01 março 2014

Daqui onde me encontro...

..., um tronco de pinheiro a arder na lareira, chá bem quente e Miles Davis, sentado na velha poltrona de couro, relendo Pessoa, tenho Ulisses, o cão, no meu campo de visão, do lado de fora da janela. Lá fora está frio e o vento uiva por entre os sobreiros, a chuva cai grossa e Ulisses, o cão, olha para mim através do vidro duplo que nos separa, orelhas descaídas, suplicando entrar na minha sala confortável e quente, adivinho-lhe o pequeno coração palpitante, afinal é um pequeno cachorro, com medos, ansiando um carinho que o tranquilize.

É nesta altura que percebo quão poderoso é o ar de cachorro abandonado que comove o coração mais empedernido da mulher mais dura.

10 comentários:

  1. Anónimo1.3.14

    Já entrou ?
    Faz hoje uma semana que ele teve o vislumbre de uma felicidade....
    Mas vidros duplos que separam o fogo a brilhar do vento a uivar e da chuva a cair, serão sentidos como o quê ?
    Nem quero imaginar a cena, é fim de Sábado estragado pela certa.

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  2. Anónimo1.3.14

    obrigada pela gargalhada que me arrancou :)

    Lita

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  3. A mim só me conseguem derreter o dito coração os cachorros de 4 patas. Os que são capazes de andar sobre dois pés mas de verticalidade nada têm, ficam lá fora e está-se bem.

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  4. Anónimo1.3.14

    Já foi buscar o "canito"?

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  5. Gostava mesmo de saber que afinal o cachorro entrou, e está ao pé do dono, como deve estar.

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  6. Tal como a Maria, só os de 4 patas é que me comovem com o ar de abandonados. Espero que já esteja no quentinho.

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  7. É o ar de cachorro abandonado em cadeia ...

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  8. O Pipoco gosta do animal vá lá e de-lhe conforto!

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  9. Esquece, a partir de agora vão unir-se contra ti. Tás lixado!

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