28 junho 2015

Herman José

Resisti até onde me foi possível mas, no fim do dia, razões cá dos meus afectos foram mais fortes e dei por mim num concerto de Herman José. No tempo em que o humor de Herman foi genial não havia nada que me fizesse perder "Hermanias" ou "O tal Canal". Era o tempo em que eu era feliz e não sabia. O meu medo era que Herman, o grande Herman José que me recuso ver há anos, perdido que está em programas da tarde, ou lá onde anda ele metido agora, o meu medo, dizia eu, era que ninguém estivesse lá para o aplaudir, que ninguém se lembrasse de quão grande foi Herman, que Herman fosse ignorado, que fosse como se Cristiano Ronaldo se arrastasse numa equipa de terceira divisão e que as pessoas estivessem lá apenas para não lhe perdoar o passe mal medido e não para o aplaudir pela magia que lhes tinha trazido nos bons tempos.

Mas não. Quem lá esteve, esteve pelos velhos tempos. Sabiam as músicas, aplaudiram, souberam acarinhar o bom velho Herman, o genial Herman.

Herman ainda é uma estrela. E sermos agradecidos é dizer-lhe exactamente isso, que temos memória.

(Sim, a fotografia está uma bela merda. Não me fodam...)

21 comentários:

  1. Palmas para este post, porque sim e porque são merecidas.

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  2. O Ricardo Araújo Pereira, nos seus melhores momentos, chega aos calcanhares do Herman nos seus melhores momentos. Todas as comparações são injustas -- esta é-o particularmente, eu sei. Há físicos e há Feynman. Há escritores e há Borges. Há economistas e há Keynes. Há compositores e há Bach. Há desenhadores e há Ingres. E atalho caminho, senão ainda sou acusado (justamente, talvez) de exagero.

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    1. Anónimo28.6.15

      Nunca poderia dizer melhor

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    2. Anónimo29.6.15

      Xilre disse muito bem,

      (apreciei o " há desenhadores e há Ingres ", justíssimo, e não resisto a escrever há bloggers e há Xilre)

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  3. Anónimo28.6.15

    Festa da amizade.
    Já percebi que o Tio fã da festa cá da terra.

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  4. O Herman asneirou com a pimbalhada na ânsia de ganhar dinheiro, fez a travessia do deserto e agora ressurgiu. Eu também voltei a ser fã do Herman.

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  5. O tio Pipoco tem afectos na mesma terra onde a titi Izzie tem afectos; este mundo é mesmo um bidé.
    (Este ano não estive, e com pena, que o Herman também me merece todo o afecto)

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  6. Amen!

    ( uma ovação de pé, a ambos)

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  7. Anónimo28.6.15

    Tio pipoco, de vez em quando ainda dou por mim a cantar a "Super tia" (no pun intended).

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  8. Cláudia28.6.15

    Podia começar por dizer que a minha história de amor com o Herman, começou com o Tal Canal, tinha eu uma idade que não me permitia perceber nada do que estava a ver. Acontece que ficava ali fascinada a olhar para aquilo, ao pé dos meus pais.
    Podia dizer tanta coisa, porque admiro tanto, mas tanto o Herman, mas ainda amanhã aqui estaria a escrever e depois o comentário não podia ser aprovado. Portanto vou concentrar-me no Herman, "Há tarde".
    Este ano, uma malfazeja constipação, atirou-me para qualquer coisa para onde me pudesse atirar, sendo que, "Há tarde", atirou-me para o sofá. Foram três dias, durante a semana, a cabeça estava bem mais oca do que o costume. Nem me apetecia ler nada, só vegetar. Liguei a televisão, e qual foi o meu espanto, porque não sabia, aparece-me o Herman a apresentar um programa. Fiquei a ver. Então, o Herman recebeu da mesma forma, um chamado cantor pimba e uma figura consagrada a quem jamais alguém chamaria pimba. Dei por mim a simpatizar com o cantor pimba e bem mais próxima do vulto da nossa cultura. Dei por mim, atenta. Sorri, ri. De tudo o que se ia falando, o Herman ia acrescentando. Tinha sempre uma história interessante para contar. Transformou aquilo dos números para os quais "se deve ligar para ganhar dinheiro", em letras divertidas acompanhadas ao piano. Claro, era ele que tocava e também era ele que cantava. No meio disto tudo ainda se pôs a cozinhar (nesta altura eu já tinha saído do modo vegetar, caramba, o homem fez de tudo para puxar por mim e eu já estava agarrada a um bloco de notas com uma caneta na mão). Enquanto cozinhava com destreza, ainda contou uma data de histórias interessantes a propósito do que estava a preparar. Acabou sentado à mesa, em amena cavaqueira com os convidados, enquanto se deliciavam com o petisco.
    No outro dia, eu, quis repetir.
    Aquelas horas, durante a tarde passaram num instante. Pensei mesmo que tinha tido umas tardes de luxo a acompanhar a constipação. Hoje, tenho a certeza. O Herman é genial, a qualquer hora do dia, a fazer seja o que for, adapta-se a tudo e eu, podia estar horas e horas e horas a ouvi-lo, de bloco de notas na mão.

    PS: Para mim, o genial Herman, "fez dois filhos", que, para nossa sorte, saíram ao pai. Ricardo Araújo Pereira (totalmente de acordo com aquele outro génio que assina com o nome de Xilre) e Maria Rueff.

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    1. Cláudia28.6.15

      Ai Pipoco, desculpe-me este disparate de andar a escrever pelos cotovelos. Bolas, nem tive a noção...

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    2. Teresa28.6.15

      "Cláudia", aconteceu-me o mesmo!! Fiquei em casa e ao ligar a TV, vi o programa e FAZ TODA A DIFERENÇA DA PIMBALHADA DA TARDEA!!! Só os Melhores o conseguem!!!!! Adoro o Herman!!!

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  9. Anónimo28.6.15

    Agora, por causa do programa da tarde, não sei, mas sei que tem andado de lés a lés, em Portugal, e tem tido a casa sempre cheia.
    Perdeu-se um pouco, mas creio que já se reencontrou.

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  10. Anónimo29.6.15

    Qualquer dia gosto de si

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  11. Se possível, ide ouvir os programas dele pela Rádio Comercial (anos 80): genial!
    Perdi-lhe o rasto após o Herman Enciclopédia..

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  12. Tive oportunidade de assistir a um espectáculo dele à relativamente pouco tempo tendo sido muito gratificante!

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  13. Anónimo29.6.15

    Tio, so gostei "um bicadinho" do Herman José no Tal Canal.
    Dai para a frente comecei a detesta-lo, pela piada ordinária sempre presente.
    VW

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  14. Anónimo29.6.15

    Tio pipoco, conte aqui a esta categoria de "anónimo mauzão" o que devemos entender por "Não me fodam..." ... (Estamos preocupados consigo).

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  15. Será que o Tio Pipoco também me viu a dançar com o Ti Herman?!?!

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    1. Provavelmente. Se fazia parte daquele conjunto de belas moças que fizeram a coreografia no "encore" final...

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    2. Ora pois claro! Era uma das oito!

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