13 dezembro 2013

Aos meus amores

Gosto de ir a casa de quem emprestei livros e vê-los ali, aos meus livros, na estante principal, sem separações, encostadinhos aos livros que são das pessoas a quem emprestei livros, ou então não, estarão encostadinhos aos livros de outras pessoas que emprestaram livros a quem eu emprestei livros. Gosto de ficar ali a admirá-los, a pensar nos momentos que passámos juntos, a este li-o de uma assentada numa viagem de avião, este deu-me luta, teve que ser lido em suaves prestações e eles ali, os livros, aposto que felizes por me reverem, trocamos um último olhar, acabo de beber o meu vinho e lá volto para junto das pessoas, em paz, feliz por ver que os meus livros estão na estante principal.

10 comentários:

  1. Anónimo13.12.13

    Ora aqui está um post bem diferente, e tão tão giro.Um drama escrito em poesia.

    (espera-se talvez um objectivo pragmático....mas como não tenho livros seus na estante principal nem nas acólitas,... apenas aprecio)

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  2. Haverão sempre os que retiram mais prazer do que lhes não lhes pertence do que é legitimamente seu. Deve ser do gosto pela adrenalina, do mesmo modo que o infiel é melhor amante que marido,

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  3. Também fica chateado quando não lhe devolvem os livros que emprestou. Pois, acontece-me o mesmo.

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  4. Meu querido Senhor... e pedi-los de volta , não ? É que um livro é como um gatinho que se nutre e que se afaga e não se empresta aos outros para mostrarem numa prateleira duma estante qualquer!

    ( a propósito, o que é feito do casal alcoólico que se afeiçoou ao Senhor - e vice versa ?)

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  5. Nunca, mas nunca se empresta um livro!
    (até posso comprar e ofercê-lo mas emprestá-lo, santa paciência, não)

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  6. Talvez os seus amigos gostem tanto de si que lhe fiquem com os livros para ter o privilégio da sua visita frequente.

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  7. Ando a treinar pensamentos ultra positivos, como é evidente.

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  8. Não emprestar. É remédio santo.

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