa situação de teres tido sonhos irrequietos com mulheres dos blogs, também conhece o mito da mulher fatal, mito da literatura, do cinema, acho que foi a Marilyn Monroe que disse, mas não tenho a certeza, que um dos problemas dos homens era o de quererem ir para a cama com ela e depois decepcionarem-se ao acordar ao lado da Norma Jean, e não, não era por uma questão de diferença em termos de beleza, agora até estou a perguntar-me se naquela época já fosse época de blogs qual das duas o escreveria? Bem, ainda bem que as coisas foram como foram, assim preservou-se a Marilyn Monroe que o direito aos sonhos irrequietos também é um direito que merece ser preservado. Sim Ruben, a Marilyn foi só um exemplo, diz? Ah, pois, quando te apaixonas acontece-te precisamente o contrário, olhas para "a tua Norma Jean" e vês a Marilyn Monroe...Ah! Agora já é só a Cátia Vanessa, pois, não sei que te diga...ai sim?! Isso é que é pior...Então mas faz isso, tenta com todas as tuas forças que ela desista dessa ideia de ter um blog.

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  5. Circunstancias da vida Ruben, acontece isso.

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  6. Anónimo3.11.16

    Ah, meu bom Ruben, essa época em que tudo é fatal e "bate fundo"...
    Depois envelhecemos e lá vêm as pastilhas, as revistas, os blogs...

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  7. Ora, Ruben Patrick, o tempo das mulheres fatais, poderosas, inacessíveis, em boa verdade, nunca existiu. Foi tudo inventado...
    Os homens, sempre gostaram de mulheres frágeis, que apetece proteger. Nós, mulheres, é que gostamos de homens fortes, viris, protectores, amigos e amantes...

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  8. Cláudia Filipa4.11.16

    Ora bolas! Esta mulher, deveras fatal, exalando um inesquecível odor a poder, sempre elegante na forma como vos reduz à vossa condição de rapazes (e com as raparigas acontece exatamente a mesma coisa, é impressionante) que pouco sabem das coisas da vida, encontrando-se agora, neste preciso momento, com alguma disponibilidade e cheia de vontade de sacar da sua prosa que bate fundo e dar assim três ou quatro nós cegos no esmorecido Ruben ou no seu intrépido Tio (têm de ser os nós cegos, o gin e a tequilla fariam, certamente, com que fosse encontrada mais tarde inanimada, ou seja, de facto seria uma fatalidade, mas não a pretendida) mas aqui chegada não há post novo, oh! Pronto, lá tenho de ir deixar de rastos as pessoas do mundo não virtual, bem que estava a querer poupá-las, mas assim não há condições.
    Uma boa tarde, Pipoco.

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