26 fevereiro 2013

Como impactar a irmandade blogosférica

Nós, os que andamos há mais de cinquenta anos nisto dos blogs, sabemos exactamente como reagem ao que publicamos. Para além dos temas sazonais, onde descrevemos como detestamos o Natal só para provocar os que gostam muito do Natal, sabemos que nos virão contar como eram felizes os natais em família, com crepitantes lareiras e a família unida em volta do perú recheado, as crianças entoando natalícias melodias e como era saudável apanhar o fresco da noite a caminho da Missa do Galo, da noite dos Óscares, onde falamos dos vestidos de que não gostámos só para testar o público, que nos dirá que aquilo era um Versace da nova tendência da casa, com uma evidente influência de Mugler e YSL, onde falamos do tempo que está tão frio e com tanta chuva que não se aguenta só para que nos venham dizer que a chuva faz bem a tudo e que uma bênção dos céus e que sem água o Homem não sobreviveria, para além disto tudo, incluíndo o dia dos namorados e o carnaval e as decisões de ano novo e o calor que fazia nas férias de praia e de como era branquinha a neve na semana branca, para além dsto, dizia eu, há toda uma técnica para criar posts fofinhos que fazem com que o notável público nos ache uns queridos, tão sensíveis, há toda uma técnica para que o notável público nos ache uns arrogantes do piorio, não se percebe como ainda há pessoas assim, caramba, nos tempos que correm com tanta gente a precisar de apoio e de mimos, há toda uma técnica para criar empatia, vê-se logo que é um tipo às direitas, gostava que fosse meu amigo, identifico-me tanto, mas tanto, com o que ele diz.

É divertido isto dos blogs, em me apetecendo conto-vos como se faz.

8 comentários:

  1. Poderá fazê-lo, provocar o público, não deverá, contudo, provocar os betos. Não só por, de certa forma, poder existir um fenómeno de auto-identificação em parte, como os mesmos correrão em seu protesto, raivosos, agitando as suas camisolas Gant no ar, como quem brada que não, certamente não será beto.

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  2. Sempre afirmei que existe por detrás deste blogue, alguém expert na matéria de bem saber provocar os leitores. Pessoa que percebe bastante de estratégia.

    Só que as estratégias - na minha humilde opinião - retiram o gozo genuíno de quem anda nos blogues por pura diversão e satisfação. Também os há. E também existem muitos que são honestos no que escrevem, logo, deverá suscitar de alguma forma, empatia por esse mundo todo ele blogosférico.

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  3. "Em generalizando", como ultimamente faz tão bem, só posso concluir, generalizando claro, que Pipoco é um analista de coisas.

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  4. Em última análise, tinha o colesterol elevado, por isso gostava muito de saber como se faz... apeteça-lhe lá!

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  5. Anónimo26.2.13

    "É divertido isto dos blogs, em me apetecendo conto-vos como se faz."
    Isto é uma frase com rasteira. Se dissermos que "sim, por favor, conte-nos", levamos com "o blog é meu e só eu sei se me apetece partilhar isto com quem quer que seja"; se dissermos "agradeço, não se incomode", temos "o blog é meu e faço o que me apetecer por aqui".
    De qualquer modo - e interessando-lhe ou não - eu opto pela segunda.
    L.

    ps. Isto dos blogs é realmente divertido, em me apetecendo um dia conto-lhe como, ao fim de alguns posts, se encontra neles uma coisa ou outra tão própria de cada autor. É assim como uma espécie de impressão digital do próprio, mas sem sujar o dedo.

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    1. Estou tãoooo de acordo com o que diz na última parte.

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  6. é assim que se faz Pipoco:

    http://amorportatil.blogspot.com/2013/02/toda-verdade-ruben-patrick-ou-de-como.html

    e só nao impacta mais porque o meu blog não é mainstream...
    é por estas que Pipoco nao deve mandar Ruben Patrick a jantares de bloggers

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  7. Obrigada por me poupares a escrita sobre os assuntos que aqui referes. Tenho andado com essa vontade e assim poupei os dedos e os neurónios.

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