25 junho 2015

Nunca expliques um post. A não ser que sejas mesmo muito imaginativo.

Imaginemos que um membro da tripulação de uma companhia simpática, dessas onde os pilotos não fazem greves, tem o direito de se fazer acompanhar por um amigo numa sua deslocação a um sítio qualquer. Imaginemos que o amigo escolhido sou eu. Imaginemos que, chegados ao tal sítio, a única pista capaz de receber aquele avião não está operacional, havia mau tempo ou um cão na pista e acabamos por aterrar noutro sítio qualquer, digamos a uns trezentos e setenta quilómetros. Imaginemos que a tripulação de cabine, por coisa lá da segurança deles já não pode voar mais horas sem o necessário tempo de descanso e o tempo de avião parado conta, de maneiras que não podem trabalhar mais. E, sem tripulação, os passageiros têm que sair e esperar voo de ligação lá para as vidas deles. Todos os passageiros? Não, um deles não sai. Imaginemos que o avião é mesmo necessário no aeroporto onde se previa que aterrasse, há gente à espera para embarcar, estas companhias são mesmo assim, os aviões são para estar no ar. Imaginemos que a pista do aeroporto inicial já está de novo operacional. Imaginemos que o avião, sem tripulação de cabine nem passageiros (menos um), levanta voo. Imaginemos que não resisto a fazer uma coisa que me apeteceu muito.

É só uma hipótese. E bem imaginativa.