02 agosto 2013

Isto sim, incomoda-me. Porque a estes sou eu que pago.

Já a história do camião de lixo que se virou ao contrário porque o estômago do tipo que estava a conduzir transbordava com cinco amêndoas amargas e três aguardentes de medronho enquanto que o do tipo que estava ao lado se contentou com cinco vodkas e três cervejas do Lidl, este último, diz o jornal, era imigrante de Leste, me incomoda deveras.

Neste caso sou eu quem está a pagar o divertimento dos juízes do tribunal da relação do Porto que se entretiveram a fazer um concurso em que o vencedor seria quem dissesse a barbaridade maior. Imagino os doutores da lei, em casa de um deles, os processos capeados com uns cartões verdes de expediente transitado, um deles a mandar para o ar "Ó Petersen Silva, escreva aí que o trabalho deles não é agradável", O Petersen Silva havia de concordar, morangoska na mão, e, todos a rebolar de riso com a ideia da vida sem graça nenhuma dos recolhedores de lixo, havia de se sugerir "Ó Paula Ferreira Roberto e se a alegação dissesse que com álcool o trabalhador pode esquecer a agruras da vida e empenhar-se muito mais a lançar frigoríficos sobre camiões, e por isso, na alegria da imensa diversidade da vida, o público servido até pode achar que aquele trabalhador alegre é muito produtivo e um excelente e rápido removedor de electrodomésticos?". E os três, rebolando-se de riso, mais um caipirão para alegrar as existências, haviam ainda de dizer "Frias Rodrigues, que parece ao caro colega incluir que não há nas leis laborais nenhuma exigência que o trabalho não possa ser realizado com o trabalhador a pensar o que quiser, com ar mais satisfeito ou carrancudo, mais lúcido ou, pelo contrário, um pouco mais tonto?". Talvez um deles ainda tenha sugerido "vejam lá, colegas, isto é só a gente aqui a falar, não enviem isso assim", mas demasiado tarde, um deles já tinha carregado em "send" e estava feita a coisa.

Isto sim, é coisa para me aborrecer porque, lá está, a estes são os meus impostos que pagam.

10 comentários:

  1. Anónimo2.8.13

    Estou consigo Pipoco... como podemos ir em frente, se nem o poder judicial colabora. Que este belo país à beira mar plantado é governado por doentes mentais, já não é novidade. Agora, um coletivo de juízes proferir "o trabalhador pode esquecer as agruras da vida com o álcool e empenhar-se muito mais a lançar frigoríficos sobre camiões", faz com se deixe de acreditar na recuperação disto.

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  2. Portanto, é tudo uma questão de dinheiro?
    (não é que discorde, mas o Pipoco é capaz de melhor)

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  3. é hilariante!! mas só posso pensar que efectivamente o juiz tem alguma relação próxima com a bebida!!

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  4. Até aqui ainda não tinha entendido como foi possível há pouco tempo perder um caso tão básico, no Tribunal da Relação do Porto. Mas com esta notícia fiquei muito mais esclarecida...

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  5. Achei péssima a escolha do nome.

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  6. Anónimo2.8.13

    A senhora dra Glória Araújo, deputada da nação, que circulava por Lisboa com 2,41 gramas de álcool por litro de sangue, bem deveria e poderia ter pedido para ser julgada pelos rapazes da Relação do Porto.

    Maria Helena

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  7. http://www.dgsi.pt/jtrp.nsf/d1d5ce625d24df5380257583004ee7d7/607f88788f74558980257bab0055e0f9?OpenDocument

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  8. Anónimo3.8.13

    é que deve ter sido tal e qual!

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  9. Quando me der para "afacalhar" a/o minha nêmesis, bebo uns copos, porque me ajudarão a esquecer as agruras da vida, e depois peço que o meu caso seja julgado pelos piquenos da Relação do Porto, carago !

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